O Rei das Trevas escrita por Cdz 10


Capítulo 26
Capítulo 026: O golpe especial dos Ports




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Capítulo 026: O golpe especial dos Ports.

       O Bour Krink ainda está com o seu corpo bastante ferido, sobretudo o seu rosto, que está recoberto de sangue, porém, ele está com a sua postura de batalha montada, seus olhos frios encarando fixamente os dois oponentes que estão à sua frente. Ambos ficam se olhando por alguns momentos, até que Trypu recomeça a falar, com uma voz mais ousada e ameaçadora.

            Trypu: Hum, você é mesmo muito audacioso, Krink! Olhe só pra você, seu imbecil! Se antes quando estava em condições mais ou menos boas, você perdeu para nós, o que acha que poderá fazer agora neste estado?

            Krink: Eu já lhes disse! Eu realmente quase fui derrotado por vocês... mas eu não estava com a mesma determinação que eu estou agora! O meu amigo Luyul finalmente me abriu os olhos e me mostrou... que eu posso sim vencer vocês e é exatamente o que eu pretendo fazer!

            Perughy: Hum... seu amigo é...? Não faço idéia do que você está falando, mas isso já foi longe demais!

            Neste momento, Perughy dá uma olhada de lado para o seu companheiro.

            Perughy: Trypu... o que você me diz? Eu acho que já passou da hora de colocarmos um ponto final nesta luta. Vamos dar uma lição neste canalha de uma vez por todas!

            Trypu: Hum! Com certeza! Vamos com tudo a partir de agora, Perughy!

            Os dois então voltam a encarar Krink com um olhar igualmente frio e também assumem posturas de batalha. O Bour abre um leve sorriso malicioso em seu rosto.

            Krink: Ora, ora... então vocês realmente não estavam usando a sua capacidade máxima na luta?

            Trypu: Está mesmo confiante de que pode vencer para falar com esta ironia toda... muito bem, eu estou ansioso para ver a expressão no seu rosto quando ver do que realmente somos capazes!

            Krink franze rapidamente os seus olhos.

            Krink: Então, mostrem-me!

            Trypu e Perughy também franzem os seus olhos. No instante seguinte, os dois começam a ranger os seus dentes bem fortes, emitindo sons pela boca que mais pareciam rugidos de algum animal silvestre. O Bour observa atenciosamente.

            Krink (pensando): Quando o Rert morreu... o Perughy melhorou bastante as suas habilidades de luta e o mesmo aconteceu com o Trypu... não! Eu não posso ficar pensando negativamente... eu sou mais forte do que eles, é como o Luyul me disse! Não importa o quanto eles melhorem suas habilidades a partir de agora... eu vou fazer de tudo pra vencer!

            Os dois Ports continuam a ranger os dentes e então começam a mudar a postura corporal. Ambos flexionam levemente os joelhos e colocam os braços encostados nas laterais da barriga, deixando os cotovelos bem colados na cintura.

            Krink (pensando): O que eles pretendem...?!

            Como se fizessem bastante força em todos os músculos do corpo, Trypu e Perughy aumentam ainda mais o ranger de dentes e começam a liberar um líquido levemente amarelado por todas as partes de seu corpo, entretanto, este amarelo é bem fraco, o que faz o líquido às vezes parecer transparente também. As expressões faciais dos dois ilustram bastante sofrimento e dor. Krink arregala os olhos por um breve momento, mas logo depois volta ao normal, porém, fica com uma expressão apreensiva e nervosa no rosto.

            Krink (pensando); Droga...! Mas que calafrios são esses que eu estou sentindo?! Esses dois realmente não estão blefando! Vão mostrar as verdadeiras habilidades!

            O ranger de dentes começa a se ampliar, transformando-se num leve grito. Os ouvidos de Krink então começam a ser invadidos por outros ruídos, muito estranhos e os quais o Bour não conseguiu identificar o que era. Trypu abre um leve sorriso no rosto, que, por sua vez, ainda está demonstrando dor.

            Trypu (com uma voz bem grave): Prepare-se!!

            Perughy e Trypu abrem amplamente os dois braços para os lados, soltando altíssimos gritos naquele local. No exato momento em que abriram os braços, algo aconteceu e Krink arregalou os seus olhos ao ver a cena: naquele instante, uma grande quantidade de espinhos, da mesma cor que a pele dos Ports, saíram por todas as partes de seus corpos. É como se espinhos saíssem de dentro dos poros de Perughy e Trypu. Após liberá-los, os dois ficam ofegantes, porém, ambos com sorrisos maliciosos no rosto e encarando Krink. Eles dois agora pareciam até maiores por causa da aparência dos inúmeros espinhos.

            Krink: O que...?! Mas... o que diabos é isso...?!

            Trypu (ainda ofegante): He... Hehehehe... está assustado, maldito...? É uma técnica comum a todos os membros da raça Port!

            Krink: Espinhos...? É... é como as suas asas...? Eles saíram de dentro de vocês!!!

            Perughy: Hum! Não é exatamente igual, mas é quase!

            Trypu faz rapidamente uma expressão de raiva.

            Trypu: Já chega de conversa fiada! Perughy! Nós temos que acabar com isso o mais rápido possível, você sabe!

            Perughy: Sim! Vamos lá!

            Sem demora, os dois Ports tomam fortes impulsos com as suas pernas (deixando inúmeros furos no chão devido aos espinhos das solas dos pés) e avançam em grande velocidade na direção de Krink, que rapidamente assume uma postura de defesa. Ao chegarem a poucos centímetros de seu inimigo, Perughy e Trypu começam a lançar vários ataques, principalmente socos. Inicialmente, Krink defende os três primeiros golpes com os seus dois braços, mas ao fazer isso, ele começa a sentir uma dor muito intensa, além do sangue, que começa a espirrar deles.

            Krink (pensando); Merda, é mesmo! Eu não posso mais me defender, senão os espinhos vão acabar me perfurando! Droga!

            Krink rapidamente dá um grande salto para trás, pousando a quase uns cinco metros dos dois, mas isso foi inútil: ambos voltam a avançar em grande velocidade, mas ao se aproximarem, o Bour dá um grande salto para o lado, se distanciando novamente. Então, Trypu dá um grande salto para o alto e começa a descer rapidamente com a sua perna direita totalmente esticada, em posição de voadora, na direção de Krink, que, por sua vez, vê Trypu se aproximando e na mesma hora dá um forte impulso com os seus pés no chão, indo a alguns metros para trás, fazendo o chute de Trypu apenas atingir o chão, algo que provoca um forte baque naquele local. Entretanto, no mesmo instante em que Krink se desvia para trás, Perughy avança em sua direção rapidamente, vindo à sua frente. O Bour sente-se surpreso e arregala os olhos momentaneamente, mas logo em seguida a sua expressão volta ao normal e, quando Perughy já está prestes a lhe atingir com um soco de seu punho direito, ele salta novamente, desta vez se elevando a vários metros para o ar, pousando em um grosso galho de um dos diversos Furors que ocupavam aquele lugar. Perughy então pára de se movimentar, enquanto que Trypu, que estava um pouco atrás, se aproxima de seu companheiro, andando. Os dois ficam parados de pé, um do lado do outro, ambos olhando para cima, onde Krink está agachado sobre o grosso galho.

            Trypu: O que há com você, Krink? Não disse que iria nos matar! O que vai fazer? Pretende apenas continuar fugindo de nós, como pretende nos derrotar desta forma?!

            Krink faz uma expressão de raiva e nervosismo em seu rosto. Ele fica encarando friamente os dois Ports lá de cima do Furor.

            Krink (pensando): Droga, o pior é que eles estão certos! Eu tenho que matá-los, mas nunca vou conseguir isso apenas fugindo dos ataques deles! Sem contar... que se eu continuar assim, em breve perderei o fôlego e aí já era! Merda, o que é que eu faço...?!

            Trypu e Perughy continuam encarando o inimigo.

            Trypu: E então? Vai ficar aí parado?

            Nos segundos seguintes, nenhum dos três se mexe, até que Trypu abre um sorriso malicioso.

            Trypu: Está certo... se você não vem...

            Das costas dos dois Ports, as asas começam a se expandir e ambos tomam um forte impulso levantando vôo, ficando em poucos segundos na altura de Krink, que, por sua vez, arregala os olhos.

            Trypu: ... nós vamos!!!

            Os dois estão a poucos metros na frente de Krink e então avançam rapidamente na direção dele, porém, o Bour dá mais um grande salto para trás indo a um outro galho de Furor. Trypu e Perughy vão perseguindo-o com rápidos movimentos de suas asas, enquanto Krink vai saltando de Furor em Furor numa grande velocidade e com uma expressão de dúvida e apreensão em seu rosto.

            Krink (pensando, enquanto foge): Merda! Eu preciso pensar em alguma alternativa rápido, isso não pode continuar assim!

            O Bour permanece saltando enquanto os Ports continuam voando rapidamente para frente. Essa situação permanece por alguns poucos segundos até que Trypu e Perughy se olham momentaneamente e, no segundo seguinte, param de avançar, ficando estáticos no ar. Krink salta por mais dois Furors e dá uma rápida olhada de lado para trás e não vê mais os seus dois inimigos vindo em sua direção. Ele então pára de avançar bruscamente no topo de um galho de Furor e logo depois se vira para trás. Ao virar-se, Krink observa os dois Ports flutuando a quase dez metros, no ar, ambos bem próximos um do outro.

            Krink: O que aconteceu?! Vocês dois não querem mais me pegar?!

            Lentamente os dois voltam a avançar na direção de Krink, mas este permanece parado no galho. Depois de alguns segundos, Trypu e Perughy param de novo, ficando agora a alguns metros mais próximos de Krink.

            Perughy: Achamos que esse pique-pega já está na hora de terminar, Krink! O fato de você estar fugindo... será que você não pensa?

            Krink faz uma rápida expressão de estranhamento em seu rosto.

            Krink: Do que é que você está falando?

            Trypu: Você veio aqui, Krink, dizendo que deseja nos matar e por isso estamos nos confrontando! Nós não precisamos ficar perseguindo você! Se a vontade é sua de nos matar, você é que deve vir atrás de nós... caso contrário... iremos ao Conselho do Oeste imediatamente denunciar a sua existência! Mesmo que não fique ninguém aqui pra te segurar até que algum reforço chegue, não fará muita diferença, porque, quando te denunciarmos, inúmeros membros de nossa cidade ficarão te caçando e assim... será apenas uma questão de tempo até que você seja capturado!

            Krink franze um pouco os seus olhos.

            Perughy: Sem falar que os membros do Conselho podem até conhecer a que raça você pertence e de que região você veio, afinal, mesmo que nós não saibamos isso, eles estão sempre envolvidos em assuntos políticos e também têm fontes de pesquisa muito confiáveis para eles saberem as principais informações sobre os visitantes que chegam à nossa cidade, logo, têm um conhecimento maior de raças e cidades. Isso vai facilitar ainda mais a busca por você!

            Krink agora está bastante apreensivo.

            Krink (pensando): Merda... eles têm razão! Agora eles podem ir me denunciar, eu não tenho chances de atacá-los...

            Trypu: Bem, então... acho que não temos mais nada para falar com você...

            Neste momento, Perughy arregala os olhos e solta um alto gemido de dor, o que faz tanto Krink quanto Trypu terem a atenção despertada para ele.

            Trypu: Perughy! Ei! Perughy! O que é que está acontecendo, meu amigo?!

            Krink observa atentamente. Naquele instante, os espinhos de Perughy começam a reduzir rapidamente e então, os dois Ports começam a fechar suas asas, descendo lentamente ao chão.

            Krink (pensando): O que está havendo?!

            Krink acompanha os dois com os olhos, observando-os pousar no chão. Perughy se deita, agora os espinhos já não existem mais. Trypu está agachado ao seu lado.

            Trypu (em voz bem alta): Perughy! Ei, Perughy!!

            Krink continua observando.

            Krink (pensando): Essa poderia ser a minha chance de escapar... mas eu não posso fazer isso. O que eles dois disseram faz sentido, se eu fugir, serei denunciado e aí... não poderei ficar em paz aqui nessa cidade com o Diell enquanto esperamos pelo Luyul e os outros... então... essa é a minha chance não de fugir, mas de acabar com eles dois de uma vez por todas!

            Krink então salta do Furor, caindo de pé no chão a quase cinco metros dos dois Ports. Trypu dá uma rápida olhada para Krink, mas logo depois se volta para Perughy. Krink vai se aproximando dos dois lentamente.

            Krink: Ei, o que foi que aconteceu com ele?

            Neste momento, os espinhos de Trypu começam a reduzir também e ele fica com seu rosto tomado de uma expressão de dor, porém, menos do que Perughy. Krink pára de se aproximar por um breve momento ao ver isso, mas logo depois, volta a andar na direção deles.

            Krink: O que é que está acontecendo com vocês?

            Trypu (com uma voz de dor): É... é essa técnica...

            Krink: Técnica... esse golpe de espinhos, é dele que você está falando?

            Neste instante, Krink já está bem próximo dos dois e pára de andar.

            Trypu: Sim... como você mesmo viu, essa técnica é forte, mas... tem efeitos colaterais ao nosso corpo, é por causa disso que nós não a usamos antes!

            Krink: Efeitos... colaterais?

            Trypu: Isso mesmo!

            Perughy continua gemendo de dor no chão.

            Trypu: É uma técnica perigosa e por isso, não pode ser usada por muito tempo! E eu acho... que tanto o Perughy quanto eu usamos essa técnica além da conta.

            Krink: Mas vocês nem a usaram por tanto tempo assim... os efeitos são tão graves a este ponto?

            Trypu: São... essa técnica segue quase o mesmo princípio que as nossas asas, mas é um pouco diferente. O nosso corpo, assim como o de todos da raça Port, é sustentado por partículas chamadas Einklols. Os Einklols são as menores partes vivas de nosso corpo. Elas são formadas por uma substância gasosa em seu interior e são revestidas por uma fina camada protetora, camada esta que é a responsável por guardar a substância dentro do Einklol. Essa substância, por sua vez, é a responsável pela manutenção da nossa vida... é uma substância com alto nível energético. Os nossos Einklols estão em constante movimento giratório em torno do próprio eixo e esse movimento permite que um pouco da energia dessa substância gasosa seja emanada para as outras partes do nosso corpo, que, assim, pode realizar suas funções vitais, como digestão e até mesmo a movimentação. É essa energia emanada que dá uma maior força ao nosso corpo também, uma força maior do que a de algumas raças. Por isso é que a camada protetora deve ser fina, o suficiente para permitir que uma certa energia da substância seja emanada, mas suficiente também para impedir que ela vaze totalmente para fora do Einklol.

            Krink: Então... as suas técnicas e golpes estão relacionados com esses Einklols?

            Trypu: Sim... no caso das asas, o que acontece é que nós passamos a exercer um certo controle sobre os Einklols mais próximos das nossas costas, porém, relativamente distantes da nossa pele... e, com este controle, podemos provocar uma pequenina ruptura na camada protetora, permitindo assim que a substância gasosa vaze por este pequeno orifício, mas o vazamento é bem pequeno. Como resultado, a substância gasosa sai no formato de um pequeno turbilhão e quando ela chega na região mais próxima da pele de nossas costas, este turbilhão então começa a promover uma certa separação entre os Einklos localizados nesses lugares próximos à pele, praticamente colados nela. Este distanciamento então, provoca uma expansão, o que possibilita o surgimento das asas. Para voltar ao normal, basta exercer um certo controle nesses Einklols da pele para repelir a substância, voltando então a se aproximarem, fazendo as asas reduzirem. Essa substância então volta para os Einklols das regiões mais internas das costas e a fina camada se recompõe rapidamente. Entretanto, no caso dos espinhos, o processo é diferente. Exercemos controle sobre os Einklols da própria pele de todo o nosso corpo, e então, rompe-se completamente a camada protetora, fazendo a substância gasosa ser liberada num turbilhão muito maior! Esse turbilhão então estufa a pele em todos os pontos gerando os espinhos, que são bem rígidos por causa do nível energético da substância.

            Krink: Entendo, mas onde entra a parte destes efeitos colaterais?

            Trypu: No caso das asas, a camada se restabelece rapidamente, mas também não pode ser usada por muito tempo, se não o Einklol pode acabar morrendo por liberar toda a substância gasosa e assim, não só não haverá energia para o Einklol realizar suas funções, mas também a camada não poderá se reestruturar. Já no caso dos espinhos, o número de Einklols que liberam energia é muito... muito maior, pois trata-se de Einklols localizados na pele de todo o corpo! Sem falar, que não é apenas um orifício que se abre em cada camada, mas a camada em si é completamente rompida. Assim, se usarmos essa técnica por vários minutos... o Einklol libera toda a sua energia e morre! O momento em que ocorre a dor é porque a pele repulsa com toda a força a substância de volta para os inúmeros Einklols quando eles estão em estado crítico... se você continuar insistindo, os espinhos se mantêm, mas os Einklols morrem e isso... pode gerar a nossa morte também, pois a energia perdida é grande demais! Sem falar que o tempo de reconstrução dos Einklols mesmo depois que a substância volta é mais demorado, pois não é apenas um orifício que deve ser reconstruído e sim, toda a camada... por isso, mesmo depois que usamos essa técnica, os nossos membros ficam extremamente fracos.        

            Krink: Acho que entendi... então... o que está acontecendo com vocês agora é que a substância está voltando aos Einklols, mas eles vão demorar para se recuperarem, é isso?

            Trypu: Sim... sim, vão... por isso é que eu disse antes que tínhamos que te derrotar o mais rápido possível! Mas acho que não deu... e agora... todos os nossos membros estão fracos e doloridos...

            Krink: Hum! Eu estou vendo... então parece que eu venci essa luta! Olha, eu quero que saibam... que eu não sou uma pessoa maldosa, posso parecer isso agora, mas eu não sou, eu juro! Infelizmente, eu tenho mesmo que matá-los, mesmo que vocês não tenham mais condições de lutar, eu...

            Trypu: Pare com isso! Quem disse que eu não tenho mais condições de lutar?

            Krink: O que...?

            Trypu se levanta com bastante dificuldade, enquanto Perughy continua a gemer de dor.

            Trypu: Mesmo dolorido... eu farei de tudo para te vencer... eu não posso perdoar o que você fez ao nosso amigo Rert!

            Krink: Eu entendo...

            O Bour volta a assumir uma postura de combate.

            Krink: Então, vamos lá! Eu vou colocar um ponto final nisso!

            Trypu volta a assumir uma postura de batalha também. Krink rapidamente parte para cima dele e começa a desferir uma grande quantidade de socos por todo o seu corpo, o que faz o Port gemer de dor e começar a sangrar em várias partes. Perughy ergue levemente a sua cabeça e abre um pouco os seus olhos, vendo a cena à sua frente.

            Perughy (em voz bem baixa, quase que um murmúrio): Trypu...

            Krink continua a golpeá-lo intensamente até que Trypu vê uma pequena brecha e salta para o alto, indo a um galho de Furor. Krink rapidamente o acompanha com o olhar.

            Krink: Isso é inútil, Trypu, você vai morrer de qualquer jeito não importa o que faça!

            O Bour salta fortemente para cima indo, em poucos segundos, ao galho, e, ao chegar nele, Krink recomeça a desferir vários golpes em Trypu, que tenta se defender com os braços, mas recebe a maioria dos ataques. Então, num rápido movimento, Trypu se abaixa e tenta atingir Krink com uma rasteira, mas o Bour se esquiva habilmente com um breve salto e atinge o rosto de Trypu em cheio com um chute rodado, fazendo-o cuspir uma pequena quantidade de sangue. Ele quase cai do galho devido ao impacto do golpe, mas consegue se recompor rapidamente e se volta para Krink, tentando atingi-lo com vários socos, mas ele se desvia facilmente de todos eles com rápidos movimentos para os lados.

            Krink (enquanto desvia): Realmente, Trypu, a sua velocidade diminuiu bastante também, o golpe dos espinhos deixou vocês dois em péssimas condições, mas eu não terei pena!!

            Krink se abaixa bem rápido e desfere um forte soco no queixo de Trypu. O gancho faz o Port cuspir bastante sangue pela boca e o impulsiona um pouco para o ar. No segundo seguinte, ele começa a cair rapidamente ao chão, se chocando com ele de cabeça, provocando um forte baque no local. Krink então salta do galho, pousando de pé no chão, bem ao lado de Trypu, caído de costas no chão, com o rosto cheio de sangue. O Bour fica encarando-o por alguns segundos. A expressão do Port é de pura dor.

            Krink: Bom... agora acabou mesmo! Eu não vou mais ficar brincando com você, Trypu, afinal, você não está mais em condições de lutar! Então...

            Krink ergue ligeiramente o seu braço direito e fecha o seu punho.

            Krink: O golpe final...

            Quando o Bour avança poucos centímetros o seu pulso na direção de Trypu, pronto para desferir um soco, ele sente uma fortíssima dor em suas costas e na parte detrás de suas pernas, e em menos de um segundo depois, uma forte dor na parte da frente de seu corpo também, na barriga e no peitoral. Ele cospe uma quantidade absurda de sangue pela boca e solta involuntariamente um alto gemido de dor.

            Krink: O... O que...

            Ele olha rapidamente para baixo e vê dois braços amarelados no seu peitoral e em sua barriga. Trypu ergue seu olhar e vê a cena: Perughy, coberto de espinhos, está agarrando Krink fortemente por trás, com os braços por toda a região da frente do corpo do Bour.

            Krink (com uma voz bastante agonizante): Perughy... você... me... abraçou por trás... para me perfurar?! Mas então...

            Trypu: Hehehehee...

            Neste momento, Trypu se levanta lentamente, secando o sangue de seu rosto com as suas mãos. Quando fica de pé, de frente ao Bour, ele faz uma leve força e os espinhos voltam a ficar para fora por todo o seu corpo. Krink arregala os olhos.

            Krink: Não... maldito... mentiroso... você só...

            Trypu (com ironia): Não... não... eu não menti pra você, Krink, pelo menos, não em tudo! De fato, essa técnica é perigosa ao nosso corpo por todos os motivos que eu lhe expliquei, mas... a questão do tempo a qual lhe falei está errada! Para que os Einklols entrem em estado crítico pela liberação da substância... é mais do que alguns poucos minutos!!

            Perughy (falando ao ouvido de Krink): Exatamente, seu idiota! Tudo não passou de uma mera encenação... e aí... sou um bom ator, não sou? Hahaha!

            Krink: Então... o corpo de vocês ainda...

            Trypu: Ainda pode resistir tranquilamente a esta técnica por mais algum tempo! E quanto a você, Krink... hahahaha! Acho que não preciso nem dizer... você já era, canalha!

            Perughy: Sem salvação!

            Lentamente, dos olhos de Krink começam a sair lágrimas.

            Krink (em voz bem baixa e rouca): Di... Diell...

           


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