The Sound Of 2 Hearts escrita por Mariia_T


Capítulo 6
O6.


Notas iniciais do capítulo

postando tarde e_e



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- Miranda

     Eu não estava adequadamente arrumada, mas pelo menos estava vestida. Percebi claramente que eu atrapalhei e ainda o desconcentrei.

     Falei com a primeira pessoa que vi.

     - Ahn, Usher... Posso ficar aqui vendo as gravações? – Pedi humildemente.

     Ele sorriu.

     - A casa é sua, quem sou eu para dar permissão?

     - Sim ou não?

     - Sim.

     - Valeu.

     Sentei numa cadeira vaga. Olhei tudo atenciosamente. Acho que fiz cara de boba porque quando Justin olhava para mim, ele ria.

     - Por hoje é só! Valeu pessoal. Até amanhã, Justin. – O diretor falou.

     - Ei, esse lugar é meu. – A voz doce r rouca de Justin me fez pular.

     - Ah, desculpe. – Comecei a me levantar.

    - Não, pode ficar. O que está fazendo aqui, tão cedo? – Ele quis saber.

    - Ah, às vezes essas festas de adolescentes ricos são chatas. Além do mais Chaz estava lá. Ele fica dando em cima de mim. É constrangedor. – Eu comentei e ele riu.

     - Eu vou me trocar. Você me espera? – Ele perguntou.

     - Ah. Não. Você vai usar o banheiro social! Meu quarto...

     Ele abriu um sorriso desafiador e saiu correndo. Corri atrás dele até o meu quarto, onde ele se trancou no banheiro.

     - Não! Justin!

     Fechei a porta do quarto ruidosamente. Após um tempo o barulho do chuveiro parou. Ele abriu um pouco a porta.

     - Pode me passar a bolsa e a toalha que estão na poltrona? – Ele me pediu.

     - Não. – Respondi.

     - Bom, então eu vou ter que ir aí buscar e...

     - Tudo bem, sem apelação! Eu pego!

     Ele soltou uma gargalhada.

     Joguei a bolsa para ele e voltei para a cama. Minutos depois lá estava ele, completamente lindo de novo.

     - Como você faz isso? – Perguntei.

     - Isso o quê?

     - Entra no banheiro, toma banho e sai divino. Não consigo fazer isso dentro de um banheiro em tão pouco tempo! – Declarei em alto e bom som.

     - Eu estou divino, é? – Ele falou colocando talvez o melhor sorriso cínico no rosto e se virou para o espelho.

     - Claro que não! É só que você... – Eu tinha que pensar rápido em uma desculpa. – Você não... Molhou o banheiro todo. Isso é quase impossível, sabe? – Perguntei e sorri amarelo. Ele riu.

     - Ainda assim estou divino, saiu da sua boca e ninguém mais tira isso da minha cabeça. – Ele sorriu vitorioso.

     - Bom saber que a minha opinião é tão importante para você. – Rebati e ele ficou mudo, depois veio um rubor em suas bochechas. Ele virou o rosto, chateado. – Ah, não, Justin! Não fica chateado, por favor!

     Fui até ele, mas fui ignorada. Tentei puxá-lo, mas ele não deixava. Enquanto tentava movê-lo, perdi o equilíbrio e caí para trás, mas ele passou o braço por minha cintura e segurou meu corpo junto ao dele. Estávamos muito próximos, tanto que eu sentia sua respiração em meu rosto.

     - Ah... Obrigada. – Agradeci e me afastei dele.

     - Disponha.

     Ele foi se sentar na cama e eu me deitei ao seu lado. Logo depois ele deitou também.

     - Posso continuar o questionário? – Ele quis saber.

     - Pode, claro.

     - Agora serão perguntas negativas.

     - Certo.

     Esperei.

     - Cor que menos gosta? – Ele começou.

     - Nenhuma.

     - Comida que menos gosta?

     - Manteiga de amendoim.

     - Qualidade que menos gosta?

     - Falsidade.

     - Pior filme?

     - Titanic.

     - Pior música?

     - Muito difícil. Próxima.

     - Matéria que menos gosta?

     - Matemática e física. É chato porque matemática e física são as mesma coisa. Então é dois em um. – Reclamei.

     Ele riu.

     - Pior lugar para primeiro encontro?

     - Restaurante ou praia.

     Ele riu de novo.

     - Que foi? – Perguntei para ele.

     - Nada.

     - Agora fala! Ajoelhou tem que rezar, fala!

     - Que é isso? Frase de caminhão?

     Eu ri dessa vez.

     - É só que já tive experiências ruins em restaurantes, ainda mais em se tratando de primeiro encontro.

     - Entendi. Próxima.

     - Tudo bem... Hm, qual seu maior medo?

     Sentei.

     - Justin...

     - Não. Fala. Por favor! Sinto essa necessidade enorme de saber tudo sobre você. – Ele me olhou nos olhos.

     - Eu tenho medo de... Ficar sozinha de novo...

     Senti uma lágrima quente rolar por minha bochecha. E logo depois os braços de Justin me envolveram em um abraço reconfortante.

     - Obrigada. – Falei, pousando a cabeça em seu ombro.

     - Não tem de quê. – Ele respondeu.

     Alguém bateu na porta. Era o Usher.

     - Jus, estamos indo embora. Você vem? – Ele perguntou e nos olhou. – Ah, interrompi algo?

     - Ah... Não. É... Miranda, você vai ficar bem se eu for? – Ele perguntou totalmente atencioso.

     Olhei para ele. Não queria que ele fosse, mas ele também não poderia ficar.

     - Claro. Até mais Justin. – Despedi-me dele.

     - Ele sorriu e saiu. Meu celular tocou.

     - Alô?

     - Miranda? Oi. Cadê você menina? – Era Lizzie.

     - Ahn... É. Não estava me sentindo muito bem então voltei para casa.

     - Ah. Bom, já estamos voltando também, parece que um garoto aqui também não está se sentindo muito bem. – Ela explicou.

     - Ah, que chato.

     - Quando eu chegar, vamos sair? Chaz nos convidou para sair com uns amigos dele.

    - Ah, eu não sei Lizzie.

    - Por favor, Miranda. Vamos. – Ela quase chorou.

    - Tudo bem, eu vou. Que hora vocês marcaram? – Perguntei, com relutância.

    - Às cinco da tarde.

    - Ok, valeu. Vejo você lá.

    - Ah, Miranda, você está melhor? Eu sei que você não gosta de falar sobre isso, mas...

     - Sim, Lizzie, eu estou... Melhor. Mas... Lizzie, eu estou com medo. Aconteceram problemas com os papéis da adoção.

     - De novo? – A reação dela foi a mesma que a minha. Eu ri.

     - É.

     - Não fica assim. Vai dar tudo certo. Relaxa. – Ela me reconfortou.

     - É, tudo vai acabar bem. – Repeti para mim mesma.

     - Tenho que desligar. A gente se vê lá, certo?

     - Certo. Tchau.

     Ela desligou. Olhei para o relógio; 16h27min. Levantei e fui para o banheiro tomar um banho.

     Ao desembaçar o espelho com a mão, notei um boné roxo na porta do banheiro. Suspirei e balancei a cabeça negativamente. “Justin...”. Coloquei um jeans, uma blusa folgada que deixava uma manga cair do ombro, um All Star preto e prendi o cabelo num rabo de cavalo. Peguei minha bolsa e fui para o shopping.

     Lizzie, Chaz e mais dois meninos estavam na frente do cinema.

     - Miranda! Você veio! – Lizzie me abraçou.

    - Eu falei que viria, não falei?

    - Você me deve dez dólares. – Ouvi o garoto mais baixo falando para o outro, o loiro.

     - Oi Miranda. – Chaz me deu um abraço. – Esse é o Chris. – Ele apontou para o mais baixo. – E esse é o Ryan. – Depois apontou para o altão.

     Cumprimentei cada um deles. Ficamos lá parados, esperando alguma coisa.

     - Ahn... O que estamos esperando? – Perguntei.

     - O Justin vem também. – O Chris me respondeu com aquela voz fofa dele.

     - Ah. – Foi só o que consegui dizer.

     Dois minutos depois...

     - Oi gente. Eu trouxe a Victoria e... Miranda! O que você está fazendo aqui? – Ele perguntou ao me ver.

     - Parece que vamos ver um filme.

     - E vamos. – Ele confirmou.

     - Scooter fechou uma sala de cinema só para nós. – Ryan falou, meio empolgado.

     - Ah... E quem é Scooter?

     - Meu empresário.

     A garota do lado dele pigarreou.

     - Ah, Miranda essa é a Victoria. Vick, essas são Miranda e Lizzie. – Justin nos apresentou.

     - Oi. – Eu e Lizzie falamos em coro. A Victoria apenas se deu ao trabalho de sorrir.

     - Vocês são namorados? – Perguntei.

     - Não. – Justin falou e Victoria olhou para ele.

     - Vamos? – Chaz nos puxou.

     Era estranho ter uma sala de cinema só para nós.

     - É sempre assim? – Perguntei a Justin.

     - Tem que ser assim. Senão ninguém vê um filme. – Ele respondeu.

     - Ou você pode pegar a pipoca e assistir o Justin fugindo das fãs doidas dele. – Ryan brincou.

     - Respeite minhas fãs. – Justin pediu.

     O filme começou. Para meu azar era um filme de suspense. Eu odiava filmes de suspense.

     - Se quiser me agarrar no meio do filme, fique à vontade. – Chaz falou para Lizzie. Nem é necessário comentar que fiquei feliz ao ouvir isso.

     Após duas horas de tortura, todos concordaram que jogar boliche seria um bom jeito de quebrar o medo que havia se formado na hora do filme. Iríamos jogar de duplas; Ryan e Chris, Chaz e Lizzie, eu e Justin. Victória não iria jogar, segundo ela as bolas eram muito sujas.

     Na última rodada, estava empatado entre nós e Chris e Ryan. Eles conseguiram derrubar dez pinos. Era a minha vez e estava em minhas mãos a decisão. Respirei fundo e joguei a bola. STRIKE. Eu gritei e abracei o Justin.

     Sentamos para comer. Victória mantinha um sorriso forçado para mim.

     - Parabéns! – Ela veio me abraçar, mas derramou seu milk-shake em mim. Assim, se fosse só um pouco, até que seria aceitável. Mas derramou todo, só faltou ela bater no fundo do copo para cair todas as gotinhas.

     - O que...? Ah! Gelado! – Reclamei.

     Justin tirou sua jaqueta e meu deu. Fui para o banheiro e Lizzie veio comigo. O banheiro também estava vazio. Aproveitei.

     - Ah! Que ódio! O que será que essa menina tem na cabeça?

     - Simples pergunta... Fácil de ser respondida: ciúmes.

     Eu parei, depois ri.

     - Ciúmes de que, fofa? – Perguntei, incrédula.

     - Do Justin com você.

     - Muito engraçado! Mentira, não tem graça alguma.

     Ela me encarou. Entrei num Box e comecei a tirar a blusa.

     - Você não vê mesmo? O jeito como ele te olha, como ele fala com você. Mas principalmente: o olhar. De quatro lugares que ele olha, três são você. Quando vocês se abraçaram lá na pista de boliche, até eu senti a química rolando entre vocês. – Ela falou.

     Aquilo tudo me fez sorrir. Saí do Box.

     - E ainda tem isso... – Ela falou, olhando a jaqueta que eu vestia.

     Revirei os olhos. Ao voltarmos enfiei a blusa na bolsa, sem a menor paciência.

     - Desculpe. – Victoria falou. Nunca tinha ouvido nada tão falso em toda a minha vida.

     - Sem problema. Obrigada, Justin. – Agradeci.

     - Disponha.

     - Amanhã eu te devolvo junto com o boné. – Falei.

     - Ah, o boné está na sua casa? Que bom! Achei que tinha perdido. – Ele falou, parecendo aliviado.

     - Espera, o que você estava fazendo na casa dela? – Victoria quase gritou.

     - Estamos gravando o clipe lá, lembra? – Ele perguntou.

     - Ah, na casa dela. Você é rica... Tem certeza? – Ela perguntou.

     Quase ri da cara do Chaz e do Chis, eles fizeram uma cara de “o que essa louca tá falando?”.

     - Bom... Ao que tudo indica, sim eu sou. – Respondi, tentando ser educada.

     Ela me olhou de cima a baixo. Bebi um pouco do meu refrigerante.

     - Mas você se veste tão mal. Essa jaqueta não fica legal em você. E...

     Quase engasguei.

     - Garota você é doente? – Perguntei. – Eu só estou com essa jaqueta porque você derrubou seu milk-shake em mim. Qual é o seu problema?

     - Quer saber, não vale a pena. Não vou ficar aqui olhando para essa sua cara de sonsa. – Ela levantou, pegou a bolsa dela e foi embora.

     - Tudo bem, isso foi estranho. – Ryan falou.

     Todos olharam para mim, isso foi estranho.

     - Hã... Vou comprar uma blusa nova. Essa jaqueta está me sufocando de tanto calor... Você vem comigo, Lizzie?

     Ela se colocou de pé imediatamente, com um sorriso forçado no rosto.

     Entrei na primeira loja que vi.

     - Tudo bem. Ela estava se mordendo de ciúmes de você com o Justin. – Ela falou, enquanto eu provava uma blusa branca cheia de palavras aleatórias; pinguins – rock – bolas de sabão... Saí do provador com a blusa, ela me analisou. – Gostei, ficou linda em você.

     - Obrigada. – Falei enquanto me dirigia ao caixa. – Já vou vestida mesmo. – Falei para a atendente.

     - Ainda bem. A jaqueta era bonita, mas não ficou legal em você. – A moça falou. Eu ri e paguei a ela.

     Ao voltarmos os meninos nos olharam, surpresos.

     - Mas já? – Chris falou.

     - Queria eu que Jesse fizesse compras tão rápidas. – Comentou Ryan. Supus que Jesse era sua namorada.

     Dei de ombros.

     - Só peguei a primeira coisa que vi. – Falei.

     - E pelo visto tem bom dedo para escolher as coisas. – Falou Chaz, olhando a blusa.

     Justin suspirou e se recostou na cadeira.

     - O que vamos fazer agora? – Perguntou ele, visivelmente chateado. Nunca o vira daquele jeito.

     - Se quiser ir atrás de Victoria, pode ir, Jus. – Falou Chaz.

     - Diga o que irão fazer. Se eu gostar eu fico, se não gostar, vou atrás dela e faço minha noite valer a pena. – Falou Justin, um tanto sonhador.

     Aquilo me incomodou. Ele não divertiria sem Victoria. Ele gostava dela. E eu gostava dele. Concluí isso com um susto que foi contido assim que Lizzie o percebeu. Ela me fitou por um momento, mas logo desviou o olhar. Eu nem ouvi o que Chaz dissera, mas ouvi quando ele falou comigo.

     - Então, você vai? – Ele me perguntou.

     - Desculpa, eu estava distraída, pode repetir? – Pedi.

     - Hoje o Usher e o Pitbull vão dar uma festa que eles estavam planejando há milênios. Numa boate aqui da cidade. Podíamos ir. As festas do Usher são loucas, cara! – Falou ele, fascinado.

     - Não vou poder. – Chris falou e fez aquela carinha de “desculpa, mas é isso.”.

     - Ah... Suponho que vocês não tenham hora para chegar em casa, mas eu tenho... Então...

     - Diga que vai dormir na casa de Lizzie, e...

     - Não. – Cortei. – Mentiras não fazem parte de meu cotidiano.

     - Então diga a verdade. Se você é a filha que diz ser, eles vão deixar. – Chaz tentou me persuadir.

     Hesitei.

     - Só vou se eles deixarem. – Falei.

     - Certo. Você vai com o Justin. Vai no seu carro, depois ele passa lá e te pega. – Chaz falou.

     Todos iam, menos Chris e talvez eu.

~x~

     Péssima condição. Repeti em minha cabeça enquanto Norah olhava em seu armário se tinha algo para me emprestar para eu poder ir para a festa. Ela voltou com um vestido curto vermelho lindo.

     Eu o vesti e ficou bom em mim. Depois ela me maquiou. Era horrível não ter experiência com tudo aquilo, mas era um fato. E eu fiquei satisfeita. Se tivesse sido eu, nunca teria o resultado que teve com ela.

     - O que seria de mim sem você, Norah? – Falei, me olhando no espelho.

     - Quer mesmo que eu responda? Ah, use a sandália preta que eu te dei mês passado. – Ela piscou para mim. Eu ri e saí do quarto.

     Enquanto calçava a sandália, Norah se apoiou na porta e ficou me encarando

     - Nada de bebida alcoólica, ouviu mocinha? – Falou ela.

     - Quer dizer que as drogas estão liberadas e a bebida alcoólica não? – Ironizei.

     - É sério, Miranda.

     - Tudo bem. Desculpe, tomarei cuidado.

     - Obrigada. Você é a coisa mais preciosa que temos, Miranda. Sabe disso. – Ela me deu um sorriso.

     Sorri de volta, terminei de calçar a sandália e lhe dei um abraço. Desci. Dei uma última olhada no espelho da sala e saí.

 - Justin

     Quando a porta se abriu, comecei a agradecer por ela enfim ter terminado, mas logo fiquei mudo. Ela estava linda. O vestido vermelho pareceu ter se moldado às curvas de seu corpo. Os lábios tinham um leve brilho de... Como era o nome mesmo... Ah, sim: gloss. Aquilo era mais como uma placa para mim, dizendo “Ei, me beije!”, tentei manter os olhos longe daquela boca. Quando ela entrou no carro, suspirei e liguei o carro. Miranda não era para mim. Ela não me dava bola para mim, sempre que eu tentava me aproximar ela se esquivava.


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Notas finais do capítulo

eu me dei conta de que ia ficar imenso se eu postasse a parte do Justin também, então, para não entediar vocês, a continuação fica no próximo capítulo :D -viu como me preocupo com vocês? -qxoxo'



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