Let It Burn escrita por Gorski


Capítulo 6
Capítulo 6; Gravata vermelha


Notas iniciais do capítulo

Este esta pequeno, mas é só pra passar o tempo *-* (LICELINDS VOCÊ É LINDA)



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;JAMES SULLIVAN; 

           Era óbvio que eu não gostava de ser chamado de Jimmy, por que aquilo me lembrava minha infância. Pelo menor a parte de minha infância em que eu parecia ser amado por minha mãe. Mas por mais que eu odiasse, não sentia raiva de Leana por me chamar assim. De certo modo era até algo único, o modo como só ela me chamava daquele jeito. Quando toda a comida desapareceu da mesa, e foi parar em nossas roupas, cabelos, no chão e nas paredes, nós dois sentamos no gramado do jardim e ficamos sob o sol.

            A pele de Leana era levemente bronzeada, e ela tinha um sotaque arrastado por ser filha de ingleses. Fiquei estudando seu rosto redondo e seus olhos castanhos, por que embora eu sempre tenha achado meus olhos azuis atraentes, os de Leana me pareciam bem mais. Ela notou que sua jaqueta jeans branca estava manchada de sangue, e preferiu não vesti-la mais. Deixei a jaqueta na lavanderia esperando que fosse se misturar com as outras roupas da família e ser lavada. Então eu teria um motivo para encontrar Leana após hoje.

- Será que sua mãe irá querer matá-lo depois de ver aquela bagunça? – Perguntou ela tapando o sol com a mão para poder manter os olhos abertos.

- Vai por mim, ela não vai chegar a tempo de ver aquilo. E se chegasse, tampouco notaria. – Falei e após isso me espreguicei sob o sol. Algo no sol não combinava com o meu tom de pele pálido e os meus cabelos negros. Era como se eu tivesse sido feito para ficar nas sombras de um píer olhando o mar ao anoitecer.

- Duvido que ela seja tão ruim quanto você diz Jimmy. – Sua voz era suave, quase que como se tivesse tentando acalmar um gatinho. Ela sentou-se no gramado para me observar de outro ângulo. Fiz uma careta quando ela falou meu novo apelido.

- Ela é ruim Leana. – Pus-me de pé, e então a puxei pelo braço para se levantar também. – vamos, hora de tomar banho.

- O que? – Ela perguntou sobressaltada, fazendo-me rir. O jeito dela me era engraçado, tudo que vinha dela me fazia rir. O que era bem estranho levando em consideração que meu humor negro não era fácil de ser afetado. – banho?

- É. – Puxei Leana para meu colo, e corri em direção a piscina. Quando ela notou pelo meu plano, soltou um berro, mas não foi tão rápido e então uma cachoeira de água respingou pra fora da piscina quando nos atiramos na água cristalina.

- Ah, ta gelada. – Ela gemeu, fazendo me rir outra vez.

- Tudo bem, água gelada não é o seu maior problema. Eu sou seu maior problema. – Abri um sorriso fascinante, querendo prender sua atenção em meus olhos azuis. – venha pra cá.

- Não. – Ela nadou até a borda da piscina e se prendeu com os dedos ali. – sua mãe vai matá-lo, olhe o estado da água.

            Bem, a água tinha mudado de cristalina para... Cristalina com restos de fruta, manteiga, pão, e o cheiro forte de soda limonada. Talvez Sra. Sullivan não percebesse. Talvez sim. Talvez ela me matasse também... E a idéia me fez sorrir, confesso.

- Pare de encher o saco Lea... Sra. Sullivan não vai nem perceber que eu estive dentro desta piscina hoje. – Respondi, e vi sua expressão mudar quando mencionei meu apelido secreto para minha mãe (Sra. Sullivan) eu nunca a chamava daquela forma em voz alto, a não ser que estivesse sozinho com minha mãe.

- Senhora... Sra. Sullivan? – Ela estudou meu rosto com perplexidade nos lábios. Pela primeira vez desde que a conheci ontem de tarde, eu não tinha respostas. – por que chama sua mãe assim? Mas que rancor é esse que você tanto guarda dela Jimmy? 

            Virei o rosto para não encará-la. Temia que fosse... Sei lá, manifestar algum sentimento que não deveria. Leana fazia isso comigo... Me obrigava, sem perceber, a demonstrar sentimentos que eu não curtia mostrar pra ninguém. Nadei até a escada, e sai da água empurrando o sobretudo ensopado pro chão.

- Jimmy... – Ela sussurrou vindo atrás de mim. – sou sua melhor amiga não sou? Você pode conversar comigo...

- Eu não quero conversar. – Tirei a gravata e a atirei no gramado, entrando em casa pingando água em cada passo que dava. Leana fez o que eu não esperava que fizesse, mas que eu sempre vinha fazendo. Segurou meu braço com força e me obrigou a se virar para encará-la. – Leana...

- Jimmy, eu sou sua amiga não sou? – Seus olhos brilharam, mas não por emoção e sim por uma parede invisível de lágrimas que se formava. Por que as mulheres tinham de chorar? Devia ser pecado chorar na frente de homens, sério mesmo. – você disse que éramos melhores amigos.

- Porra, o problema é que eu não quero ser seu melhor amigo. – Puxei o braço. Eu só estava falando verdades, mas ainda não sei por que... Eu costumava mentir muito bem, o tempo todo. – eu não quero contar nada da minha vida pra você entendeu? Não adianta, você nem ninguém vai me obrigar a falar da minha vida... Saia daqui.

- Quer que eu... Quer que eu vá embora? – Ela bateu o pé atrás de mim. Subi os degraus das escadas e antes de sumir no segundo andar, dei uma última olhada pra ela ali parada em frente a porta.

            Seus cabelos castanhos claro, estavam molhados e brilhantes, caindo como uma cascata dourada nos ombros. Seu sorriso escandaloso não estava estampado no rosto, e seus dedos das mãos tremiam assim como os lábios. Seus olhos estavam sérios e indecifráveis por trás da película de lágrima. Ela ergueu a mão para fazer aquele gesto obsceno, cujo eu fazia com freqüência (me mostrar o dedo). E então marchou para fora da minha casa com as roupas molhadas. Eu sabia que era errado fazê-la ir embora sozinha, ainda mais toda molhada e naquele estado de espírito. Mas fiquei boquiaberto ao perceber que ela foi embora com algo meu.

            Nos dedos trêmulos da mão estava minha gravata vermelha, e então escutei o portão da frente ranger e ser batido com raiva.

            Toda aquela agressividade dela acaba comigo. De um jeito bom.  


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Notas finais do capítulo

E então? Sentiu o clima? UAHSUASHUSHUASHU parei x_x foREVer



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