POV Pedro

Tisroc conversava com Caspian e comigo, Susana estava cuidando de Lucia com outras empregadas e soldados retiravam os corpos dos inimigos do ambiente, o mesmo acontecia do lado de fora: os corpos dos inimigos serão jogados ao mar, já os soldados mortos serão enterrados com honra. Perdemos cinco homens narnianos e sete arquelandeses (poderiam ser oito...)

Edmundo sentou-se ao pé da escada, pouco tempo depois Ranyelle apareceu, deixei Caspian explicando o motivo do ataque e fui até ela.

- Você está bem? - ela me perguntou, vi que tinha lagrimas nos olhos.

- Sim, mas... E você? - pus delicadamente uma mecha de seu cabelo para trás de sua orelha. Isso lhe causou um arrepio.

- Inteira. - soltou com o ar.

- Ranyelle... - chamou Edmundo ainda sentado na escada. Ela virou-se para ele.

- As empregadas estão cuidando dela, o ferimento não é tão profundo quanto pensávamos, mas em compensação é mais extenso.

- Ela corre risco? - quis saber meu irmão.

- Um pouco, mas corre. Edmundo deitou-se na escada. Ranyelle voltou-se para mim - Como está a rainha Lucia?

- Com um braço quebrado, fora isso e as semanas de castigo que ela vai levar por ter me desobedecido, está bem.

- Não pode castigá-la por ter sido corajosa... - Argumentou.

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No fim das contas Aller decidiu voltar para a Arquelândia dois dias depois. Resolvemos fazer o mesmo e retornar a Cair Parável. O banquete fora cancelado. Partimos primeiro que nossos vizinhos, com o auxilio do Tisroc para o que precisássemos e nem tive a chance de me despedir de Ranyelle. O motivo: Aller estava furioso conosco, dizia que pusemos a vida de todos em perigo, que éramos uma ameaça e que devíamos voltar para o buraco de onde saímos.

Só não caí em cima dele depois dessa em respeito aos presentes, senão ele voltaria pra casa com uma bela lembrança...

Em Cair Parável Lucia teve seu braço tratado por um de nossos médicos. Edmundo andava tão inerte em pensamentos que me perguntei se ele não estava dormindo acordado. Susana sentia-se cada vez mais culpada e vivia em seu quarto ora chorando, ora chorando. Caspian estava visivelmente preocupado. E eu me considerava a pessoa mais tranqüila e apaixonada de todos eles.

Ranyelle não saía de meus pensamentos e estava cada vez mais infiltrada em meu coração. Aqueles olhos castanhos me enfeitiçaram de um jeito que nem eu compreendo, aliás, não queria compreender, queria viver...

O que ficara meio difícil agora, mas eu tinha esperanças de sobra.

*****

Dois meses se passaram sem termos um ataque ou noticias da Arquelandia.

Edmundo surtaria se passasse mais tempo sem essas noticias, eu sabia disso muito bem por que também corria esse risco. Lucia estava com seu braço inteiro novamente, já era visível o volume na barriga de Susana e a felicidade nos olhos de Caspian.

Enfim, foi um intervalo de dois meses. Dois meses de paz. Dois meses de espera.