O Rei das Trevas escrita por Cdz 10


Capítulo 3
Capítulo 003: Perseguição.




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Capítulo 003: Perseguição.

       O aposento relativamente escuro, iluminado apenas pela pequena lâmpada esverdeada, continua em silêncio, que, por sua vez, é interrompido pela voz de Diell, que volta a falar com a sua mãe.

            Diell: Eu entendo... até consigo compreender o seu ponto de vista, mãe. E faz sentido. Eu realmente não acho certo que vocês e os demais membros da CIV pratiquem essas ações, mas... ao mesmo tempo, eu também não acho justo que a nossa raça, assim como outras, viva submetida a essas condições miseráveis, completamente subalternas...

            Mãe: E então? Será que você entende o motivo agora?

            Diell: Compreendo... não sei ainda se Raikus, sendo esse ser de grande bondade que vocês dizem, nos ajudaria caso vivesse do nosso lado, mas eu entendo perfeitamente os seus motivos...

            Mãe: Pois bem, Diell. Então, por favor, não questione mais aquilo que nós fazemos. Até porque, meu filho, eu ainda acredito que um dia... um dia... eu, você, seu pai e todos os Bours, todos nós... conseguiremos contornar essa situação e teremos uma boa vida!

            Neste momento, a porta de entrada do local (também bastante escura e construída com o mesmo material das paredes e do chão), se abre violentamente, o que faz Diell e sua mãe tomarem um grande susto. O pequeno Bour se ergue rapidamente, sentando-se sobre o macio objeto branco e o mesmo faz a mãe. Ambos ficam olhando para a entrada, vendo um ser alto, também de pele morena e com diversos chifres pretos na cabeça. Ele estava de pé, bastante suado e parecendo ofegante, com seus olhos encarando os outros dois Bours.

            Diell: Papai! Puxa! Ainda bem que você voltou!

            Mãe: Ainda bem mesmo! Querido, não faça mais isso, você nos assustou!

            Ele continua bem ofegante, então, entra um pouco mais no aposento.

            Mãe: É melhor você descansar, meu amor, eu vou...

            Ela é rispidamente interrompida.

            Pai: Não temos tempo para isso, Marrncifer!

            A Bour pára imediatamente de falar e abre um pouco mais os seus olhos, que continuam pregados na direção do marido.

            Marrncifer: Mas... mas... o que você está querendo dizer com isso?

            Pai: O nosso plano... o plano da CIV para roubar a pedra... ele falhou!!

            Sua mulher arregala bastante os olhos, sentindo-se surpresa.

            Marrncifer: Falhou?! Mas o que foi que aconteceu?

            Pai: Eu não tenho tempo para explicar agora! Tudo o que vocês precisam saber é que os Logrus estão vindo atrás de nós neste exato momento! Precisamos ir embora daqui o mais rápido possível!

            A expressão de Diell fica imediatamente tomada pelo medo. O pequeno fica encarando sua mãe por alguns segundos, como se os seus olhos estivessem suplicando por alguma coisa. Marrncifer dá uma breve olhada para seu filho e, logo depois, volta a encarar seu marido.

            Marrncifer (elevando um pouco o seu tom de voz): Mas, eu não estou acreditando nisso! Você quer que nós saiamos daqui, abandonando a nossa casa e tudo o que tem dentro dela?! Isso é tudo o que nós temos, Luyul!!

            Luyul: Não me questione, por favor! Você sabe muito bem o quanto que os Logrus são perigosos, se formos pegos por eles, será o nosso fim! Todos nós morreremos, incluindo...

            Os olhos de Luyul mudam de direção, indo de Marrncifer para Diell. A sua mãe, então, repete o movimento do marido, com seus olhos começando a encarar seu filho. Assim, o local fica em silêncio por alguns breves segundos, até que Marrncifer faz uma expressão triste e volta a olhar para Luyul.

            Marrncifer: Eu entendo... não podemos arriscar.

            Diell rapidamente se agarra bem forte em um dos braços de sua mãe e começa a falar bem alto.

            Diell: Mamãe! Mamãe! Por favor, eu não quero ir embora, eu não quero ficar fora de casa, mamãe, por favor!!

            Ela agarra fortemente os braços de seu filho e começa a encará-lo bem nos olhos, deixando o seu rosto bem próximo ao dele.

            Marrncifer: Meu filho, me escute, por favor! Esses Logrus não são criaturas boas, estão longe disso! Uma vez que eles estão nos considerando seus inimigos... não podemos nos arriscar, é como o seu pai falou! Se formos capturados, seremos todos mortos, sem piedade, e isso não exclui você! Por favor, nos obedeça, realmente precisamos partir agora!

            Luyul: Ela está certa, obedeça a sua mãe, Diell! Agora, vocês dois, mexam-se! Vamos embora neste segundo!!

            Luyul sai em grande velocidade de casa, enquanto que Marrncifer pega Diell fortemente por um dos braços e os dois também saem da moradia, fechando a porta ao sair e começando a seguir Luyul, que já corria em uma grande velocidade para frente, esquivando-se dos arbustos e das árvores.   

            Marrncifer (correndo bem rápido): Luyul, querido, eu entendi que os Logrus já estão vindo atrás de nós, mas eu preciso perguntar. Para onde é que nós vamos agora? O que nós vamos fazer?!

            Luyul: Alguém nos traiu! Quase todos os membros da CIV que estavam na missão foram mortos, apenas eu e mais quatro sobrevivemos, mas o Krink está muito ferido! O Lark foi avisar a família dele também, enquanto que o Juhs e o Amn estão arrumando um barco, que possa nos conduzir até a cidade de Roul! Eu só não sei se eles já conseguiram aprontá-lo, eles estão trabalhando em dupla nisso, já que as condições do Krink não são nada boas!

            Marrncifer: Entendi! Mas onde é que eles estão preparando esse barco?!

            Luyul: No Porto dos Pescadores, você sabe, não é muito longe do Centro da Cidade de Lunn, é a fronteira da cidade que fica mais perto de nós! Mas eu tenho certeza de que os Logrus já devem estar chegando por aqui e é só uma questão de tempo até que eles ataquem o porto, por isso, precisamos partir para Roul antes que eles cheguem!

            Marrncifer: Certo! Mas o que é que garante que os Logrus não irão nos seguir até Roul? Eu tenho certeza de que eles têm muitos meios para fazer isso!

            Luyul: Mas se sairmos sem sermos vistos, eles não irão partir para a cidade de Roul logo em seguida, certamente irão investigar mais as regiões daqui de Lunn antes e, somente quando não acharem nada, aí sim, eles irão procurar em outras cidades, mas neste momento, já estaremos ainda mais longe. Em outras palavras, precisamos ganhar tempo!

            Enquanto isso, um grande grupo de seres grandes, musculosos  com pele bastante vermelha, além de diversos olhos amarelados espalhados por todo o corpo e uma estaca preta bem pontuda, fincada em cada um de seus cotovelos, está avançando em grande velocidade pelo Centro da Cidade de Lunn, chamando atenção de todos os comerciantes e seres que passavam por ali. Muitos deles começam a comentar e a apontar.

            Um dos comerciantes: São Logrus! Eles raramente saem de sua morada, mas o que será que aconteceu?

            Outro comerciante: Droga! Tantos assim, os nossos clientes vão acabar se assustando, os negócios vão acabar sendo prejudicados! 

            O grande grupo de Logrus continua avançando ferozmente, distanciando-se do Centro da Cidade e indo aos seus arredores, desviando-se do matagal e das árvores, que começavam a aparecer cada vez mais freqüentemente. Um dos membros do grupo começa a falar bem alto.

            Um dos Logrus: Mais rápido, pessoal, mais rápido, temos que achar aqueles Bours malditos imediatamente! Não podemos deixá-los impunes depois do que eles fizeram!!

            Todos continuaram avançando em grande velocidade por mais alguns poucos minutos até que chegaram a um local bastante cercado de árvores, relativamente silencioso, com exceção dos ruídos do farfalhar das folhas, provocado pelos leves ventos que cercavam o lugar.

            Um dos Logrus: Vamos só mais um pouco a frente...

            Eles continuam avançando por mais alguns segundos, até que param diante de uma moradia em forma de pirâmide, feita de material preto. Era a casa de Diell. 


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