The Sound Of 2 Hearts escrita por Mariia_T


Capítulo 5
O5.


Notas iniciais do capítulo

OIOI
mais um capítulo para vocês :D
espero que gostem



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- Miranda

     Eu estava desnorteada. Aconteceu tão rápido. Num instante eu estava escondendo tudo e noutro estava falando tudo.

     Mas eu gostei. Gostei do modo como ele me ouviu me abraçou e falou comigo. Tinha que admitir que Justin era especial. Além de ser lindo, engraçado, fofo e... Refreei meus pensamentos. Ele estava em um encontro, e eu não podia alimentar falsas esperanças.

     - Vai querer o café como? – O balconista perguntou.

     - Leite, mel e canela, por favor. Obrigada.

     Um. Dois segundos.

     - Aqui está. – Ele me passou o copo e eu paguei a ele.

     - Obrigada.

     Saí da loja e vi meu carro ainda estacionado e um Justin Bieber ainda confuso dentro dele. Virei-me e saí andando. Entrei numa livraria. O ar-condicionado me fez estremecer.

     - Boa tarde, Miranda. – O atendente falou.

     - Oi, Mattew. A Norah está aí?

     - No escritório.

     - Valeu.

     Subi as escadas nos fundos do estabelecimento. Entrei na terceira porta à esquerda.

     - Boa tarde, Norah!

     - Oi, Miranda.

     - O que vocês foram fazer hoje de manhã? Perdeu o maior...

     - Fiquei sabendo. – Ela parou de escrever e olhou para mim. – Contou tudo mesmo?

     Assenti enquanto me sentava na cadeira à frente da mesa dela.

     - E ele...?

     - Saiu correndo e gritando como o mundo é cruel. – Ironizei. – Claro que ele só ouviu e...

     - E?

     - Me abraçou e até tentou mudar de assunto.

     - E você gosta dele, né?

     - Eu e mais cinco bilhões de garotas. Essa pergunta é ridícula. – Falei, irritada.

     Ela sorriu.

     - Alguém conseguiu mexer com Miranda Stephen. – Ela cantarolou.

     Joguei um papel amassado nela.

     - E então, achou a câmera? – Ela mudou de assunto.

     - Sim.

     - E onde estava?

     - Esqueci com ele...

     Ela soltou aquele “Ahn” prolongado irritante.

     - Norah, você ainda não respondeu.

     - O quê?

     - O que vocês foram fazer hoje de manhã.

     Ela ficou séria.

     - Nada, Miranda. Só mais um dos compromissos chatos do papai. – Ela falou, com desdém.

     - Nenhum compromisso do papai é chato para você, Norah. Você trabalha no mesmo ramo que ele, trabalha na empresa dele. Adora tudo o que ele faz.

     - Tudo bem. Fomos resolver questões da surpresa do seu aniversário. Está feliz? – Ela falou.

     - Meu aniversário é só daqui a dois meses.

     - Isso quer dizer que a surpresa é maior.

     - Você está mentindo, Norah! Conta o que é. Não tenho mais dez anos.

     Ela suspirou.

     - Deu problema nos papéis da adoção.

     - De novo?

     - Sim, mas parece que desta vez é sério. Eles querem te tirar de nós e te mandar de volta para o Brasil.

     - Mas eu sou cidadã americana! Já resolvemos todos os problemas que eles nos deram!

     - Estamos vendo. Mas ao que tudo indica, vai ficar tudo bem. Quer ver os novos livros que mandaram? – Ela mudou de assunto.

     - Claro. – Falei, quase sem vontade alguma.

     - Estão no acervo.

     Fui sem a menor vontade, mas após abrir a primeira caixa fui ficando interessada. Foi apenas quando recebi uma mensagem que vi a hora. Eu havia passado três horas lá dentro.

     A mensagem era de Lizzie. Dizendo que iríamos à casa de campo de um amigo amanhã. Bem, eu, ela e alguns amigos dela. “É bom que o Justin devolva meu carro.”, pensei. Iríamos cedo.

     - Miranda? – A voz de Norah me assustou.

     - Ah, oi Norah.

     - Vamos, ou você vai no seu carro?

     - Eu vou com você, vim andando.

     Abri um grande sorriso feliz. Ela revirou os olhos.

     - Pra que você tem um carro se não o usa?

     Saímos da livraria e ela abriu seu BMW. Eu odiava aquele luxo todo em um carro só. Ela ligou o carro e depois o som. Norah tirou o grampo do cabelo e o bagunçou. Aquela imagem de chefe durona havia se dissipado.

     O jardineiro podava as árvores. Esse era o único sinal de vida humana à vista. Adentrei os limites de minha fortaleza: o meu quarto.

     Peguei o celular e... Droga, eu não tinha o número dele. Teria que contar com a sorte. Um barulho de carro chamou minha atenção. Fui olhar pela sacada. Era o meu carro e Justin nele.

     Recebi uma mensagem: Obrigado pelo carro. Olhei para ele, surpresa. Respondi: De nada, mas como conseguiu meu número? Ele respondeu de volta: Tenho meus contatos, boa noite Miranda, durma bem. Vi ele saindo do meu carro e indo para o dele. Boa noite, Justin. Encerramos nossa mini conversa. Gravei o número do celular dele no meu.

     Peguei uma bolsa e joguei umas quatro peças de roupa dentro. Não estava muito animada para ir nessa “viajem”.

     Tirei minha câmera da bolsa e fui revelar algumas fotos. Droga, eu sempre perdia o cabo. Sentei na frente do computador, conectei a câmera à impressora e cliquei no modo “foto”. A impressora ia ficar imprimindo a noite toda, já que selecionei duzentas e vinte fotos a serem impressas. Aquela impressora fora de fato um dos melhores presentes que eu ganhei dos meus pais. Deitei na cama, olhando cada foto sair. Logo adormeci.

 - Justin

     Recoloquei a bolsa de gelo na cabeça. O encontra com Victoria fora tão ruim que me deu dor de cabeça. Eu estraguei tudo. Levei ela num clube de equitação, mas ela teve um reação alérgica a um dos cavalos. Eu estava tão distraído que comprei o remédio errado. Ela até me desculpou e perguntou porque eu estava tão distraído, eu disse que não sabia. Mas eu menti; sabia porque estava distraído. Miranda.

     Estava lembrando como ela sorria timidamente quando falava comigo, como suas lágrimas me corroeram por dentro, como ela fora sincera comigo... O modo como ela me abraçou. Eu só a conhecia há três dias, mas parecia que fazia uma eternidade.

      Mas não era só isso. Eu também me pegava imaginando coisas. Imaginando como seria sentir aqueles lábios carnudos contra os meus, como seria reduzir o espaço entre nossos corpos enquanto nos beijávamos, como seria seu corpo contra o meu ou simplesmente chama-la de minha.

     - Justin! Justin! – Scooter estava gritando meu nome.

     - Que é? – Gritei de volta.

     - Já está melhor? – Ele perguntou, virando para a estrada.

     - Não. – Respondi carrancudo. Estava melhor até você gritar meu nome.

     - Nossa. Sendo bilionários do jeito que são, eu só importaria carros de luxo. Não ficaria desfilando por aí com um Honda City. – Scooter falou.

     Olhei para a estrada e vi o carro de Miranda saindo do portão da mansão. Logo depois a reconheci dirigindo. Ela ia ficar fora. Meu entusiasmo já reduzido abaixou mais ainda.

     Entramos na casa. Kate veio falar comigo enquanto me dirigia à escada.

     - A garota do quarto...

     - Miranda. – Corrigi.

     - Que seja, saiu e vai ficar o dia todo fora. Foi com uns amigos acampar, acho que foi isso. – Ela falou.

     “Ótimo, maravilhoso!”, pensei chateado.

     Entrei no quarto dela. Lá era tão agradável. Vi as fotos na impressora, aquilo era tão a cara dela. Só por curiosidade, liguei o computador dela. Entrei na pagina inicial do Twitter, esperando que os dados dela estivessem gravados, mas não estavam. Nem liguei, achei até normal que, por segurança, ela não gravasse nada. Além do mais, ironicamente falando, se ela tivesse gravado seus dados, eu teria entrado no Twitter dela. Desliguei tudo e fui me trocar.

     Desci para a sala. Todos me esperavam. Scooter estava falando no celular, Usher acertava os últimos ajustes no som, os figurantes estavam concentrados e eu estava sem a menor vontade de gravar. Começamos e logo paramos.

     - De novo! – O diretor gritou.

     Refiz os passos, dublando e sorrindo tudo ao mesmo tempo.

     - Corta! – O diretor gritou de novo. – Justin, é sério. Vamos fazer isso direito.

     Assenti e refiz tudo de novo.

     - Não! – De novo, gritos. – O que há de errado, Justin?

     - Nada.

     - Ótimo. Gravando!

     Suspirei e recomecei.

     - Vamos fazer uma pausa Justin. Está bem? – O diretor apenas falou dessa vez.

     Usher veio falar comigo.

     - Você está bem, Jus?

     - Não. – Admiti. – Eu simplesmente não consigo me concentrar.

     Ele sorriu. Os olhos provavelmente enxergando em mim algo que nem eu via.

     - Vá beber alguma coisa, esfrie a cabeça.

     - Valeu, Usher. Quanto tempo já passamos fazendo apenas isso? Só para saber...

     - Uma hora, acho.

     - Valeu.

     Afastei-me. Usher era um cara legal, sempre estava disposto a me ajudar. Bebi quase uma garrafa de água e respirei fundo. Eu ia conseguir.

     Recomeçamos. Fiz tudo melhor. Gravamos as partes coletivas pela manhã e pela tarde gravaríamos as individuais. Agora, graças a Deus, era a hora do almoço.

     - Biebs! – Scooter me chamou. – Vamos almoçar no Mc Donald’s, vem logo.

~x~

    Scooter olhou para mim enquanto pegava uma batata.

    - Então, Justin, e aquela garota lá? – Ele perguntou e todos olharam para mim.

     - Miranda?

     - É. – Chris afirmou. – Ouvi dizer que ela é brasileira.

     - E ela é. – Falei cuidadosamente, tentando não falar mais do que devia.

     Usher abriu um sorriso enorme.

     - Aquela distração toda era por causa dela? – Scooter me colocou contra a parede. Desviei o olhar.

     - Não. – Falei.

     - Ah é. O Justin é da Victoria Justice. – Chris brincou.

     - Aguarde meu caro pigmeu, sua hora vai chegar. – Ameacei o Chris.

     - Certo certo. Vamos terminar nosso almoço e voltar para a gravação, ok? – Usher interveio.

     - Come logo, Jus. – Chris pediu.

~x~

     A casa estava completamente vazia. Os donos da casa haviam saído.

    Começamos a gravar a minhas partes do clipe.

     Foi aí que alguém entrou na sala. Prestei atenção à tudo ao meu redor de repente. Ela estava usando uma blusa meio aberta por cima do biquíni e uma minissaia, o cabelo estava preso em um coque, mas algumas mechas estavam soltas. Ela estava linda.


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Notas finais do capítulo

:*