The Sound Of 2 Hearts escrita por Mariia_T


Capítulo 9
O9.


Notas iniciais do capítulo

FELIZ PÁSCOA, AMOORES õ/



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- Miranda

     Acordei com Norah me balançando. Eram sete horas da manhã! Como alguém te acorda às sete da manhã de uma quarta-feira nas férias? 

     - Fale, Norah.

     - Como foi ontem?

     - Você me acordou só para saber como foi ontem? Não posso te responder isso quando forem dez horas da manhã? – Perguntei.

     - É que eu vou viajar daqui a pouco. Queria ouvir isso pessoalmente. – Ela baixou a voz.

     Peso na consciência.

     - Ah. Bom... – Falei, me sentando. – Foi legal, os pais do Justin são legais. A Pattie é um amor. E Jeremy é... um pai como qualquer outro.

     - E você e Justin... Vocês se... Beijaram?

     - Sim. – Falei, meio sem graça.

     Norah soltou um gritinho.

     - Estou tão feliz por você! Mas... Você está feliz?

     - Estou, claro.

     - E vocês vão... Namorar?

     - Vou esperar que ele peça, não quero ser chata ou ficar forçando ele a fazer algo que ele não queira. – Falei. – E você? Vai viajar para aonde?

     - Vai ter uma feira de livros em Amsterdã. Vou ver os lançamentos, as novidades e ver o que podemos trazer para cá. – Falou ela.

     - Você está animada?

     - Pergunta besta essa sua, hein?

     - Que horas você vai?

     - Agora. – Falou ela, olhando o relógio.

     - Já?

     - Me leva até a porta? – Perguntou ela, se levantando.

     Levei Norah até a porta. Um táxi a esperava. Fechei a porta e olhei a casa vazia. Meus pais já haviam ido trabalhar, Sam estava de folga e eu ia ficar fazendo nada com ninguém. Tinha a casa só para mim e não sabia o que fazer.

     Voltei para meu quarto, deitei na minha cama e liguei a tevê. Fechei os olhos por um bom tempo. O barulho da porta do meu quarto fechando me despertou. Levantei a cabeça e olhei; não tinha nada. De repente um barulho de algo se arrastando no chão ao pé da cama me fez me encolher mais e mais debaixo de meu cobertor. Depois o barulho foi vindo pela lateral esquerda da cama, e eu já estava deitada bem na lateral direita, quase caindo.

     - AAAAAAAAAAAAAH! – Alguém gritou e pulou na cama.

     Soltei um grito alto, tão alto que machucou meus próprios ouvidos. Olhei para a coisa deitada ao meu lado. A raiva tomou o lugar do medo.

     - Justin! – Gritei, furiosa.

     - Oi! – Disse ele, entre uma gargalhada e outra.

     - O que você queria? Me provocar um infarto? – Perguntei, ainda furiosa.

     - Você tinha que ver sua cara! – Falou ele, ainda rindo.

     Empurrei-o até que caísse no chão. Ele continuava rindo. Levantei e fui para o banheiro, certa de que lá não poderia reduzir Justin a pó. Aproveitei estar no banheiro e escovei os dentes, lavar o rosto... Essas coisas básicas. Voltei para a cama. Justin estava deitado, reprimindo uma risada.

     - Vamos fazer o seguinte: se você continuar rindo, eu juro que vamos brincar de médico e você será o paciente! – Falei, me cobrindo e deitando de costas para ele.

     - Hm, adoro brincar de médico. Mas depois é a minha vez. – Falou ele, colocando o braço sobre minha cintura. Dei uns tapinhas nele.

     Sentei e encarei ele.

     - Você é ainda mais linda pela manhã. – Falou ele.

     Não resisti e dei um sorrisinho. Ele me abraçou e me puxou para mais perto dele.

     - Bom dia. – Ele sussurrou em meu ouvido, me provocando arrepios. Justin percebeu isso e riu de mim.

      - Bom dia. – Falei. Aproximei minha boca junto à dele, cheguei bem perto de encostar meus lábios nos dele. Justin fechou os olhos, mas eu me afastei e ele foi um pouco para frente, tentando me alcançar. Eu ri. Vingança é algo que se come frio.

     - Ei, não é justo! – Protestou ele.

     - O mundo não é justo, fofo.

     - Ah, eu sou fofo, é? – Perguntou ele, arqueando uma sobrancelha.

     - Eu te dou a preciosa informação de que o mundo não é justo e você só escuta o “fofo”?

     - Certo. O mundo não é justo, então eu vou fazer justiça. – Falou ele e logo em seguida me puxou para um beijo. Eu nunca me cansaria de beijar Justin. Ele trançou os dedos em meu cabelo e puxou uma de minhas pernas de modo que eu ficasse sentada em seu colo. Apertei meu corpo contra o dele. A mão que puxou minha perna foi subindo lentamente pela minha panturrilha e coxa até chegar de volta à minha cintura. Quando nos separamos, estávamos ofegantes, Justin sorria feito um retardado.

     - Jus?

     - Sim?

     - Estamos... Namorando? – Perguntei, com cautela.

     - Hm... – Ele pareceu pensar. – Miranda Stephen, você aceita namorar comigo?

     Mordi o lábio inferior, sorrindo.

     - Aceito. – Falei.

     - Ótimo.

     Começamos outro beijo. Como eu disse, nunca me cansaria de beijar ele.

     Depois de pedidos e beijos, eu me deitei e ele deitou ao meu lado, me abraçando.

     - Que horas são agora? – Perguntei. – Olha para mim, já que você está de frente para o relógio. – Pedi.

     - São exatamente oito e meia. Porque você é tão vidrada em horas? – Ele perguntou.

     - Porque você sempre chega mais cedo do que o necessário. – Falei.

     - Não pode simplesmente pensar que eu venho mais cedo só para ter mais tempo com você?

     - Não, Jus. Não posso simplesmente acreditar que você realmente quer mais tempo comigo. – Confessei.

     - Pois eu quero, sim, passar mais tempo com você e pretendo fazer isso sempre que tiver hora livre. – Ele falou.

     - É uma promessa meio difícil de cumprir. Essas horas são para você fazer o que você quiser e ser feliz.

     - Mirandinha, que tolinha. Quando eu fico com você, eu sou a pessoa mais feliz do mundo. “When u smile, I smile. Oh Oah yeah”. – Ele cantarolou para mim. Sorri feito uma boba.

     - Ah, não faz assim! Eu fico toda besta! – Falei, colocando as mãos no rosto.

     Ele riu da minha reação e me fitou. Eu teria ficado ali, olhando ele e sua perfeição a manhã toda, mas minha barriga roncou. Graças a Deus ele nem pareceu notar.

     - Está com fome? – Perguntei.

     - Não.

     - Pois eu estou. – Falei, me levantando e indo em direção à porta, ele me seguiu.

     Peguei o cereal, uma tigela e um pouco de leite. Fritei um ovo com presunto e me sentei para comer.

     - Você sabe cozinhar... Que garota prendada. – Justin brincou.

     - Não sei cozinhar muita coisa, mas eu me viro. – Falei, tentando não me gabar.

     Justin me fitou.

     - Que foi? – Perguntei.

     - Você é incrível. – Falou ele, olhando em meus olhos.

     Eu ri, além de ter corado. Notei que Justin desviava olhar, sempre de meu rosto para meu corpo. De repente me toquei de que ainda estava com meu pijama: uma blusa de flanela e um short de seda.

     - Ahn... Vou me trocar. – Falei, muito sem graça.

     - Ok. – Falou ele, rindo fraco.

     Subi correndo a escada e me tranquei em meu quarto. Olhei em volta, sorrindo feito uma idiota. Eu ainda não acreditava que tudo isso tinha acontecido, não acreditava que ele gostava de mim tanto quanto eu gostava dele. Como eu sabia disso? Os olhos dele, tão sinceros e puros... Não denunciavam nenhum traço de mentira.

     Peguei um jeans, uma blusa qualquer e calcei o primeiro tênis que achei no sapateiro do closet. Meu celular tocou. Era meu pai.

     - Oi filhota! Você pode fazer um favor para mim?

     - Oi pai. O que você quer?

     - Vai ao meu escritório e pega uma pasta amarela, quero que você me passe uns números que tem nela. – Ele pediu.

     Desci e fui para o escritório. Peguei a pasta que ele descrevera. Caíram alguns papéis da mesa, mas só me preocupei em pegar os números que ele me pediu.

     - Certo, filhota, obrigado. – Falou ele.

     - De nada.

     Ele desligou. Abaixei-me para pegar as folhas que caíram e meu coração falhou ao ver o título impresso em uma das várias folhas. Era minha certidão de adoção e ela já tinha alterações; como por exemplo: adoção anulada. Tentei processar a informação. O silêncio da sala gritava em meus ouvidos. De repente um par de mãos me encostou. Eu levantei, num pulo.

     - Ah, Justin! Nunca mais faça isso! – Falei, recuperando o fôlego.

     - Desculpe. Você está bem? Parece que viu um fantasma...

     Entreguei a folha para ele e desabei na cadeira acolchoada de meu pai.

     - Como assim, anulada? – Perguntou ele.

     - Não sei, Jus. Acho que isso é só um rascunho, o processo ainda não foi concluído...

     - Processo?

     - Problemas com os papéis da adoção.

     - Isso já tem algum tempo? – Ele quis saber.

     - Começou esses dias... Isso está me incomodando. – Falei.

     - E por que não me contou?

     - Você já ouviu demais meus problemas, Beebs. Não queria te incomodar com isso...

     - Você nunca me incomoda, ok? Eu sempre estarei aqui para o que der e vier. Sempre. – Falou ele, me puxando para um abraço.

     Aquilo era definitivo; Justin era meu porto seguro, meu único ponto fixo no meu mundo inconstante. Enterrei o rosto em seu peito. Ele me abraçou mais forte ainda.

     - Bieber! – Alguém gritou.

     - Vem. – Falou ele, puxando minha mão.

     Ele me mandou sentar na cadeira dele, na sala de gravação. O dia passou voando. Enquanto Justin gravava, ensaiava e dançava, eu conversava com Chris. Eu adorava aquele menino fofo.

     - Meus pais vão dar um almoço no sábado, você quer ir? Você pode levar seus pais. Todos nossos pais vão. – Chris me convidou. Achei aquilo legal; os pais dos amigos serem amigos.

     - Claro. Vai ser na sua casa?

     - Vai.

     - Está marcado. – Falei, apertando a mão dele. Chris era um fofo.

     Ele me deu um beijo no rosto e foi embora, aliás, todos estavam indo embora. Só Justin era quem estava enrolando no meu quarto, atrasando o Scooter. Eu estava mais amiga de Scooter, depois de passar o dia com ele e com a equipe, nós conversamos um pouco.

     - Miranda, pode ir lá chama-lo? – Scoot me pediu.

     - Claro.

     Subi e bati na porta do meu quarto.

     - Sim?

     - Jus, sou eu.

     A porta foi aberta. Eu entrei.

     - Já estou indo! – Gritou ele, antes de fechar a porta.

     - O que você faz que demora...

     Fui interrompida por Justin, que jogou seu corpo contra o meu e me empurrou até a parede. Depois me beijou. Ele dava leves mordidas em meu lábio inferior, o que fazia com que eu entrelaçasse mais e mais meus dedos em seu cabelo. Parecia que ele ia me devorar, como se eu fosse virar fumaça e sumir dele. Quando nos afastamos, parecia que eu tinha prendido a respiração por horas.

     - Pra quê tudo isso, Jus? – Perguntei.

     - Eu adoro beijar essa boca. – Falou ele, me dando um selinho. Eu ainda estava colada na parede. - É... Como se diz... Viciante.

     Eu ri e empurrei-o de leve, só para ele se descolar de mim.

     - Você tem que ir, Jus.

     - Só se você vier no jantar que a Katy vai dar. – Ele pediu.

     Fitei-o. Aquilo era golpe baixo.

     - Não...

     - Por favor? – Ele pediu daquele jeito que eu não resistia.

     - Foi um erro ter dito que não resistia quando você falava desse jeito. – Falei, suspirando.

     - Se isso serve de consolo; quando você sorri, faz tudo valer a pena. Eu faria qualquer coisa que a dona desse sorriso me pedisse. – Ele falou, com uma voz derretida.

     Eu sorri um sorriso bobo. Odiava o jeito como minhas pernas viravam gelatina quando ele falava daquele jeito. Justin me deu um beijo suave e macio.

     - Se arrume em dez minutos, te espero lá embaixo. – Falou ele, saindo do quarto.

     Suspirei. “Como é possível existir um garoto capaz de te fazer esquecer seu próprio nome?”, pensei, enquanto pegava um vestido curto preto. Passei uma maquiagem meio nude e coloquei uma sandália gladiadora preta. Liguei para minha mãe, avisando que ia sair e desci.

     Justin estava sentado no sofá, zapeando pela TV. Ele me notou na porta da sala e se levantou rapidamente.

     - Uau. – Falou ele, me olhando de baixo a cima. – Minha namorada é tão linda.

     Ele sorriu e eu me lembrei de que estávamos namorando... Isso não é algo que se esqueça, mas, bem, ele me fazia esquecer meu próprio nome, não é?

     - Vamos? – Falou Scoot, entrando em casa. Quando me viu, ele parou. – Uau. Mirandinha do céu, você está... Uau.

     Eu sorri, pude sentir minhas bochechas queimarem.

     - Bom, vamos? A Katy já ligou umas cinco vezes. – Scoot nos apressou.

     Entramos no carro e fomos. Katy morava em L.A., mas a mansão que ela alugara era tão a cara dela que achei que ele tinha se mudado para Atlanta. Era uma mansão pintada com um tom fraco de bege, tinha várias flores colorindo o jardim e um anjinho cuspia água no centro de uma fonte. Havia uma fila de carros, cada carro parando na frente da porta principal da mansão. Enfim o nosso carro parou na porta. Saímos e passamos pelo corredor de fotógrafos. Apenas caminhei ao lado de Justin, sem o menor contato físico com ele.

     - Onde está Victoria, Bieber? – Um dos fotógrafos perguntou.

     Aquela pergunta despertou meu interesse, mas Justin não respondeu.     

     Enfim entramos na mansão. Katy estava perto da porta, cumprimentando os convidados.

     - Justin! – Gritou ela ao nos ver. Deu um abraço nele. – Miranda! – Ela me deu um abraço. – Como você está?

     - Estou bem, obrigada.

     - Que bom. Fiquem à vontade. – Disse ela e depois gritou um caloroso “oi” para Scooter.

     Olhei em volta. Muita gente rindo e se divertindo. Katy sabia como dar uma festa.

     - Quer alguma coisa? – Justin me perguntou.

     - Agora não... Ah, meu Deus! Aquele é o Sean Kingston? – Quase gritei. – Me apresenta ele? Por favor, por favor, por favor! Por favorzinho. – Pedi, parecendo uma criança.

     - Quem diria não à uma garota linda imitando voz de criança? – Ele falou e eu ri.

     Nem precisamos ir até ele, pois Sean Kingston veio até nós.

     - E aí, J-Beebs! – Falou ele, batendo na mão de Justin. – E quem é a gata?

     - É a Miranda. – Justin me apresentou.

     Sean deu um beijo em meu rosto. Tentei não gritar.

     - Muito prazer. – Falei, sorrindo.

     - Acredite, o prazer é todo meu. – Ele falou e piscou para mim.

     Ri feito uma boba.

     - Vou te apresentar umas pessoas. Acho que Justin ainda não fez isso, porque quando você entrou ninguém sabia quem era você... Aparentemente só Katy sabe quem você é. – Ele falou e começou a me puxar para seu círculo de amigos, olhei para Justin, que revirou os olhos rindo e nos seguiu.

     As pessoas do grupo me olharam, tinham duas garotas e dois caras.

     - Essa é a Jasmine. Nicki Minaj. Esse é o B.o.B e o Bruno Mars. Gente, essa é a Miranda.

     Fiz a relação das garotas: Jasmine era a de cachinhos e Nicki era a de cabelo liso e sorriso estranho. Sorri e cumprimentei todos eles.

     - Justin! – Jasmine pulou em seu pescoço.

     - Ih, ela vai começar... – Nicki falou. Olhei para a garota de cachinhos sufocando meu namorado de tanto abraço.

     - Vai começar com o que? – Perguntei, inocente.

     - Ela vai começar a dar em cima dele, ela gruda que nem chiclete. – Nicki falou.

     Olhei mais uma vez. Tentando entender aquela cena. Ela ria e ria sem que Justin falasse nada.

     - Justin, acabei de voltar de Bahamas! Olha a marquinha do biquíni. – Ela exagerou um pouco ao puxar a gola do vestido que usava.

     - É... Marquinha de biquíni... Legal. – Falou ele, revirando os olhos.

     - Sean, onde tem bebidas? – Perguntei.

     - Tem um bar montado perto da mesa de aperitivos. – Ele me mostrou.

     - Obrigada. Já volto. – Falei.

     Andei um pouco rápido demais. Estava louca para sair dali. Pedi um coquetel sem álcool, lembrando-me do que Norah me pediu da última vez que fui a uma festa; nada de bebida alcoólica.

     - Licença. Posso me sentar aqui, ao seu lado? – Uma voz masculina falou comigo, virei o rosto automaticamente.

     - Claro. – Falei, pasma.

     - Sou Jason Dolley. E você, quem é? – Jason Dolley quis saber.

     - Miranda Stephen, muito prazer. – Falei, sorrindo.

     - Vejo que somos duas pessoas solitárias aqui.

     - É. Meu namorado está ocupado, se entretendo com gente conhecida. – Falei.

     - Minha namorada também. Está vendo aquela de verde ali, falando com duas pessoas e dando a risada mais linda do mundo? – Ele apontou. O amor na voz dele me surpreendeu.

     - Estou. Nossa, ela é linda. – Falei.

     - Eu sei. E quem é seu namorado?

     - Está vendo aquele ali, de jaqueta preta e blusa branca, com algumas correntes no pescoço e uma garota também em seu pescoço? – Mostrei, sem a menor vontade.

     Ele riu.

     - Você namora Justin Bieber?

     - Sim, namoro. – Falei.

     - E está com ciúmes dele também. – Perguntou ele.

     - Não! Não estou com ciúmes dele. – Falei rapidamente.

     Ele riu.

     - Talvez eu esteja com um pouquinho. – Admiti.

     - Isso é bom. Um pouco de ciúmes é bom, mas sem exageros é a dose certa. – Falou ele. – Ih, olha quem está me procurando! Já vou. Prazer te conhecer, Miranda.

     - O prazer foi meu. Ah, Jason, será que você podia...

     - Não contar a ninguém sobre o namoro de vocês e o fato de você estar com ciúmes? Claro!

     Ele se virou e saiu de encontro com sua namorada. Suspirei e voltei minha atenção para o meu coquetel, que, aliás, estava uma delícia.

     Vi uma porta que dava para um jardim, nos fundos da mansão. Peguei meu coquetel e fui para lá.

     Aspirei o doce aroma que emanava das roseiras que decoravam todo o lugar. Havia rosas de todas as cores possíveis. Fiquei maravilhada com o lugar. Sentei em um banco que estava ao lado de uma mesinha cheia de velas – apenas um punhado das várias que iluminavam o lugar. Fiquei surpresa ao notar que eu era a única pessoa ali.

     Justin irrompeu pela porta e colocou as mãos no rosto, depois olhou em volta; parecia procurar algo. Ele me viu e sorriu, parecendo aliviado.

     - Procurei você por toda parte. – Falou ele.

     - Descobri esse lugar. É lindo. – Falei.

     - Só é lindo porque você esta aqui.

     Sorri, sem graça. Um vento soprou em meus cabelos, me provocando um arrepio.

     - Está com frio? –Perguntou ele.

     - Ah, não, foi só o...

    Mas ele já tinha tirado a jaqueta e me deu, ficando apenas com uma blusa branca de manga comprida. Vesti, aspirando o perfume dele na roupa. Ele me puxou para dentro de seu abraço e me deu um rápido beijo. Ficamos daquele jeito por intermináveis minutos. Era tão bom estar com Justin. Era como se nada mais importasse, apenas ficar dentro daquele laço, bem junta a ele.

     - Estou com fome, e você? – Ele me perguntou.

     - Estou.

     Ele se levantou, me puxando junto. Terminei meu coquetel enquanto íamos para a mesa das comidas.

     Justin pegou um prato e se serviu de um pouco de tudo.

     - Que fome. – Falei.

     - Gosto de comer, tá legal? – Ele rebateu.

     - Desculpa.

     Sentamos em uma mesa vaga e comemos.

     - Jus, de onde você conhece a Jasmine? – Perguntei.

     Ele engasgou.

     - Por que quer saber isso?

     - Fiquei curiosa. Ela parecia ser tão íntima de você. – Comentei.

     - Não ligue para isso, certo?

     Fechei a cara. Por que era tão difícil fazê-lo falar sobre si?

     - Justin! – Usher apareceu, acompanhado de Ryan, Chaz e Lizzie, que me abriu um enorme sorriso.

     - Usher, por que chegou tão tarde? – Justin perguntou após Usher ter dado um abraço nele.

      - Besteira! A nossa festa ainda vai começar. Miranda! – Ele me deu um beijo na bochecha.

     - Oi, Usher. – Falei, sem jeito.

     - Bom, vou falar com os chegados. E, Justin, sem showzinho hoje, por favor. – Ele falou e saiu.

     Lizzie sentou ao meu lado e então fizemos contato visual. Eu conhecia Lizzie o suficiente para saber que ela tinha algo a contar. Éramos amigas desde meus oito anos de idade.

     - Ahn... Vou ao banheiro, vem comigo, Lizzie?

     - Claro.

     Entramos num cômodo qualquer. Os olhos dela brilhavam.

     - O que foi menina? – Perguntei.

     - Chaz e eu estamos namorando!

     - Sério? Ah, estou tão feliz por você. – Falei, abraçando-a.

     - Eu também estou feliz por mim. Mas, e você e Justin?

     Corei automaticamente. Por onde eu devia começar? Pelo beijo no estúdio? Pelo jantar com os pais dele? Ou o beijo e o pedido em meu quarto...

     - Estamos... Bem. – Falei.

     - Só? – Falou ela, desapontada.

     - E estamos... – Abri um sorriso, corando novamente.

     - Namorando? – Ela começou a gritar sem nem ao menos esperar minha resposta. Acho que estava muito evidente.

     Rimos mais um pouquinho e depois voltamos para o salão. O número de pessoas estava visivelmente reduzido. Das não-sei-quantas pessoas que antes estavam na festa, agora só tinha, no máximo vinte pessoas.

    - Onde está o resto das pessoas? – Perguntei a qualquer um dos garotos na mesa.

     - Foram embora. – Ryan falou.

     - Assim, do nada? – Lizzie perguntou, sentando-se ao lado de Chaz.

     - A nossa festa começa agora. – Justin falou. – É uma espécie de festa à parte.

     - A festa maior acabou. Agora fazemos nossa farra, só com os amigos mais próximos. – Chaz falou.

     Justin apoiou o antebraço no encosto da minha cadeira e, com a mão, afagou minha nuca. Estremeci ao sentir seu toque.

     - Está bem? Quer ir para casa? – Ele perguntou imediatamente.

     - Não, estou bem. – Disse apenas isso. Não queria dizer como eu ficava totalmente ciente quando ele me tocava.

     - Oi, amores! Vamos para a sala de estar, lá dá para ficarmos mais reunidos. – Falou Katy, se aproximando da mesa.

      Justin foi o primeiro a levantar. Passou o braço pela cintura de Katy, que fez o mesmo nele e andaram mais longe do grupo que se dirigia à sala de estar.

      Ao entrar na sala, reconheci alguns rostos famosos: Kesha, Sean Kingston, Taylor Swift, Miley Cyrus, Kid Cudi, Snoop Dogg e mais alguns que não reconheci.

     Havia um alvoroço de gente na frente da TV. Pelo que eu ouvi Ryan e Chaz comentando, havia ali um videogame de última geração que dava para jogar com um bom número de jogadores. Acho que o nome era Kinect. O jogo era de dança – pelo menos não era de canto; não haveria nada de novo em um bando de cantores cantando em um karaokê. Primeiro iam dançar o Usher e o Justin. Sentei no único sofá vazio e assisti ao show.

     - Oi. – Katy sentou-se ao meu lado, e me entregou um dos dois cupcakes que tinha nas mãos.

     - Ah, oi. A festa foi muito boa.

     - Obrigada. Justin me disse que vocês estão namorando.

     - É. – Falei, corando.

     - E então? Como é namorar Justin Drew Bieber?

     - Não sei como é namorar Justin Drew Bieber. Quer dizer... Ele não fala muito de si mesmo. E eu não quero descobrir como meu namorado é por meio de entrevistas na TV. – Desabafei.

     - Justin é assim mesmo. Mas uma hora ele se abre, você vai ver. E quando ele o fizer você verá que ele é um garoto ainda mais incrível do que superficialmente. – Falou ela.

     Olhei para o lindo garoto de olhos castanhos que mantinha um enorme sorriso no rosto enquanto fazia seus passos de dança.

     - Ele gosta muito de você. – Katy falou. – E você não sabe o bem que faz a ele estar com você.

     Sorri meio abobada. Olhei para ela que mantinha um sorriso sincero estampado no rosto. Percebi o quanto podia confiar nela, como uma amiga de verdade. Katy olhou para frente e riu. Olhei também e vi um Justin comemorando a vitória. Já era a terceira vitória consecutiva dele. Assisti Justin ganhar de todos ali presentes, menos...

     - Miranda, sua vez! – Justin me chamou.

     Fiz que não com a cabeça, mas Sean me carregou até eu ficar ao lado de Justin. Fuzilei meu namorado com os olhos. Ele só riu. “Vai ter volta”, pensei.

     - Vou colocar uma música bem fácil. – Falou ele, mexendo no arquivo de músicas. Eu ri quando ele selecionou Eenie Meenie.

     Lembrei-me de quando eu dancei OMG no estúdio. Justin não tirou os olhos de mim. Tive uma ideia.

     - Dê adeus à vitória. – Provoquei.

     - Não tão cedo.

     Sorri em resposta. A música começou. Deixei Justin dar o showzinho dele. Quando a batida da música começou a ficar mais agitada, apenas deixei meu corpo segui-la. A ideia não era dançar melhor que Justin, porque eu não conseguiria mesmo fazê-lo, a ideia era fazer ele não dançar. O segredo era mexer o quadril e arriscar um passo aqui e ali. E, por mais incrível que possa parecer, estava dando certo. Justin me olhava demais, parecia não conseguir se concentrar. Quando a música acabou, meu avatar apareceu na TV, comemorando a vitória.  Justin pareceu sair de um transe.

     - Não vale! Sabe que eu não resisto a você... – Falou ele, derretendo a voz.

     - Eu acho que ela dançou muito bem! – Usher falou e foi apoiado por Sean e Katy.

     Justin riu e concordou. Dei um pulinho de alegria. Mandei um beijo para ele e me virei para sentar de volta do no sofá, mas Justin me puxou e me deu um beijo. Todos gritaram aquele “Ahn” prolongado que tanto me irritava. Ele se afastou de mim, sorrindo enquanto eu ofegava. Senti minhas bochechas ferverem. Enterrei o rosto em seu peito, rindo como uma criança travessa. Ele me abraçou e nos conduziu de volta para o sofá.

     - Você não resiste a mim, foi isso o que eu entendi? – Perguntei, presunçosa.

     - Claro que não! Já falei o quanto você é maravilhosa?

     - Já, mas repete. Eu adoro ouvir o quanto eu sou maravilhosa.

     Ele riu.

     - Você é maravilhosa. – Ele disse e eu dei um selinho nele.

     - Você que é. – Falei, encerrando a discussão sobre quem-é-o-quê.

     Encostei-me à ele e assisti todos jogarem e se divertirem. Justin me abraçou. Pronto, minha noite estava completa. Katy piscou para mim e eu ri internamente.

     A festa acabou lá pelas três da manhã, eu estava cansada, mas estava energizada.

     - Gostei muito da nossa noite. – Justin falou, atento à estrada.

     - Gostei de ter ganhado de você. – Falei.

     Ele riu. Virou à direita, passando pela entrada de pedra coberta por trepadeiras e estacionou perto da porta principal. Ele me fitou.

     - Quando falei que você era maravilhosa, eu não estava mentindo. – Falou ele, com um sorrisinho de canto nos lábios.

     Sorri, enquanto sentia meu coração dando pulos em meu peito. Justin colocou a mão em minha bochecha e nos beijamos. Era incrível; cada vez era diferente, era como se fosse a primeira e última vez que beijaria aquela boca.

     - Boa noite, Jus. – Falei, me afastando.

     - Boa noite, Miranda.

     Saí do carro e entrei. Subi para meu quarto e, enquanto me arrumava para dormir, fiquei olhando meu sorriso bobo em meu rosto pelo espelho, quase sem acreditar que tínhamos nos beijado – de novo. Deitei em minha cama e fiquei repassando minha noite em minha mente. Peguei no sono rápido.


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Notas finais do capítulo

geente, obrigada mesmo pelo apoio à fic *---*muito chocolate para vocês :Dxoxo'