Ele odiava o Weasley. Verdadeiramente o odiava.

Rony tinha tudo o que Draco queria.

Tudo que ele não podia ter.

Uma família que o amava;

Amigos que gostavam dele, não por que tinham medo do garoto;

E A garota.

Hermione.

A sabe-tudo, a nerd.

A garota com cabelos de vassoura e dentes grandes demais.

A única garota que não caía aos seus pés... A que ele supostamente odiava.

Ele odiava que ela o fazia amá-la cada vez mais.

Cada lágrima que ela derramava o machucava.

Machucava o seu coração de “pedra”.

Ele tinha sentimentos.

Mas não demonstrava isso... Lhe disseram que ele não podia demonstrar isso.

Seu pai... Draco o odiava.

Por tê-lo feito perder a oportunidade de ter amigos.

Assim como Rony.

Ele sentia inveja

Draco andava pelos corredores de pedra de Hogwarts, sozinho.

 Ele havia dito para Crabbe e Goyle darem uma caminhada. Era tão patético o modo que os dois o obedeciam sem ao menos hesitar.

 Draco foi até a biblioteca, o que era raro.

 Quero dizer, nunca acontecia.

 Draco queria ver uma certa morena, que certamente estava lá.

 Ele viu uma garota de cabelos castanhos lendo um livro. O garoto observou de longe, até que Hermione percebeu que estava sendo observada.

 - O que quer, Malfoy?

 Draco corou e gaguejou (espere aí... Um Malfoy gaguejando?)

 - O-olá, sangue ruim.

 Hermione estranhou o tom de voz despido de desdém dele.

 - Oi, doninha quicante.

 - Err... Você quer conversar? – Draco perguntou desconfortável.

 Hermione olhou para ele como se Draco fosse um alien dançando de tutu.

 - Por que quer conversar comigo? Pansy Parkinson está ocupada demais? – A garota temia que o sonserino estivesse fazendo uma piada.

 Draco bufou e Hermione notou que ele ficou incomodado com a menção do nome da garota.

 - Simplesmente venha. – Draco falou finalmente.

 Hermione suspirou derrotada e colocou os livros na mochila.

 Os dois andaram juntos, atraindo olhares curiosos dos passantes. Eles passaram pela estátua da bruxa de um só olho e se sentaram em um banco de pedra, com vista para a torre de astronomia.

 Hermione olhou para cima e corou. Draco seguiu seu olhar e viu um visgo, se lembrou o que se “devia” fazer embaixo dele e começou a rir.

 - Você é uma garota supersticiosa? – Draco parou de rir.

 - Não. – Hermione disse. A garota sentiu o desejo súbito de beijar o loiro, mas ficou quieta. Era loucura.

 Insanidade.

 Ela estava louca.

 Doida.

 Eles não deveriam... Ela estava com Ronald.

 Ela não queria magoá-lo, eles eram melhores amigos além do mais.

 Devia ser por isso que não sentia as tais “faíscas” que sempre lia nos livros de romance.

 Hermione estava tão concentrada em seu devaneio que nem percebeu que Draco estava perto dela.

 Perto demais.

 Hermione percebeu tarde demais que Draco havia se afastado e que estava indo embora.

 Ela se levantou de súbito e correu atrás dele.

 Hermione segurou o pulso de Draco.

O toque fez o loiro parar de súbito.

 - Espere! – Hermione não entendia esse desespero todo... ele era seu inimigo, não era? – Me diga por que me chamou para “conversar”.

 A garota fez as aspas com as mãos.

 Draco olhou para ela e falou; a surpreendendo.

 - Eu só queria passar um tempo com alguém que não conversa comigo por que eu tenho dinheiro.

 Hermione olhou para o loiro e sorriu.

 Ele tinha mudado muito esse ano, ela pensou. Tinha parado de rir dos “sangues-ruins” e de grifinórios, embora ainda não gostasse deles... Mas ele dava uma atenção maior para Hermione Granger o que era muito estranho.

 Draco sorriu de volta e voltou a se sentar no banquinho de pedra e fez um movimento para Hermione se juntar a ele. Hermione se sentou também.

 - Sabe Hermione... Eu não queria ser mal com vocês ou seus amigos, mas fui criado para ser assim. Eu era uma criança infeliz. Meu pai me batia. Minha mãe sabia e não fazia nada. Eu tentei ao máximo fazer meu pai se orgulhar de mim, mas tudo que eu conseguia de bom meu pai dizia “Não fez mais do que a sua obrigação”. – Draco suspirou cansado. Hermione olhou para o sonserino e

 Hermione segurou o ombro do loiro que levantou a cabeça e sorriu para ela.

 A garota sentiu aquilo de novo. A vontade louca de beijar o loiro, mas mordeu os lábios e ficou quieta.

Draco tirou os cabelos que cobriam o rosto da garota que ele amava.

 - Por que está tão quieta?

 - Não sei... – Hermione respondeu.

 - Gosto de ouvir você falar. – Draco falou, meio que para si mesmo.

 Hermione olhou para ele, meio surpresa pela frase que o sonserino deixou escapar.

 Ela abaixou o olhar novamente quando os olhos do loiro recaíram sobre ela. Ele segurou o queixo da bruxa e forçou os olhos dela a encontrarem os seus.

 E a beijou.

 - Sabe, Hermione. Eu estou sentindo coisas nada sonserinas. – Draco declarou, o que fez Hermione sorrir.

 E a beijou novamente.