Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 39
Mas Pode Me Chamar de Rillian.


Notas iniciais do capítulo

Demorei horrores fazendo esse capítulo, espero que tenha valido à pena ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/131347/chapter/39

POV. Rillian.

Depois de dois dias longos de viagem, finalmente montamos nosso acampamento. Pedro e Caspian mandaram espalhar a notícia sobre o recrutamento por toda Narnia e não demorou muito para começarmos a receber interessados em ingressar em nosso exercito contra a Feiticeira. Foi preciso montarmos mesas improvisadas. Foram confeccionadas mesas de madeira que foram postas lado a lado, lá nós estávamos com pergaminhos atendendo a fila imensa que se formara de candidatos, tomando nota; após se inscreverem, os candidatos encaminhavam-se até outra área e aguardavam.

Devo estar exagerando, naquele primeiro dia a fila não estava imensa. Não, até que estava bem pequena, tão pequena que chegava a ser desanimadora, mas eu me recusava a desanimar, nós todos nos recusávamos. Eu estava tomando nota automaticamente, sem sequer prestar atenção a quem se inscrevia comigo, apenas anotava. Minha mente estava distante, distraída em Cair Parável.

Lúcia não saia de meus pensamentos e devo agradecer a Pedro por me selecionar nessa missão. Eu, de jeito nenhum, conseguiria ficar no mesmo lugar que aquele idiota do Julian. Sei que, talvez, eu não tenha o direito de me sentir traído, como me sinto, já que Lúcia e eu não tínhamos nada sério, aliás, ela sequer correspondia meus sentimentos, mas, mesmo assim, eu me sentia extremamente magoado, traído.

A mágoa é intensa. O pior é saber que agora ela está nos braços de outro e que ele a faz feliz. Eu queria poder fazê-la feliz, tenho certeza que faria, mas, por que raios ela ama Julian, isso eu ainda não entendi. Talvez eu consiga superar. É! Isso mesmo, vou buscar outro objetivo, algo para ocupar minha mente que não seja Lúcia. Me jogarei de cabeça nos treinos com Tirian, vou me concentrar nessa guerra tão próxima, mas mesmo assim, isso não parecia suficiente para curar meu coração.

-Próximo! - chamei, sem emoção, rabiscando com a pena a borda do meu pergaminho, distraído. Sem erguer os olhos, percebi quando o próximo candidato parou a frente da minha mesa. - Qual seu nome? - perguntei jogado em minha cadeira, ainda olhando para o pergaminho.

-Amanda. - respondeu uma voz melodiosa de mulher. Ergui os olhos e encontrei-a olhando-me com seus olhos escuros e intensos. Ignorando o quanto sua beleza era exótica, uni as sobrancelhas.

-Não – sorri gentilmente. - Tem que me diz o nome do homem quem você está representando.

Ela me encarou parecendo não gostar nada, nada do que eu disse.

-Não estou representando ninguém, vim inscrever a mim mesma. - respondeu firme.

-Olhe, não me entenda mal, mas não acho adequado uma mulher treinando e lutando em meio a tantos homens. - falei tão firme quanto. Sim, havia Jay, Lúcia e Susana que são ótimas guerreiras, mas eu não gostei do jeito dessa garota para comigo. De relance, pude ver Edmundo olhar-me de esguelha enquanto anotava em seu pergaminho.

-Quem está entendendo mal é você. - disse ela. - Não está aqui para me julgar e sim por que precisa de mim. Já disse, o nome é Amanda. - Indicou o pergaminho apontando com o queixo.

-Engano seu, estou aqui para julgar quem está apto para essa batalha tão vital. - provoquei.

-Não estou aqui para ser julgada por ninguém, estou aqui pelo meu reino e pelos Grandes Reis, mas, se para entrar nesse exercito eu precise ser julgada... Não será por você.

-Sabe com quem está falando? - ela estava começando a me irritar. - Eu sou Rillian, Rei de Narnia.

-Então, tá, Vossa Majestade, lhe proponho um desafio, escreva meu nome nessa lista e verá como passarei no teste.

-Duvido muito que isso aconteça... - dei um sorriso torto, enquanto escrevia o nome dela no pergaminho. - Mas não vou impedir você de sonhar. - dei um sorriso provocante a ela. - Próximo! - gritei.

Enquanto o outro se aproximava, de esguelha, eu vi Amanda se afastar para junto dos outros inscritos.

[…]

-Não temos como agradecer a lealdade de cada um de vocês – Caspian começou seu discurso a todos os inscritos. - Se fosse por nós vocês já fariam parte do nosso exercito oficialmente, mas precisamos testá-los, ver suas qualidades em batalha, não como um teste para eleger os melhores, e sim como forma de proteger suas vidas por que de forma alguma mandaríamos vocês para uma grande batalha como essa que iremos enfrentar, se não tiverem chances de se defender. Mesmo que passem, ou que não passem, Narnia será eternamente grata por sua lealdade ao reino e a Aslam. - finalizou antes que Pedro tomasse a palavra.

Ele falou algo, uma pequena introdução irrelevante. Logo, todos se organizaram em fileiras, com espaços seguros entre si e atentos para o que Pedro mostrava. Ele permaneceu a frente de todos, com sua espada, mostrava as posições fundamentais e os golpes básicos de esgrima enquanto os outros imitavam. E assim foi. Os outros e eu, permaneceram seguramente afastados, apenas observando.

A aula durou o resto da manhã e a cada momento eu sentia uma vontade maior de enfiar minha cara num saco a cada olhar superior que Amanda mandava para mim. Eu seria um idiota se não admitisse que ela era realmente boa.

-Você vai ter que se desculpar depois. - comentou Edmundo, divertido, fazendo Tirian rir.

[…]

Quando a noite estava caindo, acendemos uma fogueira e Caspian, após um rápido discurso sobre o rendimento de todos, anunciou os selecionados e deixou bem claro o quanto estava extremamente grato por tudo. Alguns dos selecionados foi um um rapaz chamado Dave, simpático e muito divertido, “seria um pesado concorrente para Tirian”, provoquei-o em determinado momento. Para minha total infelicidade, Amanda foi uma dos primeiros a serem chamados na lista do Sr. Noel.

Vieram também para nossas tropas, um telmarino, devia ter uns 40 e poucos anos, fechado e sinistro, sue nome era Vincent. Mas, em visões gerais, recrutamos mais pessoas do que pretendíamos para o primeiro dia e isso não podia ser melhor.

Como quem não quer nada, enquanto todos estavam entretidos em volta da fogueira, conversando sobre o treinamento, segui sorrateiramente até a “cozinha” quando vi a garota indo para lá. Não era bem uma cozinha, ela algo improvisado, algo de acampamento de guerra mesmo; ficava afastado de todo o resto das tendas por causa da fumaça, cheiro e pelo fogo. Ela pegava uma fruta na cesta.

Mexi em outro cesto onde estavam os pães.

-Por que está fingindo que não estou aqui, eu vi você me seguindo. - disse ela, surpreendendo-me. Por um segundo, fiquei desconcertado.

-Ah, bom... er... bem... Medesculpe. - falei rápido e baixo.

-O que? - perguntou ela, inclinando-se levemente em minha direção.

-Medesculpe.

-Hã?

Suspirei sonoramente.

-Me desculpe! Eu estava errado em relação a você e não devia tê-la tratado daquela forma...

Para minha surpresa, ela riu.

-Tudo bem, estou acostumada.

Sorri.

-Não sei por que agi daquela forma, conheço muitas mulheres que são excelentes guerreiras...

-Esqueça isso. A propósito, sou Amanda. - ela estendeu a mão para mim. Olhei se sua mão para ela, a garota ostentava um sorriso doce e sincero. - E se não me engano, você é o Rei Rillian, De Narnia.

Trocamos um aperto de mãos.

-Na verdade é Rei Rillian, Senhor de Telmar. - falei sério, mas depois sorri. - Mas pode me chamar de Rillian.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, podem fazer suas apostas sobre essa nova personagem!
Espero reviews, se eu merecer, claro!
Beijokas!!