You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 23
Surgery




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Jasper

- A Esme tem um tumor no cérebro. Ele tem crescido nos últimos tempos e é isso que tem provocado as dores de cabeça. – Informou o médico. O meu mundo parou quando ele disse que a minha mãe tinha um tumor no cérebro. Ela podia morrer, nem sabia se o tumor era operável. O medo começou a corroer-me por dentro. Já nem sentia a minha mão, devido à mão da Rose. Ela apertava-me a mão com tanta força. Ela virou-se bruscamente e começou a chorar com a cabeça escondida no meu ombro. Aconcheguei-a mais a mim e comecei a acariciar-lhe as costas. – O tumor é operável. Queremos tentar removê-lo e também queremos ver se o tumor é benigno ou maligno. Se for benigno, não há grande problema, se o retirarmos todo. Se for maligno, já é outra história. Depois da operação, a Esme vai ter que recorrer a radioterapia.
- Quando é que sabemos se o tumor é benigno ou maligno? – Perguntou o meu pai no tom quase inaudível. Ele estava também em choque.
- Depois da operação, vamos examiná-lo e aí determinar se é benigno ou maligno. Vamos tentar descobrir o mais rápido possível. Sei como é difícil esperar pelos resultados.
- Para quando é a operação? – Perguntou outra vez o meu pai.
- Eu pretendia que fosse o mais rápido possível. Amanhã.
- Sim, também quero que seja o mais rápido possível. – Pronunciou-se a minha mãe pela primeira vez desde que soube do tumor. Ela não aparentava expressão nenhuma, não conseguia perceber o que ela estava a sentir, mas sabia que ela estava a ser forte. Ela não queria cair na fraqueza, à nossa frente, ela queria ser forte por nós. – Amanhã, está bom. – Disse simplesmente.
- Então fica combinado.
- Doutor. – Chamou a minha mãe. – Depois da operação era possível ser transferida para o hospital perto da minha casa. Não quero ficar longe, muito mais tempo. – Disse ela.
- Depende de como correr a operação, de como evoluir e o tipo de tumor. Mas se tudo correr bem, sim, eu permito a transferência de hospital.
- Obrigada, doutor.
- Agora, tenho de ir ver outros pacientes. Amanhã, a operação será às quatro. Virão prepará-la antes da operação. – Informou o médico. – Até manhã.
- Até manhã. – Disse a minha mãe e o meu pai. A Rose continuava a chorar no meu ombro. Quando médico fechou a porta, a minha mãe virou-se para nós.
- Querida. – Chamou a Rose. A Rose desencostou-se de mim e encarou a nossa mãe com os olhos cheios de lágrimas. – Não chores. – Pediu. – Vai correr tudo bem.
- Eu não te quero perder. – Disse a Rose.
- Não me vais perder. Não vai ser um bocado de tecido a mais no cérebro que me vai separar de vocês. É apenas um contratempo que preciso de vencer. Eu vou lutar para ficar com vocês e tudo vai correr bem.
- Eu amo-te tanto, mãe. Não quero ficar sem ti. – Desabafou a Rose.
- Também te amo muito, meu amor. E não vais ficar sem mim porque mesmo que eu morra, eu vou estar sempre aqui dentro. – Disse apontando para o coração da Rose. – Sempre vou estar dentro de vocês e sempre vou cuidar de vocês.
- Mas tu não vais morrer, mãe. – Pronunciou-se o Edward pela primeira vez.
- Pois não, meu querido. – Disse a minha mãe sorrindo levemente. – Agora, quero que vão para casa e que descansem, está bem?
- Mas nós queremos ficar aqui contigo. – Disse a Rose.
- Eu fico com o vosso pai, quero que vocês descansem. Aqui não vão descansar nada de jeito. Vão para casa, e amanhã voltam.
- Está bem. – Respondeu a Rose fungando.
- Então vá. Vão lá descansar.
A Rose e o Edward despediram-se da minha mãe e depois foram despedir-se do pai. Enquanto eles se despediam do pai, fui ter com a mãe. Dei-lhe um beijo na bochecha e abracei-a.
- Querido, toma conta da tua irmã, ela precisa de ti. – Disse a minha mãe ao meu ouvido.
- Eu tomo. – Respondi sorrindo. – Amo-te. Luta com toda a força que tiveres, mas não nos deixes. Tu és tudo para nós. – Disse também ao ouvido dela.
- Vocês também são tudo para mim. E vou lutar. Eu vou ficar convosco. – Disse ela convicta. – Já falaste com a Alice? – Perguntou.
- Falei ontem. – Respondi. – Ela estava preocupada e mandou-te beijinhos. – Ela sorriu suavemente.
- Está tudo bem com ela?
- Sim, pelo menos foi o que disse. Disse-lhe que se ela precisasse de ajuda, que fosse ter com o Emmet e a Bella.
- Fizeste bem. Agora, vai despedir-te do teu pai e vai para casa. Precisas de descansar. – Disse beijando a minha bochecha.
- Está bem. – Beijei a sua bochecha e fui despedir-me do meu pai. De seguida, fui com os meus irmãos para casa. Mal chegámos ao apartamento, o Edward trancou-se no quarto. A Rose veio ter comigo e perguntou-me se podia dormir comigo outra vez. Ela não queria se sentir sozinha. Disse-lhe que sim e conduzia-a até ao meu quarto. Ela estava com os olhos vermelhos e inchados de ter estado a chorar. Ela vestiu o pijama rapidamente e deitou-se na cama.
- Vou tomar um banho rápido. – Informei-a.
- Eu espero por ti. – Disse ela ligando a televisão. Sorri para ela e fui até à casa de banho. Tomei o meu banho o mais rápido que consegui e depois vesti o pijama. Quando voltei ao quarto, a Rose já tinha adormecido. A televisão ainda estava acesa. Tirei-lhe o comando da mão e desliguei a televisão. Tapei-a melhor e dei-lhe um beijo na testa. De seguida, entrei dentro da cama e adormeci. 
Acordei na manhã seguinte, por volta da uma da tarde. Olhei para o lado e a Rose ainda dormia profundamente. Levantei-me com cuidado para não acordá-la e fui até à cozinha. Comecei a fazer algo para o almoço, visto que já era uma da tarde. Quando o acabei, fui ver da Rose que ainda dormia.
- Rose. – Chamei-a. – Rose. – Chamei-a outra vez acariciando a sua bochecha.
- Sim? – Resmungou ela ensonada.
- Vamos almoçar para depois irmos ter com a mãe. – Disse-lhe.
- Já é hora de almoço?
- Sim, são quase duas da tarde. – Respondi. Ela esfregou os olhos para afastar o sono e levantou-se. Fomos chamar o Edward que já estava acordado e almoçar. Almoçámos em silêncio, ninguém dizia nada. Depois de almoço, arrumámos a loiça na máquina e fomos para o hospital. Quando entrámos no quarto onde a nossa mãe estava instalada, estavam lá duas enfermeiras a preparar a minha mãe para a operação. Quando a nossa mãe nos viu, abriu um sorriso pequenino. Ficámos em silêncio a ver as enfermeiras a preparar a minha mãe. Quando faltavam apenas uns minutos para a operação as enfermeiras levaram a maca para fora do quarto e dirigiram-se a uma porta que levava às salas de operações. Nós tivemos que ir para a sala de espera. Não nos deixaram ficar no quarto. A sala de espera estava vazia, sentei-me num dos sofás e a Rose deitou-se com a cabeça nas minhas pernas.
- Pai, viste os exames da mãe? – Perguntei. O meu pai era médico, de certeza que foi ver os exames.
- Sim.
- É muito mau? O que ela tem? – Perguntei. Queria perceber a gravidade da doença que a minha mãe tinha.
- Não é dos piores. Já vi pior. O tumor da tua mãe é operável e não tem um tamanho muito grande. O pior que pode acontecer é ter que fazer radioterapia.
- E a operação? Se correr mal?
- Todas as operações têm riscos, ainda para mais as operações ao cérebro. – Disse o meu pai suspirando.
- O que queres dizer, pai?
- Se algo correr mal, ela pode ficar com algumas incapacidades. Tudo depende do sítio onde está o tumor. O da vossa mãe pode afectar a parte auditiva do seu organismo. Depois também há os outros riscos, como sangramento, edema ou convulsões. – Senti a Rose contrair-se. Eu não queria que ela se sentisse mal com a conversa, mas nós tínhamos que saber o que se estava a passar, tínhamos que saber qual a gravidade da situação.
- Ela depois vem logo para o quarto, pai? – Perguntou a Rose baixinho.
- Não, querida. – Disse o meu pai abaixando-se para ficar à altura da cara dela. – Depois da operação a tua mãe, vai para a unidade de tratamentos intensivos. Ela vai ser vigiada de perto para que nada corra mal. Depois de um dia ou dois, tudo depende de como a mãe reagir, ela volta para o quarto. – Disse pondo uma mecha de cabelo da Rose atrás da orelha. Esperámos em silêncio algumas horas. A operação estava demorada. Já era quase oito da noite quando o médico apareceu na sala de espera. Como sempre o médico vinha sem expressão.
- Boa noite. – Disse quando se chegou ao pé de nós. Nós levantámo-nos e ficámos de frente para o médico. – A operação correu bem e a Esme está estável.
- Conseguiram tirar o tumor todo? – Perguntou o meu pai.
- Sim, conseguimos. Já mandamos parte dele para análise. Agora, temos que ser pacientes. A Esme vai estar um pouco debilitada nestes dias. É normal, a operação é muito violenta para o organismo. Mas tudo indica que vá melhorar.
- Obrigada, doutor. – Agradeceu o meu pai sorrindo um pouco.
- É apenas o meu trabalho. – Respondeu. – Tenham o resto de uma boa noite.
- Doutor! – Chamou a Rose. O médico virou-se e encarou-a. – Podemos ir visitá-la?
- Agora não. Talvez amanhã, possam fazer uma visita pequena.
- Quando é que ela vai acordar?
- Amanhã. – Respondeu o médico.
- Boa noite. – Disse a Rose.
- Boa noite. – Despediu-se o médico, indo embora.
- Vão para casa, dormir. – Disse o meu pai.
- Pai, porque é que não vens para casa também? – Perguntou o Edward.
- Se acontecer alguma coisa, quero estar aqui. – Explicou ele.
- Pai, tu precisas de descansar. – Disse a Rose. – Vem para casa esta noite, a mãe vai ficar bem.
- A Rose e o Edward têm razão. Tens de descansar como deve de ser. Vens para casa esta noite, e dormes e de manhã vens logo para cá. Também precisas de descanso, senão acabas doente também.
- Está bem. – Disse o meu pai vencido. Fomos todos para casa. Em casa, tomei um banho e depois decidi ligar à Alice. Ontem com a confusão toda, não lhe liguei. Peguei no telemóvel e marquei o número da instituição.


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Notas finais do capítulo

Oláa minha gente! Tudo bem com vocês?? Então o que acharam do capituloo? Espero que tenham gostado e que continuem a gostar da hitória! (: (: Fico à espera dos vossos comentários!
Beijinhos
S2