Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 40
Cartas, Vozes.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que mil perdões é pouco! Realmente não acredito que deixei tanto tempo se passar desde a ultima atualização. Eu sinto muito mesmo!! Não me abandonem, sim? Ainda tem muita coisa para acontecer.
Espero não ter perdido o jeito!



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POV. Caspian.

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Tarde, retirei-me para a tenda que dividia com Pedro e os outros. Deitei na cama sobre a relva, fechando os olhos para tentar me desligar do mundo. A primeira pessoa em que pensei, claro, fora Susana.

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Eu estava preocupado. Tudo bem, ela está protegida por uma muralha, um castelo, um exército, família e amigos, mas mesmo assim, sentia que ela se tornava a pessoa mais desprotegida do mundo se não estivesse comigo. Sinto como se pudesse acontecer qualquer coisa com ela sem eu estar por perto para protegê-la, mas tentei ter pensamentos otimistas como Lúcia.

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No dia seguinte, mais candidatos chegaram até nós, e a cada dia que se passava mais e mais pessoas vinham se alistar. Isso estava deixando a todos muito, muito felizes e esperançosos.

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No quinto dia de alistamento, Pedro sugeriu algo que eu estava prestes a fazer. Ficamos até tarde reunidos na tenda principal, a qual dividíamos, escrevendo as cartas que mandaríamos para Cair Parável. Mas algo nos interrompeu, ou melhor alguém. Dave, um dos que se alistaram no primeiro dia, entrou em nossa tenda, após um urgente pedido de permissão.

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-Os homens calormanos estão muito mal, senhor. - disse-me ele. - Ardem em febre e nada os faz melhorar.

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-O que fazemos agora? - perguntou Sr. Noel. - Eles devem ser tratados, mas não podem ficar aqui conosco.

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-Devem voltar para Cair Parável, para serem tratados. - disse Rillian.

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-Sinceramente, senhor, acho que eles não aguentariam a viagem até lá e será complicado mandar de volta todos os que adoecerem, eles não poderão ir sozinhos, obviamente, então muitos de nós teriam que levar os doentes, ficaríamos desprotegidos.

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-Ele tem razão. - concordou Pedro.

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-Lilliandil e Coriakin já devem ter feito algum avanço no tratamento da doença, um deles poderia vir para cá cuidar desses doentes o quanto antes, para que a doença não se espalhe. - sugeriu Edmundo. Dave assentiu.

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-Concordo com Edmundo. - falei, Pedro assentiu. - O mensageiro deverá trazer um deles quando voltar com as respostas das cartas.

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POV. Tirian.

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-Você ainda pensa nela, não é? - perguntei. Estávamos sentados juntos com os outros em volta da fogueira, mas todos estavam entretidos em outras conversas, mas Rillian parecia estar sequer ali.

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-Do que você está falando? - perguntou ele, desviando o olhar.

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-Não se faça de tonto. - falei. Ele suspirou, enrolando os dedos na relva. - Você gosta mesmo de Lúcia, não é?

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Rillian bufou.

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-Do que adianta se ela não quer saber de mim? Ela ama aquele idiota do Julian... Não me pergunte por que...

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-Talvez você deva seguir em frente, já pensou nisso? Não adianta ficar com essa cara por aí. - falei descontraído, comendo um pedaço de pão. - Talvez devesse dar uma chance a outra pessoa.

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-O que?

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-Eu vi o jeito que você olha para Amanda. - cutuquei-o.

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-O sono deve estar afetando seus miolos. - rebateu ele. Eu ri.

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-Negar é a primeira pista! - gargalhei.

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-Ela não está nem aí para mim, Soneca. - disse ele.

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-Isso foi uma reclamação? - provoquei-o.

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-Ora, Tirian! Não me venha com essa!

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-Eu?! São seus olhos que o traem, Rillian. - falei, indicando para onde ele estava olhando. Amanda. - Agora, se me der licença, o Soneca aqui vai dormir pesado. - virei-me em direção a tenda, porém voltei-me para Rillian, ainda sentado. - Mas se quer saber, acho que o Senhor de Telmar está com medo dos sentimentos que a moça lhe causa.

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Fui para a tenda, deixando Rillian a pensar.

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POV. Edmundo.

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A noite, pude ver Tirian e Rillian conversando do outro lado da fogueira. Tirian e eu conversamos mais cedo a respeito do estado de Rillian, eu nunca imaginara que ele realmente sentisse algo por minha irmã, e agora podia imaginar como ele devia estar por dentro.

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Tirian também estava preocupado com ele, e combinamos de conversar com ele, afinal, nós dois notamos como ele ficou quando Pedro causou aquele escândalo ao pegar Lúcia e Julian aos beijos na biblioteca. Eu tive que fazer jogo duro ao receber essa notícia, e por um momento, hesitei atravessar minha espada no peito de Julian, mas refleti e percebi o quanto isso seria imaturo da minha parte. Sem contar que Jay jamais me perdoaria.

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Pedro não entendia que o melhor a se fazer era aceitar, não adiantava fazer de conta que Lúcia ainda era uma garotinha, por que ela não é mais, infelizmente, assim como Susana deixou de ser há muito tempo, Lúcia também. Claro que é difícil admitir isso, ainda mais descobrindo de supetão, como Pedro descobriu, eu também fiquei revoltado a princípio, pude, inclusive, vislumbrar um ciúme superprotetor até nos olhos de Caspian, mas tanto eu quanto ele sabemos o melhor a se fazer. Pedro não entende isso e não duvido que ele vá deixar bem claro seu desconforto em relação à Julian até não poder mais.

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Mas devo admitir que foi uma atitude sábia trazer Rillian e não Julian nessa viagem, mesmo sendo difícil deixar Julian e Lúcia sem nossa supervisão. Eu repetia para mim mesmo que não havia nada a temer, eu tinha total confiança em Lúcia e Pedro também, mas ele não dava ouvidos a isso. Enfim.

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Hoje, a noite, em volta da fogueira, Caspian e eu analisávamos os pergaminhos usados para inscrição dos novos soldados. Toda vez que olhava para Caspian eu sabia que tinha algo que deveria lhe falar, algo muito importante, mas não conseguia me lembrar de quê. Pedro dormia, jogado na relva, Rillian e Tirian conversavam do outro lado, os demais soldados procuravam um lugar para passar a noite, outros conversavam, fazendo novas amizades e alguns até arriscavam um amistoso duelo no escuro.

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-Olha só, temos duas mulheres recrutadas. - comentou Caspian, indicando um nome no pergaminho que lia. Rachel.

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-Não a conheci, falei apenas com Amanda. - comentei.

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-Ah, aquela que desafiou Rillian? - Pedro falou, ainda de olhos fechados. - Você tinha que ver ele, Caspian, “Sou Rillian, Rei de Narnia” - Pedro o imitou. Nós rimos.

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-Dê um desconto a ele, Pedro. - falei.

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-Falando nela, aquela ali é a Rachel – disse meu irmão. - Ela se inscreveu com Sr. Noel hoje. - ele apontou e vimos uma moça conversando com Amanda. Tinha os olhos claros, podia-se ver isso daqui, só não a cor; seus cabelos eram longos ondulados e ruivos, de um tom vermelho fogo. Caspian riu de leve.

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-Há mais “Jays” por aí do que eu imaginava. - brincou ele. Pedro riu também.

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-Não esqueça de sua esposa, meu caro, Susana só não luta agora por causa do bebê. - falei.

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-É. - concordou Pedro. - Se não fosse pelo bebê aposto como ela tinha colocado Rabadash para correr quando estávamos na Calormânia.

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Quando ele falou esse nome, lembrei-me instantaneamente de quando o vi no castelo de Jadis, e do que ele disse sobre visitar Susana de novo.

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-Caspian! - chamei, de repente, lembrando do que tanto devia lhe falar, mas logo recuperando o tom.

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-O que houve, Ed? Parece nervoso. - disse ele. Pedro sentou-se preocupado.

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-É isso!

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-O que? - Pedro parecia preocupado.

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-O que eu estava tentando lhe falar desde que fugi da Feiticeira, mas nunca lembrava o que era... - comecei atropelando as palavras pondo-me de pé. Eles se levantaram também.

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-Do que você está falando, Ed? - perguntou Pedro.

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-Rabadash. Eu o vi quando estava preso por Jadis, ele falou algo sobre... Sobre...

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-Sobre o que? - eu estava deixando Caspian tão nervoso quanto eu. E a medida que eu falava, pude ver seus olhos num misto de medo e fúria.

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-Sobre fazer uma nova visita à Susana.

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POV. Lúcia.

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Já faz dias desde que eles partiram. As coisas aqui pelo castelo andam bem monótonas, rotineiras. Lilliandil e Coriakin fizeram avanços consideráveis na busca pelo remédio para curar O Castigo. Recentemente, fui até a ala médica improvisada que eles construíram e vi o quanto a situação é complicada. Muitos aliados calormanos estão seriamente doentes, e outros até morreram, torço para que achem a cura logo.

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Agora, Susana, Rany, Jay e eu estávamos no quarto de Susana. Ela estava sentada na cama, com as costas apoiadas nos travesseiros, comendo um pedaço de bolo, sua barriga estava bem visível e redonda, estava uma graça. Rany e Jay estavam como sempre, e eu, bem, completamente apaixonada por Julian.

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-Posso até imaginar a Jay enchendo a paciência do Aslam. - Rany ria às gargalhadas. Jay e eu havíamos contado sobre nosso tempo no País de Aslam, ou o pouco que lembrávamos. Susana e eu rimos também.

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-Mas nós conseguimos, no fim das contas, assim pudemos salvar Edmundo. - disse Jay.

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-Sim, só não se esqueça do que Aslam disse, Jay. - falei.

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-O que foi? - perguntou Susana.

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-Ele nos permitiu voltar, mas disse que nós não teríamos nenhuma garantia de segurança, principalmente a Jay. Ela está muito vulnerável por não pertencer mais a Narnia e sim ao País de Aslam.

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-Mas não deixem ninguém saber disso, muito menos Edmundo, não quero nenhuma super proteção. - disse ela.

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-Isso será meio difícil, Jay – falou Rany. - Agora que ele tem você de volta, com certeza fará de tudo para mantê-la aqui, sã e salva.

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Jay e eu trocamos um olhar. Rany tinha razão.

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-Mas conte-nos, Sta. Ranyelle – Susana mudou de assunto. - Como anda sua “amizade” com meu irmão? - fez aspas no ar e nós rimos quando Rany corou.

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-Vai muito bem, obrigada por se importar. - brincou a outra. Rimos de novo. - Pedro pode ter esse jeito mandão, ciumento e super protetor, mas é uma pessoa ímpar. Nunca conheci ninguém como ele... Talvez seja por isso que eu nunca tenha me apaixonado antes. - corou de novo.

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-Não sei o que os rapazes Pevensie tem para nos hipnotizar tanto assim, Rany. - comentou Jay, o que nos fez rir de novo.

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-Desculpem, mas nossa família tem a perfeição que todas as pessoas procuram, é quase impossível resistir a nós... - brinquei.

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-Falou tudo, Lu – apoiou Susana. - as Pevensie tem um charme incomum também. - rimos de novo.

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-Caspian e Julian bem sabem. - disse Jay. - Não posso falar de Caspian, mas meu irmão cai de amores por Lúcia. Nunca o vi desse jeito. Nada contra você, Lúcia, adoro a ideia de ter você como cunhada, mas as vezes Julian passa dos limites, ele fica extremamente irritante. “Lúcia, isso...”, “Lúcia aquilo...”! - contou, eu sorri, corada.

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-É! Ele quase arrancou minha cabeça quando Lúcia parou de falar com ele por minha causa! - Rany riu.

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-Vocês falam de Julian por que não viram como Caspian ficou quando conheceu Susana. - intervi, já vendo Susana corar e encher a boca de bolo para não falar nada. - Ele parecia um bobo ambulante. Toda vez que olhava para Susana só falava babar.

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Nós rimos mais uma vez, mas então veio uma batida na porta e Jill entrou saltitante.

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-Boa tarde! Só estou de passagem, aqui Lúcia essa é para você, aqui está a sua Jay, Rany... - disse ela, saltando entre nós e entregando as cartas.

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-Não acredito, eles escreveram! - Rany quase quicou de felicidade.

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-E claro, Susana. - a pequena Jill entregou a de minha irmã que respirou aliviada, e logo saiu para entregar as outras cartas.

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-Já estava achando que não receberia nenhuma – Susana falou com sigo mesma.

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-Está de brincadeira, se Caspian pudesse vinha lhe ver todos os dias. - reclamei.

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Todas abriram ansiosas seus envelopes. E só então prestei atenção no meu, curiosa para saber quem havia escrito para mim já que Julian não fora nessa missão. No envelope, numa caligrafia refinada e bela, vi o nome Rillian.

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Pov. Renere.

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Repugnante. Incrivelmente repugnante. Os ratos vagavam livremente pelas celas, não havia ventilação suficiente, estava tudo úmido e frio. Parte da parede era coberta de musgo, o beliche estava com a madeira podre, o cheiro era insuportável. Arght! Aqueles desgraçados...

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Jadis e Aller tem que me tirar daqui imediatamente!

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Não se preocupe com isso.”

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Ouvi uma voz. Pus-me de pé e olhei em volta, mas os guardas estavam dormindo assim como os outros prisioneiros.

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-Tem alguém aí? - perguntei.

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Não exatamente. Estou na sua cabeça.”. Respondeu a voz.

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-Jadis? É você, Jadis?

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“Jadis tem mais o que fazer, agora fique quieta e preste atenção. Controle seu desejo de vingança. Todos pagarão uma hora, mas seus serviços não serão mais necessários. Eu já estou assumindo sua posição. Não procure Jadis, nem Aller, nem ninguém do lado de lá, eles não precisam mais de você.”.

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Então a voz foi embora.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, me perdoem! Prometo não demorar mais tanto tempo!
Espero que não me abandonem e me motivem com reviews!
Beijokas!!