Percy estava sentado no chalé de Poseidon, sozinho. Annabeth havia o traído com outro garoto. Ela terminara tudo com ele também, para piorar a situação.

 “Por quê?” Ele perguntara

 “Por que eu não te amo mais” ela respondera, quebrando seu coração e machucando seu orgulho.

 Meses haviam se passado, campistas novos apontavam para ele e cochichavam. O garoto que derrotara Cronos, o garoto da profecia.

 “Não fui eu” dizia “Luke foi o herói” mas não o escutavam.

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Nevava, o frio reinava em seu coração. Ele segurava um copo de chocolate quente e conversava com um garoto do chalé de Apolo.

 As caçadoras também iriam ficar alguns dias no acampamento. Todas elas andavam de jaqueta azul, menos Thalia, que parecia muito apegada a sua jaqueta preta e roxa.

 Jake, o filho de Apolo, saiu alguns minutos depois. Percy ficou só.

 Annabeth se sentou ao lado de Percy.

 - Olá, cabeça de algas!

 - Hum. Oi, Annabeth. – Percy falou emburrado. Por que a garota queria falar com ele? Já não bastava quebrar seu coração? Tinha que torturá-lo também?

 - Então... Eu estive pensando – Annabeth parecia um pouco envergonhada agora.

 - O que? – Percy perguntou.

 - Sevocênãoqueriavoltar? – Ela falou rápido demais.

 - O que?

 - Eu estava pensando se você não queria voltar...

 Percy ficou sem reação a xícara caiu de sua mão.

 - Por que? – o garoto parecia um pouco hostil. – Para você quebrar meu coração de novo? Não, muito obrigado.

 O lábio inferior de Annabeth começou a tremer e ela correu para longe. Percy abraçou os joelhos e ficou olhando para o horizonte, aonde o sol começava a se pôr.

 Uma outra pessoa se sentou ao lado de Percy, ela tinha cabelos pretos e olhos azuis elétricos.

 - Oi, Thalia.

 - Olá, Percy.

 - O que aconteceu que Annabeth saiu correndo daqui? – Thalia perguntou curiosa.

  - Não quero falar disso. – Percy respondeu emburrado.

  - Entendo... Como vai o acampamento. – Thalia falou mudando de assunto. Percy agradeceu por isso.

 - Normal… Todos os dias chegam campistas novos, já que os deuses parecem estar cumprindo a promessa deles.

 - Legal... A vida de caçadora vai bem. – Ela falou como se o garoto tivesse pergutado.

 - Hum. Sem garotos?

 - Nenhum. – Thalia disse dando um sorriso maroto.

 - Hum. Como vai a caça do bode dourado? – Thalia riu.

 - Percy, não é um bode dourado, é uma corça prateada. (N/A: Eu não lembro exatamente qual bicho que elas estavam procurando, acho que eu misturei um pouco de Harry Potter aqui, mas não liguem) – Percy riu com ela. A risada dela soava leve e suave aos ouvidos dele.

 Uma garota com a aparência de ter onze anos se aproximou.

 - Thalia, Lady Ártemis está te chamando.

 - Tenho que ir, Percy. – A garota punk disse se levantando. – Te vejo depois.

 - Tchau. – Percy voltou a fitar o horizonte.

 Ele decidira que não queria mais chorar por alguém que não merecia. Ele queria se apaixonar novamente, por que era uma sensação ótima, mas não queria se magoar novamente. Ele não queria ser traído novamente.

 Percy queria ser feliz novamente. Entender novamente a razão de viver.

 O garoto de olhos verdes se levantou quando viu que as pessoas já estavam rumando para o refeitório.

 Percy foi até o refeitório e se sentou em sua mesa habitual sozinho. Ele comeu algum tanto de comida e jogou o resto para Poseidon na lareira.

  Saiu do refeitório e foi para o seu chalé, tomou um banho e foi para a grande fogueira, aonde os campistas se reuniam para conversar.

  Percy se sentou ao lado de Thalia, que estava conversando com uma garota loirinha de olhos azuis, outra caçadora.

 A loira revirou os olhos e virou-se para o outro lado quando viu Percy.

 Percy ignorou a garota.

 - Então Thalia... – Percy começou, realmente sem ter nada o que falar.

 - O que?

 - Como vai a vida?

 - Já respondi isso, Cabeça de Algas.

 Percy riu e ficou olhando para o fogo. Segundos se passaram e Thalia disse, a expressão um pouco nostálgica.

 - Sabe, Percy... Eu até sinto falta do tempo em que eu morava no acampamento... As brincadeiras, sempre ensolarado, os amigos. – ela deu ênfase no “o” Percy riu.

 - Eu até que sinto falta de você aqui, cara de pinheiro. – Percy comentou, sorrindo, os olhos verdes brilhando por causa da luz da fogueira.

 - Eu também sinto falta de você, cabeça de algas.

 Conforme a luz da fogueira foi diminuindo, os campistas foram se retirando para os respectivos chalés.

 Thalia se despediu de Percy com um beijo na bochecha e foi para o chalé de Ártemis com as outras caçadoras.

 Percy se retirou também e deitou na cama macia do chalé de Poseidon, que não mais parecia vazio. Parecia mais como um lar para ele agora.

 Percy logo adormeceu e sonhou com uma certa garota punk com olhos azuis.

 Ele acordou ma manha seguinte com a corneta que anunciava que era a hora de acordar.

 Ele resmungou e se levantou. Vestiu uma camiseta do acampamento e uma calça jeans, calçou os tênis e foi até o refeitório tomar café.

 O garoto comeu qualquer coisa e foi até o chalé de Poseidon.

  Percy arrumou as coisas e foi treinar com os outros campistas.

  Connor e Travis estavam treinando esgrima, Connor lutava com um filho de Demeter e Travis com uma filha de Apollo, Travis parecia bem interessado na garota. Ele ficava jogando cantadas ao invés de lutar, e isso estava baixando a guarda. A garota derrubou o filho de Hermes foi derrubado no chão e a garota riu. Os dois recomeçaram a lutar.

  As caçadoras treinavam no canto entre elas, provavelmente evitando o contato com os garotos. Percy chegou perto de uma delas e envolveu ela com os braços. A garota teve um ataque, acertou ele com uma pedra e saiu correndo.

 O filho de Poseidon começou a rir e as caçadoras lhe lançaram um olhar de reprovação. Exceto Thalia, que de início o encarou com uma carranca, mas logo começou a rir junto com ele.

 As caçadoras a olhou como se fosse uma vergonha. As lágrimas escorriam pelo rosto de Thalia e de Percy de tanto rir.

 Ele sorriu marotamente para Thalia. Ele derrubou-a no chão e segurou os braços e pernas de modo que a garota não conseguia se libertar.

 - Nenhum garoto? – Ele perguntou, os lábios a centímetros dos dela. – Tem certeza?

 Percy sorria de modo maroto, mas ele realmente gostava de Thalia e queria saber a resposta. Thalia olhou para ele com os olhos arregalados e não disse nada. Percy resolveu ultrapassar os limites da “brincadeira”. Bem, nunca foi realmente uma brincadeira para ele. O garoto de olhos verdes se aproximou devagar, temendo a recusa dela, e deu um beijo de leve nos lábios da garota de olhos azuis-tempestade.

 Thalia, no início, só encarou ele com choque, mas logo começou a retribuir o beijo. E concluiu que as Caçadoras não importavam contanto que ela estivesse feliz.

 E com Percy ao seu lado, ela seria. Para sempre.