Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 43
Correria


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se!



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POV. Dave.

–Seria impressão minha, ou você não tirou os olhos dela a noite inteira? - assustei-me com Vincent aproximando-se de mim.

–O que?

–Dela. - indicou a noiva com o queixo. - Você não tirou os olhos dela a noite inteira.

–Ela é o centro das atenções hoje, não?

Ele limitou-se a tomar vinho balançando a cabeça de um lado para o outro. Mas conseguiu convencer-me de que eu estava sendo claro demais.

Acontece que a tal garota com a qual esbarrei causou em um mim um efeito semelhante a um frio na barriga. E não pude deixar de querer vê-la outra vez e não demorou muito, logo a vi de novo e, sem sequer ligar para mim, ela correu para os braços de Edmundo. E então perdi todas as esperanças que um dia pudesse ter. Poucos minutos depois, eles estavam casados e aí sim, pude ficar deprimido. Talvez “deprimido” esteja forte demais, mas enfim.

Algumas longas horas atrás ela retornara, linda naquele vestido perolado e senti um ponta de inveja de Edmundo por tê-la para si, mas tentei me confortar dizendo que estava sendo infantil, e de certa forma poderia estar, tendo em vista que eu sequer soube o nome dela direito e a vira apenas duas vezes.

POV. Lúcia.

–Queria que Pedro estivesse aqui. - comentei para Susana. Nós estávamos sozinhas, observando Edmundo e Jay com orgulho.

–Sim – concordou ela. - Sinto o mesmo e aposto como Pedro faria de tudo para presenciar esse momento tão importante para o Ed.

–Será que Edmundo vai voltar para o acampamento?

–Acho que sim. - ela deu de ombros. - Ainda há muito trabalho a fazer por lá.

Apenas assenti com a cabeça. Então lembrei-me de uma coisa.

–Ah! Você não disse o que Caspian lhe escrevera.

Ela me lançou um sorriso travesso.

–Você é muito inocente para ouvir. - disse, deixando-me boquiaberta.

POV. Rany.

Era inevitável não pensar em Pedro e eu ao olhar para Edmundo e Jay. Mais do que nunca senti a saudade apertar no peito, não vendo a hora de tudo aquilo acabar e ele voltar para mim.

Tomei o último gole de vinho que restava em minha taça, e assim que a abaixei, avistei, em outro ponto do salão, duas figuras que se encaravam surpresas, porém, enquanto uma estava assustada a outra encontrava-se incrivelmente deliciada.

POV. Julian.

Ela veio atrás de mim. Desde que Edmundo chegou fiquei com aquela sensação estranha de que alguém me observava, mas suspeitei ser equívoco. Pelo menos até agora, por que descobri que ela veio atrás de mim. Quase perdi os sentidos, desesperado, ao encontrar os cabelos ruivos dela. Rachel estava ali. Esbarrei com ela no salão e paralisei ao tempo em que ela parecia feliz por reencontrar aquele que adorava torturar.

–Como vai, Juju? - perguntou ela e ao ouvir sua voz tive certeza de que aquele pesadelo estava prestes a começar de novo.

–O que está fazendo aqui? - perguntei com mais raiva do que choque.

–Nossa. Eu esperava uma recepção mais calorosa, principalmente depois de tudo o que passamos juntos. - sorriu de lado, sedutora, fingindo ajeitar minha gola quando na verdade aproveitou para deslizar as mãos por meu peito levando-as para minha nuca. Desvencilhei-me dela segurando seus pulsos firmemente tentando com todas as forças controlar o tremor que ela ainda provocava em mim.

–O que está fazendo aqui? - voltei a perguntar. Ela suspirou.

–Eu cheguei hoje com Edmundo e os outros. Eu me alistei, sabia? - sorriu.

–Ah... Sério... Que bom. -tomei um gole da bebida. - Com licença.

Saí de perto dela e por sorte Rachel não me seguiu enquanto eu caminhava até Lúcia, sentindo novamente o que Rachel sempre conseguia me provocar. Não havia como negar a fortíssima atração que ela exercia sobre mim. Sim, eu amava Lúcia, mas não podia controlar os fortes desejos ou a atração que Rachel exercia sobre mim.

POV. Edmundo.

O mundo parecia ter parado e só havia nós dois rodopiando pelo salão ao som da música. O inesperado baile já estava no fim. A maioria dos convidados de última hora, principalmente os que não são mais próximos, se retiraram primeiro depois de nos cumprimentar. Rany foi embora logo também, junto com Jill e Eustáquio. Julian cumprimentou-me e deu um forte abraço na irmã antes de acompanhar Lúcia e Susana. As duas últimas quase choraram ao se despedirem, num misto de orgulho e sentimento maternal.

Agora restavam apenas as servas que já limpavam o lugar, nos expulsando dali com olhares. Não muito tempo depois, nos recolhemos para meu quarto. Nosso quarto, na verdade. Tomamos banho – um de cada vez, ainda tentávamos controlar a ansiedade -, quando saí do banho, ela estava na janela, debruçada no peitoril com os olhos fechados, roupão, camisola e cabelos à brisa.

Afastei seu cabelo, deixando-o sobre um dos ombros, e levei meus lábios ao seu pescoço. Senti Jay estremecer ao mesmo tempo em que meus braços fechavam a volta em torno de sua cintura, subi beijo a beijo até sua orelha, sentindo sua mão afagando meu rosto, enfim alcançando seus lábios.

Jay girou em meus braços passando os seus em torno de meu pescoço, proporcionando-me aprofundar o beijo, apertando-a mais contra mim. Não muito depois, o roupão já estava no chão, as alças da camisola caídas dos ombros e eu senti seus dedos mergulhando em meus cabelos, incentivando-me a continuar a beijar a pele perolada pela lua.

Recuamos em direção à cama sem quebrar um novo beijo e, quando chegamos ao lado do móvel, Jay o interrompeu, afastando-se um pouco de mim. Olhando em meus olhos com o olhar brilhando e respiração tão ofegante quando a minha, ela desfez o último laço da camisola, fazendo o tecido branco deslizar até o chão, revelando-a para mim. Perante a luz da lua, naquela noite, nos tornamos um do outro completamente.

POV. Rabadash

–Tem certeza do que está fazendo? - perguntou Miraz.

–Claro que tenho. - revidou Jadis, andando de um lado para o outro, inquieta. Miraz e eu trocamos um olhar. - Precisamos agir logo, ninguém de lá morreu até agora e você já viu como Tash é.

–O que ele quer, afinal? Já não lhe demos o que ele pediu? - resmungou a Dama.

–O problema é que Jadis foi tonta o suficiente para acreditar que ele cumpriria o acordo. - falou o Macaco, recebendo imediatamente um olhar repreensor de todos nós, mas foi tarde.

–O QUE DISSE, VERME?! - vociferou ela, erguendo o Macaco do chão.

–E-eu, bem, disse apenas que era previsível que Tash não ficaria satisfeito com o que recebeu. - defendeu-se ele. Jadis o jogou de volta ao chão.

–Ele pediu um sacrifício, e eu o dei. Realmente não esperava que quisesse mais. - confessou ela.

–Tentei alertar que aquela família não seria suficiente para satisfazer a sede dele por sangue. - comentou Aller, que tinha se mantido quieto desde o início.

–Quanto a isso, mantenham-se calados. - lembrou ela. - Amanda não pode saber o que aconteceu com a família dela.

–Já sabemos.- a Dama rolou os olhos, falando baixo o suficiente para que Jadis não ouvisse.

–O que pretende fazer quanto a Tash, Jadis? - perguntei.

–Ele terá o que quer. - disse ela, balançando as mãos. - Mais cedo ou mais tarde, terá. Seguiremos o plano, temos que nos focar no ataque.

POV. Tirian.

Deixei a tenda médica exausto. Completamente. Sequer sabia meu nome, lembrava apenas do caminho para minha tenda, apagando enquanto caía na cama. O sono foi tão forte que só percebi ter dormido quando um som na noite me acordou.

Correria. Gritos de aviso.

Quando me dei conta do que estava acontecendo, saltei passando a mãos na minha espada e no escudo, correndo para fora da tenda. Lá fora, havia o caos. Os recrutas corriam, alguns para proteger a tenda médica, outros para avisar todos, outros correndo contra o exército que marchava contra nós


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Notas finais do capítulo

Que tal? Já estava na hora de mais ação, né? Também está na hora de reviews e recomendações! hahaha

Beijokas!!