O Rei das Trevas escrita por Cdz 10


Capítulo 25
Capítulo 025: O valor da palavra de um amigo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/134683/chapter/25

Capítulo 025: O valor da palavra de um amigo.

       Na região oeste da cidade de Roul, no território de Furors, o Bour Krink ainda está relativamente ofegante, com seus olhos fixos nos dois oponentes localizados a alguns poucos metros à sua frente: os Ports Perughy e Trypu, ambos com expressões de intensa frieza em seus rostos.

            Krink (pensando): Droga... eu preciso dar um jeito nisso a partir de agora... não devo fugir, porque eu tenho que matá-los de qualquer maneira... mas agora eu duvido que eu tenha chances de vencer... por outro lado, não poderei morrer aqui! Eu prometi para Luyul e Marrncifer de que eu cuidaria de Diell, sem me importar com o que acontecesse!

            Neste momento, Trypu avança dois passos na direção de Krink, ficando um pouco à frente do seu companheiro Perughy.

            Trypu: E então, Perughy? O que é que você pretende fazer? Vai me ajudar, ou prefere descansar um pouco?

            Perughy: Trypu, pelo que estou vendo, você ficou muito sentido por causa da morte do Rert... eu estou com esta mesma sensação dentro de mim. Portanto... nem pensar que eu vou ficar parado descansando enquanto você enfrenta esse maldito Krink! É óbvio que eu lutarei ao seu lado contra esse bastardo!

            Perughy rapidamente se coloca ao lado de Trypu e ambos assumem uma postura de batalha. As posturas dos dois são bastante semelhantes, com os braços levemente à frente e as pernas um pouco flexionadas. Na mesma hora, Krink assume uma postura de batalha, que por sua vez, é bastante semelhante à dos Ports.

            Krink: Eu digo a vocês mais uma vez que sinto muito pela morte de seu amigo, mas repito que isso é algo necessário. Além disso... vocês não precisam ficar tristes, porque muito em breve estarão ao lado de Rert!

            Trypu: É o que veremos!

            Perughy: Prepare-se!

            Krink: Venham!

            Em uma grande velocidade, tanto Perughy quanto Trypu tomam impulso com as suas pernas e avançam na direção do Bour. Os dois Ports começam a desferir uma larga quantidade de ataques, incluindo socos e chutes cada vez mais fortes, dos quais Krink estava se desviando com bastante dificuldade e também se defendia com os seus braços. Entretanto, depois de alguns poucos segundos, devido à intensa seqüencia de ataques, Krink começou a ser obrigado a recuar vários passos para trás, sendo pressionado pelos golpes, os quais continuavam, porém, sendo defendidos.

            Trypu (enquanto continua a atacar): Você acha mesmo que será páreo para mim e para o Perughy juntos? Nós vamos acabar com você com toda certeza!!

            A velocidade e a força dos ataques começam a aumentar bastante e, conseqüentemente, Krink também aumenta a velocidade dos movimentos de seus dois braços até que eles, recebendo os inúmeros golpes, começam a se ferir, despejando sangue de alguns pontos. O Bour começa a fazer uma expressão de dor, o que faz com que os rostos dos seus dois inimigos comecem a ilustrar uma certa malícia.

            Krink (pensando): Que merda! Eu não vou conseguir me manter deste jeito por muito mais tempo! Droga! Droga! O que eu faço agora?!

            Trypu: Acabou pra você!

            Incansavelmente, Trypu e Perughy continuam a atacar até que Krink não agüenta mais e então deixa de se defender com os seus dois braços, agora completamente feridos, abaixando-os involuntariamente, e, assim, os vários ataques começam a atingir em cheio várias regiões de seu corpo, como o peitoral, a barriga, o rosto e até mesmo as pernas. Krink começa a soltar elevados gemidos de dor ao mesmo tempo em que várias feridas vão se abrindo e bastante sangue começa a jorrar. Então, num movimento bastante rápido e brusco, Trypu se agacha levemente e levanta a sua perna direita, atingindo um forte chute na parte de baixo do queixo de Krink que, devido ao impacto do golpe, cospe uma grande quantidade de sangue e é elevado a vários metros para o ar. À medida que ia subindo, ele acabava deixando um longo rastro de sangue no local. Perughy faz uma expressão de felicidade ao ver o seu oponente subindo pelos ares.

            Perughy: Muito bom, Trypu, muito bom! Agora é a minha vez!

            Krink continua a subir pelo ar no instante em que Perughy dá um forte impulso com as suas pernas no chão e levanta vôo com as suas asas completamente abertas, indo na direção do Bour. Em questão de pouquíssimos segundos, o Port alcança Krink e no segundo seguinte, voa ainda um pouco mais alto, ficando a alguns poucos metros de seu inimigo, que por sua vez, continua a subir. Rapidamente Perughy junta as suas duas mãos e as fecha fortemente, levantando-as para cima da cabeça. Quando Krink então está a centímetros dele, o Port desfere um poderoso golpe com as suas mãos no topo da cabeça do Bour, que recebe o ataque em cheio e, por causa disso, uma grande ferida se abre, da onde então começa a jorrar sangue de uma maneira incontrolável. Krink começa então a cair em grande velocidade ao chão, porém, antes de se chocar contra o solo recoberto de gramíneas, Trypu o apanha com a mão direita pelo pescoço, enquanto Perughy ainda continua flutuando no ar.

            Perughy: Você pode continuar com ele agora, Trypu, é por sua conta!

            Trypu: Claro, com certeza...

            Os olhos de Trypu encaram bem de frente o rosto de Krink, agora recoberto de sangue. Os seus olhos agora estão praticamente fechados, a sua visão está bastante turva. O Port permanece segurando-o fortemente pelo pescoço.

            Trypu: É isso o que você merece por ter matado o nosso amigo... você veio até a nossa cidade nos ameaçando de morte, seu cretino, mas é você quem irá perder a vida!

            A expressão de Trypu fica mais uma vez tomada de um intenso sentimento de raiva e então, logo em seguida, ele começa a desferir uma grande quantidade de socos com a sua mão esquerda no meio do rosto de Krink, que, por sua vez, solta altos gemidos de dor a cada golpe lançado. A sua face vai ficando cada vez mais coberta de sangue. Trypu continua atacando-o por alguns segundos até que ele então pára e solta o seu inimigo, deixando-o cair de costas no chão. Neste momento, Perughy começa a descer e pousa bem ao lado do seu companheiro. Os dois ficam parados, de pé diante de Krink. Embaixo e ao redor do Bour caído, o chão fica totalmente coberto por uma grande poça de sangue.

            Trypu: Perughy... ao que tudo indica, esse maldito não tem mais condições de nos enfrentar! Entretanto... por mais ódio que nós tenhamos por ele pelo fato de o Rert ter sido morto, creio que não vale a pena nos tornarmos assassinos só por causa dele! Estragaremos as nossas vidas por causa de um lixo como esse, definitivamente não vai compensar...

            Perughy: Eu concordo. Foi o que você disse quando começamos a lutar contra ele... vamos apenas capturá-lo e levá-lo à punição das leis de nossa cidade de Roul!

            Krink está ainda caído, com os olhos agora fechados. Ele não vê absolutamente nada além de um profundo escuro. Várias partes de seu corpo já não são mais sentidas.

            Krink (pensando): Que merda... será que eu morri...? Eu não estou sentindo quase nada, parece que eu estou isolado em algum mundo estranho... tudo preto... está tudo muito preto, onde será que eu vim parar?

            Krink se vê num mundo de total escuridão, de pé, olhando para todos os lados.

            Krink: Tem alguém aí? Onde é que eu estou?! Por favor, se houver alguém por aí, me responda!

            Absolutamente nada acontece, ele continua parado de pé no meio de uma intensa escuridão. Assim permanece por alguns poucos segundos, até que um leve ruído começa a invadir os seus ouvidos. Ele acaba arregalando os seus olhos momentaneamente.

            Krink: Ei! Ei! Quem é que está aí? Por favor, me ajude!

            O Bour começa a correr para frente, mas nada muda, tudo continua muito escuro.

            Krink (pensando): Droga... onde será que eu vim parar?!

            Então, como se estivesse vindo do mais profundo escuro daquele lugar, uma voz ligeiramente conhecida começa a falar. A voz, por sua vez, parece ecoar por todo o local e, naturalmente, ela é ouvida por Krink de uma maneira bastante clara.

            Voz: Você falhou!

            Krink: O que?! Droga! Quem é você?!

            Voz: Você falhou, Krink! Está totalmente apagado!

            Krink abaixa ligeiramente a sua cabeça e sua expressão fica tomada de uma mistura de medo, dúvida e tristeza.

            Krink: Por que eu tenho a impressão de que eu já ouvi esta voz? Eu não estou entendendo...

            Voz: Você me fez uma promessa! Mas, falhou! Falhou!

            Krink: Promessa?! Que promessa?! Quem é você e do que está falando? Por que é que você não conversa comigo pessoalmente?! Apareça!!

            Voz: Tudo bem... se você faz mesmo tanta questão que eu apareça pra você... eu vou fazer a sua vontade, Krink... mantenha os seus olhos bem fixos à sua frente.

            Krink: Na minha frente... está bem...

            O Bour obedece aos comandos da voz e dirige o seu olhar exatamente na direção à frente. Um tipo de distorção estranha começa a acontecer no escuro, é como se a própria escuridão começasse a se mexer por conta própria.

            Krink (pensando): Mas o que é isso...?

            Neste momento, uma leve brisa começa a atingir o rosto do Bour, sendo que esta brisa parece vir exatamente do local onde a estranha distorção acontecia. O vento começa a crescer bem lentamente e algo começa a aparecer no lugar da distorção.

            Krink: Muito bem, então, você finalmente resolveu aparecer para mim, não é verdade?

            Voz: Sim... eu disse pra você que faria a sua vontade e apareceria pra você!

            O vento agora fica bastante forte e a coisa que estava aparecendo, vai tomando uma forma conhecida. Lentamente, essa forma vai se aperfeiçoando ao mesmo tempo em que os olhos de Krink, ao ver o que acontecia à sua frente, arregalava os olhos.

            Krink: Não! Não... pode ser você!

            A forma então assume finalmente uma aparência muito conhecida de Krink. Neste instante, o vento cessa completamente, porém, todo o local ao redor continua mergulhado na mais profunda escuridão.           

            Voz: E agora... consegue ver quem eu sou, certo?

            Uma leve quantidade de lágrimas começa a sair dos olhos de Krink, que, por sua vez, encaram fixamente a figura à sua frente.

            Krink: Meu amigo... você... Luyul... o que está fazendo aqui...?

            As lágrimas de Krink continuam a cair incontrolavelmente, o que o faz levantar o seu braço direito e começa a tentar secá-las, mas isso foi uma tentativa completamente inútil.

            Krink: Por favor, Luyul, meu amigo, me responda. O que é que nós dois estamos fazendo aqui? Que tipo de lugar é este?

            Luyul: Eu não tenho nada mais a te dizer... você falhou comigo, Krink!

            Krink arregala os olhos na mesma hora. A voz de Luyul ecoa de uma maneira bem diferente do que o normal.

            Krink: Eu falhei...? Mas eu não estou entendendo...

            Luyul: Você me fez uma promessa... pensei que iria cumpri-la, mas infelizmente... estou vendo que você não teve capacidade para isso!

            Krink: Promessa?! Mas...

            Novamente, Krink arregala os olhos, desta vez, de uma maneira bem mais intensa do que antes.

            Krink: Você está falando do... do Diell? É sobre ele que você está falando, Luyul?!

            Luyul: O que é que você acha, Krink? Não se lembra mais... eu e Marrncifer... fomos enfrentar o Ryumann e você disse que poderíamos ir lutar contra ele sossegados, que protegeria o Diell com a sua própria vida e assim, não trairia a nossa confiança... pois é Krink... é isso o que você está fazendo agora?

            Krink permanece com os olhos arregalados, algumas lágrimas continuam a escorrer intensamente.

            Luyul: Me responda, Krink!

            A expressão de Krink vai lentamente voltando ao normal, ao mesmo tempo em que ele abaixa a cabeça, chorando agora ainda mais do que antes. As lágrimas escorriam por todo o seu rosto e começavam a pingar na escuridão, e, ao fazerem isso, elas não emitiam nenhum barulho, pareciam simplesmente sumir.

            Krink: Mas... Luyul... eu tentei! Meu amigo, eu lhe disse que... que protegeria o Diell com a minha própria vida... mas eu perdi... eu fiz o possível para...

            A imagem de Luyul o interrompe de uma maneira bastante brusca, voltando a falar.

            Luyul: Você fez o possível?! Será mesmo que você fez o possível, Krink?

            Momentaneamente, Krink levanta a cabeça, erguendo-a na direção de Luyul novamente. Ao fazer isso, seus olhos se arregalam por um breve segundo, mas logo depois, eles voltam ao normal, porém, ainda chorando bastante.

            Krink: Luyul... será que você não consegue me entender...? Naturalmente esses Ports são inferiores à minha força e habilidade, sem contar que eles não são tão bons em lutas como nós Bours, mas... o meu corpo ainda não está completamente recuperado dos ferimentos que recebeu na invasão que fizemos à Morada dos Logrus... e além disso, eles estão em vantagem numérica também... meu amigo, minhas sinceras desculpas, eu juro que lutei até agora pensando na promessa que fiz a você e à Marrncifer... mas... mas... não dá! Não tenho chances de vencer esses dois nas minhas condições atuais! Desculpe! Desculpe!

            Neste momento, Krink se ajoelha na escuridão e coloca as suas mãos no chão preto, chorando agora mais intensamente do que em todos os instantes anteriores. Luyul apenas acompanha a cena com o seu olhar, que, por sua vez, está relativamente frio.

            Krink (com uma voz bastante diferente devido ao choro): Por favor! Meu amigo, por favor, não me culpe! Eu juro que fiz o possível, por favor, não deixe que eu viva com esta culpa! Eu não sei em que lugar eu estou... não sei se estou vivo ou morto... mesmo que eu já tenha morrido, não vou conseguir carregar a culpa de não ter correspondido à confiança de um dos meus melhores amigos! Então, por favor, Luyul... me perdoe! ME PERDOE!!!

            Krink agora somente chora, soluços cortam o silêncio daquela escuridão profunda de segundo em segundo. Luyul começa então a andar bem lentamente na direção de seu companheiro, que continua desesperado, ajoelhado aos seus pés. Ao chegar bem perto de Krink, Luyul então se abaixa e coloca sua mão direita na cabeça de seu amigo.

            Luyul: Krink... olhe para mim!

            Krink continua chorando bastante, porém, ainda de cabeça baixa.

            Luyul: Levante a sua cabeça, Krink... olhe para mim...

            O choro de Krink então diminui um pouco e ele ergue o seu rosto para encarar Luyul de frente. Os seus olhos estão muito vermelhos e todo o seu rosto está coberto de lágrimas.

            Luyul: Eu só quero que você entenda uma coisa... você é e sempre será um dos meus melhores amigos, Krink! Mas você precisa acordar!

            Krink: Acordar...? O que quer dizer?!

            Luyul: É como se você não tivesse mais motivação para enfrentar esses inimigos. Eu tenho certeza... certeza absoluta... de que, se você tentar ao máximo, conseguirá derrotá-los! É como você mesmo falou. Eles são inferiores, se você conseguir despertar todas as suas habilidades de luta, toda a sua capacidade... com certeza vencerá!

            Krink: Mas eu...

            Luyul rapidamente o interrompe, agora Krink parece estar inexplicavelmente mais calmo com as palavras de seu companheiro.

            Luyul: Krink... pense bem! Será mesmo que essa é a situação mais crítica da sua vida? Será que você nunca passou por momentos mais difíceis e desesperadores do que esse?!

            Krink agora abaixa mais um pouco a sua cabeça e fica olhando para o escuro por alguns segundos até que então, volta a encarar os olhos de Luyul.

            Luyul: E então, Krink? O que é que você tem a me dizer?

            Krink: Situação crítica... você está falando então...

            Luyul: Naturalmente. Faz tempo que a nossa raça Bour está em uma condição muito ruim e subalterna e muitos dos nossos companheiros foram mortos naquela guerra maldita... com a construção da CIV, as nossas condições de vida até que melhoraram um pouco, mas, mesmo assim, ainda temos uma vida bastante miserável... mas você se lembra bem do que todos nós tivemos que passar até a CIV ser construída, não se lembra? E agora... você acha realmente que a sua situação contra estes inimigos... é mais crítica do que a nossa situação naquela época?

            Krink continua a encarar os olhos de seu companheiro de uma maneira intensa por alguns segundos até que ele desvia o seu olhar por um breve momento em que volta a falar.

            Krink: Luyul... você... pode até estar certo...

            Luyul: Meu amigo, eu tenho certeza de que estou certo... o que estou tentando te mostrar é que eu, você, todos nós... já passamos por inúmeras situações difíceis, alguma mais e outras menos, mas difíceis do mesmo jeito... e neste momento, Krink, não tem diferença alguma. Será difícil sim derrotar esses inimigos, porém, mais uma vez, você vai conseguir superar essa situação! Vá, Krink! Seja um Bour e supere mais estes oponentes, eu tenho certeza que você vai conseguir meu amigo!!

            Neste momento, Luyul atinge o ombro direito de Krink com um leve tapa de sua mão direita, o que faz Krink voltar a encarar os olhos de Luyul.

            Krink: Você...

            Novamente, uma grande quantidade de lágrimas começa a sair dos olhos de Krink, no mesmo momento em que a expressão de Luyul vai se transformando: o seu rosto ganha um leve sorriso e passa a ilustrar um sentimento bem mais ameno e bondoso do que o de poucos instantes atrás, se diferenciando totalmente daquela expressão fria.

            Luyul: Vai, Krink! E derrote esses inimigos de qualquer maneira, eu sei que você consegue...

            Krink acena positivamente com a sua cabeça e também abre um leve sorriso, seu rosto agora está tomado de lágrimas novamente. Então, como se o chão tivesse levado um forte estrondo, todo o local preto começa a tremer intensamente.

            Krink: O que é isso...?!

            Krink rapidamente fica com sua expressão tomada pelo susto. Ele olha para todos os lados, o local continua a tremer intensamente, até que então seus olhos voltam a olhar para Luyul. A imagem do amigo à sua frente começa a desaparecer lentamente, como se estivesse sendo sugado pela escuridão.

            Krink: Luyul! Luyul! Pra onde você está indo, Luyul?! Luyul!!!

            A imagem continua a sumir até que Krink não consegue mais vê-la: os seus olhos voltam a ser tomados pela intensa escuridão daquele local. Ele rapidamente se levanta, voltando a ficar de pé, olhando em grande velocidade para todos os lados, mas não vê nada. O local continua a tremer.

            Krink: Merda! O que é que está acontecendo...?!!

            Então, mais uma vez, um vento começa a atingir em cheio o seu rosto, entretanto, desta vez, o vento é bastante forte e não apenas uma brisa. Ele então acaba perdendo o equilíbrio devido ao fortíssimo tremor e cai no chão, perdendo a consciência. Em seu interior agora ele não vê mais nenhum tipo de imagem, só sente algo estranho pelo seu corpo. Ele está agora bastante dolorido e, ao sentir as leves dores, começa a ouvir algumas vozes.

            Voz: Vamos levá-lo logo, Trypu!

            Trypu: Sim!

            Trypu está agachado no chão, pegando Krink, completamente ferido e coberto de sangue, e colocando-o lentamente sobre as suas costas. O Bour então, sente um rápido sacolejo em seu corpo e começa a abrir lentamente os olhos, no mesmo momento em que o Port Trypu vai erguendo-se, voltando a ficar de pé.

            Trypu: Vamos indo, Perughy!

            Perughy: Certo!

            A imagem invade os olhos de Krink: as costas amareladas de Trypu faz o Bour ficar com uma expressão de intenso susto em seu rosto. Ao perceber isto, Krink faz um rápido movimento, pressionando as suas mãos contra os ombros do Port, fazendo assim um impulso, que, por sua vez, acaba levando Krink a quase três metros de altura, ao mesmo tempo em que Trypu e Perughy acompanham o Bour com os seus olhos. Krink dá um rápido giro no ar e cai de pé no chão, defronte a poucos metros dos seus dois inimigos.

            Trypu: O que?! Seu maldito! Ainda consegue se movimentar desta maneira, seu bastardo?!

            Krink está bastante ofegante e ferido, porém, continua a encarar os olhos dos dois Ports.

            Krink: Eu não sei o que acabou de acontecer comigo!

            Trypu e Perughy fazem uma expressão de estranhamento.

            Krink: Eu realmente quase fui derrotado por vocês, mas eu não posso deixar que isso aconteça de jeito nenhum! Eu não sei... se foi a minha consciência que se sentiu culpada e projetou a imagem do meu amigo na minha cabeça ou se realmente o meu amigo arranjou uma maneira de me dar uma bronca por causa deste papel ridículo que eu estou fazendo, fraquejando pra vocês, por causa do fato de eu ter perdido a minha determinação! Eu realmente não posso mais ficar nesta situação, eu sou mais forte do que vocês e se eu fizer o meu máximo nesta luta, conseguirei vencê-los! O meu amigo... o Luyul conseguiu abrir os meus olhos!!

            Perughy: Seu imbecil! Do que é que está falando?!

            Krink: Eu não sei o que houve comigo, mas de uma coisa eu tenho certeza agora! Não vou perder pra vocês, não vou! Não importa o que aconteça...

            Krink reassume a sua postura de batalha, com um olhar agora mais frio do que nunca.

            Krink: ... eu irei derrotá-los! Eu posso até morrer aqui, mas mesmo assim, vocês vão ter que vir junto comigo... para que eu possa manter a promessa que eu fiz para o meu amigo! Vocês dois... podem ter certeza de que perderão a vida aqui!!!       

      


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!