Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 50
Fase Um Completa.


Notas iniciais do capítulo

Hey! Desculpem a demora!
Divirtam-se!



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POV. Tirian.

Nuvens de tempestade cercaram o céu sobre o castelo. Um raio cortou acima de nós lançando uma luz ao corpo sem vida de Julian que balançava levemente, pendurado pela forca. Tudo rodou à minha volta, mas fechei os olhos e concentrei-me para não ceder. Senti-me sufocado. Era impossível assimilar que perdera um grande amigo por um motivo tão torpe.

Uma movimentação um pouco distante de mim chamou a atenção. Ninguém disse nada, apenas vi Edmundo sair com Jay nos braços ao mesmo tempo em que pesados pingos de chuva começaram a cair. Dois homens recolhiam o corpo de Julian, que tinha a face tão pálida quanto a da irmã que acabara de sair. Recusei-me a olhá-lo.

E foi ao desviar a vista que vi, num ponto escondido, a vadia da Rachel observando tudo às escondidas. Soube exatamente para onde ir.

POV. Rany.

Respirando lenta e profundamente, Susana se recolheu para seus aposentos. Lúcia saiu logo que pôde, sozinha, e vi Rilian a observando saindo logo em seguida na mesma direção da rainha. Aos poucos, todos se retiraram. O som da chuva e dos trovões deixavam as coisas mais melancólicas, sombrias e sofridas.

Meu coração estava partido, mas garanti para Pedro que estava bem e segui com Coriakin, ele iria preparar o corpo para ser sepultado. Na sala em que o mago trabalhava havia uma grande mesa no centro do laboratório na qual o corpo de Julian repousava despido sob um lençol branco. Coriakin afastou-se para seu armário repleto de frascos e eu fui para perto da mesa.

Ele parecia dormir. Mas sua extrema palidez e a marca vermelha no pescoço o denunciavam. Espantei-me com meu próprio choro, mas logo o contive. Passei os dedos pelos fios louros da cabeleira densa e bagunçada dele lembrando de nossos tempos de criança quando ele, Jay, Renere e eu corríamos pelo castelo de Anvar ou tínhamos nossas lições diárias na biblioteca. Era sempre um dia maravilhoso depois do outro.

Lilliandil adentrou o lugar trazendo uma muda de roupa e em seus passos leves deixou as peças sobre a mesa, próximo aos pés de Julian.

–Rei Edmundo está lhe chamando, sr. Coriakin. - disse ela. - Parece que a general não está nada bem.

Coriakin secava as mãos que acabara de lavar e olhou para mim. Assenti uma vez.

–Eu aguardo. - falei, olhando para Julian. Ele se retirou e Lilliandil foi com ele. Procurei a cadeira mais perto e desabei sobre ela, escondendo o rosto entre as mãos sem conseguir parar de chorar.

POV. Rabadash.

–Um já foi! - deliciou-se Jadis, esfregando as mãos. - A segunda esfera mais externa de proteção ao monstrinho perdeu um membro hoje. É um passo pequeno, mas significativo.

–Estão todos fragilizados, é a hora certa de agirmos! - disse Miraz, empolgado.

–Tem razão. - concordou ela. Surpresos, Dama, André, Aller e eu trocamos um olhar. Miraz adquiriu uma expressão mais altiva ainda, se é que isso é possível. - Tash já está agindo por fora, mas não podemos esquecer de garantir a segurança de nossos planos – ela andava de um lado a outro, pensando.

–Ora, por favor! - falei, impaciente. - Não entendo por que perder tempo com coisas pequenas! Eu posso acabar com tudo isso de uma vez, Jadis, é só me deixar encontrar Susana de novo, sem aquele imbecil do Caspian por perto! - quase supliquei. Não era de meu feitio fazer isso, mas aquela espera estava me torturando. Desde que a vira na Calormânia, conto os minutos para estar perto dela outra vez.

–Esses detalhes são importantes, Tisroc. - disse Jadis. - Mas não se preocupe, logo, logo chegará a nossa vez. Por hora – virou-se. - André será enviado à noite, e você fará uma visitinha a sua querida Renere, Aller.

POV. Tirian.

Rachel percebeu que eu a seguia e começou a correr, mas eu logo a alcancei, puxando-lhe pelo braço.

–Por que você fez isso?! - gritei.

–Isso o que?! Me solte!

–Por que se ofereceu à Julian? Por que?!

–Não me ofereci a ele, ele me procurou! Está machucando! - reclamou, puxando o braço, mas não o soltei.

–Ele não faria isso, estava com Lúcia, estava apaixonado por ela! Você o levou a isso! Você o matou!

–Ora, por favor! - debochou. - Acha que Julian seria burro o bastante para cair no mesmo truque duas vezes?

Parei.

–Como sabe sobre o acontecido no acampamento? - perguntei. Logo tudo fez sentido. Fui tomado de fúria. - Você está do lado deles, não é?! ESTÁ DO LADO DE JADIS!

POV. Lúcia.

No início da noite, Rany veio ao meu quarto e, da varanda, vimos soldados levarem o corpo de Julien para fora do castelo, subindo para a colina, sob a luz laranja do pôr-do-sol.

–Muito bondoso da sua parte pedir para que ele fosse enterrado no cemitério. - disse-me ela, abraçando-me de lado.

–Não seria certo deixá-lo com os presos mortos, afinal, Julian é... - engoli em seco. - Era, amigo de Nárnia. - silêncio. - Como está Jay?

–Ainda não a vi. Edmundo não sai de perto dela, acho melhor deixá-los sozinhos por um tempo. - respondeu. - Me coloco no lugar de Jay o tempo inteiro, se fosse com Renere acho que não aguentaria. - olhei-a curiosa. - Eu sei, eu sei, é a Renere, mas ainda é minha irmã.

–Entendo. E você sabe o que vão fazer a respeito? Já faz bastante tempo desde que ela foi presa. - mudei de assunto.

–Pedro disse que será bom deixá-la um bom tempo presa, seria mais fácil de conseguir informações. Pedro, Caspian e Edmundo irão interrogá-la amanhã. - suspirou. - Quanto antes terminarem isso, melhor.

Assenti.

POV. Tirian.

–Está ficando louco?! - grasnou ela. - De onde tirou isso?!

–Por isso você o seduziu! Fazia parte do plano, não é? Além de matá-lo vocês querem desestabilizar todos aqui! - acusei.

–Você não tem como provar! - ela riu.

–Por que outro motivo você deixaria Lúcia encontrá-los?! - agarrava seus braços com força, sacudindo-a. - Está tudo tão claro agora! Você está do lado de Jadis! Mas sua farsa acabou, Rachel! Todos vão saber o que você veio fazer aqui!

–Será que vão mesmo? - desafiou. - Você está tão próximo de Lilliandil, não é, Tirian? Seria uma pena se acontecesse alguma coisa com ela, não é?

Senti meu sangue gelar, mas centésimos de segundos depois, a fúria voltou muito maior.

–Você é louca. Eu jamais permitiria que alguma coisa acontecesse a ela. Nunca.

Ela riu.

–Como pode garantir? Você não fez NADA para salvar seu melhor amigo da forca, quem garante que salvará Lilliandil também? - desafiou. - Fiquei de bico fechado, e você salvará.

Arfando e completamente irado, empurrei-a com força para trás. Rachel caiu, rindo, e eu marchei para longe dela antes que a matasse.

POV. Rillian.

Ainda era cedo quando fui me deitar, todos foram cedo, para falar a verdade, afinal, ninguém queria que esse dia durasse mais que o necessário. Só que foi em vão. Permaneci ora deitado, ora andando pelo quarto, até altas horas da noite resistindo ao impulso de ir atrás de Lúcia.

Eu queria poder consolá-la, mas meu orgulho não me permitia. Além disso, seria cruel demais comigo mesmo. Sentindo-me sufocado, deixei o quarto e fui dar uma volta pelo palácio.

POV. Rabadash.

–Já disse que não está na hora! - berrou Jadis, aproximando-se de mim. Obriguei-me a não acertá-la e controlei a voz.

–Eu posso acabar com tudo isso de uma vez e você sabe disso! - afirmei, de dentes trancados.

–Eu sei! - gritou ela, logo controlando a voz. - Mas você deve concordar, meu caro Rabadash - explicou suave. - Não teria graça. Eles nos humilharam, tiraram o que é nosso das nossas mãos. A morte rápida seria um prêmio para aqueles vermes. Eles devem sofrer vendo seus entes queridos caírem um por um. Matamos Jay, mas a desgraçada conseguiu voltar o que nos levou à etapa zero. Matamos aquele fauno maldito e o Noel, Amanda também morreu, mas esses eram meros peões. Um passo maior foi dado hoje com a morte daquele repugnante do Julian. Um a um eles estão caindo e veja só! Estamos todos aqui, vivos e mais fortes do que nunca! - sorriu. - Estamos na vantagem, meu caro, e tudo o que lhe peço é paciência.

–Estamos prontos. - disse Dama, ao adentrar a sala acompanhada de André e Aller. Jadis voltou-se para eles.

–Vocês sabem o que fazer. Não admitirei falhas. - disse ela para eles, séria. - Leve-os para Cair Parável. - dirigiu-se à Dama. - E que não sejam vistos.

A loira assentiu e conjurou um feitiço que os fez sumir de onde estávamos.

POV. Dama.

Depois de uma rápida escuridão, manchas foram criando formas então aparecemos nas masmorras de Cair Parável. Aller dirigiu-se para a cela em que sua princesinha estava e eu atravessei-o para dentro.

–Seja rápido.

Ele a acordava quando André e eu subimos as escadas. As portas estavam trancadas por fora e dois guardas a vigiavam. Atravessei minha mão pela porta, conseguindo alcançar o coração e um deles, esmagando-o. Ele caiu e ou outro afastou-se para pedir ajuda. Idiota.

Num estalar de dedos destranquei a porta e a abri. Seguimos pelos corredores e eu nos camuflei na paisagem, conseguindo despistar os guardas que passaram correndo por nós para socorrer o morto e em seguida atravessamos o pátio, ilesos aos olhos das sentinelas. Com um sorriso excitado pela missão, corri, sorrindo ainda mais quando atravessamos de vez o pátio.

Fase 1 completa. Estávamos dentro.


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Notas finais do capítulo

Danadinhos eles, não? O que acharam? Não se esqueçam dos reviews, o próximo capítulo está quase pronto.
Até mais!
Beijokas!!



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