Na semana seguinte, já tinha acabado todos os testes e estava bastante feliz com isso. Sentia-me mais aliviada por já os ter acabado todos. Não é que as notas viessem a ser muito boas mas pelo menos já podia descansar mais um pouco e desenhar claro. Desenhar tem-se tornado uma actividade de preferência para mim. Eu desenhava sempre que podia. Nas aulas, quando não conseguia concentrar-me na matéria, em casa, quando não tinha nada para fazer e claro nas aulas de desenho. Não mostrava os meus desenhos a ninguém, mas tinha muitos. A Rose já pediu muitas vezes para os ver mas eu sempre arranjava uma desculpa. Eu não gostava de os mostrar, gostar de desenhar não significava que desenhava bem.
Ainda não tinha recebido a nota do meu projecto de aula de desenho mas hoje, mesmo deve vir a saber, o professor na última aula disse que nesta, iríamos saber quem é que iria ter o seu trabalho exposto numa galeria de artes.
Levantei-me da cama, um pouco a custo e fui tomar um duche rápido para ver se acordava. Por mais que nestes últimos dias, eu tenha dormido mais do que bem e os pesadelos não têm aparecido, eu acordava sempre com vontade de dormir mais. Odiava acordar cedo. Assim que me despachei, fui para baixo tomar o pequeno-almoço. Já lá estavam todos, só faltava eu. Cumprimentei-os e comecei a comer. De seguida, fui para a escola. Ia ter matemática, logo na primeira hora. Já começava a perceber muito mais da matéria, uma vez que o Jasper todos os dias ma explicava. Assim que chegámos à escola, fui com o Jasper para a sala de aula, visto que já estava mesmo quase a tocar. Sentei-me na minha mesa usual e prestei o máximo de atenção possível para acompanhar melhor a matéria. Ao inicio, estava mesmo concentrada mas com o decorrer do tempo, comecei a ficar entediada e para variar, comecei a rabiscar no meu caderno. Isso fez com que o resto da aula passasse mais depressa. Mal tocou, arrumei as minhas coisas e fui ter com o Jasper. Passei o intervalo com ele e depois fui para a minha aula. O resto da manhã passou-se muito calmamente, tal como o almoço. Assim que depois de almoço deu o toque para entrar, fui para a minha aula de desenho. Ter aulas de desenho sempre me deixava feliz. Fui para a minha sala, calmamente, enquanto os outros foram para a aula de música. Assim que cheguei, entrei dentro da sala e sentei-me no meu lugar, ao fundo da sala. Tirei um dos meus cadernos e pus-me a desenhar até dar o toque para a entrada. A sala foi começando a encher e começava-se a ouvir um burburinho de uma conversa animada entre os alunos que costumavam ter aula comigo. Mal, tocou, o professor apareceu e tratou logo de começar a aula.
- Já tenho as notas do projecto e já sei qual deles vai estar exposto na galeria de exposição da minha amiga. – Disse ele. O burburinho silencioso que se mantinha na sala, cessou e todos ficaram atentos ao que o professor tinha para dizer. – Gostei imenso dos trabalhos. Acho que todos se empenharam e conseguiram muito bons resultados. Estou muito orgulhoso disso, mas como todos sabem, só um poderia estar exposto. Eu e a minha amiga seleccionámos este trabalho para ficar exposto porque queríamos mostrar que, às vezes, é com algo muito simples que se faz verdadeiras obras de arte. Que é com algo simples que conseguimos extravasar os nossos sentimentos, fazer com que o espectador sinta o mesmo que quem desenhou o projecto, estava a sentir. E isso é extremamente importante no mundo da arte. O nosso objectivo é passar sentimentos, é fazer com que as pessoas se sintam intimas dos nossos trabalhos e houve uma pessoa nesta turma que conseguiu fazer isso, excelentemente bem. Foi por isso que este trabalho foi o escolhido.
- Professor! Não nos deixe nesta angústia! – Disse uma rapariga de óculos que se sentava num lugar mais à frente.
- Só quero que percebem como escolhemos o projecto vencedor. – Explicou ele. – Para finalizar, quem irá ter o seu projecto exposto, foi umas das pessoas que ficou com uma das palavras mais complicadas que existiam no saco.
- Professor! Você só está a engonhar! – Disse outro rapaz. Estavam todos extremamente ansiosos. Eu também estava um pouco. Queria saber o que o professor achou do meu trabalho e a nota que tive. Só queria que o professor se despachasse a falar.
- Bem, vou começar pelo projecto que ganhou. A palavra que foi representada foi a felicidade. – Disse ele. Felicidade? Mas essa foi a minha palavra! Será que haveria mais alguém com a mesma palavra que a minha? – E o dono desse projecto é a Alice. – Comunicou o professor de imediato. Eu? Era eu que tinha ganho? Eu nunca tinha ganho nada na minha vida. Eu sentia uma felicidade imensa dentro de mim, mas ainda não conseguia acreditar que seria o meu projecto a ser exposto, numa galeria de arte. – Alice, o teu projecto está simplesmente perfeito, tanto a nível técnico como a nível de representação da palavra. Eu pedi-te para desenhares um sentimento e tu desenhaste-me esse sentimento no mais puro estado. O desenho está simplesmente magnifico e tanto eu, como a minha amiga concordámos que merece ser exposto. Tiveste nota máxima. O teu projecto foi irrepreensível. Parabéns! – Disse ele. Sentia as minhas bochechas a arder. Todos olhavam para mim e eu apenas sorria timidamente. Eu não sabia o que fazer. O professor começou a falar dos outros trabalhos mas eu não prestava atenção a nada. Eu estava aérea mas estava tão feliz por o meu desenho poder ser exposto numa galeria de artes. O resto da aula passou a voar. Quando tocou, arrumei as minhas coisas e preparei-me para sair, mas quando estava perto da porta, o professor chamou-me.
- Alice! – Disse ele. Virei-me para ele. – Preciso de te avisar de umas coisas. – Disse. Aproximei-me da secretária onde ele se encontrava e fiquei à espera que ele dissesse o que queria. – Vai haver uma pequena celebração para a abertura da exposição do teu trabalho. Tu precisarás de falar em público. Talvez, dizer porque decidiste desenhar aquilo e não outra coisa qual quer. Nem todas as pessoas da tua idade desenhariam aquilo que tu desenhaste para representar a felicidade. Sabes disso? – Inquiriu ele mas voltou logo a falar. - Poderás também dizer o que te levou a desenhar, o que desenhastes. Como é que aquilo representa a felicidade para ti. Está bem? Nada de muito complexo. – Saber que teria que falar em público, deixou-me um pouco nervosa, mas tinha de ser e eu teria que ultrapassar isso. – E, Alice! Parabéns, mais uma vez. Está magnífico, o teu trabalho.
- Obrigada, professor. – Agradeci, corando ao mesmo tempo.
- Ahh! – Exclamou ele. – Esqueci-me do mais importante. Essa celebração e no próximo Sábado, às três na galeria de artes. Podes levar quem quiseres.
- Está bem, professor. – Respondi. De seguida, saí da sala, lentamente e muito feliz. Deveria ter um enorme sorriso na minha cara. Fui até ao parque de estacionamento e dirigi-me até ao carro. Já estavam os três à minha espera.
- Podemos ir! – Disse quando entrei. O Edward começou a conduzir até casa. Íamos em silêncio. Eu não parava de pensar que iria ter o meu trabalho exposto. Era tão importante para mim. Eu não sabia o quanto isto me deixaria feliz, mas deixou. Chegámos a casa e eu ainda estava meio aérea e a pensar sobre a exposição. Tinha de treinar algo para dizer. Não me poderia engasgar em frente de um público, seria muito embaraçoso. Precisava de fazer boa figura! 
- Alice! – Chamou-me o Jasper. – O que se passou para estares assim tão feliz e tão aérea? – Perguntou. Nem tinha dado conta que já estava no sofá. A Esme, a Rose, o Edward e o Jasper estavam ao pé de mim, a olharem-me curiosos.
- Nota-se assim tanto? – Perguntei sorrindo. Eles apenas afirmaram com a cabeça. – O meu projecto de desenho, aquele que eu tinha que representar uma palavra, vai ser exposto na galeria de artes de Port Angeles. – Disse sorrindo abertamente.  – E teve nota máxima! – Exclamei. Estava tão feliz.
- Estás aos pulinhos, Alice! – Comentou o Jasper sorrindo abertamente para mim.
- Deixa a estar, Jasper. Ela tem todo o direito de estar assim tão feliz! – Disse a Rose, vindo abraçar-me. – Parabéns! Eu depois quero ver esse desenho! E não vais arranjar nenhuma desculpa! – Ri-me com o que ela disse.
- Está bem, mas todos o irão ver. Este Sábado, vai haver uma pequena celebração para a abertura da exposição do meu trabalho. – Expliquei.
- E nós podemos ir? – Perguntou o Edward, também sorrindo para mim.
- Claro. – Respondi sorrindo. Eu queria tanto que eles fossem. Eu nunca tive algo de que me orgulhasse, nunca era a melhor em nada, nunca ganhei nada na vida e por isso não tinha grande confiança em mim mesma. Este projecto só veio trazer essa confiança que eu precisava. Eu queria que eles vissem o que eu fiz e que se orgulhassem disso. Todos nós queremos que a nossa família fique orgulhosa por algo que fizemos.
- Ó minha querida! Eu estou tão feliz por ti! – Exclamou ela, vindo abraçar-me ao mesmo tempo. – Tão feliz! – Reforçou ela. – Tenho tanto orgulho em ti. Não vejo a hora de ver o teu projecto, deve estar maravilhoso como todos os teus outros desenhos. – Disse ela. Apenas sorri com o que ela disse. Eu não poderia estar mais feliz do que o que estava neste momento. – Bem, mas agora vamos todos lanchar, está bem? – Perguntou ela maternalmente.
- Está bem. – Respondemos os quatro ao mesmo tempo. Fomos os cinco para a cozinha e preparámos o nosso lanche no meio de muitas risadas e conversas divertidas. Quando acabámos de lanchar, reparámos que a cozinha estava um pouco desarrumada, por isso, ajudámos a Esme a arrumá-la. O resto da tarde passou a correr e ao final da tarde chegou o Carlisle. Ele vinha um pouco cansada mas assim que percebeu a atmosfera da casa, entrou connosco nas brincadeiras. Ele também se mostrou orgulhoso por causa do meu trabalho e já tinha pedido a um amigo para lhe ir fazer o turno só para ir à abertura da exposição do meu trabalho. Eu fiquei tão feliz por ele poder ir. A noite foi divertida e acabei por me ir deitar tarde, já sabia que na manhã seguinte iria ter dificuldades em levantar-me, mas eu não me importava, uma vez que adorei passar a noite com todos eles.