Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 146
So Far Away... Marietta ♥


Notas iniciais do capítulo

E AII BANDIBEEEEEEESHA! SALVA DE PALMAS PRO NOSSO GALINHA SINISTRO BRIAN HANER QUE FICOU MAIS VELHO ESSA SEMANA, WEEEEEEEEEEEE *----------* SEU LINDO, amamos você coisa fofa da tia Heagle. Outra, agradeço às minhas fãs que me add no face, é muito foda ter um contato tão proximo assim. De boa>: me chamem pro papo que como uma boa jornalista, não dispenso conversa HSAGSYAGHSAGSYAGS
ps; hoje eu me emocionei com esse capitulo, ficou bem sinistro. Deixei algumas duvidas em aberto... espero que não me matem.
ah... outra coisa: demorei tanto pra postar pois estou participando de um concurso. Estou escrevendo um livro, cujo roteiro sonhei, e vou concorrer a 40 mil reais mais publicação. é a minha chance, negada HHSAUHSUHUSH enfim... BOOORA PRO CAP, E BOOOOOM DIA DO ROCK PRO CES O



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Trilha sonora: So Far Away – Avenged Sevenfold. Feliz dia do Rock, o melhor e eficaz calmante de todos os tempos lml

Never feared for anything,

Never shamed but never free

Alive to hear the broken heart with all that it could

 Matthew não se lembrava de como havia chego ao hospital. Fora tudo muito automático: Syn o escoltou ao carro que seguiu a ambulância por todo trajeto. A sirene apitava freneticamente, afastando da pista quem quer que fosse. Pela janelinha do veículo, as faces de Melissa pareciam mortas de tanto desespero. Não sabia o que fazer, mas tinha certeza que os pais de Marietta nunca a perdoaria por deixá-la daquela forma, tão mal...

Quando chegou ao hospital, foi obrigada a se separar da amiga, que fora levada imediatamente para uma sala. Alguns médicos correram junto da maca. A movimentação era cada vez mais insuportável, tanto dentro quanto fora do recinto.

- A escritora Heagle acaba de chegar ao hospital Saint Mônica West em estado gravíssimo. Segundo as autoridades presentes no local, Marietta aparentava estar sem vida. Os médicos não quiseram se pronunciar, mas haverá uma coletiva de imprensa para divulgação do quadro clínico. Robert Willians, direto de Londres. – dizia um jornalista na TV, em tom esbaforido e trêmulo. Melissa olhou para o aparelho e se irritou, tacando um dos sapatos nele. Depois disso, não pode fazer muita coisa, pois caíra no chão com os olhos estatelados. Entrara em estado de choque.

Quem que precisava coordenar a situação era Matthew, mas não, ele não conseguia, seus olhos sem brilhos denunciavam uma pessoa fria, sem alma, como se estivesse vivendo o inferno e a condenação eterna. Só faltava o capeta surgir por ali. Coube a Syn e Zacky organizarem as coisas, como dar entrada no hospital, responder fichas e outras coisas. Lógico, estavam apreensivos e preocupados... mas precisavam daquela tranquilidade para controlar a situação.

- Vai dar tudo certo, cara. – murmurou Zacky, abraçando Matt, que se mantinha inerte encostado na parede. – Jimmy está olhando por ela.

- Não vai dar certo... – respondeu, virando o rosto. Não choraria... faria de tudo para isso.

O nosso querido porpeta acompanhou Matthew até o segundo andar (onde Marietta havia sido levada), enquanto Syn procurava algum médico responsável para esclarecer dúvidas. Era preciso saber quando saberiam o real estado da moça. Para seu desespero, ao mesmo tempo alívio, logo ao anoitecer a equipe teria um diagnóstico preciso, já que uma bateria de exames e uma cirurgia emergencial eram necessária. Agora, era só ter paciência.

Sabendo que Matthew estava em boas mãos, foi ao quarto da namorada. Não encontrou nada mais que uma moça paralisada, olhando para o teto, murmurando algo como “os pais dela não vão me perdoar, justo eles, justo eles”.

- Minha querida... você não teve culpa. – tentou consolá-la, em vão.

- Eu prometi cuidar dela... mas os pais não vão perdoar, justo eles, justo eles.

No corredor, Matthew sentou em uma das cadeiras. Abaixou os ombros e encolheu a cabeça, olhando para baixo. Batia o pé inúmeras vezes, e as mãos beliscavam e torciam umas às outras.

Zacky já havia desistido de tentar consolá-lo. Acomodou-se em uma das cadeiras e por ali ficou, olhando para o fim do corredor. Precisava que alguém surgisse para falar o que estava acontecendo, nem que fosse Syn, com apenas um “não consegui falar com ninguém”.

- Eu tive culpa, Zacky. – começou Matthew, saindo do silêncio que mantinha há mais de três horas. O amigo se assustou, mas tratou de responder, rapidamente:

- Esquece isso.

- Não... é sério, eu só trouxe mal para Marietta. Eu a entreguei de bandeja àquela vadia maldita... entreguei onde ela estaria, com quem estaria, suas fraquezas, suas verdades... expus a vida da minha menina ao perigo por causa de uma puta. E na hora do acidente... ela tentou me salvar, cara, aquela filha da puta, depois de tudo que eu fiz, depois de toda aquela sacanagem, quis me defender. Que ela tinha na cabeça? Era para me odiar, mew... e não ficar... se arriscando... Oh meu Deus... por que você fez isso comigo, seu...

- Vai adiantar alguma coisa você ficar se culpando? Isso de fato vai trazer a Marietta de volta. Acorda pra vida, culpa e remorso só vão complicar a situação, esquece essa porra, caralho.

- Esquecer? Eu não sei o que está se passando com ela... e você quer que eu esqueça. Como isso é possível?

- Eu desisto de tentar botar sua cabeça no lugar. – resmungou Zacky, virando o rosto. – Você acha que só você sente dor. Não sabe quanto me doeu ver aquela amiguinha caipira caída naquela poça de sangue, e aqueles jornalistas como urubus em cima dela. Você não sabe o quanto isso... machuca, pensar que eu não vou mais ouvir aquele berro de manhã... e nem aquelas exclamações de nojo em relação a minha comida. Só você sofre, não é mesmo?

Matthew pôs as mãos na cabeça, tapando os ouvidos. Não queria ouvir mais nada, tudo remetia a morte de Marietta. Ninguém, até que provassem, poderia concluir aquilo.

Sua menina estava bem, com uma grande fome de Ruffles e sede de sorvete. Logo cruzaria o corredor mancando por ter machucado a perna e gritaria: “E AÍ BANDIBEEEESHAS!”. Se orgulharia de mandar os fofoqueiros para o inferno, e de ter sentido a adrenalina de uma perseguição policial. Contaria, a todo mundo, o quão intensa era sua vida de Heagle.

Lived a life so endlessly

Saw beyond what others see

I tried to heal your broken heart

With all that I could

Chegou o anoitecer e com ele, Synyster e Melissa à tira colo. A moça estava terrível, andando como se rastejasse, olhando para os lados como uma zumbi. Ignorou a presença de todo mundo, principalmente Matthew.

Como combinado, depois de algum tempo, surgiu um dos médicos responsáveis por Marietta. Para surpresa de todos, era Connor, o mesmo médico de Melissa. Suas faces, tão coradas, não pareciam trazer uma boa notícia. Pelo contrário... talvez seu fardo fosse maior do que o esperado.

- Noite. – acenou, encostando-se na parede. – Corri para cá quando soube pela TV o que havia ocorrido. Sou um dos médicos responsáveis por este hospital também... então não foi tão difícil atendê-la. Bem... – pausou, coçando os olhos ao tirar os óculos. Pareciam extremamente cansados. – Por onde devo começar?

- Explique tudo. – pediu Syn, calmamente. – Conte-nos o que julga necessário, por mais que demore... queremos saber... o que... ocorre.

O doutor soltou um suspiro alto, pondo os óculos novamente. Fez uma careta de dor e murmurou sério:

- Não trago boas notícias, lamento.

Will you stay?

Will you stay away forever?

Matthew sentiu uma facada nas costas nesse momento. Não conseguia fitar o médico, por isso continuava de cabeça baixa, olhando o chão, enquanto os pés ainda batiam e as mãos, torciam, arranhavam, machucavam...

- Logo que dei entrada no hospital, fui conversar com os enfermeiros que atenderam Marietta. Eles disseram, primeiramente, que ela sofreu uma parada cardíaca no local. Seu coração não bateu por algum tempo... mas foi possível revivê-la. Chegando ao hospital, a enviamos para a sala de radiografias, para saber onde as balas estavam alojadas. Uma delas estava na barriga, em uma parte complicada do estômago. Havia algumas feridas nele por causa da gastrite, o que... dificultou um pouco.  A outra, que não pudemos retirá-la, alojou-se na cabeça, em uma localização rente ao cérebro.  Esta, infelizmente, não podemos fazer nada... só adiantaria... ér... digo. – interrompeu-se, irritando-se por estar tão gaguejante diante dos rapazes. Afinal, era médico... mas o apego emocional que possuía com a banda e com a escritora que fizera tão bem à sua filha depressiva (por causa dos livros) dificultava as coisas. Tivera que deixar a ética profissional de lado pelo menos uma vez na vida. – Um dos policiais disse aos enfermeiros que a mulher que a sequestrara murmurou, antes de morrer, que não era sua intenção matar a escritora... e sim... dar um “susto”. Mas que na hora que pediu para Marie parar o carro, ela gritou que não conseguia, pois as pernas travaram. E conversando na ambulância com Melissa... souberam que ela havia sofrido uma queda de uma escada há pouco tempo. Foi por isso que o carro não parou, e consequentemente, ela levou o tiro e perdeu o controle do carro.

Syn pôs as mãos no rosto, incrédulo. Não sabia que as atitudes tolas de Matthew poderiam acarretar coisas tão trágicas como aquela. Olhou, imediatamente, para a namorada. Sabia que pelo ricto de seus lábios que um ataque de histeria estava se aproximando. HÁ tempos que a moça aguentava aquela situação sem nada dizer. Estava cansada de ver a amiga se fuder.

- Marietta sofreu poli traumatismo e está em coma. Quebrou os braços e as pernas e continua com a bala alojada no cérebro. Perdeu muito sangue, e na mesa de cirurgia, teve outra parada. Perdeu muito sangue e já não consegue respirar sem ajuda de aparelhos. A coluna, devido a queda da escada e ao impacto do acidente, foram fraturados... e se sobreviver, ficará paraplégica, além das sequela possíveis em relação aos ferimentos no cérebro. Eu sou ateu... mas se eu fosse vocês, começaria a rezar porque... eu sinto muito, mas... Marietta não sobrevive mais essa noite. As chances dela viver são, ao meu ponto de vista como médico e cirurgião, improváveis. Em poucas horas... é certo que anunciaremos sua morte.

Plans of what our futures hold

Foolish lies of growing old

It seems we're so invincible

The truth is so cold

A final song, a last request

A perfect chapter laid to rest

Now and then I try to find a place in my mind

Where you can stay

You can stay awake forever?

Onde estão os planos para o futuro e as mentiras tolas de envelhecer juntos? Matthews e Marietta pareciam tão invencíveis, mas a verdade é fria. Uma última música, um último pedido, o capítulo perfeito da história dos dois sepultado. Agora, cabia a ele encontrar um lugar na mente onde ela pudesse ficar acordada. Acordada para sempre.

Melissa gritou de dor, avançando em Matthew. Deu-lhe um tapa no rosto e diversos socos, enquanto o médico e os Avengers tentavam afastá-la, mas não podiam calá-la. De fato, eram suas palavras que mais machucavam.

- SUA CULPA, SEU DESGRAÇADO, VOCÊ QUE EMPURROU MARIE DAQUELA ESCADA, VOCÊ QUE A DEIXOU ALEIJADA, VOCÊ QUE ELA TENTOU PROTEGER, VOCÊ SÓ TROUXE MERDA PARA NOSSA VIDA. SE MATA, SEU IDIOTA, PORQUE A MINHA MARIE VAI MORRER POR SUA CULPA. SOME DAS NOSSAS VIDAS, VOCÊ FOI O CULPADO, VOCÊ A MATOU!

“Você foi o culpado, você a matou”. A frase ressoava na mente de Matthew com tal intensidade que ele não pode evitar e acabou tapando os ouvidos novamente. Melissa continuava, e ele também.

Já não havia mais nada a fazer a não ser se levantar, correr de todo mundo e se isolar em um corredor qualquer. Caído, sozinho na contemplação de sua dor, começou a chorar. Pela primeira vez na vida chorava por uma mulher, mas não era qualquer uma... era simplesmente a escritora do interior que o conquistara de uma forma magnifica. E ao menos fizera força para isso. Era tão inocente que chegava a ser infantil, mas era lindo. Não era maldosa que nem as biscates com quem tinha contato, e nem tonta quanto as leitoras de romance. Era uma jovem tão peculiar que nunca, nunca pensou que fosse se apegar tanto. Ele, um home vivido, cheio de fãs, de fama, dinheiro e bonito... apaixonado por uma moça magra, não tão bonita diante dos padrões, com olhos tão grandes e cabeleira extensa. Mas agora não possuía mais chance de falar isso... perdera tempo ofendendo-a, machucando-a, agredindo e afastando qualquer forma de contato apaziguado. Afastou de si a única e real oportunidade de ser feliz. Agora tudo estava morto. Sua menina, sua alma, sua vida.

- Porra... – gaguejou, soluçando. – Meu... Deus... eu tenho tanto a dizer... mas você está tão longe.

How do I live without the ones I love?

Time still turns the pages of the book it's burned

Place and time always on my mind

I have so much to say but you're so far away

- Não chore, seu Ogro engibizado! – gritaram pelo corredor. Matthew sentiu um frio na espinha e tirando as mãos dos olhos, agora incrivelmente inchados e vermelhos, deu de cara com o vulto de Marietta na sua frente, com as mãos na cintura e um sorriso. Tinha certeza de uma coisa: aquela visão era fruto de sua mente.

- Você está longe de mim agora...

- Eu vou ficar bem ao lado do Jimmy. – resmungou, balançando a cabeça.

- Não quero que você fique com Jimmy... quero você comigo...

- Mas eu estava aqui o tempo todo, só você não viu.  – murmurou, abaixando a cabeça. E desapareceu, logo que o rapaz deu uma piscadela.

Sua crise foi pior depois disto. Chorou encolhido em um canto abraçando as próprias pernas. Era a pior dor que sentira desde que Jimmy e Johnny haviam partido. Como se... alguém pegasse uma faca e cortasse em pedaços tudo de bom que vivia dentro de seu corpo.

Cambaleante, levantou-se e seguiu por todo o corredor. Procurou, quarto por quarto, pelo vidro transparente da porta, a figura de sua menina. Queria ao menos poder dizer um adeus digno... e ao menos alguma vez na vida um “te amo”.

Não encontrou. Passou tempos seguindo todos os andares, até que encontrou quem procurava. Era ninguém mais que sua menininha de olhos fechados, rosto completamente machucado e membros engessados e imóveis. Por pouco não a reconheceu, afinal... inúmeros tubos tampavam aquelas feições deformadas. Mas algo a denunciava... simplesmente a pulseira de Jimmy, a única prova que levaria que a vida ao lado de M. Shadows, Matthew Sanders, seu Ogro Engibizado, tinha valido a pena.

Sleep tight, I'm not afraid

The ones that we love are here with me

Lay away a place for me

'Cause as soon as I'm done I'll be on my way

To live eternally

- Durma bem, minha menina... eu não estou com medo. Aqueles que amamos estão aqui comigo. Guarde um lugar para mim... porque assim que eu terminar... estarei a caminho... para viver eternamente do seu lado. Te amo... adeus.

A última noite só estava começando. The pain is strong and urges rise


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