Let It Burn escrita por Gorski


Capítulo 35
Capítulo 32; Meu remédio.


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu prometi que ia dedicar à ele; E este vai para o @Tom_LeeD *-* awn.



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;James Sullivan;


    As paredes estavam pintadas de creme por causa do sol raiando levemente, eu ainda estava fixando o olhar no mesmo ponto esperando entender onde estava. É sempre assim. Quando você não dorme em casa, e acorda neste lugar estranho, fica um tempo se perguntando onde está até enfim cair à ficha. Não preciso de tanto tempo para me situar, quanto provavelmente precisaria... Por que não existe outro lugar do mundo que as paredes brancas ficam tingidas de creme ao amanhecer. É o quarto de apartamento de Leana. E sinto um dos braços dela largados em volta da minha cintura, e sua perna entre as minhas. Ela ainda esta dormindo, e aproveito esse tempo para ficar encarando-a.

            Não sei quanto à você, mas para mim todas as pessoas parecem vulneráveis quando estão dormindo. Leana sempre me pareceu vulnerável, exceto aquela vez no galpão 6661 quando estava bêbada e parcialmente (ou totalmente) drogada, e me atingiu com um canivete na mão. Porém, ela sempre me pareceu uma criança. Agora quando esta dormindo, a vulnerabilidade fica mais eficaz em sua expressão. Seus lábios não ficam comprimidos, ao invés, estão relaxados e as pálpebras tremeluzem levemente demonstrando que logo ela irá acordar. O quarto está tão silencioso por conta da manhã, que consigo ouvir o coração dela batendo, e sinto sua respiração quente em meu rosto, sambando em minhas bochechas. Enquanto a olho dormir, pergunto-me por que é que eu nunca tinha prestado tanta atenção em qualquer outra garota dormindo antes. É óbvio que meus sentimentos por Leana são diferentes, mas só consigo notar isso agora. Enquanto sigo a linha de sua sobrancelha com os olhos, e o contorno rosado dos lábios. Já dormi com diversas garotas, é claro, mas nenhuma tinha me fascinado tanto, embora na noite passada nada de tão especial tivesse acontecido entre eu e Leana com geralmente acontecia com as outras garotas em que eu acordava em suas camas.

            Atrevo-me a tocar seus cabelos pretos, a cor esta quase desbotando. Se eu me inclinar, e estreitar bem os olhos, consigo ver a raiz dourada nascendo. Nunca disse a ela, mas quando seus cabelos estão dourados ela me parece um anjo. Agora, escuros, parece um anjo de qualquer forma. Entretanto me parece um anjo mal. Olho para a parede atrás dela, refletindo a luz do sol nascente e fico me perguntando se é a primeira vez na vida que eu me dou conta de como as coisas são belas. Não. Não tudo, é claro. Mas pela primeira vez eu não acordei xingando tudo, ou simplesmente nervoso com a vida. Estava tudo calmo demais. Em paz. Desvio o olhar para uma pilha de livros que Leana empurra no canto do quarto, todos velhos. E aposto que a Sra. Macfadden, quem os mandou à ela. Levo um susto quando me deparo com os enormes olhos castanhos de Leana me fitando, um brilho incomum neles.

- Bom dia. – Sussurro.

- Olá. – Devolve ela se aconchegando em meu peito, então solta um gemido estridente. – não quero ir à escola.

- Ah, infelizmente teremos de ir. – Digo me inclinando um pouco para beijar-lhe a testa. – ultimo dia de aula antes das férias de verão, não quero perder isso.

- Hm... – Ela pensa um pouco. – o que o Avenged vai fazer agora?

- Vamos fazer aquele show, onde o Anão falou. – Digo, relembrando. – talvez seja bacana.

- Verdade. – Concorda ela me olhando agora, de novo. – sua mãe não vai se irritar de ter dormido fora?

- Não. – Falo sem querer dar muitos detalhes sobre a verdade: Eu já dormi muitas vezes fora de casa. – ela não se importa.

- Sabe o que eu estava pensando? – Pergunta ela.

- Diga.

- Que o Johnny se importa bastante com a banda... Ele bem que poderia fazer aulas... Sabe, de baixo. – Responde ela parecendo meio confusa enquanto a sua tese. – ele seria um ótimo baixista, acredito eu.

            Não me agüento, e começo a rir.

- Acho que um baixo é maior que ele. – Digo fazendo-a rir também. – mas seria bom... Tirar o Wendt da banda para variar.

- Você sabe que o Matt faria qualquer coisa para manter você na banda. – Fala ainda parecendo sonolenta.

- Ta dizendo, que provavelmente... Ele tiraria o Wendt, se eu pedisse? – Pergunto incrédulo. Leana pisca os enormes cílios, esta claro que é exatamente o que ela quis dizer. – acho que não Lea. Não é pra tanto...

- É sim. Ele te considera tipo... Um melhor amigo. – Diz ela passando a mão em meus cabelos. E suas palavras me acertam como um soco no estomago. O fato é, que eu realmente considero o Matt, mas não tanto quanto provavelmente ele me considera. É estranho isso, por que eu já mencionei certa vez que não possuo melhores amigos. E que o Anão teria sido o único a chegar perto disto, embora eu tenha passado muito mais tempo da minha vida com Ronnie.

- Melhor amigo. – Reproduzo novamente a palavra.

- Sabe, eu gosto das meninas... – Diz ela de repente. – a Val e a Mich. Mas tenho uma impressão engraçada de que elas não gostam tanto de mim...

- Não tem nada a ver. – Falo tentando amenizar o clima tenso que se segue. – elas gostam de você, assim como todos os garotos da banda.

- É que eu me sinto uma intrusa... Como se estivesse me enfiando dentro de uma família já formada, tipo assim entende? – Pergunta erguendo uma sobrancelha.

- Chega desse papo. – Tiro gentilmente seu braço à minha volta, e sento-me na cama. A tontura me abrange, e de repente parece que o teto esta inclinado.

- Jimmy? – Leana pergunta evidentemente preocupada. – tudo bem?

- Tudo. – Digo rapidamente. O teto ainda esta inclinando mais, o que quer dizer que a tontura não passou.

- Hei, que foi? – Ela se senta ao meu lado e segura meu ombro. O chão esta se inclinando também. Fecho os olhos e chacoalho a cabeça para ajudar. Quando abro novamente as coisas voltaram para os seus respectivos lugares.

- Nada. Era só tontura.

- Você tem tomado aqueles suplementos de ferro? – Pergunta ela tocando minha testa para verificar que estou febril ou algo assim. – Penso em mentir, mas o que sai é completamente verdadeiro.

- Não. – Falo tocando sua mão em meu rosto. – ta tudo bem.

- Santo Deus! Ou você toma um monte ou não toma nada? – Diz ela com a expressão enraivada. Solto um suspiro, por que não quero estragar o dia com uma discussão.

- Esta tudo bem. – Repito me sentindo idiota por ter tido vertigem na frente dela. – ta tudo bem.

- Olha aqui pra mim. – Diz ela me sacudindo pelos ombros. Então ergue a mão, com o número três nos dedos. – quantos dedos têm aqui?

            Começo a rir, e me levanto desejando não bobear no andar.

- Para de besteira. – Falo andando em direção ao banheiro. – vamos sair daqui a pouco, então não quero que demore.

            Entro no banheiro e lavo o rosto, fico um certo tempo admirando meus olhos no espelho quebrado pensando em Leana se machucando por minha causa. Então gargarejo com creme dental e água e depois com enxaguante bucal. Penteio os cabelos com a escova de cabelo, inclusive que tem o cheiro de Leana. Quando abro a porta do banheiro, vou até a sala procurar pelos tênis e meio que sem querer paro em frente à porta do quarto e vejo Leana de roupa intima. Ela não me viu, é claro. Estava inclinada procurando uma roupa limpa naquela pilha de roupas dobrada que costume encostar a qualquer canto do quarto. De certa forma me parecia exageradamente errado estar olhando-a, mas não conseguia evitar. Leana era tão linda. Tão linda. E por um segundo eu me atrevi a encostar-me à porta e ficar ali, como se não tivesse nada de errado. Mas algum tempo depois, recordei que aquelas curvas as quais estava contemplado já haviam sido tocadas. Mas não tinham sido por mim; Os segundos em que me envolvi no próprio pensando, inconsciente, de que Leana havia pertencido a outro antes de mim. E talvez a outra antes deste. Só anestesiou meus sentidos. Comecei a sentir raiva, uma raiva instantânea, daquela que começava a queimar no fundo da minha garganta e descia até a ponta dos dedos. Que me estraçalhava por dentro. Aquela raiva que só era controlada por remédios. Cujo remédio eu não tinha agora em meu poder.

- Jimmy... – A palavra salta dos lábios de Leana com tanta precisão que é inevitável perceber como ela derrama meu nome com prazer. Mas é simplesmente uma palavra sem som algum, um sussurro taciturno. E quando seus olhos encontros os meus, algo dentro de mimpulsa e derrete. Pela primeira vez desde que me entendo por gente, eu fui capaz de ser desarmado contra aquela raiva traiçoeira sem um comprimido. Simplesmente assim, como um clique de uma fechadura a destravar. Leana era meu remédio, com toda certeza.

- Oh, desculpe-me. – Virei, nem um pouco constrangido. Procurei o resto das roupas, as vesti e esperei Leana se arrumar. Mas ela demorou um bom tempo para entrar no jeans que queria, e começou a queixar-se de que tinha ganhado peso; O que é uma calúnia, Leana tem as curvas certas nos lugares, estrategicamente falando, corretos.

- Vou parar de comer. – Decretou ela com um som engraçado no fim da frase, um riso meio guinchado. Tipo como faz a guitarra do Brian.

- Não, você não vai. – Decreto logo após, e me espreguiço no sofá. Ela me encara, com um beicinho nos lábios o que de certo modo me instiga uma coisa estranha dentro do peito. Mais ou menos como aquele pulsar seguido do derreter.

- Acha que estou... Bem? – Pergunta-me, e então rodopia lentamente fazendo todo aquele charme que geralmente fode com meu cérebro.

- É bom eu dizer apenas um: Sim. – Digo encarando de cima a baixo. – ou as coisas podem sair do controle Lea.

- Sabe que eu simplesmente adoro quando as coisas saem do controle? – E então ela senta-se no meu colo, na ponta dos dedos eu sinto aquelas mesmas curvas a qual estava olhando mais cedo. Ela se inclina um pouco, e sua testa encosta a minha. – quando saem do controle com você.

            Eu a puxei, e a fiz cair em cima de mim. Leana me mordeu a bochecha, e depois meu queixo, minha orelha e bem... Depois disso acho que vamos nos atrasar pra aula.


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Notas finais do capítulo

Me desculpe, a demora novamente. Mas fim de ano é foda em todo lugar, tem as provas e etc. KKK



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