Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 141
30 de Agosto - Welcome to the Hell!


Notas iniciais do capítulo

E AI SUAS LINDAS. DEVO DIZER que estou feliz em ter dado tempo pra postar. Fiz algo mais "simples" e enigmático dessa vez pq... estamos na reta final da primeira temporada T-T yeah negads... a coisa tá ficando tensa pro lado da Marie... e só uma coisa: vai ficar pior :/
Karine, logo voce entra nessa história pra agitar a bagaça HAHAHAHAHA ADOOORO tragédias.
Saibam que os acontecimentos daqui por diante, eu andei pesquisando muito pra fazer o mais proximo da realidade possivel. Espeor que gostem e que comentem, adoooro review *-* enfim,,, boa leitura, e bora!



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Na verdade, preferi a isolação. Não sei, talvez fosse melhor para mim e para meu processo de recuperação.  Com o tempo de quase um mês, minhas pernas melhoraram, mas não da forma que eu esperava. Imaginem uma dor, quase que insuportável? Multiplique por 3. É, essa é a que senti todos os dias nas costas e nas pernas.

Lógico, não contei a ninguém. Melissa até suspeitava, porque às vezes eu não aguentava e mancava... mas fora ela... “necas”. Consegui fingir que estava recuperada, tanto física quanto psicologicamente.

Mentira. Das mais deslavadas. As cenas daquela noite, 31 de julho, voltavam todos os dias, torturando-me com uma vontade imensa de reencontrar Matthew e esgoelar o que estava entalado na garganta.

Doía tanto amar, ainda, uma pessoa que merecia apenas o desprezo, porque um homem que  agride uma mulher... não deve ser perdoado. Jamais.

E nessa minha vida um pouco mais reclusa, mantive-me até às vésperas do meu aniversário, em agosto. É pessoal, viram como o tempo passa depressa? Eu mal acreditava... que o tempo estivesse tanto ao meu favor.

Quanto mais passasse, melhor para mim. As chances de voltar ao Brasil depois do lançamento eram altas.

Lembro-me que nessas épocas, (talvez entre o dia 27 ou 28, talvez), eu e Melissa estávamos sentadas em um banco de praça, olhando para o grande relógio de Londres. Não falávamos nada... mas o silêncio anunciava uma conversa que, talvez, ambas não queriam ter. Por mais que me doesse dizer... Melissa já não precisava inteiramente de mim.

- Você sabe que... talvez depois do lançamento, o Avenged volte, né? – começou ela, torcendo os dedos, mostrando inquietação. – E que...

- Tenham que sair de Londres. – completei, abaixando a cabeça. – Sem delongas, Mel. Sua partida vai ferir, mas... é inevitável, não? Um dia tudo acabaria.

- Do que está dizendo, Mari? – questionou assustada, agarrando a minha mão. – Não vou te deixar.

- Por mais que doa, Mel... eu sempre soube que depois das filmagens e do lançamento, muita coisa mudaria. E uma delas é que os avengers vão voltar para os Estados Unidos... e a gente... digo, eu... retornarei ao Brasil. Eu sei onde você vai chegar. Vai viajar em turnê com Synyster, e não mais comigo, como de costume.

- Ma...

- Deixa eu terminar. – resmunguei, virando o rosto, sem deixar a mostra minhas expressões alteradas. – Você precisa de uma nova família, e Syn já mostrou que quer construir uma com você. O fim está próximo... eu sei disso.

- Falando dessa forma, Mari, aparenta que esteja se despedindo.

- E não estou? A vida maravilhosa que caiu em minha cabeça foi embora. Há muito tempo. O que restou dela foi um casal feliz, amigos que levarei comigo... e um orgulho ferido. Tudo tem um final. Esse é o de “Nosso Lar em Londres”. Porque nosso lar não é mais em Londres.

Melissa suspirou, roçando os olhos com a manga da camisete. Não aguentou por muito tempo, e encostou a cabeça em meu ombro. Não percebi se estava chorando ou não. Só sei que a mudança de vida (a qual eu estava acostumada) era difícil. E perceber que de uma leva só, perderia tantas pessoas... era complicado, mas não impossível.

- O que faremos? – perguntou, tentando encontrar uma solução. Fui objetiva e esbocei um meio sorriso, acariciando seus cabelos.

- Me deixe só... e seja feliz. É o melhor que você faz.

Eu seria forte. Tentaria, pelo menos. A perda de Matthew já era absurdamente dolorosa. A ideia de ter Syn e Zacky longe, também. Mas Melissa, minha companheira de tantos anos... não estaria mais do meu lado nas viagens. Agora ela tinha um homem para ocupar meu lugar.

Não a culpo, é natural que as pessoas encontrem seus parceiros. Eu mesma apoiei essa decisão... ela precisava conhecer a fundo Syn, suas origens, família, para conseguirem levar em frente o que sentiam um pelo outro.

É... vou me habituar com isso. Como já disse inúmeras vezes... a solidão é minha maior inimiga. Tento esnobar... mas é inevitável.

(***)


(Terceira Pessoa)


- O aniversário da Marietta é depois de amanhã! – avisou Melissa, colocando na mesa uma travessa de torradas. – Pretendo leva-la pra jantar. Topam?

Zacky e  Syn responderam que sim, mas Matthew, sentado em seu canto sem emitir qualquer som, continuou sério, fitando o prato. A impressão que ficara, desde que Marietta fora embora, era a que qualquer hora ele fosse virar a mesa e sair gritando ao mundo o que precisava expressar.

Sua mente estava cheia de culpas, e cada uma, na sua opinião, pior que a outra. Tentara até mesmo ir à delegacia se entregar pelo “crime” que cometera, mas se não fosse Syn, só por Deus o que teria acontecido.  

- A vida é engraçada. – disse de supetão, interrompendo o projeto discutido em mesa. – Há um ano, talvez... estaríamos reunidos nessa mesa. Todos juntos, unidos, rindo de qualquer merda dita, como se fossemos uma família. Olha que restou dessa porra: nada. Acabou. É justo isso? Não, creio que não seja justo arremessar uma criaturinha tão frágil pela escada, e querer que tudo volte a ser como era antes.

- Marietta vai voltar pro Brasil. Talvez lá, ela pense melhor e... e... oh francamente, já não sei mais que dizer para vocês dois. Isso daqui já se tornou ridículo. Só vão confessar que sentem algo um pelo outro quando algum dos dois... estiver correndo perigo. – irritou-se Melissa, levantando-se. – É tão complicado serem normais? Nada precisa acabar, a menos que vocês queiram. Não sei você Matthew, mas magoa-me profundamente lembrar a camaradagem que tínhamos antes... mas agora, restou essa bosta, que cada qual olha para o outro sem assunto ou com medo de abordar algum. Se for para alguém desse grupo morrer, como eu, para nos unir novamente, quero que isso aconteça. O mais rápido possível, porque eu não aguento mais.

Matthew não respondeu. Ou melhor, nenhum dos Avengers respondeu. Melissa era direta e sincera, nada que fossem falar mudaria a opinião da moça. Mas, de fato, ela estava certa. A união entre eles só era feita através de tragédias, como se apenas isso fosse um fator unificador, digamos assim.

Mas, pensar nas soluções que isso pode acarretar é perigoso. A vida da pessoa estaria em risco.

Sei que... depois desse dia, um pouco mais calmos, acabaram combinando que fariam uma festinha surpresa à Marietta. Nada muito parafernoso, visto que o clima era mais de reconciliação que comemoração. É... como se pudessem, decidiram que seria nesse dia que Mari e Matthew voltariam a se unir... e dessa forma, com mais intensidade. Logo... seria o dia que Mari e Matthew declarariam o amor um pelo outro.

Magnífico plano, não acham? É... magnífico... só que eles esqueceram de uma coisa: ninguém muda o destino de ninguém... a partir do momento em que já está traçado.  

(***)


“Tome cuidado. A vez da sua escritora está chegando”.

Foi esse o recado que Matthew recebeu no celular, depois do jantar. Riu-se de gosto, lembrando-se da última vez que lera algo semelhante. Devia ser o filho da puta do Zacky, naquela tentativa ridícula de uni-lo à Marietta.

- Tá, vou fingir que estou com medo. – ironizou, apagando a mensagem. Nem perderia tempo em brigar... afinal, os amigos agiam de forma ingênua; queriam apenas ajudar.

Por falha de seu tato, esquecera que há algum tempo, em um assalto mal resolvido, ameaçadas foram feitas. E como seu ponto fraco, possivelmente, fosse escritorazinha caipira, talvez “alguém” quisesse fazer uso disso para se vingar.

- Dia 30. – murmuraram, riscando uma folha de papel. – Dia 30, apartamento de Marietta Genoom.

O que aconteceria nesse dia, no apartamento da Marie? Apostem... não foi uma festinha surpresa de aniversário.

(***)


(Primeira Pessoa)


Dia 30 de agosto.

Não vou festejar nem comemorar meus 25 anos. Combinei com a Mel de comer alguma coisa, antes de encher a cara com refrigerante e chocolate e discutir qual é o ator mais gato do meu filme.

Não estava o mínimo empolgada por aquele dia. Seria pior que o anterior, em que passei ao lado do velho sábio mendigo, bebendo alguma coisa que não me recordo, lamentando por ter visto Matthew e Anne transando.

Ou, quem sabe, um milagre acontecesse e fosse um pouco “menos” pior. Melissa garantiu sua presença, e aposto que se mesmo não aparecesse... estaria bem. Estou me habituando com isso.

Sei que o dia foi absurdamente normal. Telefonemas de amigos, pais, alguns fãs perdidos que eu mantinha contato.... e só. Os Avengers não se manifestaram, nem Mel.

Por volta das sete horas, ainda acreditando que o jantar estava de pé, me arrumei. Nada muito escandaloso, só um casaquinho com vestido e sapatilha. Nada de saltos... minhas pernas não conseguiam responder aos movimentos.  Às vezes, o nervo chegava até a travar. Uma coisa muito estranha, mas eu supero.

Vocês devem estar percebendo que não estou dando tanta importância ao dia em questão porque... de fato, nesta noite, o meu aniversário tornou-se irrelevante.

Oito horas, em ponto, bateram na porta. Julguei que fosse Melissa, por mais que tivéssemos combinado para as 9. Respirei, agarrei minha bolsa e forcei um sorriso, abrindo a porta:

- Vamos antes que... – mas não consegui concluir, porque fui obrigada a me calar.

Uma arma apontada para mim... Era tudo que precisava para carimbar a minha noite. O que iria acontecer comigo?

Conheceria o inferno... e talvez dele, não voltasse mais.


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