O resto dos dias, passaram-se maravilhosamente bem, tirando os dias em que tinha testes. Como sempre, eu não conseguia perceber algumas matérias e tinha dificuldades em fazer os testes. Algumas vezes, tinha pedido ajuda ao Jasper ou à Rose, mas eles também tinham testes e também precisavam de estudar. Então a matemática, a minha nota vai ser um desastre. Se eu não tiver um zero, estou com muita sorte. Mas isso, entristecia-me. Eu queria que a Esme e o Carlisle se orgulhassem de mim, tal como se orgulhavam do Jasper, da Rose e do Edward. Eles os três tinham boas notas e eu via o quanto a Esme e o Carlisle sentiam orgulho nisso. Mas comigo era diferente, eu tirava positivas baixas e negativas. Ainda não tinha recebido nenhum teste, desta leva mas não queria recebe-los. Eles não me tinham corrido muito bem e eu não queria ver a Esme e o Carlisle desiludidos comigo. Também já tinha entregado o meu projecto que tinha feito para a aula de desenho. O professor ainda não tinha tido nada acerca delas, mas eu queria ter boa nota pelo menos para ter um motivo para eles se orgulharem de mim.
Hoje, tinha matemática e claro que o professor iria entregar os testes. Passei o dia todo com a esperança que ele não os tivesse conseguido corrigir. Quando cheguei à sala sentei-me no meu lugar habitual, a ultima mesa, e ainda estava sozinha. A Helena também já tinha voltado à escola. Nunca mais me tinha dirigido a palavra e eu não sabia se isso era bom sinal ou mau sinal. Continuava a tentar ter alguma coisa com o Jasper. Todos conseguiam ver isso e desta vez, até o próprio Jasper via isso. Claro que não gostava de ver, ela quase em cima do Jasper nas aulas de matemática mas tinha que me conter.
O professor não demorou muito a chegar à sala e anunciou logo que tinha trazido os testes e que as notas não estavam nada famosas. Ele pegou nos testes e começou a entregá-los, não demorou muito para que entregasse o meu.
- Está miserável, Alice. Miserável. – Comentou ele, assim que mo entregou. Olhei para a minha nota e como esperava tive uma bela negativa e foi uma negativa mesmo baixa. Não sei com que cara é que iria aparecer em casa, uma vez que o Jasper teve uma das melhores notas da turma. O professor não parou de elogiá-lo, quando lhe entregou o teste.  O resto da aula passou-se normalmente, a única novidade é que o professor não me mandou responder a algo como era habitual, acho que ele já tinha percebido que eu era um caso perdido. Mal acabou a aula, arrumei as minhas coisas e fui ter com o Jasper. Ele deve ter percebido a minha cara de desânimo porque assim que me viu perguntou o que eu tinha.
- Nada. – Respondi-lhe. Ele olhou para mim sério. – A sério, estou bem! – Disse-lhe para o tentar convencer.
- Então como te safaste no teu teste? – Perguntou o Jasper. Olhei para ele seriamente mas não lhe disse nada. – Alice…
- Tive negativa, Jasper. – Respondi olhando para o chão.
- Alice, eu não disse que se tivesses dúvidas para me ires perguntar.
- Eu sei, Jasper. Mas se eu perguntasse as minhas dúvidas todas, tu não estudavas como deve de ser e assim não serias o melhor da turma, pelo menos assim um de  nós teve uma óptima nota. – Disse-lhe.
- Alice! Eu não me importaria de tirar pior nota. A partir de agora, vou te explicar a matéria toda. Sabes que no final do ano vamos ter um teste que engloba a matéria toda e eu quero que tu tires boa nota.
- Está bem. – Disse concordando com ele. Mas eu mesmo assim sentia-me apreensiva por causa da Esme. Eu não queria mesmo desiludi-la.
- O que te preocupa mais? – Perguntou ele sempre perspicaz.
- Eu não quero ver a Esme desapontada comigo. Vocês os três tiram todos muito boas notas e eu vejo o quanto ela fica orgulhosa por isso. Só não quero chegar a casa e ver a desilusão estampada no seu rosto. – Expliquei-lhe.
- Ela não vai ficar desiludida contigo, ela só te vai querer ajudar a melhorar. Vais ver. Ela vai compreender. – Explicou ele. Fomos o resto do caminho até ao carro em silêncio e a viagem de carro até casa, também foi feita em silêncio. Assim, que cheguei a casa, fui para o meu quarto. A Esme não estava em casa, tinha deixado um recado a dizer que foi trabalhar. Ela às vezes era contratada para organizar eventos ou decorar festas, ou mesmo casas. Peguei no meu caderno de desenho e pus-me a desenhar. Agora, estávamos a aperfeiçoar a técnica de retrato e o professor deu-nos uma semana para fazer o retrato da nossa família, para ele avaliar. Eu já tinha começado, mas era apenas um pequeno esboço, agora estava a concretizar o que tinha esboçado. Até achava que estava bastante fiel às pessoas, não que o retrato fosse a área no desenho que eu mais adorasse. Quando acabei o desenho todo, era só a carvão, reparei que já era bastante tarde. Deixei o caderno em cima da cama e fui tomar um banho rápido. Daqui a pouco a Esme devia estar a chamar para ir jantar. Assim que saí do banho, vesti o meu pijama e depois dirigi-me ao quarto (a casa de banho tinha ligação com o meu armário, que era uma espécie de closet). Assim que cheguei ao quarto, deparei-me com a Esme sentada na cama a ver o meu caderno de desenho. Senti-me a corar. Eu não tinha mostrado a ninguém esse caderno sem ser ao professor e só mostrava quando ele pedia.
- Foste tu que desenhaste isto? – Perguntou ela apontado para o retrato da família. Eu corei ainda mais e fiquei a olhar para ela.
- Sim. – Respondeu meio trémula. – É para um trabalho da escola. O professor pediu para que eu desenhasse as pessoas da minha família, para treinarmos a técnica do retrato. – Expliquei-lhe ainda bastante envergonhada.
- Aperfeiçoar? Para quê? Tu desenhas perfeitamente bem. – Elogiou ela. Sorri um pouco constrangida.
- Não precisas de ficar assim, querida. – Disse a Esme sorrindo ternamente para mim. – É só a verdade que eu estou a constatar. Tu desenhas muito bem. Tens um grande talento. – Comentou ela.
- Obrigada. – Respondi ainda um pouco envergonhada. Ela apenas sorriu para mim. De seguida, fechou o meu caderno e colocou-o na mesa-de-cabeceira.
- Querida, o Jasper já me contou do teste de matemática. – Disse ela agora um pouco mais séria. – Eu não quero que te sintas assim. Está bem? – Perguntou ela. – Sei que cada um de vocês é diferente e que tem aptidão para coisas diferentes. Eu só te peço que te esforces e eu, isso, sei que tu fazes. E também sei que para o próximo teste, vais te esforçar ainda mais, para melhorares a nota. Eu conheço-te, Alice.
- Eu só quero que tenhas orgulho em mim. – Disse-lhe.
- E eu tenho, e muito, meu amor. Quero que saibas disso. Eu tenho imenso orgulho em ti, por isso, não precisas de te sentir assim. – Explicou ela. – O Jasper já me disse, também, que te vai dar explicações.
- Sim. Da outra vez que ele deu-me explicações, eu consegui subir a nota, por isso, acho que para o próximo também consigo.
- Eu sei que sim, querida. – Disse a Esme confiante em mim. – Agora, anda jantar. O comer já está na mesa. Fomos as duas para baixo e juntámo-nos aos outros na refeição. Como sempre, o jantar foi animado e depois do jantar ficámos um pouco a falar sobre o nosso dia. Depois disso, fiquei um pouco na sala com o Jasper.
- Eu não te disse que a minha mãe não iria ficar desiludida contigo. – Disse ele acariciando a minha bochecha.
- Disseste, mas eu mesmo assim tinha certo receio disso. – Respondi. – Quando é que vamos começar com as explicações? – Perguntei. Quanto mais cedo melhor.
- Quando quiseres. – Respondeu ele.
- Podemos começar amanhã? – Perguntei.
- Claro. Quando voltarmos da escola, começamos.
Quando o sono começou a vir, despedi-me de todos e fui para o meu quarto. Assim que me deitei na cama, caí no meu sono tranquilo, já um pouco familiar.