Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 38
Castigo.




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Mandamos chamar todos para a sala do trono imediatamente. O assunto era de extrema urgência. Insisti para Susana não ir e não se preocupar, mas não adiantou nada... Como sempre. Logo Pedro e Rany chegaram lá, ele ainda visivelmente magoado. Nos posicionamos em volta da mesa e o Tisroc disse a todos a novidade que o soldado trouxera.

-A doença está se espalhando rapidamente... Já perdemos mais de cem soldados e aparecem novos doentes todos os dias. - disse ele.

-Mas que doença é essa? - perguntou Helena.

-Ao que tudo indica, é o Castigo. - disse ele.

-Castigo? - questionou Eustáquio.

-Sim. Uma doença das histórias calormanas. - explicou o Tisroc. - Segundo as lendas, os homens que não obedeciam a Tash eram adoentados por ele, por isso os antigos deram o nome da doença de Castigo... Mas nunca houve comprovação de que essa doença realmente existia.

-Bom, agora temos. - disse Tumnus.

Edmundo, Lúcia e Jay trocaram um olhar.

-Parece que ela conseguiu a aliança com Tash mesmo assim. - comentou Edmundo, para elas.

-Como disse, Edmundo? - perguntou Corin.

Edmundo suspirou, dirigindo-se a todos os presentes.

-Enquanto estávamos presos por Jadis, ela pretendia nos dar em sacrifício para conseguir a aliança com Tash. - disse, fazendo todos arfarem.

-Nós conseguimos fugir, mas acho que ela sobreviveu ao desmoronamento e concretizou a aliança... - falou Jay.

-Quem será que foi o sacrifício? - perguntou Julian.

-Não sabemos. - disse Edmundo. - E agora acho que isso é o menos importa.

-Então... - falou Pedro. - Tash...

-Talvez tenha se aliado a ela contra o Tisroc, por ele ficar ao lado de Aslam, e agora está lançando a praga nos soldados calormanos. - disse Ripchip.

O Tisroc arfou.

-Faz sentido... Afinal, só os soldados calormanos estão sendo atingidos. - acrescentou Franco.

Houve um breve silêncio.

-O que vamos fazer agora? - Rillian quebrou o silêncio. Pedro estava pensando.

-Teremos que repor esses soldados perdidos do jeito que pudermos. - disse ele.

-Como? - perguntou Lilliandil.

-Recrutaremos narnianos, quanto narnianos pudermos, o mais rápido possível, enquanto nossos médicos, com a ajuda de Lilliandil e Coriakin, tentam encontrar uma cura.

-Essa parece ser nossa única saída no momento, não é? - falou Tirian, mesmo sabendo a resposta.

Pedro assentiu.

-Caspian, você, eu, Edmundo, Tirian, Rillian, Franco, Tumnus e o Sr. Noel iremos fazer o recrutamento, iremos pelo amanhecer e só voltaremos quando conseguirmos um número satisfatório de soldados.

Todos concordaram, e nós saímos para nos preparar.

[...]

-Não gosto disso. - disse Susana, de pé ao meu lado, inquieta.

Parei de arrumar a mala pequena, endireitei-me, olhando-a nos olhos. Suspirei.

-Eu também não, Su. - falei sincero. - Não sabe o que eu daria para para que nosso filho se crescesse em paz... - toquei seu rosto. - Mas como isso não parece ser uma coisa fácil, vou lutar para consegui-la. - disse a ela, olhando fundo em seus olhos. Ela sorriu de leve.

-Ficaremos em paz se você estiver conosco. - disse ela.

-Eu vou sempre estar, mesmo estando longe. - garanti. - Venha, Su, você deve descansar. - beijei sua testa e nos deitamos para dormir.

Pov. Lúcia.

-Acha que vai dar certo? - perguntei a Julian. Estávamos na varanda de meu quarto, já era noite e todos foram descansar.

-Claro. Temos que acreditar que sim. - disse ele. - Aslam está do nosso lado. - ele sorriu para mim e eu sorri de volta. Julian se aproximou de mim e, segurando meu rosto delicadamente entre suas mãos, beijou-me. Devia ser o quinto beijo que trocávamos desde aquela na biblioteca e sempre era diferente, como se fosse o primeiro.

-Agora você tem que descansar. - disse ele.

-Não fui eu que quase fui assassinada. - provoquei.

-Sorte sua. - ele riu. - Boa noite. - dando-me um beijo breve, ele saiu.

Pov. Pedro.

Soquei algumas peças de roupas dentro de uma sacola de pano, mau humorado e fui dormir. Pela manhã, desci para tomar café com os outros e logo em seguida, já estávamos prontos para partir. Eu fechei a porta de meu quarto e dei de cara com Rany. Ela tinha uma expressão preocupada.

-Tudo bem? - perguntei.

-Só vai estar tudo bem quando não precisar de mais batalhas. - suspirou. - Quero que lhe dar uma coisa. - disse ela, levando as mãos a nuca e abrindo o feche pequeno de um colar escondido dentro do vestido. - Leve isto. - entregou-me. Com uma mão segurei-o e com a outra segurei seu pulso suavemente, aproximando-a de mim. Toquei seu rosto, aproximando o meu dele até finalmente tocar seus lábios úmidos num beijo singelo e casto. Nosso primeiro beijo que há tempos eu esperava. Com um som delicado e estalado, separei nossos lábios.

-Eu vou voltar. - garanti.

-Eu sei que vai. - ela sorriu beijando-me mais uma vez.

Pov. Edmundo.

-Tome cuidado. - disse Jay. Estávamos no pátio do castelo aguardando os outros.

-Tudo bem.

-Tenha juízo.

-Tudo bem.

-Não se meta em confusão.

-Tudo bem.

-Não fale com estranhos.

Encarei-a, mas ela estava falando sério.

-Fique tranquila Jay. - falei.

-Fácil falar, não é você quem vai ficar aqui preocupada, sem poder fazer nada... - fez um biquinho engraçado. - Eu queria ir, ajudá-los a recrutar...

-Nem pensar! - protestei de imediato. - Você vai ficar aqui, segura e protegida... - segurei seu rosto entre minhas mãos, olhando intensamente em seus olhos. - Não posso correr o risco de perder você outra vez... Prometa que vai ficar a salvo.

-Só se você prometer também. - nós assentimos e eu a beijei. Um beijo singelo e casto (já que tinha muito público), mas carregado de sentimentos. - Até logo... - sussurrei para ela, abraçando-a.

Pov. Caspian.

-Vamos sentir saudades. - Susana sorriu, tentando descontrair a si mesma que estava tensa.

-Também vou sentir a falta de vocês. Comportem-se. - alertei e nós rimos.

-Pode deixar. - garantiu. Nos despedimos com o beijo e um abraço apertado pouco antes de eu ir em direção a Destro que já estava selado.

Os outros se despediam também de todos. Eles montaram em seus cavalos e nós partimos com a esperança irradiando do peito ao mesmo tempo em que o tempo fechado, nublado, nos indicava o perigo ameaçador que podia estar nos esperando lá fora.


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Notas finais do capítulo

É as coisas não vão melhorar tão cedo, mas amamos isso, não é?
Esperando suas opiniões!
Beijokas!!