You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 24
Blood




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Alice
Eram já quase oito horas da noite, quando a Ellen me veio trazer o telefone. Peguei no telefone rapidamente e meti-o encostado ao meu ouvido.
- Jasper? – Perguntei um pouco aliviada.
- Sim, Alice, sou eu. Como estás?
- Bem e a Esme? O que é que ela tem? – Perguntei preocupada.
- Alice, a minha mãe tinha um tumor no cérebro. – Informou-me o Jasper. Um tumor no cérebro? Isso era grave. Ele tinha dito tinha?
- O que queres dizer com tinha? – Perguntei alarmada.
- Calma, Alice. – Pediu o Jasper. – Ela foi operada, hoje, e conseguiram retirar-lhe o tumor todo. – Suspirei de alívio. Já estava a pensar no pior.
- Como é que ela está? – Perguntei.
- Ainda não a pude ver. Ela saiu há uns minutos do bloco operatório. Só amanhã é que a vou poder visitar. Amanhã, volto a ligar para te dizer como é que ela está. Mas agora, a sério, Alice. Como é que tu estás? – Perguntou ele preocupado.
- Estou bem, a sério. Não é preciso ficares preocupado comigo.
- Tens a certeza?
- Sim, tenho. – Respondi sorrindo um pouco. Ouvi-o a bocejar do outro lado. Ele devia estar cansado. Devia ter dormido mal, estas noites. – Vou deixar-te ir dormir, Jasper. Deves estar cansado.
- Um pouco. – Disse ele rindo um pouco.
- Até manhã. Amo-te.
- Também eu. Dorme bem.
- Tu também, Jasper.
Desliguei o telefone e fui dá-lo à Ellen. Depois fui até à cozinha comer qualquer coisa e por fim, fui para a cama dormir. Também estava cansada e precisava de dormir. Voltei a sonhar com a Esme, ela voltava a morrer no meu sonho. Acordei de madrugada assustada e não consegui voltar a dormir. Quando chegou a hora de me levantar para ir para a escola, levantei-me calmamente e vesti-me. Continuava sem vontade nenhum de ir para a escola. Bebi um copo de leite e depois andei calmamente até à escola. Quando cheguei ao portão da escola, estava lá o Emmet.
- Então baixinha, tudo bem? – Perguntou ele.
- Mais ou menos.
- Já sabes da Esme? – Perguntou ele com um sorriso triste.
- Já. – Respondi olhando para baixo.
- Ela vai ficar bem, vais ver. – Disse ele para me alegrar.
- Espero que sim. Eu queria vê-la.
- A Rose disse-me que ela quer transferência para o hospital daqui para ficar mais perto de casa. Se tudo correr bem, ela vem para cá rápido.
- Espero que sim.
- Qual vai ser a tua primeira aula?
- Desenho. E a tua?
- Música.
- Podes ir andando, eu sei o caminho até à minha sala. – Disse sorrindo um pouco.
- Eu sei, mas não me importo de te acompanhar, até fica em caminho.
- Está bem.
Fomos o resto do caminho em silêncio. Quando cheguei à minha sala, entrei e sentei-me, ficando à espera que o professor chegasse. O professor chegou, mal tocou e mandou-nos logo, começar a trabalhar. Peguei no que estava a fazer e continuei. As aulas de desenho começaram a tornar-se as minhas preferidas. A aula passou num instante e depois fui para a aula seguinte. A manhã até passou rápido. À hora de almoço, os dois rapazes da equipa de futebol vieram ter comigo enquanto eu me dirigia para o refeitório.
- Olá! – Disse um deles em tom de gozo.
- Deixem-me, está bem? – Disse. Já estava farta que se metessem comigo e hoje não estava com paciência. Só queria que me deixassem em paz.
- Olha, falou! – Disse o outro num tom falso de surpresa. – Olha, nós queríamos o teu dinheiro, para comprar a comida, é que não nos apetece gastar do nosso. Sabemos que tens algum para comeres.
- Não, também preciso de comer.
- Mas nós queremos o dinheiro. – Disse o outro mais agressivamente.
- Mas o dinheiro é meu e eu preciso dele.
- Nós também, dá-nos o dinheiro. – Disse encostando-me à parede. Fiquei apavorada a olhar para ele e não consegui dizer nem fazer nada. Os meus músculos simplesmente não reagiam. Ele meteu a mão bruscamente no meu bolso e tirou-me o dinheiro que tinha lá. – Para a próxima espero que dês logo. Não era necessário ter-te atirado contra a parede. – Acabou por dizer quando virou as costas e foi-se embora. Fugi dali, fui até uma zona recatada da escola e deixei-me ficar ali o intervalo todo. Quando deu o toque para entrar, dirigi-me até à sala de aula. Nem sabia o que ia ter, não estava minimamente interessada, só queria que as aulas se passassem num instante e pudesse ir para a instituição. A aula acabou por passar mais rápido do que eu estava à espera. Quando cheguei à instituição, lanchei, visto que não tinha almoçado, estava cheia de fome, e depois fui fazer os trabalhos de casa.
À noite o Jasper voltou a ligar. Ele já tinha estado com a Esme e disse que ela estava bem. Que tinha reagido bem à operação e estava com uma boa recuperação. Fiquei contente em saber disso mas eu queria vê-la. Queria estar com ela. Ele disse que se o tumor fosse benigno, ela voltaria para cá ou sexta à noite ou sábado de manhã, pois os resultados chegariam amanhã de manhã. Acabei por adormecer cedo, consequentemente acordei cedo no dia seguinte. Acordei um pouco mais bem-disposta do que nos outros dias. Hoje, era sexta o que queria dizer que teria dois dias livres da escola e daqueles dois brutamontes. Eu já estava farta deles mas eu não conseguia fazer nada em relação a eles. Eles era muito mais fortes que eu.
Vesti-me rapidamente e fui para a escola, depois de tomar o pequeno-almoço. Quando cheguei à escola encontrei-me com a Bella num dos corredores.
- Alice. – Chamou ela. – Tudo bem? – Perguntou pondo-se ao meu lado.
- Sim e contigo? – Respondi.
- Também. Já sabes que a Esme em princípio vai ser transferida para o hospital de cá? – Perguntou ela com um sorriso carinhoso no rosto.
- Já. Eu quero muito vê-la. – Respondi.
- Compreendo. – Disse ela. – Vais ver que hoje, ou amanhã, ela já está cá.
- Espero que sim.
Acabámos por ir por caminhos diferentes, visto que tínhamos aulas diferentes. As aulas da manhã passaram-se normalmente. Quando chegou à hora de almoço, fui calmamente até ao refeitório mas fui interceptada pelos dois rapazes da equipa de futebol, outra vez. Eles já não estavam fartos de me chatear? Eu estava farta que eles me chateassem.
- Já vos dei ontem. Preciso de comer. – Disse baixinho.
- Já te explicámos que nós também. – Disse o menos violento.
- Mas vocês têm mais dinheiro, eu não.
- Nós não queremos gastar do nosso, enquanto podemos gastar do teu. – Disse o menos violento rindo-se.
- Não, eu, hoje, quero comer.
- Ele pediu-te educadamente, mas eu não peço assim. Queremos o teu dinheiro e ponto final! – Disse o outro no tom agressivo. Eu tinha mais medo deste do que do outro. – Ouviste? – Perguntou empurrando-me contra os cacifos. Bati com a cabeça num dos cadeados. – Vai ter que ser à força, outra vez! – Exasperou pondo me a mão no bolso.
- Não! – Disse dando-lhe uma joelhada com toda a força que consegui. Não sei como é que consegui fazer isso. Agi por impulso, simplesmente. Eu tinha que parar isto, senão até ao fim do ano, não almoçava.
- Ó, não devias ter feito isso. – Disse com um sorriso macabro no rosto.
- Alice! – Ouvi a Bella gritar. A partir daí só senti uma grande dor no meu braço esquerdo. Não sabia o que tinha acontecido, ainda não tinha percebido, só sei que me doía muito. A dor começou também na barriga mas a do braço era mais forte.
- Meu, o que estás a fazer? – Percebi que o rapaz menos violento perguntou horrorizado.
- Ela não devia ter-me enfrentado. – Disse ele ainda com um tom violento na voz.
- Sabes que estás em sarilhos? – Perguntou ainda o menos violento, mais preocupado.
- Isso não me interessa! – Gritou o outro. – Vamos embora!
Consegui ouvir, levemente, os passos deles a afastarem-se. Percebi que se foram embora. Tentei sentar-me, visto que acabei deitada, mas não consegui. Comecei a sentir uma dor imensa na barriga. Olhei para o meu braço e entrei em pânico. Tinha um corte desde um pouco abaixo do ombro até ao pulso. Não parava de sangrar, já tinha a camisola encharcada em sangue. Levei a mão à minha barriga e reparei que também estava a sangrar.
- Alice! Alice! – Chamou a Bella.
- Bella… - Sussurrei.
- Fui chamar o Emmet. Onde eles foram? – Perguntou preocupada.
- Embora… - Respondi simplesmente.
- Já chamei uma ambulância. - Ouvi o Emmet a dizer. – Alice, está tudo bem. A ambulância chega num instante. – Disse o Emmet acariciando os meus cabelos.
- Dói… muito… - Queixei-me.
- Eu sei, baixinha. Aguenta, está bem. Não nos podes deixar, está bem? Pensa em como o Jasper e a Esme ficariam. – Disse o Emmet, continuando a acariciar o meu cabelo. Sabia bem. Há muito tempo que não sentia este sentimento. Desde que o Sean morreu que não sentia isto. Com o Emmet a tomar conta de mim, sentia-me como quando o Sean tomava conta de mim. Era como se o Emmet fosse um irmão mais velho. Doía cada vez mais. Queria que a dor parasse. Senti a Bella a dar-me a mão. Apertei-a levemente.
Como o Emmet disse, a ambulância chegou num instante. Eles fizeram um curativo rápido, no local e levaram-me rapidamente para o hospital. Eles permitiram que o Emmet fosse comigo e a Bella, pelo que percebi, foi no carro dela atrás da ambulância. Mal entrei nas urgências, fui logo atendida. Eles coseram o enorme corte do meu braço mas explicaram-me que precisavam de me levar para o bloco operatório para ver se não me tinham atingido algum órgão. E que a operação ia ser simples. Eu não percebia muito do que eles diziam. Acho que estava em choque. Ainda estava consciente quando me levaram para o bloco operatório mas a partir daí, era apenas uma névoa.
Acordei, num quarto todo branco. Estava ligada a algumas máquinas. Abri os olhos lentamente e vi o Emmet e a Bella sentados em duas poltronas que existiam no quarto.
- Olá… - Sussurrei.
- Alice. – Disseram os dois um pouco mais aliviados.
- Como estás? – Perguntou o Emmet.
- Não sei. Não sinto nada, apenas sinto uma leve pressão no braço e na barriga. – Respondi ainda num sussurro.
- Tiveste que ir para o bloco operatório mas o médico disse que a faca não atingiu nenhum órgão importante. – Explicou a Bella.
- Faca?
- Alice, ele atacou-te com uma faca. Foste esfaqueada no braço e na barriga. – Continuou a Bella a explicar.
- Alice, eles mais alguma vez te fizeram algo? – Perguntou o Emmet ao meu lado.
- Só me tiraram o almoço e o dinheiro para o almoço, apenas. Nunca foram assim tão agressivos. – Expliquei.
- A Bella já falou com o director e a polícia. O que eles te fizeram é crime e vão pagar por isso. Podes ficar descansada que eles não se metem mais contigo.
- Que horas são? – Perguntei.
- São quase dez da noite. – Respondeu a Bella. Eu percebia que eles estavam cansados.
- Podem ir descansar para casa. – Disse.
- Alice, vou ficar aqui contigo. Não vais ficar aqui sozinha. – Explicou o Emmet. – Bella, é melhor ires para casa.
- Eu também quero ficar. – Protestou ela. – Se ficas eu também fico. – Resmungou ela.
- Está bem, mas então descansa. Eu tomo conta de vocês. – Disse o Emmet fraternalmente. Sorrimos ternamente para ele. – Tu também, Alice. Precisas de descansar. Por isso, fecha os olhos e dorme.
- Acabei de acordar. – Protestei.
- Mas isso é devido à anestesia. Tens de descansar para curares rápido.
- Eu sei, mas deixa-me ficar acordada mais um bocado. – Pedi.
- Está bem. Às onze, vão dormir as duas. Hoje, foi um dia cansativo. – Disse ele.
- Está bem, papá! – Disse a Bella, eu apenas ri da cena.
Ficámos a conversar até as onze da noite. O Emmet tinha razão. Eu precisava de descansar. Estava cansada e não era a única. Percebia que a Bella também estava cansada. Ela deitou-se no sofá e tapou-se com uma manta. Acabei por adormecer sem dar conta disso.


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Notas finais do capítulo

Oláa! Eu queria explicar porque escrevi este capitulo. Cá em Portugal, houve uma rapariga que tinha uma melhor amiga. Elas chatearam por um motivo muito estupido, como o namorado de uma ser o irmao da outra e então aquela que o irmao era namorado da melhor amiga, chateou-se e decidiu tirar um x-acto e cortou a melhor amiga. Cortou-a 17 vezes e essa ficou em mau estado. Eu sensibilizei-me com o caso e decidi escrever, claro com algumas modificações. Para esfaquear alguém 17 vezes é preciso ter muita raiva e ser psicopata! Espero que tenham gostadoo do capituloo! Fico à espera dos vossos comentários!
Beijinhos
S2