A viagem de volta para Forks parecia que não acabava. A Claire passou o tempo todo a tagarelar mas querem que vos diga a verdade, não ouvi rigorosamente nada. É claro que de vez em quando apanhava uma ou duas palavras que ela dizia mas simplesmente não as estava a relacionar.

-… e ele disse que me amava tanto mas tanto que chegava a doer-lhe a alma, sempre que eu não estava ao seu lado. Daniela? Daniela!? -os seus dedos começaram a estalar á minha frente.

-Sim? -perguntei, tentando concentrar-me no que ela iria dizer.

-Tu ouviste alguma mísera palavra que eu estou para aqui a tagarelar? -perguntou, arqueando a sobrancelha. Palavra sim, frase não. Mas como ela só perguntou por palavras…

-Claro. Estou a ouvir tudo o que dizes… a 100 porcento. -“ou perto disso” pensei, mas acho que era demasiado mau dizer-lhe isto.

-Óptimo, eu sabes do que é que estou a falar, poderias-me refrescar a memória? -perguntou, com um sorrisinho amarelo.

-Claro…-pensei durante três segundos e depois continuei. -Estás a falar do Quil e… em como ele é perfeito, óbvio. -respondi fazendo o mesmo sorriso que ela fez. Vocês perguntam como é que eu sei, é fácil. Ela fala do mesmo desde que eu a conheci.

-Pensei que estivesses em Plutão. -disse fazendo uma careta.

-De acordo com os cientistas Plutão deixou de ser um dos planetas principais, por isso porque paio eu iria estar em Plutão? -perguntei, descontraindo o ambiente.

-Sei lá. A cabeça é tua. -deu de ombros.

-Exactamente. -sorri e voltei a concentrar-me na minha condução. A verdade é que passei a viagem toda a pensar na criatura mais linda, simpática e que não gosta de mim como eu queria, que eu conheci. Sei lá o que eu que se passa comigo…

-Então… Gostaste dos amigos do Quil? -perguntou, tentando fazer conversa. Se gostei… Adorei!!! Porque pude conhecer o rapaz mais lindo do mundo… Pára Daniela! Tu mal o conheces! Ele até pode ser um assassino e tu não saberes!!!

-Sim, são bastante simpáticos e muito divertidos. -respondi, sorrindo.

-Eu sei. Sempre que lá vou divirto-me imenso mas é pena não teres conhecido o resto do pessoal. -falou com certa tristeza. -Os outros também são bem simpáticos.

-Estou ansiosa por os conhecer. -disse, concentrando-me para chegar o mais depressa a casa. A Claire até é observadora e pode ter reparado nalguma coisa.

Estacionei à porta da sua casa, ela virou-se para mim com uma cara preocupada.

-Estás bem? É que pareces esquisita desde que viemos embora…-começou mas uma voz vinda da casa dela interrompeu o seu raciocínio.

-CLAIRE ANDA!!! O TEU PAI JÁ CHEGOU! -a mãe dela gritou da porta da sua casa. O pai da Claire não sabe que ela namora e se soubesse acho que teria um ataque de coração e morreria mas depois de morrer, matava a Claire. Palavras da própria Claire. A minha querida e nova amiga não regula muito bem.

-Tenho que ir, já sabes o que acontece se o meu pai descobrir a minha relação com o Quil. –disse, fazendo uma careta.

-Já encenaste. Foi horrível, abriu-me mesmo os olhos pelo perigo que corres. -tive que rir.

-A quem o dizes… Adeus. -despediu-se e saiu do carro, correndo para casa.

Ufa! Pelo menos não tenho que lhe explicar nada, passei a adorar a mãe da Claire!

Fui guiando pelas estradas de Forks, até reparar no carro da minha mãe, estacionado à porta de uma casa branca. Era simples, sem nenhum detalhe específico, parecida ás outras casas pertencentes à rua.

Estacionei o carro atrás do da minha mãe e sai, tocando à campainha. Uma rapariga com uma pele bem branca, cabelos castanhos e olhos castanho chocolate atendeu. Tinha no máximo dezoito anos.

-Desculpa incomodar mas… a minha mãe está aqui? É que o carro está estacionado à porta da vossa casa. -tentei parecer o mais casual possível.

-Sim. Sou a Isabella Swan, prazer. Tu deves ser a Daniela, certo? -perguntou, com um sorriso amável.

-Sim, prazer. Swan… Swan… Não estou a ver. -eu já tinha ouvido este nome mas… -Já sei! O teu pai é amigo do meu. Já me lembro! Charlie Swan certo?

-Sim. Entra, a tua mãe já na sala, a conversar com o meu pai. -ela desviou-se e eu pude entrar.

Andei até à sala e pude ver a minha mãe a falar com um homem. Quando me viu, abriu um lindo sorriso e pousou o seu café na pequena mesa à sua frente.

-Querida, já conheceste a Bella, este é o Charlie. Lembras-te dele? -perguntou-me.

-Sim. Costumava ir a França todos os Verões. -respondi, sorrindo. Eram óptimos tempos!

-Quem me dera… A vida está cara. Já não podemos fazer o que queremos, temos que contar e depois fazer. -disse e todas nós rimos.

-Então como é que correu a viagem a La Push? - a minha mãe perguntou, puxando conversa.

-Bem. Conheci o namorado da Claire e os amigos dele, para além de conhecer a reserva mais linda dos Estados Unidos. -respondi. A reserva mais bonita, o rapaz mais bonito…

-É encantadora, sem dúvida. O teu pai levou-me lá quando namorávamos. Lembra-se Charlie? Os bons velhos tempos! -a minha mãe deu um longo suspiro.

Fiquei aproximadamente uma hora a ouvir os “bons velhos tempos”. Santo Deus!!! Que tortura!!! A Bella também não fazia melhor cara que eu.

-Vou fazer o meu lanche. Queres vir Daniela? -perguntou-me Bella. Eu percebi que ela já estava farta, então aceitei.

-Ok. -respondi. -É tudo melhor que “os bons velhos tempos”-sussurrei e ela riu.

Ficámos na cozinha a conversar sobre o dia-a-dia. Descobri que ela tem um namorado mas… houve um assunto que não me deixou muito convencida. Aparentemente ela conhece o Jacob e parecia bem desconfortável em falar dele. Como se já tivessem tido alguma coisa…