You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 22
Disease




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Entrei no meu quarto e tentei distrair-me, fazendo os trabalhos de casa. Quando os acabei, decidi ir perguntar à Ellen se ela sabia alguma coisa sobre a Esme. Bati à porta do escritório dela.
- Entre. – Disse a sua voz abafada pela porta. Abri a porta.
- Boa noite. Posso fazer-lhe uma pergunta?
- Podes. – Respondeu já com cara de poucos amigos. Ela não gostava lá muito de mim.
- Sabe alguma coisa da Esme? – Perguntei. – Ela, hoje, não veio.
- Não, não sei. – Respondeu.
- Ok, obrigada. – Disse saindo e fechando a porta. Voltei para o meu quarto. Algo se tinha passado. Tinha a certeza disso. Deitei-me na cama e fiquei a descansar um pouco. Passado algum tempo, a Ellen entrou no meu quarto com o telefone na mão.
- Toma, é para ti. – Disse ela rudemente. Peguei no telefone e levei ao ouvido.
- Estou? – Perguntei.
- Alice. – Ouvi o Jasper a suspirar.
- Jasper, o que se passa? – Perguntei um pouco desesperada.
- A minha mãe já não aguentava com dores, então o meu pai decidiu levá-la ao hospital. Aqui no hospital não conseguiram ver o que ela tinha. Fomos para Seattle. O meu pai conhece alguns médicos aqui. Estão-lhe a fazer exames. Eu a Rose e o Edward, viemos com a minha mãe e com o meu pai, não sabemos quando é que voltamos. Ficas bem? – Perguntou.
- Fico. – Respondi.
- Tens a certeza? – Perguntou preocupado.
- Sim, eu fico bem.
- Se precisares de alguma coisa, vai ter com o Emmet e a Bella.
- Ok, manda beijinhos à Esme.
- Eu mando. Amo-te.
- Também te amo.
- Amanhã, vou tentar voltar a ligar.
- Ok. Até manhã.
- Até manhã.
Desliguei o telefone e passei-o à Ellen. Ela saiu do quarto, deixando-me sozinha. O que é que a Esme teria? Espero que não seja nada de grave. Não queria que acontecesse algo à Esme. Ela era uma pessoa tão boa, não merecia isto. Quando dei por mim, já era hora de jantar. Não tinha fome nenhuma, só queria saber o que a Esme tinha. Deitei-me na cama e tentei adormecer. Ainda dormi um bocadinho mas os pesadelos começaram a atormentar-me e desta vez, não era o Sean que morria. Desta vez, nos meus pesadelos, eu via a Esme a morrer. Ela não podia morrer também. Ela não podia deixar-me. Ela é a pessoa que eu considero uma mãe. Ela não poderia deixar-me. É das únicas pessoas que me ama verdadeiramente. Não dormi metade da noite. Simplesmente não conseguia. De manhã, levantei-me e preparei-me para a escola. Como ainda era cedo, fui para a escola, lentamente. Quando lá cheguei, ainda era um pouco cedo. Esperei dentro da sala de aula que tocasse. A manhã passou-se lentamente. Os minutos pareciam horas. Eu queria notícias da Esme. Quando chegou à hora de almoço, comprei o que consegui com o dinheiro e fui para uma mesa recatada comer.
- Então, os teus amigos, hoje, deixaram-te? – Perguntou um daqueles rapazes que se metia comigo, sentando-se na minha mesa. O outro vinha atrás. – Fartaram-se de ti, foi?
- Claro que se fartaram! Como é que alguém consegue estar com ela? Nem sequer responde às nossas perguntas. – Disse o outro a rir. Eu odiava-os. O pior era eu ficar paralisada de medo e não conseguir defender-me. Eu tinha tanto medo que eles me fizessem algo. – Só queremos o teu almoço, é que ainda estamos com fome.
- Mas eu ainda não comi. – Disse baixinho.
- Mas tu estás habituada a não comer. Ou pensas que nós não sabemos que tu não tens dinheiro. Nós somos meninos ricos e não estamos habituados a passar fome e como não queremos gastar mais dinheiro, comemos o teu. – Continuou.
- Exactamente. Por isso, dá cá! – Disse o outro tirando a comida da minha frente. Depois foram-se os dois embora e eu fiquei sem comer.
- Alice, o que é que eles queriam? – Perguntou a Bella vindo ter comigo.
- Nada. – Respondi. Não queria mete-la nisto. Não queria que mais ninguém sofresse.
- Alice, eles queriam alguma coisa. Porque não contas?
- Eu não quero que tu sofras. Apenas isso. Eles não me fizeram nada. – Disse levantando-me para me ir embora. Dirigi-me à sala onde ia ter aulas. As aulas da tarde também se passaram lentamente. Depois das aulas, quando cheguei à instituição fiz os trabalhos de casa e fiquei o resto da tarde à espera que o Jasper me ligasse. Ele não ligou. Eram quase onze da noite e eu ainda estava acordada, à espera da ligação. Acabei por adormecer, visto que não dormi nada na noite passada. Acordei na manhã seguinte com a algazarra da instituição. Percebi que já estava atrasada. Não me apetecia nada ir à escola. Arranjei-me e fui a correr para a escola. O dia passou-se igual aos outros, tirando a parte que sempre que tocava para a saída, ou o Emmet ou a Bella estavam à porta da minha sala e ficavam comigo o intervalo inteiro. Eles também estavam preocupados com a Esme. E também nem a Rose, nem o Edward lhes tinham ligado a dar notícias. Ao fim da tarde, fiquei outra vez à espera de uma chamada do Jasper.
Jasper
Mal sai da escola com o Edward e a Rose, fomos em direcção a casa. O nosso pai ligou para a escola, a dizer que ia com a nossa mãe para Seattle por causa das dores de cabeça. Nós também queríamos ir e ele deixou. Quando chegámos a casa, a nossa mãe não estava nada bem. Continuava com dores de cabeça intensas e às vezes parecia que lhe faltava o equilíbrio ou ficava com tonturas. Arrumámos algumas roupas dentro de uma mochila rapidamente e fomos para o carro.
A viagem de carro foi demorada. Havia imenso trânsito. Mal chegámos a Seattle, o nosso pai dirigiu logo para o hospital. Ele estava muito preocupado. Notava-se à distância. A Rose estava assustada com o que podia acontecer com a mãe. Eu e o Edward tentámos estar ali para ela, mas também era difícil para nós. Quando ela foi atendida, foi imediatamente internada. Começaram a fazer-lhe exames para ver se descobriam o que ela tinha. Ficámos o resto da tarde no hospital à espera dela. Ela só voltou ao final da tarde. Estivemos um pouco com ela e depois fomos para casa. Nós antes vivíamos aqui, em Seattle, depois o meu pai foi transferido e mudámo-nos. A casa era mais pequena do que a outra. Era apenas um apartamento, mas dava. Quando cheguei ao apartamento, decidi ligar à Alice. Queria saber se estava tudo bem com ela. Peguei no telemóvel e liguei para a instituição.
- Estou? – Disse a Ellen do outro lado.
- Estou Ellen, é o Jasper.
- Olá, Jasper. Tudo bem? – Perguntou.
- Não, a minha mãe está internada no hospital.
- O que aconteceu? – Perguntou surpreendida.
- Não sabemos ainda, ela estava com dores de cabeça horríveis. – Expliquei. – Posso falar com a Alice?
- Com a Alice? – Perguntou ela para ter a certeza se percebeu bem
- Sim, com a Alice. Preciso de falar com ela.
- Está bem, vou lhe passar. – Ouvi os passos dela e depois ela a dizer à Alice que alguém queria falar com ela ao telefone.
- Estou? – Ouvi a voz dela. Ela estava com um tom preocupado.
- Alice. – Disse o nome dela mais como um suspiro. Só agora é que percebi como sinto a falta dela, como queria que ela estivesse aqui comigo.
- Jasper, o que se passa? – Perguntou ela desesperada. Ela já devia ter percebido que algo aconteceu. Ela estava realmente preocupada. 
- A minha mãe já não aguentava com dores, então o meu pai decidiu levá-la ao hospital. Aqui no hospital não conseguiram ver o que ela tinha. Fomos para Seattle. O meu pai conhece alguns médicos aqui. Estão-lhe a fazer exames. Eu a Rose e o Edward, viemos com a minha mãe e com o meu pai, não sabemos quando é que voltamos. Ficas bem? – Perguntei. Também estava preocupado com ela. Sem nós, ela não tinha ninguém que se importasse com ela. Estava com medo que algo acontecesse.
- Fico. – Respondeu ela, convicta.
- Tens a certeza? – Perguntei muito preocupado.
- Sim, eu fico bem. – Disse ela. Sabia que ela só dizia isto para me acalmar, para não me preocupar tanto com ela.
- Se precisares de alguma coisa, vai ter com o Emmet e a Bella. – Adverti-a. Eles iriam ajudá-la, de certeza, se ela precisasse de algo.
- Ok, manda beijinhos à Esme. – Disse. Ela dizia o nome da minha mãe com tanto carinho. Ela adorava-a e isso dava para perceber.
- Eu mando. – Prometi-lhe. - Amo-te.
- Também te amo. – Respondeu ela ternamente.
- Amanhã, vou tentar voltar a ligar.
- Ok. Até manhã.
- Até manhã. – Despedi-me.
Desliguei o telemóvel e deitei-me na cama do meu antigo quarto. Estava cansado, tanto fisicamente como emocionalmente. Estava com tanto medo que algo acontecesse com a minha mãe. Baterem levemente na porta do meu quarto.
- Entre! – Disse. Vi a Rose a entrar no meu quarto. Ela estava com um aspecto horrível. Ela entrou e deitou-se ao meu lado na cama. – Vai ficar tudo bem. – Confortei-a beijando a sua testa.
- Estou com medo. – Desabafou. – Estou com medo de perder a mãe.
- Isso não vai acontecer. Achas que ela nos vai deixar. Isso é impossível. Ela fará de tudo para continuar connosco. Disso podes ter a certeza.
- Prometes?
- Prometo. – Disse sorrindo um pouco para a reconfortar. Ela estava vulnerável, estava com medo.
- Posso ficar aqui contigo? – Perguntou um pouco envergonhada.
- Podes. – Respondi. Ela precisava do meu apoio. Ela precisava que eu estivesse aqui para ela. – O Edward? – Perguntei.
- Está no quarto a ouvir musica. Sabes como é que ele é. Interioriza a sua dor e não a mostra aos outros.
- Sim, eu sei. – Respondi. O Edward sempre foi o mais reservado, sempre mostrou pouco do que sentia. Ele não gostava que as outras pessoas o vissem chorar, não gostava que soubessem o que ele estava a sentir. – E agora, que tal tu dormires? Precisas de descansar. – Disse apertando o seu nariz. Ela sorriu com o gesto.
- Está bem. – Disse. Meteu-se dentro dos lençóis e ficou à espera que eu vestisse o pijama. Depois também me enfiei dentro dos lençóis. Ela aconchegou-se mais a mim e fechou os olhos para dormir. Fiquei à espera que ela adormecesse e depois adormeci eu.
Acordei na manhã seguinte, por volta do meio-dia. A Rose ainda dormia. Levantei-me com cuidado para não a acordar e fui até à cozinha fazer o pequeno-almoço. Sentei-me e comecei a comer.
- Bom dia! – Disse a Rose ainda ensonada entrando na cozinha. Ela estava despenteada e com cara de sono.
- Bom dia, Rose. – Disse sorrindo. – O pequeno-almoço já está na mesa. – Ela sentou-se e começou a comer silenciosamente. Quando ambos acabámos de comer, arrumámos a cozinha e fomo-nos vestir. Íamos ao hospital, ver a nossa mãe. Arrumámos a cozinha, depois de comermos e fomo-nos vestir. Quando estávamos prontos fomos chamar o Edward. Ele ainda não tinha saído do quarto. Chegámos à porta do quarto dele e a Rose bateu à porta.
- Entre. – Ouvimos a voz dele. A Rose abriu a porta e entrámos dentro do quarto. A cama ainda estava feita, ele não tinha dormido. Ele estava sentado na poltrona do seu quarto a olhar para a rua.
- Ed, vamos ao hospital ver a mãe. Queres vir? – Perguntou a Rose.
- Quero. – Respondeu simplesmente.
- Ed, vai ficar tudo bem. Está bem? – Disse a Rose.
- Estou com medo. – Desabafou ele.
- Nós também, Ed. Estamos com medo de perder a mãe. Ela é tudo para nós mas nós precisamos de ser fortes para a apoiar. Mais do que tudo, agora ela é que precisa de nós e nós temos que a ajudar tal como ela nos tem ajudado desde que nascemos.
- Tens razão. – Disse ele sorrindo um pouco.
- Então, vamos? – Perguntou ela esticando a mão para ele. Ele pegou na mão dela e levantou-se da cadeira. Fomos os três para a rua e apanhámos um táxi para o hospital. Quando chegámos ao quarto, a nossa mãe ainda estava a dormir e o nosso pai estava sentado numa poltrona ao lado dela, acariciando-lhe a mão. Ele aparentava estar cansado.
- Bom dia. – Sussurrámos.
- Bom dia. – Disse o nosso pai sorrindo. – Adormeceu há bocado. – Esclareceu.
- Quando é que o médico tem os resultados? – Perguntei.
- Em princípio, hoje, à noite. Só espero que não seja nada de grave. – Disse o meu pai suspirando.
Ficámos calados, no quarto. Não sabíamos o que dizer. O meu pai estava mesmo com um aspecto cansado. Não deve ter dormido de noite.
- Pai, porque não dormes um bocado? Nós ficamos a tomar conta da mãe. – Disse-lhe. Ele olhou para mim um pouco reticente. Ele não queria deixa-la. Sabia disso. – Se acontecer alguma coisa, nós acordamos-te imediatamente.
- Está bem. – Cedeu ele. Ele deitou-se na outra cama existente no quarto e adormeceu num instante. O resto do dia passou-se lentamente. A nossa mãe acordou à hora de almoço. Estava um pouco melhor das dores de cabeça. Pelo menos era o que ela dizia. A Rose ficou o tempo todo, ao pé da nossa mãe, como se ela fosse desaparecer de um momento para o outro. O nosso pai acordou ao fim da tarde e depois do jantar o médico apareceu no quarto, com os exames da mãe na mão. A expressão dele era neutra, não dava para perceber se as noticias que ele trazia, eram boas ou más. Desloquei-me para o pé da Rose, que estava ao lado da nossa mãe. Senti ela a apertar-me a mão com força. Ela estava tão assustada.
- Boa noite. – Disse o médico.
- Boa noite. – Disse o meu pai educadamente.
- Trago os exames. Já conseguimos descobrir o que a senhora tem. – Informou-nos com grande profissionalismo.
- O que se passa, doutor? – Perguntou o meu pai preocupado. Eu não tinha a certeza, mas acho que o meu pai já desconfiava do que a minha mãe tinha. Ele é médico, devia ter uma ideia. Acho que ele não queria acreditar naquilo que pensava que era.
- A Senhora Cullen…
- Esme. – Interrompeu a minha mãe. – Pode tratar-me por Esme.
- A Esme tem um tumor no cérebro. Ele tem crescido nos últimos tempos e é isso que tem provocado as dores de cabeça. – Informou o médico.


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Notas finais do capítulo

Oláaa! Tudo bem com vocês? Espero que sim! Então, já desconfiavam do que a Esme tinha? AS coisas vão piorar agora, mas vocês já me conhecem, não é? Sabem que depois tudo fica bem :p Espero realmente que tenham gostadoo! (: (: E claro fico à espera dos vossos comentários!BeijinhosS2