POV Michael

Fui dormir bem cedo, afinal, patiríamos logo pela manhã para a Flórida enquanto os outros iriam procurar em Maine, acordei bem antes do que eu tinha planejado, então resolvi revisar a minha mochila, queria ter certeza de que eu tinha arrumado tudo lá dentro e queria estar preparado para qualquer problema, sentia que essa não seria uma missao fácil e eu não queria me arriscar ou arriscar algum de meu amigos e, principalmente, minha namorada.

Depois de ter feito minha higiene matinal e ter arrumado, pela bilhionésima vez, a minha mochila, decidi dar uma caminhada pela praia para acalmar os nervos, esta seria minha primeira missão e, querendo ou não, queria deixar meus pais e meus avós orgulhosos de mim. Molhei meus pés na água enquanto aproveitava a brisa marítima que batia contra meu rosto, aquilo me dava forças, eu adorava o mar, a calmaria que ele conseguia me passar era uma das coisas que eu mais gostava.

- Eu sempre acabava nesse lugar antes ou depois de missões. – Ouvi a voz do meu pai, apesar de ele ser um deus e aparentar ter uns vinte e cinco anos, podia ver que ele já tinha vivido muitas coisas.

- Sério? – Eu perguntei e ele assentiu sorrindo para o horizonte, onde o sol iria nascer a qualquer minuto.

- O mar tem algum tipo de magia sobre mim, eu sempre pensei melhor e me acalmava próximo ao mar. – Meu pai disse e depois sorriu para si mesmo. – Foi aqui que eu tentei dizer pra sua mãe que a amava. – Ele disse quase rindo, eu sorri, conhecia muito bem essa história, depois da grande batalha, meus pais se sentaram à beira da praia e meu pai tentou se declarar enquanto minha mãe se segurava para não rir. – Quando eu fui para a minha primeira missão estava às cegas. Não quero que isso aconteça com vocês, não posso lhe oferecer muito meu filho, mas posso te aconselhar, assim como meu pai fez comigo. – Eu assenti e ele continuou. – Cuidado com os titãs, eles podem ser muito persuasivos, cuide bem da sua irmã, trabalhe em equipe com ela e confie nela. Se ela está omitindo algo, é porque tem boas razões, ela tem muito em comum com sua mãe nesse ponto. Não deixe ninguém ficar de fora, aja sempre às escuras e tome cuidado, vocês são semideuses poderosos, todos vocês, os monstros vão querer atacá-los sempre que houver uma oportunidade, não deixe que isso aconteça.

- Eu sei disso pai. – Disse tentando tranquilizá-lo.

- E o mais importante, como sua mãe sempre me disse: Atena sempre tem um plano. Procure não agir por impulso sempre, tente idéias malucas, por mais bizarras que ela pareçam. – Ele disse e eu assenti, sabia que meu pai era o rei das idéias malucas. Ele sempre agiu por impulso, mas também sempre teve minha mãe por perto para ajudá-lo. – E procure saber qual é a sua fraqueza de herói antes que seus inimigos saibam, isso pode ajudar muito.

- Fraquezas de heróis? – Eu perguntei intrigado.

- É, o nosso Calcanhar de Aquiles. – Ele disse.

- Mas eu não mergulhei no Stix pai. – Eu disse o que era óbvio pra mim.

- Eu também pensaria assim filho, mas não é isso. Meu Calcanhar de Aquiles é a sua mãe, eu sou fiel aos meus amigos, às pessoas com quem eu me importo. Isso é uma fraqueza, apesar de ser muito nobre. O Calcanhar de sua mãe é o orgulho, ela sonha muito alto e daria qualquer coisa para ter o que quer, ela acredita que pode tudo.

- Entendi. Qual é o do tio Nico? – Eu perguntei, sempre fui curioso.

- Ele tem insegurança, medo de perder aqueles que ele ama. E também tem facilidade para guardar rancor, é uma característica muito ruim para filhos de Hades. O da sua tia Jess é parecido com o dele, a diferença é que ela é muito impulsionada por sentimentos, mas mesmo assim, tão fiel aos amigos quanto eu.

- Eu entendi. Mas não sei pensar em nada pra mim. – Meu pai me olhou sério e sorriu.

- Receio que você é que tem que descobrir isso sozinho Micke. – Ele disse e eu assenti, olhei para o horizonte, o sol já estava nascendo, olhei para os lados e constateu que meu pai havia ido embora, fiquei apreciando o nascer do sol e depois voltei para o chalé de Poseidon, onde minha irmã e Ally estavam acordando naquele instante.

- Bom dia maninho, caiu da cama? – Sam perguntou e Ally riu.

- Não, fui dar uma caminhada. – Eu disse dando de ombros, Ally entrou no banheiro e eu me sentei ao lado de Sam na cama. – Sam, papai falou comigo.

- O que ele te disse? – Ela perguntou se sentando melhor na cama.

- Ele disse que é para confiarmos um no outro, disse que você tem que ter cuidado com os titãs e procurar sempre fazer o pessoal lembrar porquê estão nessa missão. – Eu disse tentando me lembrar de tudo sobre a nossa conversa.

- Eu sei Micke, estou com medo de falhar, confesso.

- Você não vai, somos um time, lembra? – Eu disse pegando a mão dela, Sam olhou pra mim e sorriu enquanto beijava minha bochecha.

- Eu sei meu irmão chatinho que eu amo muito. – Ela disse e eu ri.

Depois de esperar as duas terminarem de se arrumar, nós subimos para o refeitório, estava vazio, exceto por mim e meus amigos, ainda era muito cedo para os campistas levantarem, todos estavam em seus chalés sem preocupações. Tudo bem, exagerei, estavam todos preocupados também. Tomamos café da manhã juntos, como o refeitório estava vazio, nós decidimos sentar na mesma mesa, Liv veio com uma cara um pouco abatida e me beijou, eu a abracei e ela se sentou ao meu lado.

- O que foi Liv?

- Não consegui dormir ontem. – Ela disse bocejando logo em seguida, o que confirmava o que ela havia dito.

- Por que não conseguiu dormir? – Eu perguntei afagando seus cabelos macios.

- Fiquei pilhada por causa dessa missão, foi ansiedade, não sei direito. – Ela disse seguida de outro bocejo.

- Não se preocupe, vamos ter tempo para descansar na van. – Eu disse e ela assentiu. – Vamos tomar logo o café. – Tomamos todos o café juntos e depois nos separamos para irmos buscar as nossas coisas, combinamos de nos encontrar na colina Meio Sangue.

Depois de pegarmos nossas mochilas, Allyson, Samantha e eu subimos a Colina, todos já estavam nos esperando por lá, contando com Quíron, meus pais, Jéssica, Nico, Thalia e Luke.

- Finalmente apareceram. – Disse Jake entediado, nós rimos. Quíron nos deu as chaves de duas vans do acampamento e nos desejou boa sorte. Meus pais se aproximaram de mim e da Sam e nos abraçaram.

- Tomem muito cuidado queridos. Vocês são o que nós temos de mais precioso. – Minha mãe disse e meu pai assentiu.

- Não se preocupe mãe. – Sam disse segura de si e eu assenti. Tentamos passar o máximo de confiança possível para os dois, podíamos ver a preocupação estampada nos olhos deles. – Nos vemos depois da missão, vamos arrasar com aqueles titãs, não é Micke?

- Com certeza maninha. – Eu disse e nós rimos.

POV Jacob

Eu e Ally chegamos perto dos nossos pais para nos despedirmos, minha mãe me abraçou forte e beijou minha bochecha, ela fez o mesmo com Allyson.

- Estamos orgulhosos de vocês. – Meu pai disse. – Tomem muito cuidado nessa missão e trabalhem em equipe.

- Não se preocupe mãe. – Eu disse e Ally assentiu.

- Use o treinamento que passei pra você filho. – Meu pai disse e eu assenti. Olhei para o lado e meus olhos encontraram os de Emma, ela sorriu fraco pra mim, sabia que ela estava nervosa com a missão.

- Vai lá querido. – Minha mãe disse me abraçando novamente e beijando minha bochecha. Meu pai assentiu concordando e eles continuaram conversando com Ally enquanto eu ia ao encontro da Emma.

- Oi. – Eu disse meio sem jeito, coçando a nuca.

- Fala sério Jake, depois de tudo o que aconteceu você ainda é assim. – Ela disse sorrindo.

- Desculpe linda. – Disse e ela me beijou os lábios suavemente.

- Não, eu é que estou um pouco nervosa. – Ela disse levantando a mão trêmula para provar, eu peguei sua mão e ri.

- Ok, chega de melação. Ninguém vai morrer aqui então vamos logo. Vocês estão perdendo tempo. – Thalia disse e nós rimos, Perseu murmurou algo parecido com Thalia sempre apressada e Luke murmurou um Essa é minha mulher. – E boa sorte semideuses. – Ela disse, depois voltou-se para Annabeth. – Sempre quis falar isso.

Todos nós caímos na risada, apesar do tempo ruim, Thalia nunca mudava e era isso que nós mais adorávamos nela, dividimos os grupos e entramos na van, Meg quis ir dirigindo, ela montou um esquema para dividirmos as horas, então, enquanto um dirigia, os outros descansavam. Foi assim, saímos pela estrada, as duas vans próximas, paramos apenas na hora do almoço para reabastecer e comermos alguma coisa, Meg continuou dirigindo até chegarmos em Nova York no final da tarde, quando o relógio marcou oito horas, Ashley assumiu o lugar da filha de Clarisse, sua irmã gêmea Naty foi no banco da frente, as duas iriam se manter acordadas e alertas, Emma cochilava ao meu lado com um livro em grego aberto no colo, ela havia lido quase o dia inteiro, eu não conseguia dormir, uma ansiedade fora do normal tomava conta de mim, mas decidi não ligar para isso.

Dei uma pequena cochilada até o meu turno, que começou às três e meia da manhã, todos ficaram no banco de trás dormindo, eu dirigia calmamente pela estrada prestando atenção a tudo em minha volta, não queria ser pego de surpresa, aquela mesma ansiedade não parava de tomar conta de mim, não sabia o que era, mas estava louco para chegar em Maine e terminar logo com isso.

POV Will

Depois de toda a despedida melosa e das piadas da minha mãe, nós entramos na van, eu me ofereci para dirigir primeiro, as duas vans andavam lado a lado, paramos juntos para reabastecer e comer alguma coisa, continuamos seguindo viagem juntos até chegarmos em Nova York, a partir daí, perdemos a van de Meg de vista e continuamos seguindo o nosso caminho, quando eram nove e meia, eu já estava morto de tanto dirigir, Leon quis alternar comigo e eu assenti, Ally sentou-se no banco da frente para mantê-lo acordado assim como Sam tinha feito comigo.

Samantha também estava cansada, ela recostou sua cabeça em meu peito e adormeceu, eu ainda estava intrigado com a última frase da profecia que ela omitiu, mas decidi não pressionar, as palavras que meus pais me disseram antes de sairmos ecoavam em minha mente.

Minha mãe dissera para eu nunca perder a fé nos deuses e sempre lembrar isso aos meus amigos e meu pai disse que é para termos cuidado com os titãs, eles são muito persuasivos, mas também mentirosos, mesquinhos e egoístas.

Eles tinham razão no que falavam, pelas histórias deles já dava para perceber, mesmo que os deuses não sejam muito presentes nas vidas dos filhos, eles não são como os titãs, nós é que precisamos entender que eles são deuses, portanto, têm que cuidar de tudo, o que não é uma tarefa muito fácil. E, ainda por cima, eles precisam ser imparciais, o que é ainda mais difícil. Vários pensamentos continuavam tomando conta da minha mente, eu não me importava, comecei a relaxar com isso, sem perceber, adormeci pensando em tudo o que me disseram, o que aconteceu e o que poderia acontecer.

Confesso que a pressão de estar em uma missão deve estar corroendo todos nós, mas temos que aprender a lidar com isso, nossos pais são os heróis do Olimpo, principalmente os pais de Sam e meu pai também. Eu sabia que meu pai queria que eu tivesse cuidado para não errar com ele, mas eu sabia que tinha que ser fiel à minha família, minha mãe sempre convencia meu pai de que tudo só aconteceu porque os deuses também não davam muita importância para seus filhos, claro que eu achava que ele tinha encontrado motivos demais, mas eu fazia como minha mãe, meu pai foi um herói no final, assim como Silena, ninguém quis saber que ela era uma traidora, ela morreu defendendo os deuses, morreu como um heroína.

Sim, eu sabia sobre Silena, minha mãe me contou uma vez quando eu era pequeno e perguntei sobre a grande profecia de Percy, minha mãe não escondeu nenhum detalhe de mim, o que depois lhe rendeu uma grande bronca de Annabeth, mas ela me explicou que eu devia saber a história dos heróis do Olimpo, a verdadeira. Pois todos nós, quando se tratam de heróis, pensamos em caras musculosos, mulheres bonitas e encorpadas, e não em adolescentes de 16 anos magricelas, era como minha mãe descrevia Percy.

Nós finalmente chegamos ao aeroporto, enquanto Micke e Liv iam tentando comprar as passagens, eu estava ao lado de Sam enquanto ela ligava para Meg do seu celular projetado por Annabeth, esse celular emitia ondas que os monstros não podiam rastrear, tornando mais fácil a nossa comunicação, não que uma MI não seja eficaz, mas é que às vezes gostamos de parecer pessoas normais.

- Ok gente, só conseguimos um vôo para amanhã à tarde, vamos ter que ficar com esse mesmo, eram muitas pessoas para encaixar de última hora. – Liv voltou com Micke e os dois disseram juntos.

- Sem problema Liv, vamos procurar um hotel por perto para descansarmos, aproveito e ligo para o papai, ele manda alguém vir buscar a van. – Sam disse e nós assentimos, eu conhecia um hotel bem perto do aeroporto, então fui conduzindo o carro, quando chegamos pedimos três quartos de casal, Ally e Leon não se importaram em dividir o mesmo quarto, Micke e Liv ficariam com o segundo e eu e Sam ficaríamos com o último, peguei a minha mochila e a da minha namorada e subimos para o quarto.

- Bem, então até amanhã pessoal. – Liv disse, nós nos despedimos e combinamos de nos encontrar no restaurante às nove da manhã para o café. Eu entrei no quarto com Sam, era um lugar bem arrumado e aconchegante, uma grande cama de casal no meio, havia uma banheira com ducha para tomarmos banho e uma cômoda para guardarmos os pertences, eu me sentei na cama exausto e vi Sam bufar.

- Eu vou tomar um banho, se quiser me acompanhar... – Ela disse sorrindo maliciosamente pra mim e tirando seu vestido verde água, ela deixou a roupa escorregar pela sua pele branca e foi rebolando até o banheiro, eu fui logo atrás dela, fazia um tempinho que nós não ficávamos a sós, mais precisamente, desde que voltamos para o acampamento. – Sabia que você não iria resistir. – Ela disse rindo quando a tomei em um beijo apaixonado.

- Com uma mulher dessas eu não preciso descansar. – Eu disse sorrindo maliciosamente ao contemplar o maravilhoso corpo definido da minha namorada, realmente era de tirar o fôlego de qualquer um. Peguei-a de surpresa em um outro beijo apaixonado enquanto puxava sua cintura para perto de mim, ela passou os braços em volta do meu pescoço e segurou os cabelos da minha nuca aprofundando o nosso beijo.

Nós continuamos a trocar carícias até que nenhum de nós estava mais agüentando, meu corpo pedia pelo de Sam e o dela, o meu. Fui até a minha mochila e peguei um pacotinho muito conhecido, vesti a proteção e me entreguei ao momento de tê-la em meus braços, nossos corpos pegando fogo se mexendo em perfeita sincronia, minha boca tomando a dela e explorando todos os lugares com minha língua, o corpo de Sam se encaixando no meu, sua pele macia em contato com a minha e seu cheiro inconfundível de morango.

Juntos, chegamos ao ápice e deixamos nossos corpos relaxarem na banheira enquanto curtíamos nosso momento juntos, terminamos de tomar banho juntos e fomos trocar de roupa, eu me deitei na cama e Sam se aconchegou em meus braços, dormimos abraçados. Sabia que ali, ela estava segura e era isso o que importava pra mim.