Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 55
A promessa de Shadows


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas gaaaatas *----* escrevendo esse capitulo de hoje, eu viajei muito. CAAAAARRRAAAA, UHAHSHUASHUAUSUH tanta coisa rolou e vai rolar nessa viagem pra Manchester.
PREPAREEEM os coraçãozinhos, e boa leitura (666. Ah, desculpem os erros de portugues, se houver.



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No resto do dia 20, Hugo não retornou meu telefonema (que visava informá-lo da viagem pro chalé). Esperei, esperei, esperei... e nada. Para ser um pouco hiperbólica, minha bunda ficou quadrada de tanto ficar sentada naquele sofá. Impossível isso acontecer, mas tenho tendência a ser exagerada (avá, vocês nunca perceberam isso, nesses longos capítulos de história).

Já em relação à viagem... Matthew e Syn, que a organizaram, foram bem claros:

“Estejam acordados às 5, com as malas prontas, no dia 21. A Chalé fica no interior de Manchester, e devido a neve, vai demorar um pouco para chegar. Não atrasem. Ouviram bem, mocinhas-que-levam-o-mundo-na-mala?”

Tudo bem Shadows, meu querido. Eu estaria prontinha para festejar no meio do nada, com neve e mato. Mas okay... ao menos estaria com as pessoas que se tornaram, pouco a pouco, importantes na minha vida. Não seria aquela ceia que eu sempre tive com minha família (mesmo porque, nunca tivemos ceia, e sim almoço de Natal), mas prometia ser um festejo memorável. Pelo menos para mim, que nunca havia passado o fim de ano com amigos, tirando a Mel.

Na manhã do dia 21, às 5 da madrugada, Matthew batia na minha porta. Estava sozinho, com algumas malas na mão. Era o primeiro a chegar. Eu também já estava pronta, simplesmente pelo fato de estar puta demais para conseguir dormir. Enfim...

- Bom dia, Marie. Ansiosa? – perguntou, com uma animação fora do comum. Sei lá que santo que baixou nele. Já eu, com a cara amarrada, respondi, sem qualquer entusiasmo:

- Ô!

- Que ânimo é esse? E seu marido? – continuou ele, ajeitando as malas ao lado das minhas. Aproximava lentamente, e eu não gostava da ideia de ficar tão “juntinha” dele. Por isso, acabei dando um passo para trás, virando de costas (mexendo em qualquer coisa na mesinha).

- Não me fala de Hugo... não consegui falar com ele sobre a viagem...

- Hum... já tentou ligar hoje?

- Ér... não. – confessei, pegando o celular. – Mas Matt... eu não quero ser grudenta, nem viver em função de homem.

- Você só está avisando que vai viajar. Que mal há nisso? Tá que isso não deveria entrar no assunto, mas... quando eu era casado, Valary sempre avisava essas coisas. Eu também... mesmo que eu não faço muito o tipo de alguém que se preocupa com alguém... enfim...

- É... é... você tem razão. Acho.

Desbloqueei celular, digitei o número de Hugo e esperei chamar, até que ele atendesse (isso se atendesse). Demorou, demorou, mas dez minutos depois, na nona tentativa, ele atendeu, com a voz um pouco enrolada. Devia estar dormindo, dando, comendo, seilá.

- Ein?

- Hugo, sou eu, Marietta.

- AH, oi Marietta. Aconteceu algo?

Não aconteceu nada, filho da puta. Ainda não, pelo menos.

- Ér... não... eu só liguei pra avisar se... você vai vir... porque... os meninos querem que os acompanhe numa viagem à Manchester. Passar o feriado. – disse vagarosamente, temendo que ele não entendesse minhas palavras. Vai saber, Hugo era surdo quando lhe convinha.

- Meninos? M. Shadows, Synyster e Vengeance?

- É... você... quer ir?

Hugo não respondeu, de imediato. Deu um suspiro, um bocejo e respondeu, um pouco indiferente. ÉÉÉ, PESSOAL, O HUGO QUE EU CONHECIA HAVIA VOLTADO. AQUELE PAU NO CU!

- Não vou poder passar o feriado contigo, Marie. Vim às pressas para Liverpool e...

- Como você foi para Liverpool se muitos vôos estão adiados por causa da tempestade? – questionei, já sentindo que a raiva aquecia meu corpo. É, eu precisava mesmo... o inferno de Londres estava rigoroso (até demais).

- Viemos de carro. Algumas horas de viagem... nesse momento, estou no Hotel... teremos reunião às 7 e não voltarei antes do dia 1. Desculpa mesmo.

- DESCULPA? VOCÊ TÁ PEDINDO DESCULPAS? – gritei, já perdendo a paciência. Matthew olhava para mim com cara de “desculpe Marie, mas eu sabia que isso ia acontecer”. Todos sabiam, caralho! Como eu sou BURRA! – Ótimo Hugo, peça desculpas pra puta da sua mãe. Foda-se. E não tenta me ligar porque eu NÃO VOU RESPONDER.

E muito revoltada, joguei o celular na parede. AH NÃO FODE MEW... MEU IPHONE... AOS PEDAÇOS, NO CHÃO? Hugo não valia nem mesmo a canetinha.

- Marie, calma... – começou Matt, tentando me acalmar. E tinha como? Não. Eu tava irritada, puta, estressada, nervosa, raivosa... tudo que vocês imaginarem. Minha mão tremia.

- Calma o caralho! Depois quando a mulher mata o marido... ah não, tadinho, ele trabalha. Ele tá pedindo pra ser esfaqueado. Ou enforcado. Ou... sei lá o que pode ocorrer. Mas juro, Hugo tá pedindo pra morrer. MORRER!

- Não vale a pena sujar as mãos com esse tipo de gente. – sorriu Matt, aproximando-se de mim novamente. – Marie, esquece esse cara... Syn tá lá, na sua espera. Dá uma chance pra ele...

- Ah não me vem falando de homem. Vou virar lésbica. Isso... mulher com mulher dá menos rolo. – conclui, passando a mão pela testa. Isso, viraria lésbica. Cadê a Mel pra eu dar uns pegas nela?

- Ui... isso seria interessante.

Marietta, sua burra, antes de falar bosta, lembre que homens ficam excitados com relações entre lésbicas. IDIOTA! IDIOTA ELE TAMBÉM!

- CALA A BOCA. – gritei, histérica. Juro que se eu não estivesse tão nervosa... teria rido muito da minha cara de louca. Enfim, para colaborar... adivinha quem surgiu na porta?

Sim, Syn (aquele gostosão que eu pegaria só pra me sentir melhor, o que não seria justo), Zacky (aquele bochechudo que tenho vontade de apertar e falar “own”) e Mel, em quem eu daria uns catos caso eu levasse a sério a hipótese de trocar banana por mexerica.

- Que berros são esses, gente? Dá pra ouvir tudo do corredor e... Marie, você está péssima, o que aconteceu?

Nada como o apoio da sua melhor amiga para animar sua manhã.

- Responde pra ela, Matt, responde antes que eu... ahhhhh! – continuei gritando, agora andando em círculos. Marietta, deixa de ser doente, cara.

- Hugo. Deu cano nela... e não vai acompanhá-la. – isso, nada como a sinceridade do seu novo melhor amigo para animar sua manhã, parte dois. O que faltava? Syn soltar a piadinha “então virou encanador”?

- Puts Best... que ruim... – lamentou, vindo para me abraçar. – Olha... não fica assim não. Faremos desse feriado o melhor da sua vida, ouviu?

Ahá, pensaram que eu ia chorar? Não, eu não ia chorar. Desvencilhei de Mel, catei meu cachecol no sofá e sorri, como a boa cínica que eu era. Eu já tinha me tornado atriz de uma hora pra outra, então... pra que não utilizar da arte pra disfarçar um ódio profundo de um come-rola que carinhosamente chamo de HUGO!?

- Pronto, alegria alegria. Que horas partiremos? – disse animada, batendo as mãos. Mel olhou para mim, arqueando uma das sobrancelhas, e se afastando sutilmente de mim. Todos fizeram isso.

- Marie, sua bipolaridade dá medo. Muito medo.

- Não vou estressar mais pelo Hugo. Rugas à toa. – menti, torcendo as mãos. – Enfim... que hora partiremos?

- Bem... – começou Syn, levantando a mão. Devia estar esperando o momento seguro de abrir a boca. – Como todos já estão aqui... podemos ir, não?

- Uma coisa... antes de tudo: nós iremos cozinhar, não? – perguntei, olhando para os lados. – Não tem graça comemorar Natal com comida de gente que nem conhecemos.

- Sem problemas. Eu jogo charme nas cozinheiras e...

- Syn, cala a boca. – resmungou Matt, cruzando os braços. – A ideia de cozinhar parece legal. Cada um faz alguma coisa... compramos os ingredientes por lá e... viva ao feriado.

Bem, pelo menos, alguma coisa dando certo.

Como era cedo demais para as portas das escadarias estarem abertas... fui OBRIGADA  a descer de elevador. Agarrei tão forte na mão do Syn, mas tão forte que... ficaram marcas de todas minhas unhas (que eram enormes). Tudo bem que eu até que gostei daquele climinha que ficou entre a gente, de mãos dadas, mas eu tinha certeza de algo: eu estava sentindo isso por estar brava com Hugo. Então, sutilmente, me afastei. Syn não merecia que eu o enganasse ou algo assim.

- Coloquem as bagagens no carro. – pediu Matt, esperando que todos saíssem do elevador. Só que, quando chegou minha vez, ele não deixou. Pegou na minha mão com força e, sorrindo, murmurou:

- Não fica triste por causa do brocha do seu marido. Te prometo que esse será o melhor feriado da sua vida.

O que me restava a fazer... a não ser assentir? Espero realmente que ele a cumpra... porque o que mais desejo, é isso.  


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