Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 42
Finalmente


Notas iniciais do capítulo

Eu andei sumida, sem internet, a internet voltou e, então, nada de Fanfiction! Divirtam-se.



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POV. Tirian.

Durante os dias que se seguiram, senti-me completamente sozinho. Rilian vivia com Amanda, segundo ele, “treinando”, Edmundo, Pedro e os outros estavam ocupados demais com os treinamentos e instruções aos novatos, ou, talvez, o ocupado fosse eu.

Meti-me na enfermaria improvisada sem saber exatamente o que me esperava, estava trabalhando mais do que quando treinava. Eram poucos doentes, mas davam muito trabalho. Por sorte éramos dois e Lilliandil tinha, sem dúvida, um dom para isso, para cuidar. Realmente, ela e Coriakin fizeram grandes avanços, chegaram até uma fórmula capaz de amenizar a febre e alguns outros remédios e ervas para amenizar outros sintomas.

Não podia deixar de notar a dedicação e amor com a qual ela se rendia ao cuidado dos feridos, nem como era gracioso o gesto que fazia para pôr os longos cabelos louros atrás da orelha, revelando mais do belo rosto...

POV. Edmundo.

–O quê? - disse Pedro, parecendo não acreditar no que lhe disse.

–Acho que ele disse que vai se casar com a Jay... - opinou Caspian.

–Isso é sério, Ed?

–Sim! - falei, inacreditavelmente feliz. - Ela respondeu agora, aqui, olhe! - dei a ele a carta. Pedro passou os olhos pela carta. - Eu preciso ir para Cair Parável. - falei decidido.

–Ed... Eu, eu fico muito feliz por você, mas não podemos voltar agora. - disse Caspian.

–Não voltaremos todos, eu voltarei sozinho.

–Está louco? É muito perigoso. - argumentou Pedro. - Lembra do que aconteceu quando você foi desprotegido para o bosque da última vez?!

–Não me importo, Pedro! Só quero voltar para o palácio. - insisti. Pedro não parecia querer ceder. - Ora, por favor! Tenho certeza que se fosse Rany você iria correndo! A diferença é que eu já perdi a Jay uma vez, Pedro, não posso correr o risco de perder tempo novamente. - falei. Ele me olhou pensativo.

–Eu concordo com Edmundo. - apoiou Caspian.

–Pedro, por favor, eu não quero e não vou perder o tempo que eu puder passar ao lado dela. - insisti. - Eu posso voltar em alguns dias, preciso apenas vê-la.

Ele assentiu uma vez.

–Leve alguns dos soldados com você, para ficar em Cair Parável.

Caspian e eu sorrimos, e ele deu duas tapinhas em meus ombros.

–Vamos preparar seu cavalo. - e saiu da tenda. Me despedi de Pedro e fui atrás dele. Com o cavalo pronto, parti imediatamente, para Jay, sem sequer me despedir de todos.

POV. Jay.

Elas todas falavam ao mesmo tempo e eu não sabia a qual responder primeiro, logo a comemoração chegara aos ouvidos das demais e Helena, Jill, Aravis e todos os outros vieram saber do que se tratava. Lúcia nos poupou o trabalho de contar, apenas meu irmão não estava presente.

Seguiram-se mais uma enxurrada de parabenizações e algumas (quando digo algumas, me refiro a todas elas) até já arriscavam ideias para os preparativos. Em meu peito senti um aperto, pois o mais importante, o noivo, não estava ali.

[…]

Por volta de um dia e meio depois, eu parecia ainda não acreditar no que li. Mais do que nunca senti meu coração apertado por estar longe de Edmundo, nem quando estava no País de Aslam senti algo assim, levando em conta que estando lá achava que jamais o veria novamente, de verdade. Mas agora era diferente, afinal, ficaríamos juntos pela eternidade...

Era final de tarde, o sol já se punha e encontrava-me no quarto, pensando em Edmundo para variar, quando Lúcia e Jill abriram as portas num rompante.

–Jay, Jay! Venha logo! - diziam.

–O que aconteceu?

–Ele está aqui! - disse Lúcia, animada.

–Ele quem? - perguntei com o coração aos pulos.

–Edmundo!

POV. Tirian.

–Pode me trazer mais bandagens, por favor? - pedi a Lilliandil. Ela retornou a postura ereta, olhando-me docemente.

–Eu já disse para você descansar, passou o dia inteiro aqui dentro, Tirian.

–Temos muito trabalho a fazer aqui, não posso ir descansar agora. - argumentei. Lilliandil suspirou e passou-me as bandagens logo voltando a sua tarefa. Molhei as bandagens com remédio e ajoelhei-me ao lado da maca para colocá-las sobre as feridas do doente. Ele fez careta ao sentir o remédio no machucado, mas logo sua expressão se suavizou por causa do efeito de uma das ervas que compunha o medicamento, causando dormência no local.

De esguelha, pude ver a Estrela que moía ervas do outro lado da tenda, ao mesmo tempo em que alternava a atenção com um outro doente, ao qual medicava com as tais ervas. Os longos e lisos fios dourados caíam graciosos, brilhantes e leves por suas costas, o vestido branco, simples e leve caia perfeitamente em seu corpo, balançando suave a cada movimento. No rosto, trazia sempre uma expressão tranquila, acolhedora acompanhado de um sorriso frequente, demonstrando uma doçura angelical e... Tão bela...

POV. Dave.

Cumprindo as ordens do Rei Pedro, parti com o Rei Edmundo para Cair Parável, mesmo achando que tinha treinado pouco para já entrar em ação. Rachel, Vincent e outros viajaram conosco. Durante o trajeto a trote, Edmundo – como ele pediu para ser chamado – contou o motivo da viagem, o que certamente surpreendeu a todos, mas nos motivou para chegar mais rápido.

Era visível o quanto ele estava animado, à beira da completa felicidade. Não parou de sorrir um minuto e isso obviamente nos contagiou também. E foi uma viagem tranquila, sem preocupações ou ataques, a não ser quando acampamos às margens do Rio, a noite, ouvimos passos na mata, vozes, mas não encontramos nada. Um dia e meio depois, chegamos a Cair Parável.

Eu nunca tive a oportunidade de conhecer o castelo, mas desde longe, pudemos contemplar as torres altas erguendo-se sobre as rochas da parte mais alta da ilha, completamente à beira do brilhante mar azul. Era esplêndido!

Quanto desmontamos, no pátio de entrada, avistamos uma pessoa descendo as escadas. Rainha Helena, segundo se apresentou. Huin levou os cavalos para os estábulos, Edmundo voou para seu quarto, disse que não queria encontrar a noiva naquele estado deplorável de longa viagem, enquanto que sobrou a Helena nos recepcionar e nos oferecer quartos.

O meu era magnífico, claro, não devia chegar nem perto do quarto de um Lorde, ou até mesmo de um general, mas para mim, que cresci numa vila de pescadores, era magnífico.

Quando criança, sempre sonhei em sair do lugar em que nasci por que sabia que tinha um mundo inteiro à minha espera, à ser descoberto. Sabia que meu país estava em guerra contra forças extremamente poderosas e negras, mas acreditava em Aslam, sabia que queria fazer parte daquilo e vi em me recrutar a chance de fazer algo pelo qual seria lembrado.

Aproveitei para tomar um banho decente e vestir roupas limpas. Meu corpo pedia descanso, mas estava extremamente animado para conhecer o lugar e as tão importantes pessoas que moravam ali. Saí andando pelos corredores, sem rumo. Até esbarrar em alguém.

–Perdoe-me! - pedi, segurando-a para que não ela caísse. Ela riu.

–Eu que peço perdão, estou andando com tanta pressa, devo estar mais rápida que a luz. - brincou, fazendo-me rir, só então olhando seu rosto. Tinha a pele clara, olhos castanhos e longos cabelos da mesma cor, com alguns fios mais claros pelo meio. - Você deve ser um dos soldados que vieram do acampamento! - notou, parecendo agradecida.

–Sim, eu sou.

–Por acaso sabe onde está o Rei Edmundo? - perguntou, mas eu demorei algum tempo para responder, distraído com seus olhos ansiosos e brilhantes. -Ah... Bem, da última vez que o vi ele tinha ido ao seus aposentos... - falei. -Então deixe-me ir, foi um prazer conhecer você, seja bem vindo! - gritou quando virou o corredor, deixando-me para trás, um tanto quanto tolo. Aconteceu que quando a vi, senti um frio subir pela barriga.

POV. Jay.

Corri pelos corredores após pegar a informação, mas cogitando em voltar e pedir desculpas por meu comportamento, sequer perguntei o nome dele! Mas não podia parar agora, Edmundo estava em Cair Parável e eu precisava vê-lo urgentemente.

Estávamos tão apressados que quase não nos demos conta quando passamos um pelo outro num corredor próximo ao quarto dele. Pouco passos depois me toquei e dei meia volta, assim como ele. Corri e saltei em seus braços. Edmundo girou-me no ar, abraçando-me fortemente.

–Ah, como senti sua falta! - disse ele, colocando-me no chão.

–Também senti tanto a sua! - sorri, tocando seu rosto. Edmundo beijou-me e fiz de tudo para que durasse o máximo possível. - Recebeu minha carta, não é?

–Sim – sorriu ele. - Por isso fiz Pedro me deixar voltar. - contou.

–Nem acredito que está aqui! - confessei. Ele riu.

–Eu estou, acredite! - fez uma breve pausa. - Estou por que preciso fazer isso direito. - disse, antes de correr, levando-me pela mão.

–Onde vamos, Ed? - perguntei.

–Você vai ver!

Corremos por algum tempo, até chegarmos ao pátio onde estavam Susana, Lúcia, Jill, Rany, e alguns outros, entre eles os soldados novos, inclusive o que me deu informação, ele conversava com Rany e Lúcia, quando seu olhar em nossa direção chamou a atenção dos outros. Edmundo me levou até o meio de todos, só então voltando-se para mim.

–Jay – disse ofegante. - Como eu disse, tenho que fazer isso direito, por isso trouxe você para cá, para ter a todos como testemunha. - fez uma breve pausa e, segurando minhas mãos, ajoelhou-se. - observei-o completamente tomada de felicidade. - Jay, você aceita ser minha rainha? - perguntou, olhando em meus olhos. Eu sorri.

–Claro... É o que eu mais quero...! - confessei, com lágrimas equilibradas nos cantos de meus olhos. Edmundo sorriu largamente e pôs-se de pé rapidamente, abraçando-me em seus braços fortemente, girando-me no ar outra vez, enquanto os outros aplaudiam. Quando pousou-me no chão, beijou-me, selando nosso compromisso. - Se pudesse casava agora mesmo. - comentei, ofegante, quando minha testa tocava a dele, ainda abraçados, esquecendo-me da presença dos outros.

–E por que não poderia? - questionou Helena. - Franco?

–Estou à disposição. - disse ele.

–Agora? - perguntei. - Mas não tem o vestido, o buquê ou os anéis... - falei.

–Não seja por isso. - disse Helena, aproximando-se de nós após Franco entregar algo em sua mão. Ela chegou até mim e pegou minha mão, junto com a de Edmundo e depositou em nelas dois anéis, duas alianças, as suas alianças. - Esses anéis simbolizaram o amor que me uniu a Franco, e já viveu muitas coisas conosco, por isso tornou-se tão valioso. – ela trocou um olhar com o marido e o mesmo assentiu. - Está na hora de passá-los adiante. - ela fechou nossas mãos em torno do anel. - É nosso presente de casamento. - sorriu antes de se afastar. Deixando-me ainda um pouco atônita.

–Já tendo as alianças e os noivos, pela autoridade concedida a mim, eu os declaro Rei e Rainha. - Franco disse, se aproximando. Cobri a boca com umas das mãos. Edmundo logo pôs a aliança em meu dedo, ansioso, e o mesmo fiz com ele, com as mãos tremulas. - Agora, pode beijar a noiva.

Franco mal havia terminado e Edmundo tomou meus lábios nos dele, sob as palmas, sorrisos e comemorações de todos em volta.

POV. Lúcia.

Rany e eu vibrávamos. Edmundo e Jay estavam no centro das atenções, com sorrisos largos, felizes, abraçados um ao outro, se bobear nem ligavam para nós. Como eu queria que Pedro estivesse ali, para comemorarmos juntos a chegada de uma nova pessoa na família, como Edmundo estava conosco quando Susana e Caspian se casaram.

Já era pôr-do-sol e Susana mandou preparar um jantar especial para aquela noite, para comemorar ainda mais, já que, por motivos de guerra, não poderíamos realizar um casamento convencional. Rany, Jill, Susana e eu conseguimos arrancar Jay de perto de Edmundo e levá-la para o quarto, para prepará-la, enquanto Julian, Eustáquio e Franco foram com Edmundo.

–Que tal este? - perguntou Jill, mostrando um vestido que acabara de tirar do armário.

–Não, escuro demais. - disse Susana. Jay estava na banheira, sequer ligava, para nós, sorrindo boba.

–E este? - perguntou Rany, indicando a nós um vestido amarelado.

–Não! - dissemos Susana, Jill e eu ao mesmo tempo.

–Deve haver alguma coisa decente no seu guarda-roupa, Jay, me diga que tem. - pediu Rany, cansada.

–Eu não escolhi vestigo algum, vocês o fizeram. - defendeu-se a outra, num raro momento em que prestara atenção.

–Ah! Achei! - Jill comemorou orgulhosa. - Este é perfeito!

Trouxe até nós um vestido branco, perolado. Suas mangas cobriam apenas os ombros, tinham um decote satisfatório, como a parte de cima de um coração, realçando o busto, era marcado logo abaixo do mesmo por uma faixa prateada, parecendo metal, mas não o era. A saia estendia-se até o chão, suave, e por cima da saia de mesmo pano do busto, havia um tecido também branco perolado, mas transparente, que deixava a saia levemente armada.

–Está perfeito. - concordamos, quando Rany jogou o roupão para Jay. A mesma saiu da banheira vindo até nós. - O que acha deste, Jay? - perguntou.

–Está lindo. Nem sabia que o tinha! - disse a mesma.

–Deixe-me dar um jeito em seu cabelo. - Susana a levou diretamente para a penteadeira mantendo-a de costas para o espelho. Grande parte do cabelo foi preso num coque trabalhoso, quase artístico, a franja ficou penteada para o lado, com a ponta repousando ao lado do olho esquerdo e alguns cachos soltos. Em seguida, fui eu a maquiá-la, realçando os olhos. Só então permitimos que ela se levantasse e vestisse o vestido. Lhe demos uma gargantilha e um par de brincos, em seguida cobrimos seus olhos e a rodeamos em frente ao espelho de pé. Foi quando Julian entrou no quarto.

–Quem é esse e o que fizeram com a minha irmã?! - disse ele, dramatizando.

–Pare com isso, vai deixá-la mais nervosa. - falei. - Pronta, Jay?

–Não – choramingou ela. Tirei minhas mãos de seus olhos e pela primeira vez ela se viu pronta. Não disse uma palavra, fitando-se em choque no espelho.

–Calma, Jay, é só um vestido, não morde. - brincou Rany, nos fazendo rir.

–O que achou? - perguntou Susana.

–Não me reconheço... - comentou ela.

–O que achou, Julian? - perguntei. Ele se juntou a nós, por trás de Jay, também aparecendo no reflexo.

–Está muito decotado. - notou. Realmente, o decote era generoso, mas se tornava tão belo com o todo que chegava a ser inocente.

–Ora, deixe de bobagens. - ralhou Jill.

–Está parecendo Pedro. - resmunguei. Ele rolou os olhos.

–Estão todos esperando lá em baixo, o jantar já será servido.

–Vá, vá, já estamos descendo. - Rany o despachou.

POV. Edmundo.

O jantar seria servido num dos salões de festas, todos já estavam ali, exceto minhas irmãs, Rany, Jill e Jay. Eu estava extremamente ansioso, já na segunda taça de vinho, o que piorou quando Julian chegou avisando que elas já desciam. Tentei me controlar, afinal, era só a festa, o casamento fora tão rápido que sequer deu tempo de ficar nervoso.

Senti um pouco de culpa nisso, queria ter proporcionado a ela um casamento com todos os preparativos de praxe, mas não havia tempo para isso e tempo era uma coisa que eu não queria perder de jeito nenhum ao lado de Jay.

Mais ansioso ainda me deixava a expectativa do momento em que estaríamos sozinhos. De repente, me senti completamente desnorteado e com medo. A figura de um rei saiu correndo de dentro de mim. Senti-me como nunca me senti na frente de inimigo algum, mas ao mesmo tempo sentia-me confiante como nunca.

Finalmente, elas chegaram e ver Jay fez meu coração disparar – grande parte culpa do decote, admito -, ela era linda. Eu a amava. E agora, pertencia a mim como eu pertencia a ela...


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Notas finais do capítulo

Reviews! Vou indo que tem mais fanfics para atualizar!

Beijokas!!