Let It Burn escrita por Gorski


Capítulo 37
Capítulo 34; Guitarra, florzinhas e Brent.


Notas iniciais do capítulo

Dedicar para Stacy, 'nova leitora', e que deixou um monte de reviews *-*



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;SYNYSTER GATES;


        Olhei no relógio e percebi que odiava quando tinha que esperar algo. Meu pai, estava tamborilando os dedos no balcão esperando o vendedor voltar com a minha nova guitarra. Havia peço para personalizar uma, mas meu pai não tinha dinheiro suficiente para estampar uma foto minha nu no braço da guitarra, embora eu realmente quisesse algo bem diferente e inovador. Então simplesmente aceitei uma guitarra branca, limpa, normal, e simples. Por que não tinha dinheiro, poder ou quesito potente suficiente para impor que eu me queria nu em uma guitarra. De qualquer forma, meu pai estava feliz que eu estivesse comprando uma guitarra, desde que quebrei a ultima por não sentir o mínimo de desejo em tocá-la.

- Como é a dos seus sonhos? – Perguntou ele de repente, apontando para uma vitrine com as guitarras mais iradas do recinto. Tinha uma copia idêntica à do Slash, e uma bem parecida com a guitarra do Tony Lommi, que o Ozzy quebrou em um show. Eu não sabia dizer como era a guitarra dos meus sonhos, então dando de ombros simplesmente respondi:

- Uma em que tenha eu nu estampado. – Ele deu risada.

- Você nu? – Disparou ele sem entender. – tudo bem que eu sonhava em ter uma com um ralador de queijo embutido, assim poderia tocar e ralar os dedos ao mesmo tempo.

- Nojento. – Falo em seguida. – ia sangrar na guitarra.

- Era mais ou menos meu intuito, mas de qualquer forma Brian não é tão nojento. – Ele suspirou, acho que estava tendo um dejavú ou sei lá. – Nojento mesmo é querer um auto retrato seu nu.

- Não é nojento. É auter ego. Meu auter ego inflado. – Digo esperando impaciente pelo vendedor. – e um dia, eu posso criar uma linha de guitarras.

- Pode, é claro. – Concorda meu pai sem querer me desapontar com palavras realmente sinceras como: Você não tem potencial para criar uma linha de guitarras, Brian meu filho.

- Serão cinco. E em cada uma terá um dos integrantes nu. – Digo pensando como seria engraçado, constrangedor, e diferente ter o M. Shadows ou o Jimmy nu em uma guitarra.

- Acha que seus amigos topariam algo do gênero? – Pergunta meu pai, evidentemente pensando que ele poderia futuramente abrir um negocio como “Guitarras Gates & Cia”

- Não sei. Mas to nem aí... – Respondo. – eu poderia fazer cinco de mim mesmo, em posições variadas.

- Brian. – Adverte meu pai.

- Que foi? – Pergunto claramente entediado. – além do mais, teria tantas fãs... Duvido que elas não iriam me querer nu em suas casas.

- São sonhos belos Brian. – Diz ele, mesmo sendo que aquilo não sejam exatamente sonhos belos. E sim, talvez, sonhos pornográficos. Ou eróticos, eu não sei distinguir.

- Aqui. – O vendedor, cujo pensei ter morrido fabricando uma guitarra, voltara. Ele coloca a guitarra sobre o balcão sem cuidado algum, fazendo-a bater com um ruído estridente. – é a única que tenho no estoque, estimado no preço em que me pediu senhor.

- Bom... – Meu pai se inclina para tocar a guitarra, posso ver na expressão dele que não era naquilo que ele gostaria de aplicar suas economias. Em uma guitarra talvez. Não naquela porcaria de guitarra. – é uma boa guitarra, Brian.

- Hm. – É tudo que consigo dizer, embora esteja me esforçando para dizer algo como PORRA PAI, QUE LINDA. Mas a guitarra é tão feia, que eu mesmo não consigo mentir. – gostei.

- Podemos levá-la, e depois que você estiver realmente fera podemos comprar uma personalizada. Do jeito que você quer. – Ele fala lentamente, sentindo-se culpado por não poder me pagar algo melhor. Por que no mesmo instante em que estamos analisando a guitarra podre, um cara que esta acompanhado do filho pede para o nosso vendedor embalar a guitarra parecida com a do Slash.

- Já venho. – O vendedor sai de perto para poder pegar a guitarra do outro garoto na vitrine.

- Brian, eu queria mesmo poder... – Começa meu pai. Mas estou um pouco farto para ter discussão.

- Não pai. Tá ótimo. Só quero tocar, não preciso de uma guitarra melhor. – Digo abrindo um sorriso sincero. Meu pai se alegra, e logo estamos arrastando a guitarra pra casa. Quando chego percebo que tem uma longa mancha preta na guitarra que deveria ser branca, não sei por que não havia notado ela ali. Parece que alguém com o polegar sujo de asfalto passou o dedão ali, e deixou uma longa linha suja transparecer. Fico pensando que afinal de contas quando criar minha marca de guitarras para o “Guitarras Gates & Cia” ela não será com uma foto minha nua, e talvez, ela será preta e branca. Listrada.

- Que isso? – Pergunta minha mãe entrando no meu quarto, sem bater na porta. O que é um desrespeito a minha autoridade de homem.

- Mãe você poderia bater antes de entrar? – Pergunto. – afinal, onde fica minha soberana autoridade alfa de macho?

- No quintal. – Diz ela abrindo o guarda-roupas. – alias você não tem autoridade alguma.

- Agradeço a parte que me toca Sra. Elwin. – Digo com raiva. – eu poderia estar pelado.

- Não tem nada dentro da sua cueca que eu já não tenha visto, tocado, amaciado ou apertado. – Diz ela guardando minhas roupas.

- Mãe que nojo.

            Ela começa a rir.

- Brian cadê o Brent? – Pergunta ela vasculhando minhas gavetas de meias.

- Eu não sei, fui comprar uma guitarra com o pai. – Falo tentando afinar as notas. – o Brent deve estar comendo alguma vadia em algum lugar por aí.

- Que horror. – Diz ela com um gritinho. – seu irmão não faz esse tipo de coisas.

- Ah ele faz sim. – Respondo, me inclinando para ver o que ela esta mexendo. E então ela tira uma revista de dentro da gaveta.

- O que é isso Brian Elwin Junior? – Pergunta ela, olhando pra capa da revista.

- Uma revista mãe, não ta vendo? – Me levando e tiro aquilo da mão dela. – sai do quarto, moça.

- Não. – Ela dispara batendo o pé. – REVISTA DE MULHER NUA BRIAN!?

- Claro, você pensou que eu era gay? – Digo, escondendo a revista de onde ela havia tirado. – isso não é meu. É do Brent.

- DO BRENT? – Ela faz aquela cara de choro horrorosa que mulheres sempre fazem. E eu odeio aquela cara, honestamente. – meu Deus, meu filhinho...

            E depois vem todo aquele sermão, e lamentação de que seu filho cresceu. De que você limpava a caca dele, e que fazia massagem pra cólica quando ele tinha meses de vida.

- Ok mãe. – Digo abrindo a porta do quarto. – entendi, entendi, o Brent era seu menininho e blá blá blá.

- Agora você é meu menininho. – Ela diz com uma euforia que faz seus olhos castanhos brilharem. – Ah vem cá dá um abraço na mulher da sua vida!

            Eu teria dito que ela não é a mulher da minha vida, mas isso se resumiria a mais um sermão sobre seu filho que cresceu e que ela limpava minha caca, e que fazia massagem para minha cólica quando eu tinha meses de vida...

- Pronto. – Ando até ela e a abraço. – agora chega disso.

- Não! – Ela me aperta mais forte. – lembra quando você tinha 3 anos de idade e eu te abraçava assim?

- Claro mãe... – Claro que não porra, até parece. Quando você tinha 3 anos, nem me lembro de ter pensado algo com três anos de idade! – Era tão bom né mãe.

- Era maravilhoso, e quando você tinha 5 e eu falava pra você não enfiar o dedo no ralo do banheiro... Nem na tomada... Nem no nariz... Nem nos lugares proibidos dos cavalos que tinha na fazenda da sua avó...

- Tá mãe, chega, esse assunto ta ficando pessoal. – Digo me lembrando de quando um cavalo me deu um coice por ter enfiado o dedo no rabo dele. Não no rabo. No rabo. Bem, você entendeu. – agora me deixa afinar a guitarra sozinho Ok? Ok.

- Aí Brian! – Diz ela irritada, saindo do quarto. – a gente cria os filhos pra isso! A gente cuida, e faz massagem quando tem cólica e também troca as fraldas pra isso...

            Ela saiu resmungando. Fecho a porta por que não posso suportar mais lamentação e sermão, por que embora ela esteja descendo pra cozinha, ela vai gritar a ponto de que eu ouça de onde esteja. E eu não quero escutar vozes distantes. Não sou Deus.

- Puta merda, quem pegou minhas florzinhas? – Brent abre a porta do meu quarto, sem bater como de costume. E aquele é o gay do meu irmão.

- Suas florzinhas? – Pergunto em tom de zombaria. Ele fica com a cara meio embargada, uma expressão envergonhada.

- É. Um vaso de flor que tinha debaixo da minha cama Brian.

- Por que diabos, você tinha um vaso de flor debaixo da cama? – Digo inocentemente.

- Não era flor. Era planta. É complicado. – Ele fecha a cara. – cadê a porra das minhas florzinhas?

- Não sei mano. – Falo. – esperai...

- O quê? – Pergunta.

- Você tinha maconha debaixo da sua cama, seu viado filho de uma... – Ele dá risada tão alto que me assusta, então entra no quarto e bate a porta com força. E depois a tranca.

- Cala a boca imbecil... – Ele rosna. – eu preciso das florzinhas, não são minhas. E eu vou me encrencar muito se não as achar.

- Tá, era maconha. – Digo empurrando a guitarra pro canto. – de quem era?

- De um amigo meu... – Ele diz tão rapidamente que percebo ser mentira.

- Você ta vendendo isso? – Pergunto. – ou era pra consumo próprio?

            Começo a rir.

- Idiota é sério. Não é meu. É do Ben. – Ele fala baixinho. – ele não podia deixar em casa por que a mãe dele distingue maconha farejando de olhos fechados. E o lance todo é dele, ele tem um lugar na bocada e vende pra caralho.

- E você, o cara mais gay que eu conheço, esta escondendo maconha na nossa humilde residência. – Falo com a voz tão triste, que o ataca.

- Não foi por querer. Se eu guardasse o lance ia ganhar metade do dinheiro. – Diz ele com os olhos enormes.

- Brian! – Escuto nossa mãe me chamar. Brent me encara com um pavor nos olhos.

- Oi mãe. – Respondo apontando pro banheiro, onde Brent sai matutando. Abro a porta.

- Olha que lindo essas flores. – Diz ela entrando no meu quarto, ao ouvir a palavra flores meu coração dispara.

            Ela entra no quarto, segurando um arranjo. Não é um arranjo. É a maconha do Brent. O pior é que ela realmente achou que aquilo eram flores.

- São cheirosas. – Dispara ela.

- Mãe, não cheira isso. – Digo indo até ela, cuidadosamente arrancar o vaso de suas mãos.

- Por que não? É sério, tem um cheiro bom, sente só. – Ela enfia as flores na minha cara. Empurro.

- Não cheira isso mãe. É... Ahn... É venenoso. – Falo com uma voz grave de locutor.

- Credo. Não acredito! – Diz ela arrancando uma das folhas e enfiando na boca. Começando a mastigar. – isso tem gosto de menta Brian. Não é veneno.

- Mãe! – Bato na sua testa. – abre a boca, que menina feia, olha o que você ta comendo! Você não sabe da onde vem isso!

            Continuando à mastigar, ela empurra minha mão pra longe.

- Para de ser besta menino. Isso é menta. Seu pai trouxe de Ioua. – Diz ela.

- Ioua?

- Acho que é. – Ela cospe o maço de planta mastigada na mão. – faz bem pro estomago quer?

- Quero. Estou com uma azia. Me passa isso aqui. – Ela arranca uma folha e me entrega. – não mãe, eu preciso de muito... Estou precisando mesmo... Estou com diarréia.

- Aí Deus. – Ela diz deprimida e me entrega o vaso. – tome cuidado filho, se precisar de ajuda me chame certo?

- Certo. Agora dá licença. Estou precisando ficar sozinho. – Ela sai, e então tranco a porta de novo. Brent pula de dentro do banheiro, correndo em direção à mim. Ergo o vaso de maconha pra longe dele. – caralho você vai me dar metade do dinheiro que conseguir com isso aqui.

- Mas Brian...

- Mas Brian uma porra, você precisa de um bom motivo pra fazer sua própria mãe mascar maconha. – Digo entregando o vaso a ele. – entendeu?

- Ela estava... MASCANDO? – Diz ele com o olhar arregalado. – será que faz algum efeito?

- Não sei. Vamos descobrir... – Digo. Brent senta na minha cama.

- Tudo bem, metade da grana. – Diz ele encarando minha guitarra. – da onde conseguiu isso?

- O pai me deu. – Falo com vergonha da minha própria guitarra. – ela é zuada eu sei.

- Legal, que você esteja querendo tocar... – Fala ele. – por que você sabe, o pai tinha aquela banda fudida dele na adolescência e o lance não deu tão certo... Pra compensar o desapontamento dele, ele tentou me inserir na musica mas não rolou.

- Pra ser honesto não estou fazendo isso pelo pai. É mais por mim mesmo. – Digo.

- Mas você nunca gostou de tocar. – Diz ele boquiaberto.

- Eu sei. Mas desde que fui passar aquele tempo na casa do Jimmy Sullivan, lembra? – Falo. – passei a gostar do lance.

- Que tempo que você passou a onde seu retardado? – Ele me encara. E então me dou conta de que aquele tempo, eu deveria estar na escola. E não na casa de alguém. Por que tecnicamente eu não tinha sido suspenso.

- Nada. Esquece. – Falo guardando a guitarra. – foi um sonho que eu tive.

            Brent começa a rir da minha cara.

- Bom, acho que se você virar guitarrista profissional... Vou ser seu fã. – Diz ele.

- Ah ta, sei. Você quer meu dinheiro seu viado desgraçado.

- Também. E mulheres. – Ele sorri de lado. Mas no fundo, talvez se torne meu fã de verdade.

- Cara você ta sentindo esse cheiro? – Pergunto estreitando o olhar.

- Isso é incenso? – Brent pergunta em resposta. 

- Que cheiro sinistro. Acho que é incenso. – Respondo. E então no silencio conseguimos escutar nossa mãe rindo e cantando no andar de baixo THIS IS LOVE, do Bob Marley.

- Ótimo. Acho que descobrimos se a folha mascada dá resultado... – Fala ele me encarando. E então rompemos em risos.

            No dia seguinte eu me esforço pra esconder as florzinhas de Brent, e saiu de casa mascando uma folha daquelas pra ver como funciona. Não que eu realmente ache legal, simplesmente achei curioso. Afinal, minha própria mãe tinha feito aquilo. Quando cheguei na escola vi o grupo de meninas que sempre ficam me encarando como se desejassem dormir comigo (e talvez elas desejassem mesmo) no portão do colégio. Desviei o olhar e não as encarei. Não. Na verdade eu até encarei, pisquei pra umas, e depois passei uma cantada de pedreiro pra outra. Afinal, eu era homem e precisava proliferar. Quando cheguei a sala, sentei-me no lugar de sempre; No fundo. Coloquei os fones de ouvido no máximo e esqueci que estava no colégio. Dormi nas três primeiras aulas, e nas outra também.

- Brian Elwin. – Alguém, possivelmente uma das minhas paixões platônicas, cantarolou meu nome. – acorda amor.

            Eu abri os olhos, por que ser chamado de Amor era uma coisa que me agradava. Então vi Betley sorrindo pra mim. O que fez meu coração parar.

- Aí. – Gritei dando um salto. – Que foi Betley?

- Ah aula acabou. – Ela sorriu com aqueles dentes tortos de quem fuma. Só que ela não fuma. Talvez fosse mais maneira se o fizesse, por que ela é bem zuada. – vamos?

            Vamos? Me poupe, até parece que somos bffs.

- Pode ir na frente. – Abri um sorriso de canto, meu charme era bom, e eu precisava garantir minhas notas nas provas de química. – e nunca mais me acorde daquele jeito, pode me assustar...

- Claro, imagino que quase tenha tido um ataque do miocardiocatastrofico ao me ver. – Ela empurrou os cabelos ruivos pra trás. Miocardiocatastrofico? Por que ela não fala logo, ataque do coração?

- Claro. Exatamente. Fico imensamente feliz em te ver, poderia ter tido um ataque. – Digo sarcasticamente, mas embora seja inteligente acho que ela não notou.

            Ela tentou pegar minha mão no caminho, mas isso seria patético demais. Então pedi pra ela ir na cantina me esperar, que iríamos almoçar juntos. Mas ao invés disso eu corri para o mais longe do colégio possível. Coloquei os fones de ouvido, e achei que não seria ruim mascar mais daquelas folhas maneiras, porém descobri que não havia trago o suficiente na mochila. Estava atravessando a rua, vasculhando minha mochila e cantando um solo muito bom do Pantera, quando vi todos os meninos reunidos no portão do colégio deles.

            Vi um reflexo metálico de alguma coisa parecida com um carro, vi o rosto de Jimmy em um semblante preocupado.

            E depois disso eu não vi mais nada.


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Notas finais do capítulo

Amei o capítulo, exceto pelo final. Hm. KKK Prometo não deixar vocês no suspense, Ok? Ok.



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