My Darkness escrita por Lúcia Hill


Capítulo 7
Chapter - Guardian Angel


Notas iniciais do capítulo

Vale aquela velha história do Anjo da Guarda, sempre nos tirando das frias em que nos metemos diariamente, no caso de Eloise, seu anjo da guarda é mais sombrio que os normais, Damon sendo seu anjo, logo ele.



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Eloise revolveu que iria continuar a investigar Noah e seus amiguinhos. Arrumou-se toda para a tal investigação, algo dentro dela pedia, suplicava, para que não fosse, mas seu coração a incentivava.

A hora é essa! – respirou fundo, com passos lentos e silenciosos seguiu rumo à porta, girou a maçaneta bem devagar.

O corredor estava completamente escuro, seu coração começou a disparar.

Concentre-se, é para o bem de Noah. – sua mente tentava confortá-la, deu mais um passo.

– Aonde acha que vai? – era a voz mais sexy que tinha ouvido em toda sua vida.

Ao se virar, deparou-se com os olhos de Damon e seu sorriso perfeito, sentiu seus pés recuarem rapidamente na direção da parede.

– Droga, precisar fazer isso? – levou a mão até seu coração, estava completamente descompassado.

– Ora, ora, a mocinha que fica saindo de madrugada. – matinha seus olhos sobre ela, deixando-a sem jeito. – Aonde pensa que vai?

Ela rapidamente se desprendeu da parede, encarando-o.

– Não é da sua conta! – grunhiu em sua direção.

Virou-se para sair, mas a mão poderosa de Damon impediu-a, em meio aos protestos de Eloise, que nada o intimidou.

– Largue-me, agora!

– Isso é uma ordem, gatinha? – sorriu, aumentando ainda mais a fúria dela.

– É!

– Que pena, não sou cumpridor de ordens. – debochou, deixando-a furiosa. – Aliás, se você vai passear, eu também vou.

Encarou-o, confusa. Como assim ele também quer ir? Sentiu sua garganta secar, balançou a cabeça de forma negativa.

– Não vai não. – seus olhos brilhavam de raiva.

– Então você também não vai.

Não podia lutar com ele, estava na cara que era mais forte que ela, mil vezes. Respirou fundo, tentou relaxar para não fazer besteira, depois de alguns segundos, torturantes, resolveu deixar que ele a

acompanhasse.

– Tudo bem.

Ele soltou-a. Ao saírem da hospedagem, uma bufada de vento gelado soprou de encontro aos rostos, para Damon não era tão gélido, mas para Eloise era como se estivesse no ártico norte.

– Afinal, o que tanto procura? – Damon quebrou o silêncio imposto por Lise, estavam praticamente na metade do terceiro quarteirão.

– Para de me questionar! – se virou bruscamente para trás, e o encarou. Damon notou que o rosto dela estava vermelho, concluiu que devia estar muito frio. – Não te chamei para vir comigo, você é muito curioso.

Ela se virou rapidamente para frente, Damon caiu na risada. Olha quem está o chamando de curioso!

– Qual é a graça? – resmungou sem se virar para trás.

– Você.

Continuaram a longa caminhada até a entrada da casa de Bryan, que ficava no início da estrada de terra. Imediatamente, ambos pararam ao ouvirem vozes. Eloise sentiu seu coração gelar, se Noah descobrisse o que ela estava fazendo, nunca mais falaria com ela. Damon nada esboçou, apenas ficou parado igual a uma estátua.

– Quem será? – a voz de Eloise se transformou em um fio.

Damon reparou que as sombras estavam mais perto deles, e rapidamente a segurou pelo braço e a puxou de encontro ao seu corpo, e colou sua boca com seus lábios, encostou a na parede no canto mais escuro.

– Esse ai já achou seu brinquedinho. – era uma voz estridente, deviam ser prostitutas, com certeza era. – Se divirtam meus amores.

Eloise não sentia suas pernas, as mãos de Damon envolveram-na pela cintura, podia sentir o coração da moça disparado, afastou-se lentamente.

– P-Por que fez isso? – sua voz ainda estava ofegante, e seus olhos estavam fechados.

– Para te tranquilizar, e vejo que consegui. – sorriu, passou a língua por seus lábios para sentir o gostinho dos lábios de Eloise.

Ela ficou sem graça, abriu os olhos, mas não o encarou. Tomou a frente para não ter que ficar olhando para ele, tinha sido uma sensação nova para Lise, ser beijada por um desconhecido muito sedutor.

– Está tudo bem com você? – a voz dele era rouca, ela podia sentir a aproximação dele.

– Está. – soou seca, não queria dizer mais nada.

Caminharam por mais alguns metros e se depararam com a fachada da casa dos Easton, aquele local lhe trazia muitas recordações horríveis, só de pensar ficava com medo.

– É aqui? – a voz de Damon soou desacreditada.

– É. Por quê? – virou-se para encará-lo pela primeira vez depois do beijo.

– Por nada. – voltou-se para ela e sorriu.

– Sei. – murmurou.

Adentraram na propriedade privada dos Easton, ambos sabiam que era muito arriscado entrar ali, mas ignoraram completamente. O caminho era muito dificultoso, tinha muita folha e alguns buracos por ele todo.

– Que merda de caminho! – resmungou Damon, equilibrava-se para não acabar com a cara no chão.

– Já foi pior, pode acreditar. – estava se divertindo com a expressão dele.

Estava um verdadeiro breu, não conseguiam ver nada, sem dizer do vento gelado que soprava, fazendo barulhos estranhos. Damon avistou uma sombra negra correr entre os carvalhos, sua reação foi puxar Eloise para protegê-la, pois já previa.

– Ei! – protestou.

Damon nada disse, apenas colocou uma mão para silenciá-la, podia sentir o cheiro de cachorro molhado no ar.

Malditos vira-latas! – praguejou com sua mente, seus olhos tinham uma ampla visão.

– O que está fazendo? – Eloise se debatia, tentando se livrar da mão dele.

– Fique quieta, ou alguém vai se machucar. – inclinou sua cabeça para sussurrar no ouvido dela.

Eloise sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha, o medo estava dominando-a. Afinal, do que ele estava falando? Quem poderia machucá-los ali?

– Acho melhor irmos embora. – Damon recuou alguns passos para trás.

O clima estava super pesado, talvez não devesse ficar ali. Noah poderia estar em sua casa, dormindo, tranquilo e ela ali, arriscando-se. Sentiu a mão de Damon segurar a sua e começar a trilhar o caminha de volta, fizeram em silêncio. Perto da velha igreja, Eloise parou, encarando-o e por fim, perguntou:

– Afinal, por que realmente me beijou? – sentiu seu coração pular dentro do peito.

– Já lhe disse a razão. – não a encarou, estava evidente que era mentira, desde que a viu queria fazer isso, cruzou os braços e disse: – Vamos ou vai ficar aqui, até aqueles lobos virem até nós?

– Lobos? Como sabe que eram lobos? – sentiu seu sangue gelar.

Ele descruzou os braços e enfim encarou-a.

– Eles são nativos dessa região. – foi à única desculpa que tinha em mente.

Ela apenas concordou, não quis mais insistir na pergunta, tinha que confessar que adoraria fazer aquilo de novo, poderia até correr novo risco de vida, só para poder beijá-lo.

Será que o amor é tão maluco assim?


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!