Let It Burn escrita por Gorski


Capítulo 13
Capítulo 13; Ceder


Notas iniciais do capítulo

DEDICADO:scream_girl (Por que ela tem todo crédito deste post, já que ela me deu idéias para este hoje cedo durante a aula de quimica KKKK) LiilyPereira (até fiz o Jimmy querer conhecer o Shadows, para você não ficar triste *-*)thisiskaren (Logo ele vai conhecer o Syn lindo ♥)juhsevenfold (tentarei fazer com que o Rev não trate a Lea com tanta ignorancia KK) Naty_Meendes (Obrigada mesmo por ler a Fic sua linda)ditte_glabes (Seus comentários são os mais lindos de todos *-*)bashadows (Por que ela esta orgulhosa de mim e ela é uma fofa)

OBRIGADA MESMO POR LEREM, SE NÃO FOSSE VOCÊS EU JÁ TERIA LARGADO ISSO AQUI. TENTAREI NÃO DESAPONTÁ-LAS, E ESCREVER DURANTE A SEMANA TOOOODINHA (:



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;LEANA SILVER;

            Eu estava disposta a ajudar Matt, não só por que ele era namorado da minha mais recente amiga. Mas também por que ele merecia. Jimmy havia sido um pouco teimoso, mas eu sabia que logo ele iria ceder. Peguei a passagem de metro de ida para sua casa, sem questionar. Eu queria muito ter tempo para conversar com ele com mais clareza sobre a ideia da banda. Caminhamos um ao lado do outro, espremidos multidão à dentro e encolhidos dentro dos nossos casacos até o metro e esperamos que o mesmo aparecesse logo. Ele assoprou o hálito doce e quente em suas mãos congeladas.

- Que frio. – Ele disse com raiva. Entramos em um dos primeiros vagões e nos sentamos um ao lado do outro, sem falar nada. Não era difícil conviver com Jimmy, embora geralmente ele se trancasse em sua cabeça e ficasse por ali mesmo. Eu não tinha facilidade para me envolver em um universo paralelo, por isso correspondia a todo tipo de vibração que o mundo estava me dando. Fiquei quieta, algumas vezes batendo o solado do tênis no chão em um ritmo. O som do metro dando largada após parar em algum dos pontos era ensurdecedor. Fechei os olhos e para meu espanto a primeira imagem que me veio à mente foi o rosto de Jimmy.

            Não o rosto dele em qualquer ângulo ou espaço. Era seu rosto tão próximo do meu, que eu quase podia mergulhar em seus olhos azuis. Sua respiração tão perto do meu rosto, que eu podia sentir o fluxo quente que ela causava dentro do meu peito. Seus lábios tão próximos aos meus, que eu sentia o gosto destes. O toque de sua pele em contato com a minha... Seus braços sobre meus ombros... Me... Chacoalhando-me?

            Abri os olhos.

- Ei acorda! – Ele riu gloriosamente, o som me arrepiou. – esta em transe menina?

- Desculpe. – Falei levantando-me para descer na próxima estação. Jimmy olhou em volta e então tomou a liberdade de pegar minha mão quando saímos junto de um fluxo de pessoas com pressa. Caminhamos assim, agora, de mãos dadas pelas ruas até chegarmos à casa dele. Fiquei atenta a tudo que Jimmy costumava fazer, por que eu queria mesmo saber como era a vida dele... De verdade.

            Ele tirou o casaco e pendurou atrás da porta de entrada, e fez um som alto com os sapatos no chão como se estivesse chamando atenção de alguém. Pendurei meu casado também e o segui, depois que deixamos as mochilas no sofá, para a cozinha. Antes que pudéssemos de fato entrar na cozinha uma voz cansada soou de dentro dela.

- James seu danado, tire os sapatos e os deixe na porta. Aposto que esta fazendo uma boa sujeira. – James olhou pra mim e depois correu até a cozinha. Acompanhei seu passo.

- Vó? – Ele perguntou, seus olhos se iluminaram. – puxa vó!

- Vem cá seu chato. – Ela sorriu e então limpou as mãos. Do fogão um cheiro delicioso de massa saturou o ar úmido. Jimmy a abraçou, tirando-a do chão; de forma que nunca fizera com a mãe.

- Nossa vó que cheiro bom. – Ele foi até o fogão. – nhoque!

- Tire essa mão suja dai seu porcalhão. – Ela reclamou, empurrando-o. Sua pele era lisa e pálida, poucas marcas de sol no queixo, os cabelos brancos e bem penteados, os olhos azuis inconfundíveis. – quem é essa bela dama?

- Minha melhor amiga, para todos os casos. – Ele respondeu se recostando na pia, para nos olhar de outro ângulo. – Leana Silver.  

- Mas que melhor amiga linda. – A avó dele disse caminhando até eu, para beijar-me o rosto.

- Obrigada. – Respondi.

- Vão lavar as mãos os dois, andem e venham logo para comer. – Ela incentivou. Jimmy e eu subimos as escadas. Ele entrou em seu quarto e fechou a porta assim que fiz o mesmo. Seus olhos queimaram em meu rosto, eu quase podia ver faíscas.

- Ela é a melhor pessoa que existe. – Ele sussurrou tirando a camisa. Jimmy não é o que se chame de bombado, era magro e tinha a pele lisa e sem pelos. Suas costas eram ainda mais lindas, arqueadas e eu quase podia sentir seu calor de longe. Ele entrou no banheiro, batendo a porta. Fiquei olhando em volta as muitas coisas que em seu quarto havia. Uma estante com CDs, do Metallica, AC/DC, Kiss, Iron Maiden... Dentro de uma gaveta ele guardava um terço.

- Mexer nas coisas dos outros é feio. – Ele disse assim que fechei a gaveta. Virei-me assustada. Jimmy ainda não havia colocado uma camisa, e eu podia ver sua tatuagem na pele me maravilhar, havia molhado o cabelo e estes brilharam com o reflexo da luz no quarto.

- Eu sei disso. Aprendi bons modos onde nasci... – Respondi. Ele veio em minha direção, sua mão tocou a minha que ainda estava na maçaneta da gaveta, e ele a abriu.

- Ganhei isso a muito tempo atrás. – Ele tocou a cruz prateada na corrente derramada dentro da gaveta. – um padre deu a minha mãe e disse que eu merecia ser protegido. Acho que ele deve ter percebo que eu era demoníaco ou algo assim.

            Seu riso durou um segundo.

- Ou talvez você realmente merecesse proteção. – Falei. Ele empurrou a gaveta, e segurou meu pulso. Fazendo-me deixar de dar-lhe as costas e olhá-lo nos olhos.

            Seus longos cílios piscaram, eram tão claros que é como se ele não os tivesse. Quase. Ele passou o outro braço envolta de minha cintura, fazendo-nos ficar tão próximos quanto nossos corpos permitiam. Senti a pele de seu abdômen pressionar-se e contrair-se enquanto ele respirava. Uma gota de água deslizou por seus fios negros e pingou em meu rosto. Sobre meu lábio inferior.

- Isto é meu. – Ele disse olhando para a gota. – tenho que pegar de volta.

- Venha buscar. – Aticei. E enfim quando seu sorriso se desmanchou e ele se inclinou para pegar o que era de fato dele, escutei uma voz no primeiro andar que vez meu peito explodir. Era a mãe dele, só podia ser. – sua mãe?

            Ele me olhou, primeiro frustrado e depois como se pedisse desculpas antecipadamente.

- O que? – Perguntei.

- Promete não se abalar com nada que ela diga? – Ele perguntou saindo de perto de mim, e colocando uma camisa preta e por cima um suéter da mesma cor. – minha mãe tem o dom de ser irritante. Não quero que você se abale.

- Você sabe que sou forte. – Falei sorrindo.

- Não o suficiente. – Ele veio até mim, em um gesto descuidado e fofo, beijou meu rosto. – não o suficiente para sobreviver à ela. Promete não me odiar depois das coisas horríveis que ela pode te dizer?

- Eu já te odeio. – Toquei seu rosto. Ele se inclinou para me olhar de perto, suas mãos tomaram meu rosto.

- Eu sei. Então prometa não me amar. – Seus lábios se contorceram em um meio sorriso.

- Isso é um jogo ao avesso? – Fiquei confusa. Ele sorriu.

- Venha. – Me chamou indo em direção à porta. Segui-o, imaginando que sua mãe deveria de fato ser... Ruim.

            Descemos até o primeiro andar e eu vi sua mãe empurrando nossas mochilas para o chão, sentando-se no sofá e batendo os saltos agulha no chão. Ela desligou o celular e um segundo depois se virou para nos olhar. Seus olhos se chocaram ao esbarrar nos meus.

- Olá, prazer sou Leana. – Falei ao descer as escadas.
- O que ela faz aqui? – Perguntou desaforada. Jimmy a encarou.

- Ela é minha convidada. – Ele respondeu me puxando em direção à cozinha.

- James Owen Sullivan! – Ela pronunciou cada fonema com a voz aguda. – eu permiti que trouxesse visitas? Ainda mais alguém de classe tão baixa... Uma garota de programa? O que ela é?

            Virei o rosto para olhá-la, parando no meio do caminho. GAROTA DE PROGRAMA? FOI ISSO QUE OUVI?

- O que foi que você disse? – Perguntei. James voltou e parou atrás de mim, suas mãos segurando meus braços.

- Senhora. – Corrigiu ela. – pra você é Senhora Sullivan.

- E pra você, é Leana Silver. – Minha voz enfurecida subiu alguns tons. – quem acha que é? Só por que tem dinheiro não quer dizer que é melhor do que eu ou alguém da minha família! Acha que só por que sou um rostinho bonito, saio dando por aí?

- Duvido que suas condições financeiras sejam favoráveis, olhando para as roupas que vestes. – Ela ergueu as unhas. – além de é claro você não ser um rostinho bonito, querida. Para ser prostituta, não existe isto de ser bonita ou feia. Homens que procuram este tipo de mulher... Estão interessados apenas em prazer.

- Quer mesmo que eu diga minhas condições financeiras? – Andei um passo em direção dela. Meus neurônios queimando. – e você esta me dizendo, que seu filho é o tipo de homem que dorme com mulheres feias para buscar prazer?

- James sempre foi apaixonado pelo prazer. Quanto mais fácil pra ele, melhor... Se a coisa é difícil, instiga seus sentidos e ele deseja ainda mais. Só que como todo prazer acaba, ele ignora depois de ter o que quer. – Ela respondeu. Eu nunca havia ouvido tanta merda em toda minha vida. Dei outro passo, me preparando para voar nos cabelos loiros dela quando as mãos de Jimmy se prenderam com força a minha volta.

- Por favor, não... Ignore-a. Por favor, Lea. Por favor. – Ele sussurrou em meu ouvido. De repente eu esqueci toda a raiva, toda a vontade de atirar na testa daquela mulher, tudo sobre aquela conversa, e me senti calma com a presença de Jimmy. Ele segurou-me pela cintura, e me conduziu até a cozinha.

- Vamos mamãe. – A mãe de James disse, e a avó dele sorriu envergonhada para nós antes de sair da cozinha e ir com a filha para sei lá onde quer que elas iam.

- Desculpe. – Ele disse quando estávamos sozinhos na cozinha, comendo o nhoque que a avó de Jimmy havia feito. Fiquei em silencio, constrangida pelo tanto que coisas que a mãe dele havia me chamado e as coisas perversas que ela havia dito. – ela é louca eu acho. Por favor, esqueça o que aconteceu aqui?

- Tudo bem. – Falei sem animo e ao mesmo tempo a porta da frente bateu. Olhamos ao mesmo tempo.

- Caralho, você precisa mesmo trancar essa porra de porta? – Alguém disse antes de nos ver. – James cara eu trouxe umas cerveja e a canja que te falei.

            Quando ele apareceu, ficamos olhando. Eu o vira hoje no colégio, de relance uma única vez. Ele era baixo e seu sorriso convidativo, os cabelos eram loiros em um moicano lindo. Ele coçou o nariz, onde havia um piercing. Ele tirou o óculos escuros e deixou as sacolas em cima da mesa, onde eu e Jimmy almoçávamos.

- Puxa vida, eu não sabia que você tinha visita e tal. – Ele disse olhando para nós dois.

- Tudo bem anão. Bem, essa é Leana. – Disse Jimmy um pouco assustado com a situação. Abri um sorriso. – Lea, esse é meu anão favorito Jonathan. Ou simplesmente Johnny.  

- Oi Lea. – Disse Johnny cheio de intimidade, fazendo-me abrir ainda mais o sorriso. – prazer.

- Prazer... – Assenti. Johnny sorriu de volta, e pelo canto do olho vi que Jimmy nos encarava.

- Coloque as cervejas na geladeira. – Disse Jimmy. Johnny colocou duas garrafas sobre a mesa e levou o restante para o congelador. Como se fosse da casa. – você trouxe mesmo a canja.

- Sim cara, eu disse que você se sentiria melhor tomando isso. – Johnny respondeu e então se virou para me olhar. – sou amigo do seu primo Ronnie.

- Ah... – Parei para pensar se eu já tinha visto Johnny antes. Jimmy fez uma careta.

- Eu era pelo menos, antes do gigante aí brigar com ele. – Johnny apontou o nariz para James. – eu não consigo desgrudar desse gigante.

- Infelizmente. – Jimmy disse e sorriu. Levantou-se e levou o prato sujo para a pia, então abriu o pote com a canja em cima da pia. Rapidamente o cheiro de frango cozido se estendeu pela cozinha. – hm que cheiro bom.

- Cara você pode ir buscar meus jogos? – Johnny disse abrindo a Heineken. – eu quero jogar em casa.

- Ah poxa, é mesmo estou com os jogos faz tempo. – Jimmy deixou a canja na pia e se virou para nos olhar. – já volto.

- Esse cara tá realmente mudando. – Johnny disse e após isso bebeu um gole.

- Como assim? – Perguntei.

- Caramba, ele nunca foi assim. Sei lá. – Johnny deu de ombros.

- Isso é ruim? – Perguntei com o coração batendo depressa. Johnny sorriu todo gracioso.

- Claro que não. É um tipo de mudança boa, acho que você faz bem a ele. – Comentou, fazendo-me suspirar.

            Ficamos em silencio até que Jimmy voltasse.

- Aqui. – Ele entregou os jogos para Johnny. – anão, dá pra você ir comprar cigarro pra mim?

- Claro irmão. – Jimmy tirou umas notas enroladas do bolso e deu à Johnny. – compre os de menta, compre pra você também.

            Johnny saiu e ficamos nos encarando.

- Sobre o que falaram. – Quis saber.

- Sobre você especificamente. – Respondi e me levantei para por o prato dentro da pia. – mas enfim...

- Eu estava pensando... – Começou lentamente. – talvez eu possa ser legal pra você.

- O que quer dizer com isto? – Perguntei virando-me para olhá-lo.

- Sabe, ir conhecer o tal do Matt. – Jimmy deu de ombro. Meus olhos brilharam.

- Sério!?

- Sim. Isso te deixaria feliz? – Ele sorriu.

- Claro! – Abri um sorriso pra ele também, correndo até ele e pulando em seus braços. O abracei. – ah Jimmy.

- Não estou dizendo que vou sair da minha banda. Só estou dizendo que... Bem, eu vou ir lá ver os caras e tudo o mais. – Ele abraçou-me.

- OK. Promete pelo menos tentar? O Matt é tão legal.

- Aposto que seja... Sabe até do que mais? Sinto que seremos melhores amigos, do tipo que faz pacto de sangue e tudo o mais. – Era ironia. Mal sabíamos que a ironia se tornaria algo verdadeiro.

            Jimmy se afastou para sorrir pra mim, de um jeito lindo e intimidador. Eu amava aquele sorriso.


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Notas finais do capítulo

Sou apaixonada pelo Jojo -Q