Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 140
Dann sind wir Helden


Notas iniciais do capítulo

OII PRETAS SHASHUAHU hoje estava inspirada pra criar algo poetico, cheio de frases complexas e incompletas HUSHAHS e cheio de sentimentos e subbjetividade HUSHAUHSUAS pronto, chega de dificil. AMEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI OS REVIEWS *-* FIQUEI IMENSAMENTE FELIZ SHASUHASUHAUSHAUHSA AGOOOOOOOOOORA... se preparem, pq a epoca TERROR da fic chegou rs. Vcs mal esperam o que vai acontecer HAHHAHAHAHAHA MALDADE PURA *----* BOM... BOA LEITURA.



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Talvez fosse a sensação mais estranha de toda minha vida. Como se eu estivesse viva, e ao mesmo tempo morta.

É, assim que me senti quando abri os olhos. Não foi nada agradável, devo confessar. Estava escuro, muito escuro, e eu só ouvia a voz de Melissa, bem ao longe, como se tentasse me puxar de volta.

Em contrapartida, berrava Matthew, coisas tão confusas que desisti de entender. Não queria entender. Talvez fosse melhor aquietar.

De súbito, fechei-os novamente. A morte aterrorizava. Se fosse para acontecer algo, que fosse no breu do meu próprio pensamento, não o de outro lugar qualquer. Porque, de fato, eu nem sabia onde estava.

As primeiras partes do corpo que senti foram as costas. Elas queimavam de uma forma tão intensa que tentei me contorcer. Acabei soltando um urro involuntário, porque... não conseguia.

- Minhas pernas...

Algo me prendia contra o chão.

Depois disso, continuei a perder os sentidos, mas uma palavra me despertou: médico. Não, não iria a médico algum, e talvez fosse isso que fiz questão de repetir inúmeras vezes, enquanto alguém me pegava nos braços.

O caminho pareceu longo.

O que ocorreu nesse meio tempo, sinceramente não sei dizer. Então, vamos a parte que eu, enfim, conseguiria dizer algo que fizesse sentido. Ou nem tanto assim.

Senti meu corpo pousar em algo macio. Relaxou a dor dos nervos, que pareciam tão rígidos. Mais uma vez, tentei mover as pernas, e quase que com um esforço acima da minha capacidade habitual, consegui mexer o pé. Ótimo, menos um motivo para ouvir sermão.

- Marie, você querendo ou não, vai se consultar! – gritou Melissa, chacoalhando-me.

Como se um estalo viesse em minha cabeça justamente na hora, levantei-me com violência. Conseguia ver perfeitamente as faces coradas dos meus amigos... e, minhas pernas, embora doloridas, já possuam seus movimentos.

- Nunca. – neguei, com relutância, passando as mãos pelo rosto molhado. Devia ser água, sangue, suor, sei lá. – Quero dormir.

- Não, meu Deus, você acaba de cair de uma escada, diz que não sente as pernas, e quer dormir como se nada...

- Pelo amor, Melissa. – implorei, juntando as duas mãos. Foda-se, minha dignidade estava no lixo desde que... – Não insista. Eu preciso ficar só.

- MAS MARIETTA! – continuou, agitando as mãos (que, sinceramente, remetia à ideia de uma galinha voando. E pressinto que logo logo receberei uma sapatada na cabeça vinda pela janela).

- POR-FAVOR! – repeti, virando para o lado oposto. Pus o travesseiro em minha cabeça e fiquei, fingindo que não ouvia ninguém. Na verdade, eu não estava tão sã assim para ter uma conversa digna, eles deveriam entender isso.

Não sei qual careta aquela louca fez, mas com um bufar, arrastou Zacky e Syn para fora do quarto. Talvez tivesse caído na real que eu precisava de tempo.

Muito tempo, por sinal.

“Eu queria ser uma Águia, que voa... voa... para bem longe. Queria ser forte a ponto de não me abater por nada. A ponto de saber a hora de dizer chega”, pensei comigo mesma, sem mover qualquer parte do meu corpo. “Preciso. Eu preciso. Até que ponto chegamos?”

Adormeci.

No dia seguinte, acordei ainda mais transtornada. Toda sanidade que, repentinamente, dominara minha cabecinha, havia sumido.

Toda a integridade, orgulho... pensamentos. Estavam todos numa fossa, cheio de merda, querendo fugir para o lugar mais seguro que fosse.

Estava correndo perigo de vida, porque tinha um assassino atrás de mim.

Apavorada, corri para meu armário. Tropecei no meio do caminho; as pernas falharam. Mas, nada que me impedisse de continuar. As dores eram normais... não era fácil Marietta ficar aleijada de uma hora para outra. Minha força ia além de impedir isso.

Minha força era mandar aqueles filhos da puta pro caralho e voltar a viver sozinha, assim me fodia bem menos.

Estive na corda bamba por inúmeras vezes, já cansei de contar. E Matthew, aquele desgraçado, esteve presente em todas elas.

CHEGA DESSA PORRA! VÃO PRA PUTA QUER OS PARIU.

Agarrei a primeira mala que vi pela frente e entupi de roupa. Não fiz uma escolha devida, então nada de peças que combinassem. Camisola, pijama, roupão, qualquer coisa servia para usar no lugar onde a loucura fosse me levar..

Passei a percorrer todo o quarto, procurando o porta-retrato de Matthew. É, aquele que mantinha ao lado da minha cama, e que, corriqueiramente, beijava antes de dormir. Encontrei-o debaixo do travesseiro. Agora se encontra na privada.

- PAU NO SEU CU! – cuspi, abrindo a porta com força.

Joguei a mala escada a baixo, mesmo porque, eu não tinha força para carrega-la. Sentei no primeiro degrau e comecei a descer, sem poder me levantar. Estava aterrorizada com outra queda. A última ainda era presente na minha lembrança.

- Eu sou uma rainha, e você o meu rei. – cantarolei, olhando para os lados. – Por que me trair dessa forma, minha majestade? Por que tentou me matar?

Tá, não me julguem. Bati a cabeça, só Deus sabia o que estava acontecendo com meu corpo, e ainda exigem uma mente bem estruturada? Que nada, estava piradinha, a ponto de parar num manicômio.

- MARIETTA! – berraram lá da sala, ao me verem descer. Eu não respondi. Continuei a cantarolar a música que era baseada em “Helden” do Rammstein (mesmo nada tendo de sua poesia e melodia).

- Eu sou uma rainha, e você meu rei. Oh meu herói, por que me odeia tanto assim?

- Mari, Mari.

No meio do caminho, hesitei. Já estava cansada e com o bumbum doendo. Pediria ajuda a alguém, mas não via ninguém além de Matthew, correndo em minha direção, com as faces tão pálidas que parecia um fantasma.

- Marietta, pela amor de Deus, volta...

- Você acredita em Deus? – questionei, exibindo um sorriso sarcástico. – Você não sabe que é Deus. Você não sabe porra nenhuma. Sai da minha frente.

- Marietta, eu não tive culpa. – defendeu-se, esticando a mão. – Eu preciso te confessar a verdade...

- SAI DE PERTO DE MIM. – berrei repentinamente, encolhendo-me no canto. Matthew assumia, aos poucos, a imagem de um monstro que tentava me atacar. E seus olhos eram hipnotizantes... e a qualquer hora... BUM, cumpriria sua missão. – PARA, SAI, NÃO! VOCÊ QUER ME MATAR.

- A Marietta pirou. – murmurou Zacky, que não sei como, estava atrás de mim, aparando-me. Do nada, surgiram Mel e Syn. De onde saiu tanta gente que eu não vi?

- Matthew, sai daqui, ela está...

Não deixei que minha amiga terminasse. Levantei-me, afastando todas as mãos que tentavam me segurar. Já não tinha controle algum das minhas emoções, então não se surpreendam se comecei a chorar que nem condenada. Que nem uma criança diante do perigo.

- SE... VOCÊ ME PROCURAR, EU VOU TE DENUNCIAR!  - ameacei, como se aquilo fosse realmente alguma coisa para se temer. – SÉRIO. EU EU... TENHO MEDO DE VOCÊ. VOCÊ TENTOU ME MATAR. POR QUE SIMPLESMENTE NÃO ME PEDIU PARA PARTIR!? EU FARIA ISSO, SEU DESGRAÇADO.

- NUNCA! – berrou em resposta, com as faces ruborizadas. – MARIETTA, VOCÊ É TUDO PARA MIM!

- Enfia esse tudo na sua bunda. – resmungou, abaixando a cabeça. Desci lentamente as escadas, agora de pé, e mantive meu foco na porta principal, para que eu pudesse ir e não voltar mais.

Tentaram me impedir, pensem que não. Mas não há como remediar o que estava previsto há tempos.

Depois de me abandonar o “Nosso Lar em Londres”, voltei a residir no Palace e esperava o momento conveniente para retornar ao Brasil, onde ficaria por um bom tempo. Talvez de lá eu nunca tivesse saído.

Ou talvez, para lá, eu nunca mais chegue. Se depender das minhas pernas... isso é certo. Elas doem... cada vez mais.

***

- Marietta! Não vou deixar você sumir da minha vida sem ao menos dar uma chance de me explicar! – por três dias seguidos, Matthew foi bater na minha porta. E nas três vezes, eu não respondi. Continuei na minha cama, olhando para o teto. As pernas doíam... um pouco mais.

Depois, cansado de socar minha porta, decidiu apelar para cartas. E queimei todas, sem curiosidade de ler o conteúdo.

Até que chegou o momento que cessou. Cansara-se de fingir que se importava. Que se arrependera.

- Eu... sou a rainha... – murmurei, tapando meus olhos com as mãos. – E você é meu rei. Por que... mesmo depois de tanto sofrimento... ainda amo você?

São perguntas que nunca terão respostas.

Com licença... minhas pernas ainda doem...

***

(Terceira Pessoa)


“Marietta, não sei como dizer isso. Não tenho seu dom, mas... pelo amor de Deus, não faz isso comigo. Não me castigue dessa forma. Fui enganado, a bebida devia ter alguma coisa e... oh Mari, eu realmente quis que você me odiasse. Mas não dessa forma.

Seria fácil que você e seu marido voltassem... e que eu retornasse à vida noturna, regada das maiores perdições. Mas tudo mudou nessa porra!

Eu amo você. Não sei como isso foi acontecer, mas você me enlouquece, me fascina, me perturba! Não me vejo sem você. Ta, é meloso, mas foda-se esse caralho, eu te quero! Dá a chance de eu te provar que... talvez... eu possa te fazer feliz.

Eu posso te fazer feliz.

Com carinho, Matthew”

Marietta nunca leu essa carta, pois a queimou junto das outras. E nem Matthew quis enviá-la. Syn roubou de seu lixo, no escritório, enquanto o amigo dormia. Remetera à escritora escondido, por conta própria. Queria tanto ajudar... mas como? As coisas estavam mais difíceis agora.

Igual aos contos de Zaraia e o Guerreiro. Os dois se amavam ao ponto planejarem uma vida juntos. Mas, na verdade, tentavam acobertar que nasceram para matar um ao outro.

E morreram, lutando por esse amor impossível.

Talvez o amor não seja capaz de unir... o que o destino separou. E com Marie e Matthew, não seria diferente.


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