Let It Burn escrita por Gorski


Capítulo 16
Capítulo 16; Matemática


Notas iniciais do capítulo

Resolvi dar um pouco mais de Jimmy/Lea pra vocês *-*



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;JAMES SULLIVAN;

            Leana tinha tirado à tarde para me ensinar Calculo. Não que eu não soubesse, por que secretamente eu admito que essa era a matéria que eu mais ia bem no colégio. Só que Leana, por outro lado, não sabia desse ponto forte em minha personalidade. Resolvi fingir que não sabia muito sobre a matéria, apenas para escutar suas teorias.

- Esta errado. – Disparei sem pensar quando a vi colocar o positivo e negativo, nos lados errados dos quadrantes do ciclo trigonométrico. – este lado é positivo, e aquele ali negativo.

- Pensei que não soubesse nada de ciclo trigonométrico. – Ela repensou ao me ver apontando os lados certos do ciclo.

- Pensei que fosse mais inteligente a ponto de perceber que eu sei tudo sobre isso. – Abri um sorriso de canto, ela estreitou o olhar.

- Não acredito que me fez de idiota. – Respondeu com indignação. – puta merda.

- Desculpe. Eu precisava de alguém aqui... Só isso. – Comentei como quem não queria nada. Ela empurrou as apostilas espalhadas pela minha cama para o chão, e então se deitou.

- Você passa tempo demais sozinho. – Ela disse devagar, querendo não me atingir com as palavras.

- Não é verdade. – Repreendi. – tem pessoas que passam a tarde comigo aqui.

- Claro... – Replicou. – a mulher que lava as roupas, a que cozinha e a que limpa a casa.

- Isso é injusto. – Fechei a cara, por que inevitavelmente, ela tinha toda razão. – eu deveria morar sozinho, talvez fosse melhor.

- E não ter alguém para lavar suas roupas, cozinhar pra você e limpar sua casa?

- Eu nunca precisei disso Lea. – Falei enquanto me deitava ao lado dela, olhando para o teto. – eu sei muito bem fazer isso tudo sozinho.

- Prendado. – Ela disse e então sorriu, virando-se de lado e me encarando. Continuei olhando o teto.

- Sente falta dos seus pais? – Perguntei de repente notando que meu quarto era escuro. As janelas estavam abertas, para a brisa não era forte suficientemente capaz de empurrar as cortinas para abranger o quarto em luz. Então o rosto de Lea, também estava submergido na escuridão, assim como o meu.

- Sim, mas eu tenho tanta coisa me prendendo agora, que mal posso notar a falta que eles me fazem. – Disse-me ela.

- Eu sou uma das coisas que te prende? – Enfim virei o rosto para poder olhá-la.

- Se eu falar que sim, isso será um sinal ruim? – A voz dela tremeu levemente.

- Não. Eu gostaria de ser algo que te prenda, devo admitir com preocupação. – Ela riu diante de minhas palavras.

- Sim, você me prende. O sentimento me prende. – Explicou.

- Que sentimento? – Perguntei sustentando seu olhar. Arrastando minha mão até sua cintura, para puxá-la pra mim.

- Pode-se dizer que é algo forte, fica difícil decodificar qual é? – Seus olhos castanhos brilharam, mas de eu quase não distinguia o doce castanho de seu olhar, sua pupila dilatada na escuridão.

- Estou indeciso entre dois sentimentos ainda... Amor e Ódio. São suficientemente forte pra mim. – Mordi o lábio inferior, esperando pelo que ela fosse dizer.

- Ódio? – Sua expressão misturou malicia e confusão em um ar generoso e risonho. – eu não sinto ódio.

- É forte demais pra você. – Compreendi, ela deslizou sobre os lençóis suas mãos apertando minha nunca.

- Talvez seja. Mas não é isso que quero dizer...

- Então o que foi que quis dizer? – Agora minha expressão quem se transformou em dúvida.

- Quis dizer que quem odeia, não faria isso. – Sussurrou, e quando percebi seus lábios já estavam nos meus. Era difícil me concentrar em alguma coisa quando percebia que Lea estava nos meus braços, era realmente difícil. Por que uma enxurrada de emoções me dominava. E um confronto interno entre meu eu antigo e meu eu atual acabava fudendo meus pensamentos. Preparei-me psicologicamente para quando seus lábios fossem abandonar os meus, por que cai entre nós, não havia coisa melhor a ficar fazendo do que aquilo. Estar ali, com ela nos meus braços, beijando-a.

            Apertei meus braços em volta do seu corpo, sentindo o calor dos seus lábios esquentar todo meu corpo. Lea transferiu o peso de seu corpo até agora transposto na cama, pra cima de mim. Então com um movimento brando ela separou nossos rosto para poder respirar no pé do meu ouvido, aproveitei para fazer o mesmo.

- Entendeu o que eu quis dizer? – Balbuciou ela em meu ouvido. Mordisquei o lóbulo da sua orelha.

- Ta, entendi, agora cala a boca. – Resmunguei puxando-a de volta para outro beijo.

-

- Seno, Cosseno, Tangente, Cotangente e... – Sim tínhamos voltados para os estudos sem graça. Leana preferia. Como é que ela preferia Matemática quando se tinha eu, James Sullivan ali?

- Cossecante. – Suspirei ao responder. Ela bateu palmas.

- Muito bem Jimmy. – Ela sorriu.

- Isso é algum tipo de provocação ou algo do gênero? – Perguntei me espreguiçando.

- Não. – Disse ela discretamente. – eu vim te ensinar calculo, e é o que estou fazendo.

- Mas a questão é que eu sei. – Disse percebendo que me sentia sonolento.

- E na verdade, eu só não queria que sua mãe chegasse a qualquer momento e nos visse. Sabe, ela me mataria. – Seu olhar estava amedrontado.

- Não precisa ter medo dela. – Minha voz queimou com raiva. Não acredito que ela estava deixando de lado tudo o que sentia, por causa de medo desvairado da minha mãe. – eu não tenho.

- Eu só não quero que ela tenha mais raiva de mim do que já tem. – Ela folheou a apostila de matemática.

- Você quem devia sentir raiva dela. – Vociferei.

- Ela é sua mãe. De qualquer forma, eu quero me dar bem com sua família.

- E por que? – Senti que meu coração estava a ponto de explodir; Bem, uma piadinha infame levando em consideração minha Cardiomegalia.

            Meu celular vibrou em cima do criado mudo.

- Atenda. – Esperou ela enquanto mastigava a tampa da caneta esferográfica. Me inclinei para alcançar o celular.

- Alô. – Atendi.

- Maninho! – Berrou Megan do outro lado da linha. Soltei um suspiro de felicidade misturado com prazer.

- Megan! – Respondi no mesmo grau de entusiasmo, automaticamente me erguendo do chão e caminhando para a porta. – caramba, como foi que conseguiu ligar?

- Você sabe que eles sempre pegam os celulares quando voltamos da visita à família, mas eu consegui roubar o meu de volta... – Ela riu, fazendo-me rir também. – só liguei mesmo pra dizer que as coisas estão caminhando bem por aqui, e saber se você esta bem.

- Estou bem sim, alias estou estudando Calculo com a Lea. – Expliquei, virando-me e percebendo que Lea estava concentrada em minha conversa. Ela sorriu.

- Estudando? – Megan explodiu em risos. – você, James, esta sozinho em um ambiente com quatro paredes, apenas com uma garota que ultimamente tem te esnobado. E quer que eu acredite que estão estudando?

- Eu até tentei algo... Sabe, a matemática. Mas esta difícil. Lea não gosta de perder tempo explicando matéria. – Esperei para ver se Megan tinha entendido.

- Você tentou beijar ela, mas ela não esta a fim de perder tempo com isso. – Percebeu.

- É.

- Caramba, eu preciso conhecer essa garota! – Ela voltou a rir. – opa, esperai James... Acho que tem alguém me procurando.

- Desliga e procure um lugar mais afastado para me ligar outra vez. – Incentivei. Sabia que incentivar minha irmã a fazer merdas era ruim, por que ela poderia ser pega e punida. Mas afinal... Eu só fazia merdas mesmo.

- Farei isso, mande um beijo para a Lea. – Ela desligou.

- Megan te mandou um beijo.

- Sua irmã?

- Mais nova. – Respondi me virando para encará-la. Caminhei até ela e me sentei novamente no chão, pegando minha apostila e fingindo ler algo.

- Você sente falta dela não é? – Lea empurrou a apostila em frente ao meu rosto, para baixo, examinando minha expressão. Qual, tive dificuldade de manter com serenidade e um triste sorriso.

- Sim. Da mesma maneira como você sente dos teus pais... Tenho tanta coisa para ocupar a mente, que acabo me esquecendo de sentir saudades. – Voltei a por a apostila em frente ao meu rosto. – só que em momentos como este, agora, eu não consigo ocupar a mente com mais nada a não ser com a ausência dela.

- Não se esqueça que eu estou aqui, sempre estarei. – Baixei a apostila para poder encontrar seus olhos, mas adivinha... Ela também estava tampando seu rosto com um livro.

- Gosto que esteja, por que eu também sempre estarei aqui por você. – Voltei a ler.

            Parece um pouco idiota ficar declarando palavras bonitas para alguém que se goste, por trás de uma apostila de Matemática.

            Mas eu esperava em breve poder declarar palavras bonitas à ela sem nada em frente ao meu rosto.

            Sem nada a não ser o rosto dela.


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Notas finais do capítulo

*-* Ain caramba eu morro com eles.



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