Um Dia de Adolescente escrita por Shin-san


Capítulo 2
Vidas Familiares


Notas iniciais do capítulo

Aspectos da vida familiar de alguns dos personagens.



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Casa. Lar, triste lar. Esse era o pensamento de John ao chegar a casa. Isso porque naquela casa não havia grande coisa à sua espera. John era órfão de pai e mãe e nunca conheceu nenhum dos dois. A sua mãe morrera ao dar John à luz e o seu pai morreu quando ele tinha dois anos. A única família que lhe resta é o seu irmão e o seu tior09;avô. John é bastante parecido com o seu irmão mais velho, Richard. A única diferença é que se notava que Richard era claramente mais velho já que ele tem 22 anos e John tem apenas 16. Quanto ao seu tior09;avô, o que é que há para dizer. É um idoso como tantos outros. No entanto, ele era a pessoa que John mais respeitava e mais gostava na sua casa (também não há grande escolha). John entrou em casa pela porta da frente e a pessoa que encontrou foi o seu irmão.

            - Olá John – cumprimentour09;o Richard.

            - Olá – respondeu John com frieza.

            John e o irmão nunca se deram bem e continuam na mesma. Embora não saibam bem porquê, não conseguem ter uma conversa normal.

            John foi até ao seu quarto arrumar a mochila e depois disse enquanto descia as escadas:

            - Vou sair. Adeus!

            - John, espera…

            - Ah, olá tio Ben.

            O tior09;avô de John, Ben, ficou admirado ao ver a pressa do rapaz. Ficou a vêr09;lo desaparecer no horizonte e depois virour09;se para Richard:

            - Aquele miúdo…

            - Tem muita energia não tem – disse Richard.

            - Vejo que vocês continuam como sempre. Conversam muito.

            - Só não nos damos melhor por ele ser tão casmurro tio.

            - Talvez Rick, mas lembrar09;te que a paciência é uma grande virtude. Um dia vais conseguir ter uma conversa a sério com ele.

            - Talvez tio Ben.

            - Vais ver Rick. Tem paciência.

           

            Pacific Lake. O local preferido de John e os seus amigos. Ficava mais ou menos à mesma distância das casas dos três. Demoravam praticamente o mesmo tempo a lá chegar. Quando John lá chegou Kate já se encontrava lá. Estava a olhar para a bela vista do horizonte. Era a vantagem de viver naquela região dos arredores. Tinhar09;se boas vistas. Kate estava a sentir a brisa suave a baterr09;lhe na cara. Ela adorava aquela sensação. De repente, ouviu algo perto do seu ouvido e deu um pequeno grito. Ela virour09;se e viu John.

            - John! Assustaster09;me!

            - Desculpa. Onde está o Charlie?

            - Calma que o teu meior09;irmão já vem.

            John sorriu. Kate também.

            A vida não estava nada fácil naquela casa. A casa dos Waters estava uma confusão. Claro que isso se devia em parte a Charlie mas a sua irmã mais nova era a principal culpada.

            - Samantha, anda cá – chamava Charlie.

            - Nem penses – respondia a irmã mais nova.

            Samantha era uma miúda de 14 anos que não podia negar o seu grau de parentesco com Charles Waters. À primeira vista reparavar09;se de imediato que eram irmãos. Sam é bastante alta para a sua idade, tem o cabelo castanhor09;claro como o irmão, usar09;o rente aos ombros como Kate e era bastante endiabrada tal como John e Charlie.

            - Sam… Anda cá ao mano.

            - Problemas maninho?

            - Mais ou menos Mary.

            Mary Waters é a irmã mais velha de Charlie. Tem 18 anos e Charlie tem 15. Mary é da altura de Charlie, tem olhos castanhos e o habitual castanhor09;claro a cairr09;lhe nos ombros.

            - Precisas de ajuda Charlie? Céus! Esta casa está um desastre – comentou Mary.

            - Podes agradecer à Sam. Olha Mary, podias arrumar isto? É que eu tenho umas coisas combinadas.

            - Mas…

            - Obrigado Mary. És um amor – despediur09;se Charlie enquanto dava um beijo rápido na face da irmã mais velha. – Adeus Sam!

            - Adeus mano – disse Sam.

            - Porque é que os meus pais se lembraram de ter mais filhos – resmungou Mary com ela mesma e depois virour09;se para Sam. – Muito bem minha menina! Toca a arrumar isto.

            - Bolas – exclamou Sam zangada.

           

            De volta ao Pacific Lake.

            Peter e Kate continuavam uma conversa animada.

            - E daquela vez em que tu e o Charlie atiraram a borracha ao Tom e acabaram por acertar no professor Smith – dizia Kate.

            - Sim. Meu Deus. Isso valeur09;nos um castigo valente.

            - O qual tu e o Charlie desrespeitaram.

            - Pois.

            John olhou para o horizonte. Kate acompanhou o olhar de John.

            - Pacific Lake. Ainda me lembro do dia em que baptizámos este lago – disse John.

            - Sim. Eu também.

            - Chamámosr09;lhe assim porque este é um local calmo. Até parece que só eu, tu e o Charlie é que conhecemos este sítio.

            Kate olhou para John e John retribuir09;lhe o olhar. Sorriram um para o outro. John acariciou o cabelo de Kate. Kate segurour09;lhe a mão. Depois começaram a aproximarr09;se um do outro até que ouviram uma voz:

            - Até que enfim! Cheguei.

            Kate virour09;se e perguntou:

            - Onde andaste?

            - Desculpem. Irmã mais nova.

            - O que fez ela desta vez – perguntou John.

            - O mesmo que eu e tu costumamos fazer todos os dias. Asneiras. Bem, vamos?

            - Vamos embora – disseram Kate e John em uníssono enquanto se levantavam.

            Residência dos Spacey.

            Richard Spacey continuava a amaldiçoar a sua sorte nesse dia. Tinha furado um pneu do carro e agora aquilo. John, para não variar, não limpou o seu quarto. Richard podia esperar que o seu irmão mais novo regressasse e arrumasse o quarto. No entanto, Rick estava a fazer esse trabalho. Não só por saber que o seu irmão voltaria tarde mas também porque não se importava de fazer esse trabalho. Já para não falar que se queria aproximar do seu irmão mais novo. Arrumarr09;lhe o quarto parecia pelo menos fazer com que ambos dissessem mais que duas frases um ao outro com mais de duas palavras. Richard estava a arrumar uma gaveta de um armário e lá encontrou algo. Uma moldura. Richard pegou na moldura e olhou para a fotografia. Era a fotografia de John, Kate e Charlie na última festa de aniversário de John.

            - Bem – dizia Rick para si mesmo, – se não me tem a mim temr09;nos a eles para lhe darem apoio.

            Rick colocou a moldura em cima da mesa-de-cabeceira e lá encontrou um papel. Parecia um papel de fotografia. Richard agarrou nele para verificar e… Nasceur09;lhe um sorriso na face. Tinha razão. Era uma fotografia. Era a fotografia que ele e John tinham tirado na festa de Natal dos Winters. “Tem razão tio Ben. Ainda há esperança”, pensou Richard.


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