Let It Burn escrita por Gorski


Capítulo 3
Capítulo 3 ; Galpão 6661


Notas iniciais do capítulo

Resolvi colocar o Arin pra participar *-* ; Dedico esse post pra minha LiceLice (tati) Liiiiiinda u_u
espero que gostem



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*LEANA SILVER*

Seu hálito fresco dominava meu rosto, me jogando em um estado inebriante de estupor. Eu teria me desvencilhado de suas mãos segurando meus braços, mas por mais que a raiva queimasse dentro de mim por ele achar que eu não era capaz de estar onde eu estava o calor de suas mãos era ainda mais intenso e penetrante. Com o tempo você ia aprendendo sobre o tipo de pessoa que era James; popular, esnobe, sedutor e por fim traste.

Eu sabia que ser usada não era algo muito bem vindo na sociedade americana popular, mas eu talvez fosse gostar de ser usada por ele.

- E você nunca mais subestime meu poder de sobrevivência. – Consegui falar com muito esforço ainda sob o efeito de seus olhos azuis me encarando freneticamente. Seu rosto ficou mais próximo do meu à medida que não tinha muito mais espaço do que uma fina camada de ar separando nossos lábios. Um sorriso maroto fez seus lábios se curvarem, e um brilho desconhecido fez seus olhos piscarem pra mim.

- Tanto faz. – Ele disse e bruscamente me soltou.

- Tanto faz? – Perguntei ainda sentindo o vento fazer meus cabelos chicotear meu rosto. Balancei a cabeça para clarear os pensamentos. James já estava caminhando para perto de um dos galpões quando corri até ele, dessa vez incapaz de pegar sua mão ou ter qualquer tipo de contato com sua pele.

Escutei o som dos meus sapatos trincando no asfalto sujo quando entramos em uma rua sem saída e de longe pudemos escutar que no fim da rua tinha um galpão tocando música. O som era abafado e vi que as janelas estavam cobertas por TNT preto, para esconder o que ali dentro havia. Oba! Festa!

- Você pode não se drogar ou não cair de tanto beber? – Perguntou James com sua voz arrastada. Eu não sabia se era uma provocação, mas iria responder do modo mais firme e menos grosseiro que podia.

- Posso sim, se você puder fazer o mesmo. – Respondi no mesmo instante que seus olhos relampejaram encontrando meu olhar.

- Olhe Leana, eu não faço o tipo de pessoa que pede, por favor, ou com licença. E não sou sua babá também, então se você estiver bêbada ou drogada na hora que eu estiver indo embora pra casa... Bem, você procure seu primo Ronnie, e vocês podem ir juntos embora. – Sabe o lance de ser firme e menos grosseira? Então, ele tinha poupando-me de lisonjeio e educação.

- Tudo bem. – Falei a ele. – eu não preciso voltar com você.

            Foi aquelas minhas últimas palavras que fez o assunto morrer.

            Quando paramos em frente ao galpão vi que tinha algumas pessoas do lado de fora conversando e entre todas as pessoas, bem abaixo da enorme placa com o número 6661, Ronnie estava junto de outros amigos fumando cigarro. Antes que eu pudesse indicar à James que Ronnie estava ali, meu primo já havia jogado a bituca de cigarro pro vento e estava vindo até nós com as mãos nos bolsos. Eu não tinha dito a Ronnie que iria aparecer aqui. Não com James.

- Oi. – Falei.

- O que você esta fazendo aqui? – Ele olhou para James, de uma maneira fria cujo eu nunca olharia para uma melhor amiga; porém eu não tinha uma agora. Lindsay costumava ser uma melhor amiga incrível antes de perceber que suas coxas eram enormes e que chamava atenção dos caras do time de futebol do colégio. Antes das meninas do Porti (time de lideres de torcida do colégio) perceberem que os cabelos negros de Lindsay eram lindos e brilhantes, e que ela ficaria melhor em um uniforme horrível do Porti do que dentro de jeans pretos rasgados pulando que nem louca em um show de Rock ao meu lado. Mas o pior era que Lindsay tinha se convencido de que ela era melhor como líder de torcida do que como guitarrista da nossa antiga banda 7fold. Que se foda, eu nunca precisei de uma melhor amiga mesmo... Eu acho. – por que você esta com ele Lea?

- Eu pensei que fossem melhores amigos. – Falei caindo na real. James estava me encarando, uma leve fagulha de culpa em seus olhos azuis. – esperai! Vocês brigaram?

- Lea venha. – Senti os dedos de Ronnie se fecharam em meu braço. – não quero você perto desse maluco.

- Ronnie... – Chamou James. – por favor, me desculpe, foi um momento de raiva... Você sabe como eu sou...

            Era óbvio que James não costumava pedir desculpas a ninguém. Ele sempre fazia uma careta quando o fazia.

- Você sempre esta com raiva não é? – Ronnie se virou para olhá-lo nos olhos. – estou cheio Sullivan! Cheio das suas percas de controle por porcarias... Você já notou como é indiferente com o mundo?

 Acha que vai ter amigos assim? Eu duvido que você vá encontrar algum idiota feito eu para te dar apoio e rir das suas piadas sombrias e sem graça. Você é um idiota cara, e eu não vou ficar mais babando por tudo que você faz... Eu não sou seu cachorrinho Sullivan. Vá se ferrar! E fique longe da minha prima, senão eu quem vou acertar sua cara!

- Filho da pu... – James virou o rosto bruscamente e xingou.

- O que ele te fez? – Perguntei quando Ronnie me arrastou para o mais longe possível de James.

- Ele é um otário.

- Ronnie, o que ele te fez? – Insisti. Ronnie me encarou, seus olhos escuros me sondando.

- Tudo que você precisa saber é que por mais que James pareça ser uma pessoa legal, ele sempre fura Lea... Não importa, ele é ignorante. Ele perdia o controle comigo por coisas inúteis e sempre me batia... Eu nunca devolvi seus socos e pancadas por que achei que ele fosse melhorar. Eu não quero você perto dele, e fim. – Ele soltou meu braço e abriu um espaço na roda de seus amigos para que eu pudesse entrar. Olhei furtivamente pra trás e procurei por James no meio da multidão que se fundia nos portões de entrada do galpão.

- Posso ir buscar algo pra beber? – Tentei parecer o mais inocente possível. Por alguns segundos ele estudou minha expressão e então só depois assentiu. Entrei no meio do fluxo de pessoas que entravam e saiam e senti o cheiro forte de cigarro me acertar o rosto quando entrei. Era escuro e os únicos pontos de luzes que ali haviam estavam piscando. Caminhei mais pra dentro e vi que um segundo andar estava repleto de casais e de pessoas dançando.  

            Um cara parou do meu lado e ficou sorrindo pra mim, de uma maneira que me deixou sem graça.

- Tome. – Ele me entregou um copo cheio de Campari.

- Não obrigado. – Eu o devolvi. Eu não aceitava bebida de estranhos. Antiquado eu sei...

- Opa, calma mocinha... Eu sou o garçom. – Ele sorriu outra vez e só então notei que ele tinha uma bandeja em uma das mãos e usava uma roupa toda preta, com sapatos brilhantes e negros. – só quero te oferecer uma bebida e não matá-la envenenada, ou sei lá. 

- Desculpe. – Abri um sorriso de canto.

- Tome, esta está fechada. – Ele me deu uma garrafa de Heineken fechada, retirou um abridor de garrafas do bolso e abriu. – pronto.

- Obrigado. – Agradeci tomando um gole, e sentindo o sabor do álcool acalmar meus nervos.

- Me chamo Arin, aliás. – Seus olhos escuros brilharam.

- Sou Leana. – Respondi bebendo outro gole.

- Eu sei que é.

- Hã? – Não entendi. Arin caiu na gargalhada.

- É que um rapaz me pediu pra te trazer isso à Leana Silver, e dar-lhe uma Heineken. – Ele me entregou um pedaço de papel.

- Um rapaz? – Perguntei.

- Sim. – Disse Arin sorridente.

Procure-me no segundo andar, na área VIP 2. Quero você aqui comigo. E que se foda o Ronnie.

Sem nenhum carinho ou afeto; 

James Sullivan.

Foi difícil não sorrir. 


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Notas finais do capítulo

Alguém pode me dizer como foi que ficou a Leana narrando?



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