Let It Burn escrita por Gorski


Capítulo 14
Capítulo 14; Papa Vingador


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente peço desculpas pela demora. E temo que volte a acontecer. (KKK minha mãe me deixou de castigo, 3bjos). Parei para pensar muito no caso de mudar ou não a mãe de James para uma pessoa melhor, sendo que eu já tenho uma idéia formada sobre ela. (na aparência ela não se parece mesmo com o que descrevi inicialmente, e isso vou mudar) Mas a história esta se passando por volta de 1999, e só após um tempo a mãe do nosso Jimmy vai virar a pessoa linda e maravilhosa que ela é (me desculpe quem não gostou do jeito dela até agora, eu precisava de um pouco de ação e tudo) Enfim, obrigado a quem vai ler este capitulo. E espero que gostem deste. Por favor, criticas e opiniões são sempre bem vindas *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/138171/chapter/14

;JAMES SULLIVAN;

            Leana se cobriu com meu suéter, que havia acabo de tirar, quando saímos para nos sentar no gramado do lado de fora de casa. Estava ventando, mas eu não sentia tanto frio agora. Ficamos sentados ali, sob o dia nublado e hostil conversando sobre nossas inseguranças e medos. Leana não aparentava, mas tão insegura quanto eu. Ela me contou sobre sua infância, e de como seus pais nunca esperaram grande coisas de seu esforço no colégio. Talvez por que Leana, por mais inteligente que fosse, ainda era uma boa encrenqueira.

- Mas eles nunca me condenaram como sua mãe faz com você. – Tomou liberdade para dizer. – sua mãe só sente ciúmes de você Jimmy, e quer manter todos longe de ti.

- Ah conte outra. – Não contive um riso. – ciúmes...

- Claro. Não vê como ela trata todos seus amigos? Como trata todos que estão tentando se aproximar de você? Ela perdeu a Megan já, mandando-a pra longe, e sua outra irmã mais velha. Agora ela só tem você por perto, e sabendo que intrigando seus pensamentos ela continuará lá... Na sua cabeça de alguma forma. – Disse. Eu havia falado pouco sobre Megan, o suficiente para que Leana quisesse conhecê-la. Falei sobre o temperamento semelhante ao meu, mas que Megan nunca precisou tomar remédios para se controlar.

- Agora você quer que eu acredite que minha mãe, faz tudo que faz para que eu pense nela?

- Sim. – Ela olhou para as mãos, alisando os dedos. – ela sabe que todos os filhos, inclusive a mais nova, saíram da barra da saia dela muito rápido e que provavelmente nenhum deles pensa nela. Nenhuma das suas irmãs para pra ficar analisando qualquer coisa sobre a mãe. Agora você? Hm, você continua aqui. E ainda, por mais que seja com raiva, pensa nela.

- Eu não quero pensar desta forma. – Respirei fundo. – gosto de achar que ela me odeia.

- Masoquista. – Xingou.

- Não é por que você teve uma boa relação familiar, que eu preciso ter. – Virei-me e toquei seu braço. – eu só me acostumei assim... E pretendo continuar acreditando nisto.

            Seu celular tocou no bolso de trás do jeans, ela se jogou no gramado de bruços e rodopiou até alcançar o bolso. Ela tirou o aparelho do bolso e atendeu.

- Oi. – Disse. – Ah, claro que sim! Não falei que daria uma força?

            Uma pausa.

- Vou passar pra ele, pode ser? – Ela estendeu a mão pra mim, seus olhos sorriam pra mim. – vai, atende.

- Alô. – Atendi.

- É o James Sullivan? – Perguntou alguém do outro lado, era um cara e logo supus que fosse Matt.

- Sim, e você suponho que seja Matt. – Era quase um resmungo mas eu me contive diante da euforia dele.

- Oi cara, deixa eu te falar... Não sei, mas hoje minha banda vai ensaiar e eu queria que você viesse. Pra conhecer os caras e... Ah sei lá, sabe? – Ouvi alguém gritando e rindo por cima de sua voz. Ele tapou o bocal do telefone para gritar, e mesmo assim escutei cada palavra. – ZACKY CARALHO CALA A BOCA!

- Ah... É. Bem, vai ser que horas? – Perguntei olhando para Leana que acenava pra mim.

- Vai ser as dez da noite, na garagem de um amigo meu. Eu posso dar o endereço se quiser. – Ele respondeu com serenidade.

- Eu posso ver se vou. Não estou dando certeza...

- Você tem algo pra fazer agora? É que bater um papo é legal também, estou em um bar aqui próximo ao centro de Long Beach. Conhece o Papa Vingador? – Quis saber.

- Sim, conheço. – Passei a mão no cabelo. – mas estou com umas garrafas de Heineken aqui... Vocês podiam vir dar uma passada aqui em casa. 

- Ótimo. – Matt respondeu. – Onde fica?
- Bem próximo à onde você esta. – Dei-lhe o endereço e esperei sua confirmação.

- Ah certo, avise a Le que estamos indo.

- Claro... Avisarei a minha Lea. – Abri um sorriso, e então desliguei. Leana estava quase explodindo em raios de sol quando avisei que eles viriam aqui em casa. Fui ao meu quarto buscar outro suéter, e aproveitei para acordar o anão que estava dormindo no sofá. – acorde Johnny porra.

- Ah... Sai fora James. – Resmungou se revirando no sofá. Duas garrafas de cerveja estavam vazias, ao lado do sofá. Chacoalhei-o novamente.

- Temos visitar, acorda. – Empurrei-o pra fora do sofá, e Johnny como um monte de geleia mole, caiu no chão. Na hora ele ficou de pé; Só assim para acordá-lo, percebeu? – caramba você não tem casa não anão? Olhe, vai chegar um pessoal aqui agora. Se quiser ir lá pro quarto de visitar dormir pode ser.

- Visitar? – Perguntou ouvindo os risos de Leana atrás de mim, que não suportava ver Johnny sonolento sem gargalhar.

- É, os caras da banda que te falei. – Disse Lea.

- Você falou pra ele? – Perguntei virando, para olhá-la. Ela pôs as mãos nos bolsos do jeans.

- Ah, eu conversei bastante com seu anão quando você não estava por perto. – Respondeu. Voltei-me a olhar para Johnny.

- Nada que você não gostasse que eu soubesse. – Johnny sorriu pra mim. – mas enfim, acho que o cara vai trazer os manos dele, e você precisa de mim aqui. Sou seu único mano.

- Eu não preciso de você. – Resmunguei.

- Ah precisa sim. – Johnny recolheu as garrafas vazias do chão. – você sempre precisa.

- Admita Jimmy, você precisa. – Leana disse sentando-se no sofá, como se fosse dona da casa... Eu gostei daquilo.

- Jimmy? – Johnny perguntou da cozinha, seu riso ecoando por todos os cômodos. – caralho que raios de apelido é esse?

- Não alopra não vai Johnny. – Falei ligando a TV para Leana.

- Jimmy. – Johnny repetiu vindo em nossa direção com uma garrafa nova na boca. – por que Jimmy?

- Por nada. – Falei ao mesmo tempo em que Leana disse:

- Jimmy era o apelido que a mãe dele deu quando ele era pequeno.

- Hm eu não ia aloprar. – Disse Johnny sentando entre eu e Leana no sofá, ele sorriu pra nos dois com satisfação. – vamos assistir TV comportadamente crianças.

- Estou olhando para a única criança presente na casa inteira. – Falei encarando-o. Johnny e Leana riram.

           Ficamos assistindo TV, até o segundo em que a campainha tocou. Leana foi abrir o portão automático no controle que se encontrava na cozinha, enquanto Johnny preparava sua recepção: Heineken.

          Escutei as vozes se aproximando, e a medida que isso acontecia, meu estomago rodopiava. Eu sempre fui ótimo em conquistar amigos, por mais que pareça inacreditável, e o Matt queria que eu entrasse para sua banda, sinal de que ele me achava foda. Eu não tinha que me preocupar em agradá-lo ou não se não fosse por Lea... Que queria muito que tentasse ser um bom cara diante deles. E eu queria ser, por ela. Leana atravessou a porta sorrindo e conversando com Valary. Fora a namorada de Matt, estava ele, e mais dois caras ao seu lado.

- Sejam bem vindos. – Assinalei como um bom anfitrião diria.

- Obrigado. – Matt, que eu conhecia de longe, veio em minha direção e apertou minha mão. – Acredito que conheça Val, minha namorada. Estes são meus amigos, Zacky é guitarrista e Matt Wendt é baixista.

          Apertei a mão de cada um deles, voltando-me para beijar o rosto de sua namorada Valary.

- Creio que já conheça Lea. – Indiquei Leana sentada no sofá em um papo eufórico com Val, com um aceno de cabeça. – este é meu amigo, Johnny.

- Prazer cara! – Johnny apertou e deu um meio abraço em cada um deles.

          Nos sentamos no sofá para conversar, Johnny serviu cerveja para todos (e todos bebiam). O que menos falava era Matt Wendt, já Matt Shadows e Zacky, não paravam de falar um segundo. O nome da banda não era mais oficial, desde que trocaram de Successful Failure e Mad Action os repectivos nomes de suas antigas bandas. Nenhuma delas havia dado certo. Zacky falava rapidamente sobre as ideias que tinha para composição de bases e solos, e como ele podia dar conta dos dois em uma unica guitarra. Devo concordar com Lea, no fato que Matt Shadows era um cara legal. Ele nao discordava de minhas palavras, mas seu tom de voz impunha o que ele queria que fizessemos. De uma maneira perturbadora fui atraido pelo estilo MetalCore da banda.

- Vocês tem instrumentos e tudo? – Perguntei olhando Zacky bebericar uma Heineken. Seus cabelos eram negros e cortados, e seus olhos verdes e profundos. Ou eram azuis... Bem, eu não distinguia.

- Geralmente Zacky arruma todo tipo de instrumento que precisamos. – Respondeu Matt Shadows, que estava segurando a mão de Val, quando começou a dizer sobre a proposta de entrar pra banda. Matt Wendt, não falou nada. Passamos a tarde inteira jogando conversa fora e conversando sobre os ensaios. Eu havia realmente gostado de conversar com eles, por que havia anos que eu não me juntava à um grupo que não fosse o meu com Ronnie, e que eu não me sentia tão a vontade. Matt Shadows fazia das coisas algo praticamente fácil. Eu me sentia como se fosse amigo deles à anos, sabendo que agora eu não precisava me importar tanto com o que Matt sentia por Lea.

          Matt Shadows amava Val, e dava para perceber da maneira como ele olhava para ela.

          Quando resolvi ir buscar a chave da sala de instrumentos (onde guardava todos os que tinha) Leana me acompanhou até meu quarto. Ela fechou a porta atrás de si com ar de ansiedade, quando abri a gaveta e procurei pela chave. Eu sabia o que ela queria, ela esperava que eu dissesse o que havia achado dos caras.

- Eles são legais, você tinha razão. – Falei enquanto abri a porta do guarda-roupa e procurava a chaves entre as roupas.

- Ah que bom que você gostou. – Ela disse me abraçando por trás, o calor de sua pele me esquentando rapidamente. Leana parou de sorrir quando notou um trilhão de frascos de remédios atrás de uma pilha de roupas. – pra quê tudo isso? Você disse que não tinha remédios em casa e que...

- Não. – Me surpreendi com meu tom de voz defensivo. – estão todos vazios.

- Você me disse que vazia pouco tempo que ela havia parado de compra-los, por que há tantos vazios? – Disse ela, desenrolando um braço de mim, afastando a mão para próximo dos frascos e ficando nas pontas dos pés para alcançar. – você já tomou todos estes?

- Lea... – Gemi involuntariamente querendo que ela não tocasse naquilo.

- Por que precisa de remédios para dor? Não usam esse tipo de remédio para tratamentos de câncer? – Sua voz tremeu assustada.

- Não exatamente. – Dei um passo pra trás, empurrando-a, e fechando a porta com um estalo forte.

- Pra quê você toma aquilo? – Sua voz tremeu novamente, só que desta vez ameaçadora. – fale logo Jimmy!

- Eu tenho Cardiomegalia! – Minha voz soou mais alta do que pretendia, os olhos de Leana permaneceram sustentando meu olhar por um bom tempo até que ela esboçou uma arfada.

- O que é Cardiomegalia? Exatamente... – Quis saber. Eu não queria parar para conversar sobre aquilo, não com Leana. Eu já tinha problemas demais, divididos com ela, e não queria expandir isto. Mas seu olhar me fez querer contar logo e antecipar esse sofrimento todo.

- Cardiomegalia é tipo... Tipo o crescimento do tamanho do coração em proporções anormais. – Cocei a testa.

- É uma doença. – Deduziu.

- Uma doença que pode produzir insuficiência cardíaca ou qualquer outra cardiopatia associada. E... Geralmente é uma doença de origem congênita, mas não tenho certeza quanto ao meu caso se foi algo adquirido. Faz tempo que não vou ao cardiologista, e só ele diagnostica o tratamento. – Respondi, e quando vi que ela estava prestes a chorar, desejei não ter dito. – não é nada demais.

- É claro que é. – Ela disse com pesar na voz, caminhando até meu guarda roupa. – esta cheio de remédios. Caramba Jimmy você não pode tomar tanta porcaria assim! Já ouviu falar em intoxicação?

- Esta querendo que eu pare de toma-los? – Perguntei.

- Não. Mas você precisa ir logo ao cardiologista... E saber como tratar estes problemas todos. – Ela se virou e vi lágrimas escorrendo por seu rosto, cortando meu coração na metade. – você precisa se cuidar. Já pensou que se acontecer algo a você, estará automaticamente acontece algo a mim?

- Não vai me acontecer nada. – Falei tombando a cabeça pra trás, e olhando o teto. Ela andou até mim, prendendo a mão no meu suéter e dando um soco no meu estomago com a outra; Não doeu, mas foi suficiente para sentir sua raiva. – eu te prometo.

- Não promete porra nenhuma. – Reclamou ela, me abraçando. – cale a boca, por favor.

- Calado. – Assenti, abraçando-a. Tanto faz se eu tinha contado um dos meus maiores problemas, um daqueles que eu nunca havia contado pra ninguém. – eu sinto muito por te envolver tanto assim na minha vida. Não queria te fazer mal algum.

- Não tem importância. – Senti sua respiração tocar minha nuca em uma lufada de ar quente.

- Não tem importância. – Repeti como um eco.

;MATTHEW SHADOWS;

          Zacky estava debruçado sobre o balcão do Papa Vingador seu olhar perdido dentro do copo de Caipirinha. Ele arrancou a rodela de limão da boca do copo cristalino, e enfiou-o dentro da boca sem fazer careta ao morder.

- Eu acho que podíamos fazer uma música com dois refrãos. – Disse ele tirando-me de um transe. Zacky era um ótimo compositor, e nos últimos dias suas notas haviam caído pelo fato dele doar corpo e alma para a banda. – eu tenho até uma ideia para o solo inicial, preste atenção Matt ele pode começar assim...

- Zacky, Zacky. – Abri um largo sorriso, pois seu desempenho todo me fazia bem. – podemos falar disso depois quem sabe?

- Mas cara... – Sua voz suavizou-se. – por que?

- Não quero pegar no teu pé nem nada Zacky, mas acho que precisamos nos focar um pouco nas aulas. Eu vi seu boletim cara, e você vai tomar pau se não prestar atenção. Sei que foi difícil no inicio nós dois arrumarmos o baixista, e tudo o mais. Só que agora temos o James, é só esperar a Lea convencê-lo a entrar pra banda. Temos músicas, instrumentos, temos dom e talento. Você já fez demais e agora é melhor prestarmos atenção. – era um sermão, e parecia chato dizer tudo aquilo a alguém tão bacana quanto Zacky. Mas ele estava ciente de que iria foder com a mente de todo mundo que havia subestimado seu talento nato. Era canhoto, mas aprendeu a tocar o violão do pai, que era para destros. Aprendeu também a tocar de cabeça pra baixo, agora ele estava querendo aprender a tocar com as duas mãos.

- Se eu pudesse explodiria o Huntington Beach High School. – Resmungou com os olhos fechados, então os abriu e virou o copo de caipirinha.

- Eu posso te dar uma força Zacky, não sou lá tão bom... Mas consegui manter as notas na média, e a Val também. – Zacky olhou para todos os lados menos pra mim, ele não era fã de pedir ajuda. – se você quiser, é claro. E depois podemos pegar todas aquelas edições que você tem em casa da Guitar World, e ensaiar suas músicas favoritas.

- Rancid, Bad Religion, Misfits? – Perguntou erguendo uma sobrancelha, seus olhos verdes me estudando.

- Claro. E Guns N Roses, Metallica... – Sorri. Seu sorriso durou um bom tempo, mas logo vi-o desaparecer à medida que ele pensava em suas notas. – sabe o que podíamos fazer agora?

- O quê? – Sua voz era desanimada.

- Ligar para Lea. Conversar com ela e saber se ela falou com o James Sullivan, sem pressionar nem nada. Apenas pra saber. – Zacky voltou a sorrir; Era aquele tipo de pessoa que para fazer feliz não bastava muito. Era humilde, e isso era uma das melhores qualidades de Zachary. – que tal?

- Ótimo! – Disse ele com a voz voltando ao estado de entusiasmo. – você pode contar a ele sobre a música que estamos preparando, com dois solos.

- Vamos com calma. – Instrui. – primeiro, mostrar a proposta central da banda. Metalcore.

- Seja agradável. – Pediu ele como se eu não fosse. – e não fale palavrões.

- Eu sempre falo.

- Não fale. Vai saber qual é a dele. – Ele deu de ombros.

- Não acho que ele também não fale palavrão. – Guinchei nervoso enquanto a linha chamava. – e tá bom Zacky, fique quieto agora.

- Então tá... – Ele se inclinou para ouvir alguma coisa, mas o barulho no bar não ajudava.

- Oi. – Ela atendeu.

- Alô? – Falei ao ouvir a voz de Lea. – Oi Lea, não quero encher o saco... Mas, ia perguntar sobre James Sullivan. Se você já falou com ele...

- Ah, claro que sim! Não falei que daria uma força? – Sua voz encheu o ambiente de felicidade instantaneamente.

- Poxa Lea, muito obrigado. Ele esta por aí? – Perguntei; atirando no escuro.    

- Vou passar pra ele, pode ser? – Perguntou ela.

- Claro, pode ser. – Tampei o bocal do celular, e me inclinei para falar com Zacky. – O James esta com ela, e ele vai atender.

- Faça o humilde favor de apresentar bem as propostas da banda. – Disse Zacky com impaciência.

- Já ouviu o lance: Seja você mesmo e será bem aceito pela sociedade? – Perguntei.

- Não. – Disse ele. – e eu sempre fui eu mesmo, e olha no que deu? Eu não sou aceito pela sociedade.

            Rimos.

- Alô. – Atendeu James Sullivan.

- É o James Sullivan? – Perguntei me sentindo um retardado, por que afinal eu sabia quem era.  

- Sim, e você suponho que seja Matt. – Ele arrastou a voz na resposta, como se já estivesse cansado da conversa. Bem, eu precisava de James na banda, e tentaria ser agradável como Zacky pediu.

- Oi cara, deixa eu te falar... Não sei, mas hoje minha banda vai ensaiar e eu queria que você viesse. Pra conhecer os caras e... Ah sei lá, sabe? – Tentei. Zacky puxou caiu na gargalhada diante do da maneira como eu tentei abordar o assunto. Tampei o bocal novamente, e virei-me para Zacky. – ZACKY CARALHO CALA A BOCA!

- Ah... É. Bem, vai ser que horas? – Perguntou pela primeira vez parecendo interessado.  

- Vai ser as dez da noite, na garagem de um amigo meu. Eu posso dar o endereço se quiser. – Falei, logo lembrando que iria a casa de Zacky, para ensaiar suas musicas favoritas.

- Eu posso ver se vou. Não estou dando certeza... – Disse ele lentamente, como se pedisse desculpas. Soltei um suspiro, querendo que tivesse sido inaudível.

- Você tem algo pra fazer agora? É que bater um papo é legal também, estou em um bar aqui próximo ao centro de Long Beach. Conhece o Papa Vingador? – Tentei outra vez. Eu sabia que pressionar de tal maneira era chato, e insensato. Mas se tinha algo no mundo que fazia parte do meu sangue, era a música. Eu daria tudo por ela. Sabia que não existia nada como tal. E minha banda era tudo que eu tinha para me fazer sorrir neste exato segundo. Eu queria e precisava me apegar a ideia de que James Sullivan aceitaria o convite.

- Sim, conheço. – Respondeu com sua voz meio rouca. Por um segundo imaginei aquela voz no back vocal, de Streets, uma música que compus para a antiga banda que agora Zacky havia a principio melhorado. – mas estou com umas garrafas de Heineken aqui... Vocês podiam vir dar uma passada aqui em casa. 

- Ótimo. – Respondi com alegria. Dando um tapa no ombro de Zacky indicando que estávamos com sorte. – Onde fica?
- Bem próximo à onde você esta. – Ele respondeu e em seguida me deu o endereço de sua casa. Tudo que eu sabia sobre seu bairro era, que era um bom bairro para se morar.  

- Ah certo, avise a Le que estamos indo. – Informei.

- Claro... Avisarei a minha Lea. – Não sei se senti certo... Mas senti uma nota de possessão na maneira como ele retratou minha pequena nova amiga Leana. Eu não liguei por que por mais que aquilo tivesse, de alguma forma, me instigado. Eu gostava de James antes mesmo de conhecê-lo. – Ele quer que passemos na casa dele agora.

            Zacky enxugou as lagrimas de riso no rosto.

- De quê porra você estava rindo até agora? – Perguntei me erguendo.

- Ah meu, você tinha que ver só sua cara... – Disse ele ainda rindo. – sabe, o jeito como você pareceu nervoso.

- Você estava igual quando me convenceu a sair da banda para formamos a nossa. – Tirei algumas notas do bolso, e deixei sobre o balcão. Zacky veio ao meu lado, seu sorriso maior desta vez.

- Eu me lembro.

- Sabe Zacky, quando chegarmos à casa do Sullivan... Você podia ser agradável e não falar palavrões. – Era uma piada, e Zacky quase capotou no chão em meio as risadas. Saímos do Papa Vingador e atravessamos a rua em direção ao ponto de ônibus. – e você também devia comprar um carro.  

- Se você perguntar de cada pessoa que já disse que ele lance de banda não vai pra frente, eu te contaria todas por que não me esqueci de nada Matt. Eu sei cada palavra de desaprovação que meus pais já me disseram, sei quantas vezes me direcionaram à frase: Uma em mil bandas ficará famosa. Mas me ouça cara, vamos ser uma entre mil então. Ninguém pode apontar para nós e dizer se iremos ou não ser bem sucedidos. Eu sei que pode porventura não ser famoso, mas eu quero tocar. Quero fazer música, e tocar o coração das pessoas com isso. Quero que em alguma noite, alguém se deite e antes de dormir coloque-a para escutar e pensar em algo. Eu quero que as pessoas sintam, o que eu sinto, quando componho e toco Matt. E se Deus quiser, teremos sorte nisto.

- Sem sombra de dúvidas Zacky. – Abri um sorriso, quando dei sinal para pegar o ônibus. – sem sombra de duvidas meu irmão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Resolvi fazer uma gracinha e colocar um trecho com o Shad e o Zacky *-* KKK gostaram? ah, e quanto à doença do Rev (Cardiomegalia) eu andei lendo, e ele realmente tinha isso. Tanto que no diagnostico da morte dele tem falando sobre :/
Quem quiser ler, pra ver.

http://www.rollingstone.com/music/news/avenged-sevenfold-drummer-died-of-accidental-overdose-20100609
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cardiomegalia