Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 110
And who's to say... We won't end up alone!?


Notas iniciais do capítulo

Olá amooores, devo ser sincera... não gostei do cap de hoje ¬¬ Não sei porque, achei que ficou ruim, mesmo querendo passar a emoção da Marietta T.T é foda... UHSHUAHUSHUA mas ficou digno, com alguns errinhos... mas fiz na pressa, pra não deixar vcs na mão.
Domingo NÃO postarei, terei vestibular, weeeeeeee então... ja sabem neh. BOA SORTE PRA MIM SAHUSUHAUHS to precisando, ansiosa mil....
Bem... boa leitura QQQQ



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Incrível como o tempo se torna irrelevante quando colocamos nossa vida em jogo.

- Marietta, Marietta, onde você está? Precisamos do carro pra voltar, sua louca! – berrava Melissa ao telefone, enquanto eu tentava pensar em uma boa desculpa para estar vagando com o carro às 4 da manhã.

- Estou conhecendo Londres, oras. – menti, esfregando o rosto vermelho com as mãos. – É tão bonita à noite.

- E Matthew, onde está? 

- Na casa de Anne. – respondi com dificuldade, suspirando pesadamente. – Já estou indo pra pegá-los, okay?

- Marie, aconteceu algo? Parece estar estranha. – perguntou do outro. – Sério, está bem?

- Lógico que estou Mel! – menti mais uma vez, tentando forçar uma risada. – Vou sentir saudades de Londres. Estou reunindo coragem pra voltar à Bucólica Barra Bonita.

- Não vejo a hora de ir pra Bauru... e resolver logo o que tenho que resolver. Mas... enfim... em casa a gente conversa sobre isso. Sei que não pegarei no sono, e você o mesmo. Então... até daqui a pouco.

- Até. – e desliguei o celular, batendo a cabeça no volante compulsivamente. – Ah, porra, eu devia ter falado pra Mel, ela consegue me entender. Não... não consegue, vai ficar falando que gosto do Matthew, e isso é muito vago. Não tenho certeza. Isso, não tenho certeza. Ou estou me enganando pra acreditar que não tenho certeza. Ah, Marietta, cala a boca e vai buscar seus amigos.

Cheguei à boate em pouco tempo (porque fiz a questão de dar uma de Shadows e atolar o pé no acelerador). Lá fora, sentados na muretinha, estava Mel e Syn, abraçados. Do outro lado, Zacky, mais chapado que o normal. Baju já devia ter ido embora.

Buzinei, ao estacionar o carro. Abri a porta e sorri:

- E aí, querem carona?

- Deixa só o Matt saber que você anda sumindo com o carro dele, pra você ver. – riu Syn, que por incrível que pareça, NÃO ESTAVA BÊBADO! Devia estar apoiando Mel (já que estava terminantemente proibida de ingerir álcool nos próximos tempos). – Onde estava?

- Já disse, vagando por Londres. – repeti, tentando manter a naturalidade, enquanto esperava que eles entrassem. – E a Baju, Zacky, onde está?

- Ela... já foi. – respondeu com muxoxo, mas aparentava estar alegre. – Ah veio, ela vai voltar, ahá! Só não sei quando.

- Enfim Zacarias da Vingança deixará de ser punheteiro pra ser comedor. – riu Syn, sentando com ele no banco de trás. Mel sentou na frente, ao meu lado, e constantemente me olhava, tentando encontrar respostas para suas duvidas. Era impossível fugir delas.

- Está bem mesmo Marie? – perguntou pela décima vez, com as sobrancelhas arqueadas.

- Eu já disse que estou caralho, pra que a pergunta?

- Não sei... não aparenta estar bem.

- Estou muito bem, por sinal. – disse com rispidez, soltando o freio. Pus o carro em movimento novamente, e fui todo caminho quieta, ouvindo as bobagens que meus amigos diziam.

Lamentava não estar no pique de compartilhar daquela alegria tão saborosa. Minha última noite em Londres não estava do jeito que eu esperava.

Estava triste, pensativa e confusa. Se eu ao menos pudesse fazer alguma coisa... mas não adianta. Estava de mãos atadas.

Talvez fosse verdade... meu futuro era ficar sozinha, vendo as pessoas obterem a felicidade ao lado de seus amores. Mas eu, estava longe de ter a minha própria.

(***)

(Alter Bridge - Broken Wings)

Cheguei em casa. Joguei a bolsa em um canto qualquer, na esperança de fugir das perguntas de Mel (que se tornavam cada vez mais constantes). Subi com pressa ao meu quarto, e fechei a porta, trancando-a em seguida.

Continuei com a mesma roupa, andando de um lado para o outro. Minhas maladas, postar ao lado da cômoda, agora estavam ao chão. Chutei-as, com tremenda raiva.

- CARALHO! INFINITOS CARALHOS! – berrei, puxando os cabelos com as mãos fechadas. - NÃO, ISSO NÃO ESTÁ ACONTECENDO COMIGO! NÃO PODIA ESTAR ACONTECENDO!

- Marietta Genoom, abra essa porta! – gritou Melissa do corredor, batendo na porta. –Por que você está gritando, o que está havendo?

- NÃO ESTÁ HAVENDO PORRA NENHUMA! – respondi, andando em círculos. – Não, não está... definitivamente não está.

- Não? Pelo amor de Deus, Marietta, está na hora de você deixar de ser idiota!

- Aé, como isso? – desafiei, destrancando e abrindo a porta com força. Lá estava Mel parada, séria, com os braços esticados para me dar um abraço:

- Confesse de uma vez por todas que você é apaixonada pelo Matthew desde o dia que o conheceu!

Puxei Mel para dentro do quarto, trancando a porta em seguida. Vire-me completamente apavorada, com as faces ruborizadas:

- Está tão na cara assim?

- Pra mim, que sou sua melhor amiga, está. Pelo amor, Marietta, pensa que sou cega? Pensa que não percebo a forma que você fica quando o vê com Anne? Oras, mulher, não acha que...

- Nem pense em sugerir o que estou achando que vai sugerir. – gritei, tentando ajeitar as malas, numa tentativa desesperada de não uma possível agitação. – Não... não, isso é neura, é coisa da minha cabeça.

- Coisa da sua cabeça, aham. – ironizou Mel, deitando em minha cama. – Certo.

- Não seja irônica, estou falando a verdade. Não vou por em risco a amizade de Matthew por uma criancisse minha.

- Você já tem 24 anos, está longe de ser criança.

- Foda-se, não importa. Não vou falar nada. Já basta hoje ter feito a maior burrada da minha vida. Como, como que vou fitá-lo pela manhã?

- O que você andou fazendo?

- Nada, definitivamente nada. – mudei de assunto, já com tontura de tanto andar em círculos. – Meu Deus, quando foi que minha vida se tornou essa muvuca, ein?

- Desde que você chegou ao Aeroporto de Londres e deu um abraço bem gostoso naquele gato tatuado. – riu Mel, colocando a mão na barriga. – Ah Marie, deixa de encarar isso tanto negativamente. Amar é uma dádiva.

- Uma dádiva seu ânus, maldita. – resmunguei, afastando o cabelo do rosto. – Eu só me fodo, você sabe bem.

- Cara, Matthew é um cara foda, vocês dois ficariam tão perfeitos juntos!

- Mel, você é cega ou o quê? Matthew é louquinho pela Anne! Não é a toa que ficou de porre por causa dela, e eu, a idiota, fiquei lá consolando. Que ódio.

- Boba você, devia agarrar esse homem, e ligar o “foda-se, Anne”.

- E você acha que já não pensei nisso? – deixei escapar, caindo sentada na cama. – Ah, olha as besteiras que estou falando, não estou em sã consciência.

- Marie, sério... você é uma escritora perfeita, vive dos fãs, vive dos amigos, vive da literatura... mas você tem que saber que a Heagle é Marietta Genoom. A moça de 24 anos que tem direito de ser feliz.

- O que quer dizer com isso?

- Que você assumiu a personagem Heagle... mas esqueceu que ainda é Marietta. Ninguém vive sozinha por muito tempo.

- Eu não sou sozinha, oras. Tenho você, Zacky, Syn...

- Aff, mas você não transa comigo, nem com Zacky, nem com Syn. Não ama nenhum de nós. Não vai casar com nenhum de nós. MARIETTA! ACORDE MULHER!

Perceberam que eu nem descrevi muito nossas ações, nesse dialogo anterior. Era um pouco automático: Mel falava, eu me defendia. Estava na total defesa, achando que qualquer coisa que eu falasse, me denunciaria. Mas nem era possível mentir para ela.

Mel estava certa. Assumi Heagle como minha personagem principal. A escritora que é feliz apenas com livros e amigos, mas independe de algum homem para se completar.

Talvez, por algum momento... eu pudesse mudar a história da minha vida. E se, no aeroporto, naquele clima de despedida... eu... contasse a verdade para Matthew, pouco me lixando com o que fosse acontecer depois?

Poderia abraçá-lo, pedir perdão e dizer que andei confundindo nossos sentimentos. Que ele não era meu amigo... era o homem que eu era apaixonada.

E, se por algum milagre remoto e impossível, ele aceitasse? E se dissesse que me ama? E se ficássemos juntos?

São muitos “se” para uma situação só. Podia decidir minha vida no Aeroporto de Londres, onde tudo se iniciou. Ou não.

Oh Deus, como lamento ser tão confusa. A vida é tão simples, mas insisto em complicar as coisas.

Já estava na hora de agir como uma mulher... e dar a cara bater, mesmo que contradissesse com meus atos. É... talvez... fosse o certo.

E ignorem a confusão. Já devem ter se acostumado que sou assim... tão confusa.

(***)

Eu e Mel partimos ao aeroporto por volta das nove da manhã. O vôo partiria às 10. Syn e Zacky ficaram para trás, esperando Matthew chegar da casa de Anne. Ele prometeu que chegaria a tempo, para se despedir.

Perambulamos por todo saguão, com aquele carrinho cheio de malas, tentando encontrar um balcão de informações. Mel correu para obtê-las, e eu preferi sentar, olhando para tudo.

Olhei para trás... e era a porta do aeroporto. Por ironia do destino, era a mesma porta que olhei quando cheguei à Londres, há pouco mais de um ano. Via os fotógrafos e jornalistas questionarem os integrantes do Avenged... que se aproximavam aos poucos, com poucas malas.

Olhei, em seguida, para frente... e vi o pilar que os meninos estavam, antes que eu os conhecesse.

E a cena passou na minha mente, como se acontecesse tudo novamente. O autógrafo, o abraço, a crise de fã neurótica... Ah... como tudo passou tão rápido.

- Hey, Heagle, dá um autógrafo? – gritou Syn, ao longe, junto de Zacky. Sorria, se aproximando, com um livro meu em mãos.

- Ah cara, estava lembrando disso a pouco. – contei, pegando o livro. – Foi quando tudo começou.

- Verdade, cara... e parece que faz tanto tempo... embora tenha passado tão rápido. Depois daquilo, perdemos Johnny... mas ganhamos Mel e Marietta, a dupla de amigas mais loucas que conheci. – sorriu Zacky, sentando-se ao meu lado.

- Marie, está tudo bem, daqui a pouco partimos. – chegou Mel, agitando as duas passagens. – E vocês, meus lindos, como chegaram? Matthew está estacionando o carro? – perguntou, ao vê-los ali.

Syn olhou de esgoela para Zacky, como se estivesse pedindo arrego. Melissa, tonta nem nada, sacou o silêncio abrupto. Questionou, dando um tapa no ombro dos dois:

- O que aconteceu?

Ninguém respondeu. Melissa, impaciente, voltou a dar um tapa, e perguntou em um tom mais alto:

- Zacarias e Brian, o que aconteceu? Não faça eu perguntar novamente, ein?

- Ér... ér... – gaguejou Zacky, coçando a nuca. Synyster, vendo que não tinha solução, acabou falando, numa torrente de palavras sem sentido e conectadas:

- NÃOCONSEGUIMOSFALARCOMOMATTHEWEACHOQUEELEVAIDARCANOEMVOCÊSMAISUMAVEZ, ÉISSO.

- BRIAN HANER, FALE COMO HOMEM! – insistiu Melissa, cruzando os braços.

- AH, porra, não conseguimos falar com o Matthew. Acho que ele não vai vir, é isso!

Ah, que legal, tudo para melhorar meu dia excitante e alegre. Iup! Ficaria fora por um mês, e Matthew Sanders não tinha a mínima consideração de se despedir. Trocaria-me, pela milésima vez, por Anne.

Como cogitar um relacionamento? Como amar um cara desses?

Não respondi, nem xinguei, nem falei nada. Olhei, automaticamente, para meu celular, e suspirei. Não demonstraria, em hipótese alguma, o fato de estar chateada. Não ia mesmo... não valia a pena.

- A noite deve ter sido bruta. – acabei falando, exibindo um sorriso amarelo. Lógico que nenhum dos três eram imbecis ao ponto de serem enganados pela minha tentativa de ficar normal, mas era bom tentar, vai que cola.

E passou, passou o tempo. Era quinze para as dez, e nada. Dez para dez, nada. Quando já era cinco, fomos noticiados que precisávamos embarcar, que o vôo sairia em poucos minutos. Nada de atrasos pela companhia aérea. Pena que nem todos seguem esse exemplo.

- Marie, por favor, não fica chateada. – pediu Syn, me abraçando. – Sentiremos muitas saudades de vocês, sério. Ignora o Matthew, ele é um filho da puta.

- Sentirei também, Syn. Muito. – murmurei, afastando-me. Abracei Zacky, com a mesma intensidade, e deixei que Mel se despedisse do namorado, do jeito digno.

- Se entenda bem com seus familiares, querida. Liga pra mim, okay? – pediu, dando-lhe um beijo. – Te amo.

- Ah Deus, o que fiz pra merecer um gostoso desses, me diz? – gritou Mel, agarrada ao pescoço do namorado, em um daqueles momentos “ooooown” que dá inveja a qualquer um.

Suspirei, agarrando minha mala de mão com força. Esperei por Mel, para que assim, partíssemos juntos.

Deixamos para trás Syn e Zacky, que acenavam. Peguei na mão de Mel, voltando a suspirar:

- Vamos... nosso passado nos chama.

E voltamos ao início.  


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