Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 116
A pequena Lizzy.


Notas iniciais do capítulo

Oiii putaraaada. Vou falar, fiquei mega fuuuh com o site essa semana. Porra, justo quando eu postei um cap foda, ele para de funfar e não deixa minhas leitoras comentarem? sacanagem. Bem, hj o capitulo foi meio diferente... logo vocês saberão pq.
Bem... PASSEI PRA SEGUNDA FASE DO VESTIBA, AHAHAHAHA ADOOORO. enfim, to com pressa pq logo o Rafah chega pra eu ajudá-lo com trabalho... e depois, PALMEIRASE CORINTHIANS, ADOOOROOO.
AAAH, um salve e mil beijos pra LUSGOF, SUA LINDA, NOVA LEITORA, E A NVENGEANCE, OUTRA LINDA, NOVA LEITORA. E LOGICO, AS MINHAD FIEIS, FODAS E SUPREMAS. ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/130789/chapter/116

Nota da autor: hoje eu soube de uma história que me emocionou profundamente. Vocês já devem estar sabendo da fã do Avenged que tinha câncer... e que o nosso Ogro favorito foi visitá-la... e dedicou So Far Away, ao vivo, para a mocinha... que infelizmente morreu. (http://www.facebook.com/photo.php?fbid=232417733495042&set=a.165707250166091.43505.100001804513669&type=3&theater)

A princípio, eu ia fazer um post contando do encontro de Marie e da família... mas em homenagem a esse homem que... já demonstrou, inúmeras vezes, que não é apenas um rostinho bonito, e sim um homem que merece respeito e admiração (e também à essa mocinha, Lizzy, que deve ter lutado tanto contra essa doença... mas que morreu feliz, tenho certeza que morreu), farei uma cena inspirada nesse encontro, da forma que eu penso.

R.I.P, Lizzy, que Jimmy esteja abraçado com você, bebendo muito conhaque e cantando Avenged Sevenfold. Guiem nosso Matthew... ele merece.

***

- Porra, caralho, infinitos caralhos. – gritava Matthew, dando socos no volante, sem olhar para os lados. – Não, chega, mantenha rumo. Mantenha controle. É passageiro, eu sei que é.

- Tenho certeza que não. – riu Jimmy, sentado no banco de passageiro, tão nítido que parecia vivo. Assustado, Matthew atravessou três pistas de rodovia para estacionar na guia. Seu rosto, branco como papel, aparentava medo e surpresa.

- QUE PORRA É VOCÊ? – berrou, soltando-se do cinto de segurança para fugir.

- Eita, viado, esqueceu de mim? Jimmy, seu homem, aquele que comeu seu rabo. – continuou a rir, dando-lhe um tapa na testa. – Buh, vou te pegar.

- Não... eu morri, foi isso? Bati o carro e morri, e to no inferno, com você. Mas... que bosta, deixei tanta coisa pra trás, eu... não, foi melhor, morrer e fugir da situção que me encontrava...

- Fica quieto e me escuta. – interrompeu, com uma impaciência que, ao mesmo tempo amiga, era autoritária. - Você tá precisando acordar pra vida, e ver que tá desperdiçando oportunidades. A vida é curta...

- Do que você está falando? – perguntou, arregalando os olhos. Seu coração, disparado, como conseqüência, fazia com que suas mãos tremessem com violência. Estava a ponto de um colapso.

- Siga em frente nessa rodovia. No hospital Londrino, no quarto 59, tem uma garotinha, chamada Lizzy. Vá visitá-la. Você vai acabar percebendo que essa sua putagem com a vida é uma bosta perto de tantas pessoas que a valorizam como...

- Ah não, você está querendo me dar sermão, é isso? Só porque pessoas ficam doentes, eu não posso mais reclamar, ou ficar confuso, ou querer, literalmente, morrer?

- Não to pedindo pra você fazer nada, Matthew Sanders MOTHERFUCKER. – ironizou, saindo do carro. Deu dois ou três pulos sobre o capô do carro, e descendo em seguida, voltou a entrar, com aquela cara de “que merda eu fiz?”. – Pneus estão bem balanceados, dá pra ir.

- O que tem a ver essa Lizzy com a minha vida, hum?

- Ultimamente você tem esquecido... que o mundo não gira em torno de Londres. Nem de “Os Murphy” e Marietta. Esqueceu que você ainda é o M. Shadows?

- Não sou mais. Olha pra mim cara, estou cada vez mais diferente. – gritou, apontando os dedos para o peito. – Não pareço o mesmo de um ano atrás.

- Você se engana, seu filho da égua. M. Shadows ainda existe, e tem pessoas que dariam a vida para conhecer você. E é a Lizzy.

- Ah, vamos ver: você aparece, do nada, querendo que eu conheça uma menina em um hospital, só porque ela é minha fã, é isso? Mandasse carta, era mais fácil do que QUASE ME MATAR DE INFARTO, CARALHO.

- Deixa de ser idiota e me obedeça. – suspirou, apontando para frente. – Olha, um caminhão.

- Onde? – gritou assustado, agarrando com força no volante. Ciente que estava sendo enganado, mais uma vez, por seu melhor amigo Jimmy, voltou-se para o bando de passageiro, pronto para lhe descer o cacete. Mas, infelizmente, o fantasma do rapaz (ou que quer que fosse aquela imagem) não estava lá. – Não... não... agora sim, cheguei a conclusão, estou louco. Bem... só tenho uma solução pra tudo isso... vamos... vou ver se provo que Jimmy está me azucrinando vindo do plano espiritual do caralho... ou estou ficando louco mesmo.

Ligando o carro, e atolando o pé no acelerador... Matthew decidiu ir ao tal Hospital Londrino. Vai que... fosse preciso, né?

***

Matthew chegou à recepção do tal hospital um pouco corado. Estava incrédulo, acreditando não ser verdade o que acabara de ver. Não, Jimmy não esteve do seu lado. Não... louco. Estava ficando louco. Era a falta da maconha... ou excesso dela, na juventude.

- Ér... hum... oi. – começou para a recepcionista, sem saber como explicar. – Hum... aqui tem alguma paciente chamada Lizzy?

- Lizzy?

- Isso... quarto... 59. É, isso que me... falaram. – gaguejou.

- Ah, a pequena Lizzy. – sorriu, apontando o corredor. – Vá reto... e logo vai encontrar a ala da Quimioterapia. Ela deve estar lá, essa hora.

- Quimioterapia? – repetiu, arqueando a sobrancelha. Que raios a tal Lizzy estaria fazendo lá?

- É, quimioterapia. – concordou a moça, aparentando um pouco de surpresa com a ignorância do tal rapaz. – Ela tem câncer.

- Ah... God. – murmurou, dando um tapa na cabeça. – Jimmy estava certo, mas que filho da mãe.

- Oi, o que disse?

- Não... nada não. Ér... vou ir vê-la... ér... okay? É, okay. – e sem esperar resposta (com medo da mulher achar que ele fosse algum perigo à sociedade hospitalar), correu parao corredor, tentando procurar o quarto 59.

Não acreditava onde Jimmy estava se metendo. Será que estava usando a menina Lizzy para lhe dar uma lição de moral barata e ridícula?

- O senhor é grande. – murmuraram atrás de Matthew, que andava desengonçado pelos corredores. Batia e abria inúmeras portas, quase todas sem número.

- Como? – questionou, olhando para o fim do corredor. Era uma menininha, de pouco cabelo e uma camiseta do Avenged, encostada na porta 59. Porta que, posteriormente, Matthew não entenderia como havia ignorado.

- CARA, QUE FODA. – gritou, batendo palmas. – O senhor gigante é o M. Shadows. Bem que Jimmy não mentiu pra mim, ahá!

- Então... você é a Lizzy. – perguntou, aproximando-se, tentando tomar cuidado com as palavras. A menina parecia tão frágil, dando a impressão que qualquer coisa poderia machucá-la. Não estava tão errado. – E conhece Jimmy.

- Jimmy é meu amigo imaginário... um personagem que criei... uma mistura de Jonathan Harrington e The Rev... – contou, sem se mover. – E lógico, em você também.

- Então a senhorita me conhece?

- Obviamente que sim! Adoro Avenged! E adoro Os Murphy. E adoro tudo que envolva você e o Jimmy. – sorriu, dando alguns pulinhos. Mas sua expressão mudou rapidamente, enquanto tentava se justificar. – Não que eu não goste do Syn e de Zacky... sabe... gosto muito deles. Mas você é bonito e alto. Eu gosto de homens altos.

- Então a pequena Lizzy gosta de homens feios e altos como eu? – sorriu, abaixando-se até a altura dos olhos da menina, que brilhavam.

- Uhum... altos, muito altos... e bonitos, o senhor é bonito. Como a moça que escreve Os Murphy. Você a conhece, sim?

- Marietta? A Heagle. Lógico que a conheço... moramos juntos... – contou, sem poder evitar uma lembrança da escritora magricela. Sentia saudades dela.

- Gosto dela... mas foi por você que a conheci! Interessei-me em saber do livro que fez M. Shadows virar ator. Agora posso vê-lo por mais tempo... no filme, além dos shows. Voltará a fazer shows, sim?

Matthew estava fatigado com tantas perguntas. A jovenzinha falava, e falava muito, com aquele espírito infantil, que esbanjava felicidade e ansiedade. Também... estava conhecendo o ídolo de uma vida toda... no hospital onde se sentia tão presa.

- Lógico que farei. Só falta minha vida... normalizar.

- Com certeza vai. Você é legal. Não acredito que tenha problemas graves que não possa resolver. Jimmy sempre esteve com você... com certeza, vai ajudá-lo.

- Aquele filho da puta? Só me enche o saco. – resmungou, franzindo o cenho. Mas, ao perceber que estava falando com uma menina de dez anos, e não um de seus amigos tatuados, tentou contornar, exibindo um sorriso sem graça. – Mas... ele é legal.

- Hum... lamento... mas deu minha hora, droga. – murmurou, olhando para o relógio do pulso. – Preciso... voltar... lá pra dentro.

- Lá pra dentro?

- É... pra cama. Não devia estar aqui... mas não tenho medo de nada. E se eu não estivesse aqui, não conhecia você. – sorriu, correndo para dar um abraço no ídolo (coisa que tentava reprimir para manter a boa educação recebida no colégio de freiras). – Se madre Marie souber que andei pulando para abraços com homens como o senhor... vou levar um bom xingo, quando voltar.

- Quando você volta?

- Não sei... espero que em breve. Não vejo a hora de discutir com as freiras que suas músicas não são demoníacas. Mas, enfim... tenho que ir. Até mais...

- Até, jovenzinha. Que melhore.

- Vou melhorar. – balançou a cabeça, abrindo a porta. Mas, antes de entrar, perguntou:

- Como foi que me chamou?

- Lizzy. – repetiu, levantando-se.

- Curioso... ninguém me chama assim... além da recepcionista e Jimmy.

- Um amigo me contou. – cochichou, dando uma piscadela. – Hum... não vai querer um autografo desse ogro aqui?

- Não precisa. Já ver o senhor, me basta. – e acenando, entrou no quarto.

Matthew sentiu um desconforto, apertando o peito com as mãos. Nunca se sentiu tão envergonhado e humilhado quanto ali, diante da jovenzinha enferma.

Saiu do hospital como se estivesse doente também, mas só que de alma. Entrou no carro, deitou a cabeça sobre o volante e fechou os olhos.

- Pela décima vez: que porra estou fazendo da minha vida?

E a sensação ficou ainda mais intensa quando soube, no hospital que visitara novamente dali dois dias, que a jovem Lizzy havia morrido.

Com a sensação que... não estava fazendo valer a pena a vida sadia que tinha... decidiu tomar um rumo na vida.

Voltaria a ser M. Shadows.

O cara que, mesmo com o mundo caindo nas costas, e sensações fudendo seu coração... sorriria, mandando todos pro raio que os partissem. Nunca mais encararia a morte como solução de seus problemas. Era uma dádiva poder acordar de manhã...  

Era uma dádiva lembrar, todos os dias... daquele rosto tão pálido de sua amiguinha escritora. Valia a pena viver... pra ver aquele sorriso outras vezes. Tão semelhante ao da jovem Lizzy... aquela que nunca mais esqueceria.

E, se voltasse a tocar So Far Away algum dia... dedicaria a ela.

Com certeza dedicaria.

***

- AHÁ, você é foda, Lizzy. – gritou Jimmy, esticando a mão para a jovem bater. – Foi a única que conseguiu fazer esse FILHO DA PUTA acordar pra vida. O que acha que vai acontecer?

A jovem, antes de 10 anos, estava com outra aparência. Refletia o que sempre fora: uma bela jovem, madura, com auge de seus 18 anos, e com maquiagem preta e roupas idem. Ria divertidamente, bebendo conhaque.

- Acho que vai demorar muito pra esses filadasmães ficarem juntos... mas a esperança é última que morre, né?

- Com certeza. – concordou, brindando, dando uma piscadela marota. – E aí cat, rola?

- Com você, rola tudo, meu amigo. – gargalhou, abraçando-lhe.

Jimmy era real... e Lizzy estava feliz por isso. Estava livre das paredes do quarto do hospital... pronta para curtir muito Avenged Sevenfold, ao lado de seu louco favorito.

Porque Jimmy sempre foi um louco. Um louco admirável, por sinal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Palavras de Heagle" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.