De Volta ao Ponto de Origem escrita por estherly
Notas iniciais do capítulo
Ultimos trechos retirados do livro "O livro dos Códigos" de Simon Singh
Espero que gostem!
Acordei na cama de Chad. O macaquinho agarrado a mim. Sozinha. De novo. Como nos últimos três dias. Engoli em seco. Estava temerosa. E se o meu pintor não estivesse ali? Nervosa eu abri a porta do quarto. Fui para a sala e vi na cozinha Alvo e Scorpius conversando animadamente, como se fossem amigos fazia anos.
- Está melhor? – perguntou Alvo erguendo a cabeça. Scorpius se virou e se aproximou de mim.
- Em Rosa? – perguntou ele. Olhei para ele e assenti, sem perceber, ainda estava segurando o macaco. – Como vamos resgatar o nosso filho? – perguntou ele. Algo se mexeu dentro de mim. Nosso filho. Era tão bom ouvir isso dele.
- Achei isso. – disse jogando uma carta na mesa da cozinha. Scorpius ficou me observando.
- O que houve vampira? – perguntou ele me segurando pela cintura.
- Nada, pintor. – disse me desviando dele e indo pegar um copo com água.
- Houve sim Rosa. – disse ele. – Você chegaria toda faceira que encontrou algo.
- Aquilo... – comecei apontando para a carta que tinha nas mãos de Alvo.
- Você vai ajudar na investigação? – perguntou Alvo erguendo a cabeça.
- Claro que vou. – disse ele. – É o meu filho que seqüestraram.
- Beleza. – disse ele pegando um caderno e uma caneta e postando ao lado da carta e indo na geladeira pegando uma cerveja. – Roseta, acompanhe ele até a casa dele.
- Por que? – perguntamos ao mesmo tempo.
- Alguém tem que fazer companhia para ele enquanto ele arruma as malas. – disse Al como se fosse óbvio.
- Malas? – perguntei incrédula. Algo dentro de mim pulava.
- Ele irá passar uns dias aqui. – disse Al. Revirei os olhos e peguei a chave do carro.
Chegamos em casa de novo. Alvo tinha um amigo ao seu lado. Eles conversavam coisa de NERD.
- Al. – pigarreei. Ele se virou e chamou-nos para nos aproximar deles. – Onde o pintor vai dormir? – perguntei.
- No quarto de hóspede. – ele disse.
- Temos um? – perguntei. O apartamento era meu e eu nem sabia. Alvo riu baixinho.
- Onde ta o Larry. – respondeu Alvo. – Deixe as coisas dele lá e volte.
- Quem é Larry? – perguntou Scorpius.
- Um crânio que Alvo achou num caso. – disse. Scorpius abriu os olhos. – Não se preocupe. É de plástico. – eu disse. Mesmo assim, os olhos de Scorpius continuaram esbugalhados. Deixei as coisas ali e voltei para a sala.
- Até Matthew. – se despediu Alvo.
- O que ele fazia aqui? – perguntei olhando tudo o que tinha na mesa da cozinha.
- Matthew é esses caras que decifram... – começou Al.
- Decifrador. – disse Scorpius.
- Sim. – disse ele meio impaciente. – Decifram códigos.
- Criptólogo? – perguntei.
- Não sei se é. Eu sei que ele faz isso. – disse ele nervoso. Rimos dele.
- Por que chamou ele? – perguntei, sem me tocar que era para a carta.
- Recebi isso enquanto vocês saíram. – disse ele mostrando para mim uma carta.
“YROWEM DR SRQWR GH RULJHP”
- Que diabos significa isso? – perguntei. Meu coração batendo violentamente.
- O mesmo que isso. – disse ele me jogando a carta que eu dera para ele. Finalmente eu abri ela.
“ NCRLOUXCFCPLCVOCJYDOS"
- Nunca vou encontrar Chad. – disse chorando. Senti dois braços me envolverem.
- Nós vamos encontrar-lo. – disse Scorpius. – Encontraremos e depois voltaremos juntos, como uma família. – disse ele. Família. Aquilo apertava meu coração.
- Você tem razão. – eu disse. Ele ergueu a sobrancelha. – Vamos encontrar o Chad.
- É assim que se fala Roseta. – disse Al erguendo a cerveja. E bebendo em seguida é claro. Ri e senti ser apertada no abraço de Scorpius.
- Por onde começamos? – perguntei. Din Don. – Eu atendo. – eu disse com uma energia. Saber que o pai do seu filho vai te ajudar nas investigações era de aumentar a energia de qualquer um. Vi o pintor sentar junto de Al e começarem a conversar.
Abri a porta e me deparei com Matthew. Deus, ele era bonito, devia admitir. Alto, pele lisa. Olhos verdes e cabelos escuros. Ele sorriu para, não devia. E me cumprimentou com dois beijos. Um em cada bochecha que ficou vermelha.
- Matthew. – disse ele.
- Rose. – disse apertando a mão estendida. – Sabia que não é certo beijar a pessoa e depois conhecer-la? – perguntei. O sorriso abriu mais ainda.
- Sabia. – disse ele rindo. A risada era boa.
- E por que fez?
- Tem horas que temos que fazer uma exceção. – disse ele passando por mim. Fiquei vermelha e eu me virei. Scorpius me viu vermelha e avoada. Me acompanhou na cor da pele.
- Trouxe? – perguntou Alvo. Me aproximei deles e vi pilhas de livros saírem da mochila dele. – Não conseguiu decifrar estas? – perguntou Alvo. Matthew olhou incrédulo para ele.
- Cara, eu sou criptólogo a mais de 15 anos! Não vou me lembrar dos truques.
- Mas você não precisa deles? – perguntei me aproximando da mesa. Matthew olhou para mim e seus olhos brilharam.
- Não uso os antigos. Ninguém manda mensagem secretas pelos cabelos. – disse ele. Olhei incrédula para ela. Ele disse... Cabelos? – Não mais. – acrescentou ele com um livro na mão indo para o sofá.
Olhei para Alvo e Scorpius, ambos concentrados nas cartas. Me aproximei de Matthew que olhava o sumário do livro.
- Como assim não mais? – perguntei. Ele sorriu e se virou para mim. Se encostou no braço do sofá e seus pés, agora descalços, foram parar nas almofadas, assim como eu.
- Antigamente. – começou ele. – Bem antigamente. Consegue imaginar?
- 1800? – perguntei. Ele riu.
- 1500 e pouco. – disse ele. Fiquei assustada. Que data ele disse mesmo? – É a história de Histaeu, que queria encorajar Aristágora de Mileto a se revoltar contra o rei persa. Para transmitir sua instruções em segurança, Histaeu raspou a cabeça de um mensageiro, escreveu no couro cabeluda e esperou que o cabelo voltasse a crescer. Depois de tempo, o mensageiro foi. Ninguém desconfiaria de um mensageiro que aparentemente não levava nada de perigoso. Quando chegou no destino, rapou a cabeça e mostrou ao destinatário. Desde daquela época se tem esses truques. – me contou ele.
- Que nojo! – eu exclamei. Imagina, raspando e escrevendo no couro cabeludo. Coitado do mensageiro. Matthew deu os ombros. – Desde quando lida com isso?
- Faz 15 anos. – disse ele folheando o livro.
- Você não se cansa? – perguntei me aproximando dele e vendo o que ele lia.
- Do quê?
- Dessas coisas, símbolos, enigmas. – eu disse.
- Você não se cansa de escrever? – perguntou ele. Suspirei.
- Parei de escrever. – eu disse. – Não agüentava. Mas e você?
- É uma coisa fascinante. – disse ele. – Ver aquilo, misterioso até então. Você fica curioso e a curiosidade aumenta toda vez que a sua busca pela solução falha. – disse ele. Sorri pelo jeito que ele falou de tudo. Ele havia se ajeitado no sofá. Me ajeitei junto, peguei um livro e comecei a ler-lo.
“Durante milhares de anos, reis, rainhas e generais dependeram de comunicações eficientes...”
Hummm, que ombro maravilhoso.
“eficientes de modo a [bocejo] governar seus pa...”
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O que acharam?O próximo capítulo se chama "Aniversário"...Bjss