Muito além do Desejo escrita por LoaEstivallet


Capítulo 12
Tarde demais


Notas iniciais do capítulo

Helooooo!!!!!

Saudades da fic? Então curtam o cap quentinho...



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Edward entrou em casa se sentindo mais leve, apesar do desprezo de Isabella ao longo do dia.

Ela o havia evitado de todas as formas possíveis, e no único momento em que estiveram juntos na reunião com os associados da BRÁS, a postura formal e distante da moça estava de volta à toda.

Mas isso não era importante agora.

Ele tinha algo muito mais complicado e doloroso com que se preocupar.

Depois de abrir seu coração para Alice, contando-lhe a sua versão dos fatos, tomou uma importante decisão.

Ainda que isso não fizesse diferença alguma para Bella, ainda que o relacionamento deles, se é que poderia chamar o que tinham assim, não fosse afetado por sua atitude, ele o faria de qualquer jeito.

Falar do passado e admitir seus sentimentos para a amiga o fizeram enxergar melhor a si mesmo e à sua vida. Não queria mais viver em mentira. Queria ser livre, queria estar limpo, eximido do peso de seus segredos e erros.

Precisava ser novamente ele mesmo, sentir-se capaz de decidir as coisas por seus sentimentos, não pela conveniência. E estar mentindo para sua esposa, ter uma esposa que ele não amava, nem nunca amou, o impedia disto.

Sentiu um leve aperto no peito ao pensar no quanto faria Tânia sofrer com seu ato, mas não poderia mais se esconder no corpo deste Edward mecânico, marido apagado e infiel, além de infeliz. A necessidade de voltar a ser o homem abertamente apaixonado pela vida, por Isabella, fervilhava em seu íntimo.

Não poderia mais esperar. Não suportaria mais se deter.

Durante os nove anos de relacionamento ele se reprimiu, controlou seus impulsos, vivendo no limiar de suas forças, nunca sentindo verdadeiramente alegria, nunca encontrando um sentido mais profundo em sua vida patética. Seu único prazer era trabalhar. Apesar de ter um imenso carinho pela mulher, ele nunca deixou de enxerga-la como sua eterna melhor amiga, e nem isso ela era mais, há muito tempo.

Encontrou Tânia prostrada na varanda do apartamento. Seus olhos levemente inchados denunciavam o choro recente.

Respirou fundo antes de anunciar sua presença.

- Tânia... – Chamou baixo.

Ela levantou o olhar de suas mãos trêmulas e o encarou.

- Por que não me contou, Edward? – Sua voz era embargada – Porque não me disse que tinha contratado Isabella Swan como a nova gerente de contas?

Edward paralisou. Como ela sabia?

Sim, ele havia omitido o fato. Conhecia bem a mulher em relação à sua história com Bella, sabia o quanto ela se sentiria insegura com isso.

Mas Tânia nunca se envolvia com qualquer coisa da empresa. Nunca colocava os pés lá, nem mesmo para visita-lo. Por isto ficara tranquilo quanto a manter a contratação no escuro para a esposa.

- Eu liguei para Ângela esta tarde. – Ela falou, compreendendo o olhar confuso e questionador do marido – Eu queria visitar meus pais na semana que vem, é aniversário do Alec... Então eu precisava saber como estava sua agenda. Eu não consegui falar com você de maneira alguma... E eu estava tão ansiosa que acabei ligando para ela... E ela me disse que você e a senhorita Swan estavam em reunião com alguns clientes... – Seu tom foi irônico ao mencionar Bella – Eu fiquei surpresa, não, estarrecida! Perguntei a ela quem era esta pessoa, já sentindo meu sangue gelar... E ela me confirmou o que eu temia. Que Isabella Swan era a gerente de contas recém-contratada.

Tânia soluçou e, afundando o rosto entre as mãos, chorou convulsivamente.

Edward não conseguia falar.

Parecia que o mundo o estava encaminhando, conspirando para que ele fizesse mesmo aquilo, ainda se não tivesse tomado a decisão.

- Eu me pergunto por que não fiz isso antes... – Ela recomeçou a falar em meio aos soluços – Talvez se eu me envolvesse mais, talvez se eu perguntasse com mais frequência sobre os negócios... Se eu tivesse o costume de ir na empresa... Você não teria como me esconder isso.

Edward caminhou devagar até ela, sentando-se ao seu lado no divã.

- Eu só fiz isso por cuidado, por carinho... Não queria que ficasse neste estado... Imaginei que existiria um momento mais oportuno para lhe contar...

- Ela está lá há um mês! – Tânia gritou, o interrompendo bruscamente – Como você não encontrou um momento oportuno?

- Tânia, me deixe explicar...

- Explicar o que? Acha mesmo que eu já não liguei os pontos, Edward? Acha que eu sou tão burra e cega a ponto de não entender agora o porquê de você estar me evitando tanto? Desde quando mesmo que nós não transamos? – Ela perguntou sarcástica – Ah! Lembrei! Desde que você voltou de sua viagem de uma semana para Londres! Foi lá que me traiu pela primeira vez, não foi? Vamos! Admita! Você dormiu com ela enquanto estavam lá, não dormiu? Responde!

Enquanto Tânia esbravejava todas aquelas palavras Edward apenas encarava a parede à sua frente.

Ele fora para casa decidido a contar tudo, a deixar a mulher ciente de sua traição e de sua escolha. Mas não queria que acontecesse daquele jeito, em meio a uma gritaria, a uma discussão que só faria a mágoa ser maior do que já estava destinada a ser.

Quando Tânia se calou ele assumiu que era a hora da verdade. Voltou-se para ela com falsa calma e discorreu.

- Sim. Eu dormi com ela em Londres. – Falou com a voz grave, tentando ignorar a expressão de dor que cingiu a feição da esposa para continuar – Não fiz isso premeditadamente... Obviamente que não existem desculpas para o que fiz, mas infelizmente eu não pude evitar...

- Eu sabia! – Ela gritou.

Edward fechou os olhos controlando a irritação que ameaçava dominar-lhe os sentidos. Ele estava errado ali, precisava compreender as reações dela.

- Me deixe terminar... – Pediu com seriedade – Eu não tinha intenção de lhe trair, Tânia... Nunca quis te magoar. Fui fiel ao nosso relacionamento durante nove anos... Mas você sempre soube o que senti por ela, eu nunca menti sobre isso para você, ainda que nada justifique...

- Você nunca deixou de ama-la, não é? – Tânia acusou.

- Não. – Edward respondeu com sinceridade – Nunca. Mas nunca deixei isso interferir em nossa vida e você sabe disso.

- Isso não muda nada...

- Eu sei que não... E justamente por isso decidi que não dá mais.

Tânia arregalou os olhos.

- N-não dá mais? – Murmurou assustada – O que quer dizer?

Edward respirou fundo.

- Não posso mais viver isso – Ele fez um gesto com as mãos, indicando o entorno – Essa vida não faz parte de mim... – Engoliu com dificuldade, preparando-se para a dor que iria causar com suas palavras duras – Eu não a amo como deveria, como queria amar, como você merecia que eu a amasse... Não tem como continuar com esse casamento... Ele não faz mais sentido para mim...

Num acesso de fúria, Tânia se levantou e atirou um vaso de flores, que adornava uma das mesas de canto, na parede. Gritou várias vezes em seguida, ficando vermelha e desabando num pranto desesperado.

Edward, condoído com o sofrimento que gerara, correu até ela a apoiando num abraço singelo.

- Me perdoe... Por favor, me perdoe... Eu não quero te ver sofrer assim...

- Você vai me deixar pra ficar com ela? – perguntou com a voz trêmula.

- Não estou me separando de você por causa de Bella, Tânia... Estou me separando de você por minha causa... Eu não posso mais mentir pra mim mesmo. Eu não sou feliz.

Tânia fungou em seu ombro.

- Então... Então você vai mesmo embora? Você está mesmo se separando de mim? – Soluçou alto, agarrando-se ainda mais a ele, o corpo tremendo pela intensidade do choro – Oh, não Edward! Não me deixe! Você é minha vida! Eu te amo! Se você me abandonar eu morro!

- Shhh, não fique assim... Eu não vou te abandonar. Eu só não vou mais estar aqui. Mas nós não precisamos deixar de nos ver, podemos ser amigos, como sempre fomos. Na verdade isso é tudo que somos, Tânia.

Ela se afastou dele enlouquecida.

- Não! – Gritou – Você não pode me deixar! Não vamos nos separar! Eu não te darei o divórcio!

- Por favor, não vamos entrar em atrito. Isso não é necessário e só vai nos magoar mais... Eu não estou feliz em fazer você sofrer, mas não posso fingir que estou satisfeito... Eu não posso continuar a fingir, Tânia. Eu não te amo. – Edward falou tentando ser suave, para amenizar a situação.

- São cinco anos, Edward! Cinco anos! Estamos casados há cinco anos! – Ela repetia desvairada – Você não pode me deixar! E nossos planos? E nossa história? Nós nos conhecemos desde crianças! Nossas famílias são sócias! Nosso relacionamento já dura nove anos!

Edward a ouvia, tentando manter a calma, acreditando que quando ela desabafasse um pouco da surpresa e da frustração seria capaz de assimilar o que era definitivo.

- Eu não vou permitir que você vá embora!

- Você não tem que permitir, Tânia. Somos adultos. Eu tenho o direito de decidir o que é melhor pra mim.

- Não tem! Eu vou ligar pro Carlisle! Vou ligar pra meu pai! Você não pode fazer isso! Não pode!

Edward apertou as mãos em punhos, tentando não perder o controle.

- Tânia, tente entender... Nada do que disser ou fizer vai mudar minha decisão.

- Você não vai me deixar! – Ela esbravejou colérica, o dedo em riste no rosto dele – Eu vou transformar sua vida num inferno se você fizer isso!

- O que você vai ganhar ao tentar me atingir? – Ele perguntou, se mantendo arduamente – Eu vou me afastar cada vez mais de você se agir assim, e nada restará de nossa história... Nem mesmo a amizade.

- Que se dane a amizade! Eu não quero ser sua amiga! Eu nunca quis! Sempre fui louca por você, apaixonada! E acreditei que você me enxergaria... – Tânia falava com os olhos desfocados, a visão longe do presente – Mas então a desgraçada apareceu do nada, de algum buraco de Forks para destruir minha felicidade... Eu pensei que isso já tivesse sido superado, mas não... Ela é o meu pesadelo pessoal! Sempre entre nós, sempre impedindo que você me ame!

- Tânia, Bella não é o motivo pelo qual eu quero me separar de você...

- Como não? – Ela o interrompeu – Se foi com ela que você me traiu... Se é por causa dela que não me ama.... Você vai correr pra ela quando sair daqui, não é? Foi ela que exigiu que você me deixasse?

- Ela nem sabe o que estou fazendo... – Edward falou com um meio sorriso, enxergando a ironia – Ela vai se casar daqui a três meses... Ela mal fala comigo, a não ser assuntos da empresa. Eu não estou fazendo isso por ela... Eu já te disse. Estou fazendo isso por mim!

- Eu vou matar aquela coisinha... – Tânia murmurava, totalmente alheia às palavras de Edward – Eu vou destruir a vida dela, a carreira, tudo... Do mesmo jeito que...

Ela se interrompeu bruscamente, endireitando nervosamente a saia e olhando o nada.

Mas o comentário não passou despercebido por Edward.

- Do mesmo jeito que...? O que você ia dizer Tânia? O que você fez, hã? Diga! O que você fez? – Edward perguntou, subitamente descontrolado, querendo poder duvidar da possibilidade que lhe passava pela cabeça.

- Não sei do que está falando...

Num movimento rude e brusco, Edward segurou os braços de Tânia com força, enquanto as palavras de Bella ecoavam em sua mente.

Você sempre confiou demais nela... E ela sempre teve muito mais que amizade por você.

Eu falei inúmeras vezes a você, que ela iria fazer alguma coisa para nos separar...

Ela queria você e não mediu esforços.

- Diga o que você fez. – A voz dele saia áspera, a irritação contida, mas patente – Foi você, não foi? – Ele a sacudiu, enquanto ela encarava o chão – Foi você que espalhou a história? Foi você?

Como Tânia não respondia, Edward perdeu o controle sobre si mesmo, atirando-a ao divã com força, esbravejando.

- Fala! Eu quero saber! Foi você que fez aquilo?

Tânia sorriu irônica, assentindo, ainda sem encara-lo.

Edward puxou-a pelos braços, a sacudindo quase com violência.

- Por quê? – Gritou – Você sabia que eu a amava! Sabia que eu queria assumir o que tínhamos!

Ele a largou, esfregando as mãos no rosto com desespero.

- Você destruiu minha vida... – O tom baixo era ameaçador – Eu confiava em você... Me senti culpado por não te amar todos esses anos... Me senti um traste por ter te traído...

- Eu não fiz nada. – Ela falou com suavidade – Eu apenas contei às pessoas certas o que estava acontecendo. Você poderia ter falado a verdade e protegido sua menina... Mas não fez. Você nunca a amou de verdade. Se amasse não teria se omitido. Teria espalhado aos quatro ventos a verdade sobre vocês... Então como pode ver, Edward querido, quem destruiu sua vida foi você mesmo... Eu só dei um empurrãozinho...

O sorriso de escárnio no rosto pálido de Tânia sumiu, assim que a mão pesada de Edward atingiu sua pele fina num tapa dolorido.

- Você não vale nada... – Murmurou – Eu acreditei em você... Briguei com Bella quando ela afirmou que você estava por trás de tudo, por que eu tinha a certeza de que você nunca faria nada pra me magoar. Como eu fui cego!

- Você me bateu?! – Ela sussurrou entre lágrimas, segurando a face.

- Meu Deus, como eu fui burro! – Esbravejou enquanto passava a mão nervosamente pelos cabelos – Você tem razão... A culpa é toda minha... Eu confiei na pessoa errada... Fui arrogante, covarde e omisso... Por minha imaturidade eu perdi a mulher de minha vida... Mas não importa. O importante agora é que eu estou saindo... E não quero ver ou falar com você nunca mais.

Edward deu as costas à Tânia, seguindo para seu quarto na intenção de fazer uma mala. Mas ela o barrou no corredor, se jogando aos seus pés.

- Não, Edward! Me perdoe! Pelo amor de Deus, não me deixe! Tudo que eu fiz foi por amor! Eu amo você, sempre amei!

Ele a olhou com desprezo.

- Você me fez um favor sem tamanho me contando a verdade... – Falou com frieza – Agora eu não me sinto mais culpado por não ter conseguido te amar e por ter te traído... Seu sofrimento não me comove mais... Você destruiu a única coisa que me prendia a você... A amizade... Acabou.

Ele ignorou os apelos desesperados da mulher, se desvencilhou dela e caminhou até o quarto, pegando uma muda de roupas e atirando de qualquer jeito em uma bolsa de viagem, saindo em disparada logo em seguida, sem olhar para trás.

Bella estacionou o carro alugado pelo seguro na garagem da empresa no começo da tarde, dois dias depois.

Tinha passado a manhã em casa, cuidando de alguns contratos que não precisavam necessariamente de sua presença no escritório.

Ela estava realmente empenhada em evitar Edward a todo custo. Principalmente depois de notar o quanto Jacob havia ficado ressabiado com a história do dia do roubo.

Tudo estava bem entre eles, mas ela não deixara de notar o ar de desagrado do noivo toda vez que mencionava o trabalho. Ela sabia que ele estava com ciúmes de seu chefe, mesmo sem saber o quanto tinha razão para isso, mas ele era forte e controlado, e nada faria para estremecer a relação.

Suspirou ao entrar na sala.

A pilha de documentos que a aguardavam era imensa. Provavelmente chegaria tarde em casa.

O interfone tocou.

- Senhorita Swan – Jessica, a secretária, falou – O senhor Cullen pediu para vê-la assim que chegasse.

Bella fez um ar de desagrado e expirou pesadamente antes de responder.

- Tudo bem. Eu já estou indo.

E dez minutos depois entrava no amplo gabinete, encontrando um Edward abatido e soturno sentado em um dos sofás.

- Você pediu para me ver. – Ela afirmou séria, afastando o impulso de perguntar o motivo de sua prostração.

Edward suspirou sem encara-la.

- Sente-se, por favor, senhorita Swan.

Bella notou o desalento em sua voz, e seu coração pareceu se comprimir, mas fez o que ele pediu sustentando a expressão indiferente.

- Estou viajando para Los Angeles hoje à noite. Não tenho previsão de retorno, pelo menos por enquanto...

Bella se empertigou. Sem previsão de retorno?

- Problemas com algum cliente? – Sondou, incapaz de se conter.

- Não. Eu vou passar um tempo com meus pais. – Respondeu ainda sem olha-la.

Bella estranhou aquela atitude, e não podendo mais se refrear, aproximou-se dele, agachando-se em sua frente.

- Algum problema na família? – Murmurou com curiosidade e preocupação – Desculpe me intrometer assim, mas você parece tão abatido...

Edward finalmente olhou em seus olhos, o que o fez se arrepender no mesmo instante.

A dor era destruidora.

Saber que ele poderia estar com ela hoje, organizando, se preparando para o casamento deles... Mas não tinha como apagar o passado. Saber a verdade não apagava sua responsabilidade no rompimento. Tânia apenas criou a oportunidade. O erro fora dele. E já era tarde demais. Não havia chance... Se ela houvesse demonstrado que ainda o amava, ele lutaria por ela com todas as suas forças. Mas tudo que Bella havia evidenciado para com ele fora um desejo arrebatador e nada mais. Era insuficiente.

Engoliu os tantos motivos que tinha para estar tão cabisbaixo e respondeu.

- Estou me divorciando. – Sua voz soou cansada – Preciso pensar, me afastar um pouco... Preciso estar com minha família nesse momento.

Bella não teve tempo de sentir a surpresa que aquela revelação lhe provocara. A dor pela certeza de que Edward sofria por estar perdendo Tânia, o que mais uma vez provava que ele amava a mulher e não a ela, a fez levantar e recuar.

- Sinto muito. – Foi tudo que conseguiu dizer em meio ao torpor.

Edward queria dizer Não sinta! Desista de tudo e fique comigo! Mas as palavras foram suprimidas pela confiança no fato de que Bella amava o noivo e não a ele, de que era feliz ao lado do rapaz e não tinha intenção alguma de deixa-lo. Afinal o que eles viveram a pouco havia sido, nas palavras da própria Bella, apenas uma aventura, não significara nada para ela.

- Você ficará encarregada de tudo, até eu voltar. – Desconversou, atendo-se ao objetivo de tê-la chamado ali – Seu cargo é o meu suporte, meu substituto em casos como esse, e acredito que esteja plenamente preparada para a incumbência. – Ele respirou fundo – Consultei previamente a comissão e os sócios, de modo que esta decisão é consensual.

Bella arfou, surpresa e alarmada pela responsabilidade.

- Você pode recusar se quiser. – Edward falou, notando sua apreensão – Mas eu confio absolutamente em seu potencial e em sua capacidade. Posso designar outra pessoa, mas não ficarei tão tranquilo quanto ficaria se você assumisse.

Ela respirou fundo, tentando acalmar o coração.

- Seria apenas até que retornasse, sim? – Ele assentiu – E eu poderei lhe consultar qualquer dúvida ou problema?

- Sim. A qualquer hora que precisar, estarei à sua disposição.

Bella estranhou o ar grave com que suas palavras foram proferidas. Não havia o tom de dualidade ali, tão comum na maioria de suas conversas. Pelo menos antes dela começar a realmente evita-lo.

Ele deveria estar sofrendo verdadeiramente.

- Ok, eu aceito. – Bella falou não tão animada quanto antes.

- Ótimo. – Edward murmurou, olhando o chão novamente – Ângela lhe orientará. Você começa amanhã.

Ela sentiu uma angústia sem tamanho ao sentir a prostração de Edward. Vê-lo tão arrasado a fazia infeliz. Mesmo que ele estivesse sofrendo por outra.

O ímpeto de abraça-lo e conforta-lo veio intenso, mas ela conseguiu controlar.

- Boa viagem, Edward. – Falou com suavidade, deixando de lado sua máscara de indiferença apenas por um momento – Espero que supere logo tudo isso.

Ele a olhou incrédulo. Ela havia baixado a guarda e demonstrado preocupação com ele? Sim, havia. E isso era um bálsamo para seu coração quebrado.

- Obrigado, Isabella. – Replicou ainda atordoado.

Bella seguiu para a porta em silêncio, enquanto ele a olhava tentando assimilar seu gesto de delicadeza.

- Não demore muito a voltar... – Ela disse baixo, já da porta, sem olha-lo – Você fará falta.

E dito isso, saiu, descrente de sua atitude tão reveladora.

Edward sorriu, um sorriso que não alcançou seus olhos, mas que, de certa forma, aqueceu seu coração desesperançado.


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Notas finais do capítulo

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