Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 17
Decepção.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada turminha linda pelos reviews, irei respondê-los quando meu pc voltar, amanhã ou depois (ainda que não terei aula e poderei escrever loucamente). E desculpem os erros... estou no técnico. Enfim, espero que gostem.



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- Não vou chutar seu traseiro. – resmunguei, na porta. – Não seria tão eficaz quanto chutar seu...

- OW OW OW, PARA COM ESSAS BRINCADEIRAS, CARA! – gritou Syn, se afastando com as as mãos nas partes baixas. Adoro quanto os homens são fortões... até mexerem em seu orgão genital. De qualquer forma que fosse, eram vulneráveis, e crianças, NÃO LEIAM ISSO!

- Pra que veio, hum?

- Posso... entrar?

Olhei para meu apartamento, e vendo que já era madrugada, eu estava sozinha, e Syn era um homem (muito homem por sinal), decedi ser mal educada, pra variar:

- Não. Vá com M. Shadows curtir “la vida louca”.

- É sobre isso que vim falar contigo, poxa. Marietta... a gente tá afim de te ajudar nessa parada. Você tem nos ajudado muito, não sabe o quanto. Vai, vamos conversar, mew.

Sem responder, cedi o caminho para que ele entrasse. Nessas horas, eu ainda estava puta com aquela falta de consideração, mas... se ele veio me procurar, alguma coisa tinha a dizer. E, sentando no sofá, dei sinal para que ele começasse, claro, sem demonstrar qualquer tipo de emoção.

- Olha... não estamos sendo legais, eu sei. Mas saca... é a nossa forma de estudar e... ajudar.

- Ajudar?! – gritei, levantando-me. – Desde quando uma guerra de Guitar Hero pode ser uma ajuda para mim?

- Ah... tá, talvez não seja. – sorriu Syn, coçando a nuca de uma forma sem vergonha, marota. Tudo bem, viajei, mas mesmo assim estava de pé na guerra, yeah! Eu estava PUTA, e nenhum sorriso de um cara GATO mudaria minha ideia. É!

- Era isso? – resmunguei, voltando a me sentar. Syn se aproximou de mim (fato que me deixou muito nervosa) e se sentou, do meu lado. Tirou o chapéu que estava e olhou-me, sério:

- Você tem direito de se revoltar com a gente... e ficar irritada, quando alguém fica vacalhando seus sonhos... mas sabe, cara... eu e ele sentimos muito.

- Sentem?

- Sentimos... eu estive falando com Matt ontem... e... só temos amanhã... digo, hoje, para ensaiar dignamente o que aprendemos. Se você... ainda quiser dar uma chance para nós... aceite que... nós... sabe?

- Syn... fala sem rodeios.

- Ele quer continuar, sabe que pisamos na bola... e está disposto a ficar o dia todo aprendendo aqueles bagulhos.

- É um trabalho muito árduo, cara! Uma semana já era difícil, imagine um dia!

- Nada é impossível pra Gates e Shadows, amor.

Juro, juro que tentei não rir, mas não consegui! Era aquela humildade deliciosa que Syn carregava na alma, como se aquele fosse seu carma pessoal. Era foda... e engraçado.

Pus a mão na boca, cortei minha risada na metade e me levantei, dando giros com os calcanhares:

- Virou porta-voz do Shadows?

- Ah... ele disse que temos mais intimidade e que você... talvez... me poupasse da violência física.  – juro, juro, a cara que Syn fez essa hora... deu muita pena. Me senti a bruxa do João e Maria, e Syn era o João. Comparação idiota... esquecem.

- Não sou louca de enfrentar Shadows, ele me esmagaria com um braço.

- Eu vim aqui porque conversamos... e... vamos lá pro apartamento dele, ele também quer falar contigo.

- E por que não veio com você?

- Ué... se alguém se fudesse, esse alguém seria eu. Pouparia ele. Enfim... vai Marietazinha, ajuda também! Eu pago castigos e pecados pra me redimir.

- Paga castigos é? – repeti, arquando uma das sobrancelhas.

- Com certeza! Eu poderia limpar sua banheira, sem roupa, num frio, e ainda com você dentro. Não seria nada legal...

- TÁ, CHEGA! – berrei, tapando os ouvidos. SAIAM DE MIM, PENSAMENTOS MALIGNOS, SAIAAAAAAAM DE MIM!

- Ou poderia trocar seus lençois enquanto dormiamos neles e... – continuou, sorrindo. Continuei a interrompê-lo, antes que algo mais contrangedor acontecesse.

- TÁ, CHEGA, TE PERDOO SYN, MAS PELO AMOR, CHEGA!

- YEEEAH! Eu sabia, ninguém resiste à minha psicologia reversa pornográfica.

- Deus bendito... – murmurei, rindo. Corri para meu quarto, peguei a bolsa e meu casaco, e voltei para sala, um pouco corada:

- Vamos então. Se estão dispostos... vão ter que trabalhar.

Syn acenou, colocando de volta o chapéu. Saímos de meu apartamento rumo ao de Matthew. Tudo bem que no meio do caminho, rolou um clima muito estranho entre nós dois.

Ele falava besteira... falava merda, eu sei, mas era perfeito! Engraçado, lindo... ah chega! Deixa eu parar, vai.

- Por que vocês estão fazendo isso por mim? – perguntei, já na porta de Matt. Syn já tinha batido algumas vezes, esperando resposta, e eu estava lá, esperando uma dele.

- Pisamos na bola... e é a nossa salvação.

- Salvação?

- Johnny morreu, é muito difícil aceitar. Vamos ser infantis e aliviar a dor esquecendo dela. Nada melhor que ajudar uma nova amiguinha brasileira... que só tem nos proporcionado momentos bons.

É, esse momento é um dos famosos “OOOOWN” de tão poético e lindo que foi. Gay, eu sei, mas lindo.

Sorri, um pouco acanhada. Esperei que Syn batesse pela quinta ou sexta vez na porta. OlheI-o, deixando que o sorriso morresse aos poucos. Eu tinha entendido o que aconteceu... estava tudo tão claro para mim.

- Aquele idiota pediu que você me trouxesse aqui para ensaiarmos, agora ele foi embora, deixando-nos no vácuo total?

- Aparentemente sim, FILHO DA PUTA MANCA! – gritou Syn, chutando a porta.

Talvez M. Shadows (era assim que eu trataria aquele cara dali por diante) não fosse diferente de nenhum outro homem. Era idêntico ao Hugo! Era perito em destruir sonhos de ingênuas que acreditam neles...

Dei um suspiro, dei um giro e fui embora. Joguei pelo caminho as folhas que carregava em mãos, no caso, os scripts do teste. Syn, vendo aquilo, arrancou do bolso seu celular, e depois de digitar alguns números, começou a berrar.

Não pude ouvir com nitidez o que dizia... já que eu estava longe. Mas, antes de sumir completamente pelas escadarias, ouví-lo dizer:

- VOCÊ TÁ DORMINDO COM A VALARY, SEU IDIOTA? VAI TOMAR NO CU, FILHO DA PUTA! SE EU OU A MARIETTA NÃO TE CASTRARMOS VIVO, JOHNNY VIRÁ DO ALÉM PRA FAZER ISSO. LAZARENTO, MORRA QUEIMADO, CORNO MANSO!


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