De Volta ao Ponto de Origem escrita por estherly


Capítulo 2
Códigos


Notas iniciais do capítulo

Ultimos trechos retirados do livro "O livro dos Códigos" de Simon Singh
Espero que gostem!



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Acordei na cama de Chad. O macaquinho agarrado a mim. Sozinha. De novo. Como nos últimos três dias. Engoli em seco. Estava temerosa. E se o meu pintor não estivesse ali? Nervosa eu abri a porta do quarto. Fui para a sala e vi na cozinha Alvo e Scorpius conversando animadamente, como se fossem amigos fazia anos.

- Está melhor? – perguntou Alvo erguendo a cabeça. Scorpius se virou e se aproximou de mim.

- Em Rosa? – perguntou ele. Olhei para ele e assenti, sem perceber, ainda estava segurando o macaco. – Como vamos resgatar o nosso filho? – perguntou ele. Algo se mexeu dentro de mim. Nosso filho. Era tão bom ouvir isso dele.

- Achei isso. – disse jogando uma carta na mesa da cozinha. Scorpius ficou me observando.

- O que houve vampira? – perguntou ele me segurando pela cintura.

- Nada, pintor. – disse me desviando dele e indo pegar um copo com água.

- Houve sim Rosa. – disse ele. – Você chegaria toda faceira que encontrou algo.

- Aquilo... – comecei apontando para a carta que tinha nas mãos de Alvo.

- Você vai ajudar na investigação? – perguntou Alvo erguendo a cabeça.

- Claro que vou. – disse ele. – É o meu filho que seqüestraram.

- Beleza. – disse ele pegando um caderno e uma caneta e postando ao lado da carta e indo na geladeira pegando uma cerveja. – Roseta, acompanhe ele até a casa dele.

- Por que? – perguntamos ao mesmo tempo.

- Alguém tem que fazer companhia para ele enquanto ele arruma as malas. – disse Al como se fosse óbvio.

- Malas? – perguntei incrédula. Algo dentro de mim pulava.

- Ele irá passar uns dias aqui. – disse Al. Revirei os olhos e peguei a chave do carro.

            Chegamos em casa de novo. Alvo tinha um amigo ao seu lado. Eles conversavam coisa de NERD.

- Al. – pigarreei. Ele se virou e chamou-nos para nos aproximar deles. – Onde o pintor vai dormir? – perguntei.

- No quarto de hóspede. – ele disse.

- Temos um? – perguntei. O apartamento era meu e eu nem sabia. Alvo riu baixinho.

- Onde ta o Larry. – respondeu Alvo. – Deixe as coisas dele lá e volte.

- Quem é Larry? – perguntou Scorpius.

- Um crânio que Alvo achou num caso. – disse. Scorpius abriu os olhos. – Não se preocupe. É de plástico. – eu disse. Mesmo assim, os olhos de Scorpius continuaram esbugalhados. Deixei as coisas ali e voltei para a sala.

- Até Matthew. – se despediu Alvo.

- O que ele fazia aqui? – perguntei olhando tudo o que tinha na mesa da cozinha.

- Matthew é esses caras que decifram... – começou Al.

- Decifrador. – disse Scorpius.

- Sim. – disse ele meio impaciente. – Decifram códigos.

- Criptólogo? – perguntei.

- Não sei se é. Eu sei que ele faz isso. – disse ele nervoso. Rimos dele.

- Por que chamou ele? – perguntei, sem me tocar que era para a carta.

- Recebi isso enquanto vocês saíram. – disse ele mostrando para mim uma carta.

“YROWEM DR SRQWR GH RULJHP”

- Que diabos significa isso? – perguntei. Meu coração batendo violentamente.

- O mesmo que isso. – disse ele me jogando a carta que eu dera para ele. Finalmente eu abri ela.

“ NCRLOUXCFCPLCVOCJYDOS"

- Nunca vou encontrar Chad. – disse chorando. Senti dois braços me envolverem.

- Nós vamos encontrar-lo. – disse Scorpius. – Encontraremos e depois voltaremos juntos, como uma família. – disse ele. Família. Aquilo apertava meu coração.

- Você tem razão. – eu disse. Ele ergueu a sobrancelha. – Vamos encontrar o Chad.

- É assim que se fala Roseta. – disse Al erguendo a cerveja. E bebendo em seguida é claro. Ri e senti ser apertada no abraço de Scorpius.

- Por onde começamos? – perguntei. Din Don. – Eu atendo. – eu disse com uma energia. Saber que o pai do seu filho vai te ajudar nas investigações era de aumentar a energia de qualquer um. Vi o pintor sentar junto de Al e começarem a conversar.

            Abri a porta e me deparei com Matthew. Deus, ele era bonito, devia admitir. Alto, pele lisa. Olhos verdes e cabelos escuros. Ele sorriu para, não devia. E me cumprimentou com dois beijos. Um em cada bochecha que ficou vermelha.

- Matthew. – disse ele.

- Rose. – disse apertando a mão estendida. – Sabia que não é certo beijar a pessoa e depois conhecer-la? – perguntei. O sorriso abriu mais ainda.

- Sabia. – disse ele rindo. A risada era boa.

- E por que fez?

- Tem horas que temos que fazer uma exceção. – disse ele passando por mim. Fiquei vermelha e eu me virei. Scorpius me viu vermelha e avoada. Me acompanhou na cor da pele.

- Trouxe? – perguntou Alvo. Me aproximei deles e vi pilhas de livros saírem da mochila dele. – Não conseguiu decifrar estas? – perguntou Alvo. Matthew olhou incrédulo para ele.

- Cara, eu sou criptólogo a mais de 15 anos! Não vou me lembrar dos truques.

- Mas você não precisa deles? – perguntei me aproximando da mesa. Matthew olhou para mim e seus olhos brilharam.

- Não uso os antigos. Ninguém manda mensagem secretas pelos cabelos. – disse ele. Olhei incrédula para ela. Ele disse... Cabelos? – Não mais. – acrescentou ele com um livro na mão indo para o sofá.

            Olhei para Alvo e Scorpius, ambos concentrados nas cartas. Me aproximei de Matthew que olhava o sumário do livro.

- Como assim não mais? – perguntei. Ele sorriu e se virou para mim. Se encostou no braço do sofá e seus pés, agora descalços, foram parar nas almofadas, assim como eu.

- Antigamente. – começou ele. – Bem antigamente. Consegue imaginar?

- 1800? – perguntei. Ele riu.

- 1500 e pouco. – disse ele. Fiquei assustada. Que data ele disse mesmo? – É a história de Histaeu, que queria encorajar Aristágora de Mileto a se revoltar contra o rei persa. Para transmitir sua instruções em segurança, Histaeu raspou a cabeça de um mensageiro, escreveu no couro cabeluda e esperou que o cabelo voltasse a crescer. Depois de tempo, o mensageiro foi. Ninguém desconfiaria de um mensageiro que aparentemente não levava nada de perigoso. Quando chegou no destino, rapou a cabeça e mostrou ao destinatário. Desde daquela época se tem esses truques. – me contou ele.

- Que nojo! – eu exclamei. Imagina, raspando e escrevendo no couro cabeludo. Coitado do mensageiro. Matthew deu os ombros. – Desde quando lida com isso?

- Faz 15 anos. – disse ele folheando o livro.

- Você não se cansa? – perguntei me aproximando dele e vendo o que ele lia.

- Do quê?

- Dessas coisas, símbolos, enigmas. – eu disse.

- Você não se cansa de escrever? – perguntou ele. Suspirei.

- Parei de escrever. – eu disse. – Não agüentava. Mas e você?

- É uma coisa fascinante. – disse ele. – Ver aquilo, misterioso até então. Você fica curioso e a curiosidade aumenta toda vez que a sua busca pela solução falha. – disse ele. Sorri pelo jeito que ele falou de tudo. Ele havia se ajeitado no sofá. Me ajeitei junto, peguei um livro e comecei a ler-lo.

“Durante milhares de anos, reis, rainhas e generais dependeram de comunicações eficientes...”

Hummm, que ombro maravilhoso.

“eficientes de modo a [bocejo] governar seus pa...”


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Notas finais do capítulo

O que acharam?O próximo capítulo se chama "Aniversário"...Bjss



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