Lições de Amor escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 3
Lição nº2: Bom Humor


Notas iniciais do capítulo

Atualização da fic. Espero que gostem desse capítulo xD Beijos!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/111972/chapter/3

Capítulo 2- Lição nº 2: Bom humor

Na manhã seguinte –por algum milagre- eu havia acordado por conta própria. O que era muito incomum já que Alice me acordava no mesmo momento em que ela abria os olhos. Era quase automático.

Olhei para a cama da minha amiga, e vi que a mesma ainda estava lá deitada. Alguma coisa estava errada. Já eram sete horas da manhã, e a essa hora ela já devia estar saltitando pelo quarto escolhendo a roupa que ela iria usar.

"Alice?" Chamei, sentando-me na beirada de sua cama. A baixinha resmungou em resposta, mas eu não entendi o que ela dizia. "Ali?" Chamei outra vez.

"Hum?" Ela resmungou sonolenta.

"Está tudo bem?" Perguntei, preocupada.

"Não." Ela respondeu num fio de voz, antes de tossir. "Gripada."

"Você quer que eu trague seu café para cá?" Perguntei.

"Sim." Ela disse baixinho.

"Volto daqui a pouco." Me despedi dela e fui ao refeitório.

Como era de se esperar o refeitório estava uma verdadeira balbúrdia. Peguei o meu lanche e olhei ao redor procurando os meus amigos, até que os achei em nossa mesa habitual.

Na verdade, só três deles estavam ali.

Edward e Rosalie estavam conversando animadamente, enquanto Jasper estava no canto completamente alheio a tudo o que acontecia ao seu redor.

Por mais que uma parte de mim se sentisse arrasada ao ver que Edward e Rose estavam se dando bem, outra parte de mim estava feliz pelo mesmo motivo.

Contraditório, eu sei!

Mas eu acho que eu ficaria feliz se ele estivesse feliz. Então nada mais importava.

"Então, eu estava vendo esse documentário ontem no History Channel que disse que há uma possibilidade de Robin Hood realmente ter existido." Edward comentou entusiasmado quando me sentei ao seu lado.

"Que interessante!" Rosalie exclamou. Por mais que eu tentasse ler sua expressão não consegui ver se ela estava sendo sarcástica ou não.

"Bom dia." Cumprimentei.

"Bom dia." Jasper foi o único a me responder. Os outros dois pareciam estar ocupados demais para me notar. "Ué, cadê a Alice?"

"Está gripada. Pelo visto vai passar o dia na cama." Respondi.

"Coitada." Ele lamentou..

"Eu nunca li Robin Hood." Rosalie disse.

"Sério?" Edward pareceu surpreso.

"É. Quando pequena eu achava a história boba, e depois que cresci eu descobri que Robin Hood era um grande hipócrita." Oh, não! Tudo estava indo bem demais para ser verdade.

"Como?" Edward quase engasgou com seja-lá-o-quê que ele estava comendo.

"É. Ele manipulava as pessoas. Ele tirava dos ricos e dava aos pobres, o que fazia com que ele ganhasse popularidade, e consequentemente, poder sobre a grande massa." Rosalie argumentou.

"Daqui a pouco você vai me dizer que o Arqueiro Verde também é hipócrita." Ele disse sarcástico.

"Você realmente quer ouvir minha opinião?" Ela perguntou desafiante.

"Que livro você está lendo ultimamente?" Jasper perguntou, desviando minha atenção da conversa ao lado.

"Hum...Romeu e Julieta" Respondi, finalmente mordendo o meu pão.

"De novo?" Ele perguntou com uma sobrancelha arqueada.

"O que eu posso dizer? Eu sou fascinada por tragédias" Suspirei. Minha vida era uma tragédia, então eu deveria me fascinar por coisas similares, certo?

"Sério? Eu sempre vi você como uma romântica incurável." Ele comentou, antes de sorrir brevemente.

"Talvez eu seja, até certo ponto. Mas, eu não sei. Existe um algo a mais nas tragédias, que não existe nos finais felizes. O amor parece ser mais intenso, as emoções parecem mais vívidas." Jasper me olhou desconfiado, como se não acreditasse no que eu estava dizendo. "Me diga um livro, que eu provo minha teoria." Desafiei.

"Vou facilitar para você...Emma." A escolha não me surpreendeu muito. Qualquer pessoa que me conhecesse saberia que eu era louca por qualquer coisa que Jane Austen escreveu.

"Quais são seus argumentos?" Disparei.

"Quando Harriet confessa à Emma de sua suspeita sobre as intenções de Knightley para com ela, Emma se desespera. Ela percebe que o ama, e que naquele momento de nada adiantava já que ela estava convencida de que ele amava Harriet. É impossível você não sentir as angústias dela, o desespero ao pensar que ela havia perdido tempo demais juntando os corações alheios e nunca se concentrara em seu próprio." Ele disse. Eu nunca pensei que Jasper gostasse dos clássicos. Acho que tínhamos mais em comum do que imaginávamos. Talvez me apaixonar por ele não seria tão difícil assim.

"Eu concordo com você. E você sabe muito bem que eu nunca criticaria uma obra de Austen, muito menos o dom dela de despertar emoções nos leitores. Mas pense, se Knightley realmente amasse Harriet e casasse com ela, e se Emma, completamente desiludida, dedicasse sua vida a cuidar apenas de seu pai, abnegando seus sentimentos em prol do melhor amigo?. Você não acha que tornaria o amor dela mais forte aos olhos do leitor? Se ela suprimisse seu sentimento, e se contentasse com a felicidade alheia ao invés de sua própria?" É claro que eu preferia o final original, mas como eu já disse: eu amo uma tragédia.

"Não, e não acho." Ele disse categoricamente.

"E você acha que se alguém tivesse avisado Romeu de que Julieta estava apenas dormindo, Romeu e Julieta teria tanto sucesso como o tem? " Tentei voltar ao assunto original.

"Talvez. Mas imagine o olhar do Romeu ao encontrar os olhos de Julieta assim que ela acordasse. Sabendo que pela primeira vez estavam livres de todas as diferenças e rixas de suas famílias. Que eles agora eram livres para amar. Você não acha que esse final seria tão bom quanto o original?" Eu não pude deixar de visualizar tudo o que ele me dizia. O olhar apaixonado de Romeu. O sorriso de felicidade de Julieta. Droga, talvez ele tivesse razão.

"Acho que você quem é o romântico incurável."Apontei, ao que ele sorriu.

"Esse é o nosso segredinho." Ele disse piscando para mim.

"Pode deixar." Troquei um sorriso cúmplice com ele, antes de minha atenção ser novamente roubada pelas pessoas que estavam ao meu lado.

"Você jogou Doom? Eu não acredito!" Edward disse, estupefato.

"Foi o primeiro jogo de PC que joguei. Eu era viciada."

"Eu não me lembro dessa sua fase." Ele parecia confuso.

"Todos temos nosso segredos, Cullen." Ela disse, confidente.

Eu terminei o que estava na minha bandeja, e voltei para a fila para pegar algo para Alice.

Peguei apenas uma maçã e um suco de laranja, sabendo que ela não iria querer comer muito do jeito que estava.

Quando estava saindo do refeitório, vi que Emmett estava me esperando próximo a porta.

"Hey, onde você estava?" Perguntei, quando alcancei onde ele estava.

"Na mesa junto com os jogadores de futebol. Quando eu cheguei ao refeitório, só a Rose estava na mesa, e eu achei melhor ficar longe." Ele sussurrou, como que estivesse com medo que alguém nos ouvisse, embora não tivesse ninguém ao nosso redor.

"Ainda estão brigados?" Perguntei.

"Você conhece sua amiga." Ele fez uma pausa e revirou os olhos. "Ela é orgulhosa demais para ser a primeira a ceder."

"Assim como você é implicante." Apontei. Eu nunca entenderia aqueles dois.

"Todos tem seus defeitos." Ele encolheu os ombros. "Mas mudando de assunto, eu não via a Alice com vocês hoje." Tentei não sorrir ao vê-lo perguntar por Alice. Tudo parecia estar caminhando tão bem.

"Ela está de cama. Eu estou indo levar o café dela agora."

"Você acha que eu devo ir visitá-la?" Ele perguntou, incerto.

"Você faz muito bem." Sorri, encorajando-o.

Me despedi de Emmett e fui para o meu quarto, onde Alice permanecia da mesma maneira na qual a havia deixado.

"Alice?" Chamei, para ver se ela estava dormindo. Ela olhou para minha direção e sorriu fracamente. "Aqui está o seu café." Anunciei, depositando o conteúdo na mesinha de cabeceira.

"Obrigada." Ela agradeceu, se sentando na cama.

"Eu vou passar na enfermaria para chamar o médico." Avisei, ao que ela apenas assentiu com a cabeça.

Miraculosamente, o médico da escola estava desocupado e disposto a trabalhar, tanto que me seguiu imediatamente para ver a Alice.

Depois de examiná-la por alguns minutos o médico deu seu diagnóstico: resfriado e faringite. Após ele me entregar a receita fui correndo até a farmácia mais próxima. Eu sabia que perderia a primeira aula do dia, mas eu havia sido dispensada pelo Dr. Green.

Voltei para o quarto, e deixei os medicamentos com a Alice e fui para minha segunda aula.

Álgebra! Argh! Eu deveria ter demorado um pouco mais na farmácia.

"Bella!" Edward me gritou pelos corredores, e eu me virei para vê-lo.

"Oi Edward." Cumprimentei quando ele, finalmente, me alcançou.

"Está tudo bem? Eu não te vi hoje." Ele disse, com seus olhos lotados de preocupação. Aqueles olhos verdes que mais pareciam uma floresta na qual eu gostaria de me perder, e nunca mais me achar.

"Eu estava ao seu lado no café-da-manhã." Respondi. Eu senti minha auto-estima diminuindo consideravelmente. Eu era a melhor amiga dele, e ainda sim ele não conseguia me enxergar quando estava com o amor da vida dele, literalmente falando.

"Estava? Impossível! Eu teria visto." Ele protestou, não aceitando o fato de ter me ignorado mais cedo.

"Acho que você estava ocupado demais para notar. Como estão as coisas com a Rose?" Mudei de assunto, embora não fosse uma escolha muito sábia, eu confesso que era melhor do que ouvi-lo procurando uma desculpa por seu comportamento.

"Indo. Descobri que somos bem diferentes, mas temos coisas em comum." Sorri forçadamente ao ouvir aquilo. Acho que uma parte de mim esperava que alguma coisa desse errado entre ele. "Você sabe o que ela pensa sobre o Arqueiro Verde?" Ele perguntou indignado.

"Sei. Já discuti com ela várias vezes." Rosalie tinha a leve tendência de criticar qualquer herói conhecido. Fictício ou não.

"Mas eu descobri coisas legais também. Ela jogava Street Fighter quando era mais nova."

"Eu não lembro dela jogando nenhuma vez com a gente." Disse confusa, enquanto buscava nas minhas memórias qualquer lembrança que mostrasse Rosalie jogando quando éramos menores, mas não encontrei nenhuma.

"Ela nunca jogou conosco por que segundo ela, ela nunca admitiria para o Emmett que jogar video game era legal" Por que não me surpreendia o fato de que tudo tinha a ver com o Emmett?

Aqueles dois sempre brigaram como cão e gato - nesse caso, gata- desde que éramos pequenos. Nós sempre achamos que as coisas melhorariam quando eles crescessem, mas a proximidade da fase adulta parecia exercer o efeito contrário neles.

Eu e Edward continuamos nosso caminho para a aula no mais absoluto silêncio, até Jacob Black aparecer na nossa frente.

"Oi Bella!" Ele me cumprimentou, ignorando Edward por completo.

"Jake! Você sumiu." Disse abraçando-o. Embora estudássemos na mesma escola fazia umas duas semanas que eu não o via.

"Eu e o Billy fomos para Montana visitar a Rachel." Ele explicou, desvencilhando do meu abraço.

"Como ela está?"

"Bem. Ela tá amando lá." Ele respondeu. "Que tal marcarmos um dia para sair e conversar? Aí eu te conto tudo o que aconteceu na viagem."

"Ótima idéia!" Comemorei. Fazia muito tempo que eu não saia com ele.

"Te vejo por aí." Ele se despediu.

"Até mais." Me despedi e olhei para Edward que permanecia ao meu lado, com uma expressão completamente fechada.

"Eu não gosto desse cara." Ele disse irritado.

"Eu sei que ele roubou o seu giz de cera no jardim de infância, mas você precisa superar isso." Disse sarcástica, o que fez Edward me fuzilar com aquelas duas esmeraldas.

"Não é isso." Ele disse sério. "Eu não sei explicar o porquê. Eu só não gosto dele."

Sinceramente, nem eu sabia explicar o porquê dos dois se odiarem. Sim, o ódio de Edward era recíproco.

Jacob era um dos poucos amigos que eu tinha fora do nosso grupinho privado. Por ser filho de um dos melhores amigos do meu pai, eu e Jacob passávamos um certo tempo juntos, o que sempre incomodou ao Edward.

Eu sempre perguntei a eles o motivo de tal rixa, mas eles desconversavam ou diziam não saber.

Para Alice, eles eram dois machos alfas disputando seu território, o que no caso era eu.

Alice tinha cada idéia!

No caminho até a bendita aula de álgebra eu fui interrompida mais uma vez. Dessa vez, era Jasper me pedindo para levar um chocolate que ele tinha comprado especialmente para a Alice.

O restante das aulas passou como um borrão, e quando dei por mim já era hora do almoço.

Meu estômago se contorceu com a possibilidade do que estaria por vir.

Eu não estava preparada para mais uma hora sendo completamente ignorada pelo meu melhor amigo, e por mais que Jasper fosse um amor, ele não contrabalançaria a dor da rejeição.

Fui até a cozinha da escola pegar a sopa especialmente preparada para Alice, e fui levá-la para a minha amiga enferma.

"O que é isso?" Ela perguntou com uma careta, assim que coloquei o prato em sua frente.

"Sopa."

"Eu não tô com fome." Ela fez um biquinho.

"Mas você tem que comer." Insisti.

"Mas eu não quero." Ela cruzou os braços.

"Você ouviu o que o médico falou. E se você não comer eu não te dou o chocolate que o Jazz mandou para você." Chantageei.

"Ele mandou?" Ela perguntou sorridente, com os olhinhos brilhando. O que o chocolate não faz com uma pessoa. "Você é muito má. Chantagear com a sobremesa é covardia."

"Aprendi com você." Ela suspirou derrotada, e começou a tomar a sopa.

Eu me joguei na minha cama e fiquei encarando o teto.

"Você não vai descer para comer?" Ela perguntou.

"Estou sem fome." Respondi. O que não era de todo uma mentira, se eu descesse perderia a fome.

"Você me obriga a comer e você mesma não vai comer?" Alice parecia irritada com o fato.

"Não sou eu quem está doente." Apontei.

"Aconteceu alguma coisa?" Ela perguntou, preocupada.

"Não." Menti.

"Eu não acredito em você."

"Posso fazer nada." Respondi, cortante.

Algum tempo depois do horário do almoço acabar, eu fui até a pequena cantina que ficava perto dos dormitórios e comprei um lanche.

E agora, eu estava no quarto do Edward e do Jasper, conversando animadamente com o último sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo.

"Mas a literatura moderna está escassa de boas tragédias." Ele comentou. E eu concordava plenamente.

"Hey, e quanto a Harry Potter? Aqueles óculos e cabelos são bem trágicos." Provoquei. Qualquer pessoa que conversasse com o Jazz por mais de vinte minutos saberia que ele era um completo viciado no bruxinho mais famoso do mundo.

"Não critica HP." Ele ralhou. "A culpa não é minha se você dormiu durante A pedra filosofal."

"Se o filme já me fez dormir, imagine o livro." Revirei os olhos entediada.

"Você não sabe o que está perdendo."

"Na verdade eu sei. Aquele tal de Cedrico é lindo." Suspirei. Aquele ator quase me fez cometer a loucura de virar fã da saga.

"Vocês mulheres só vêem um filme por causa do ator?" Jasper me encarou com uma sobrancelha arqueada.

"Claro que não! Mas um estímulo a mais é sempre bem vindo."

"Concordo. Megan Fox é o melhor estímulo para qualquer coisa." Agora foi a vez dele de suspirar.

"Desde quando você se transformou no Emmett?" Perguntei. Ele não era o tipo de garoto que fazia aquele tipo de comentário. Isso era tudo influência do Emmett. Tantos anos de convivência tinha que ter algum efeito.

"Oi pessoal." Edward entrou pela porta, interrompendo a nossa conversa.

"Oi." Cumprimentei.

"O que estão fazendo?" Ele perguntou.

"Apenas conversando" Jasper respondeu.

"Bem, eu acho que vou indo." Anunciei. Eu já tinha passado quase a minha tarde toda com o Jasper e eu tinha coisas a fazer.

"Eu vou junto, preciso conversar com você." Edward me avisou, e eu apenas assenti.

"Bella, você vai fazer alguma coisa sábado?" Jasper me perguntou, quando eu já estava alcançando a porta.

"Além de morrer de tédio, não." Respondi. Como se tivesse alguma coisa para fazer em Forks.

"Que tal você ir lá para casa e me deixar te convencer que HP não é tão ruim assim?" ele convidou, com um sorriso insinuante nos lábios.

"Você não vai corromper a Bella." Edward disse para o Jasper.

"Vou pensar no seu caso Jazz. Até mais." Me despedi e saí do quarto dele.

"Desde quando você e o Jazz estão tão grudados?" Edward perguntou, quando saímos do prédio em que seu dormitório ficava.

"Eu estou ajudando ele assim como estou ajudando você e o Emmett." Expliquei.

"Mas eu não vejo você grudado no Emmett." Ele disse, mas eu me mantive em silêncio. "Mas então, qual é a conquista do Jasper?"

"Você sabe que eu não vou te dizer."

"Bella" Ele implorou, olhando para mim.

"Não adianta! Meus lábios estão selados." Mas se você quiser separá-los com os seus fique a vontade. "Enfim, o que você queria falar?"

"Discuti com a Rose." Ele respondeu, e o meu queixo quase foi ao chão. Eles pareciam tão bem no café da manhã.

"Por que?"

"Ela falou umas coisas que eu não gostei "

"Que coisas?"

"Ela criticou o Superman. Você acredita que ela disse que ele era a criatura mais egoísta que ela já tinha lido, visto e ouvido? " Tentei não revirar meus olhos ao ouvir aquilo.

"Eu também já discuti com ela sobre isso." Mostrei toda a minha empatia.

"Ela disse que se ele realmente fosse tão altruísta como todos costumam pintá-lo, ele não aceitaria toda a veneração que as pessoas dão a ele." Ele disse indignado. "Isso me deixou..." Eu não o deixei continuar.

Peguei Edward pelo braço, e o puxei até a biblioteca, levando-o para uma das salas reservadas.

"Ok, é hora da segunda lição." Disse, enquanto o fazia se sentar na cadeira.

"Eu pensei que era só amanhã." Ele relembrou, confuso.

"Seria, mas você tá necessitado demais."

"Qual é a lição?"

"Bom humor." Respondi, orgulhosa.

"Isso é uma piada?" Ele perguntou sarcasticamente.

"Por mais que eu ame trocadilhos, eu não achei a menor graça." Edward ficou me encarando com um sorriso, até que eu não resisti e sorri de volta. O que fez nós dois rirmos.

"Viu? Eu sou bem humorado. Eu te faço rir." Ele apontou para mim.

"Mas bom humor não é só isso."

"Ah não?" Ele perguntou desafiante.

"Não. Inclui você relevar certas coisas. Assim como o que a Rose disse hoje."

"Você já fez isso?"

"Inúmeras vezes. Ou você acha que eu conseguiria ser amiga da Rose se não relevasse tudo com bom humor?" Rose era uma ótima amiga, mas tinha uma personalidade forte demais, o que sempre gerava atritos.

"O que você sugere? Que eu vire um piadista de plantão?" ele perguntou debochado.

"Não." Respondi. "Mostre a ela o seu lado mais engraçado."

"Eu não sei se consigo." Ele disse incerto.

"Mas você é engraçado."

"Quando eu tô com você. Com ela..." Ele disse olhando para os sapatos. Não pude evitar de sorrir ao saber que ele só conseguia ser engraçado comigo. Era meio bobo, mas essas pequenas coisas me deixavam feliz.

"Mas não custa nada tentar, certo?" Encorajei-o.

"Alguma sugestão?" Ele perguntou, voltando a me encarar.

"Quando ela falar algo que você não goste, faça uma piada sobre isso." Respondi. "Mas lembre-se: Nada de piadas de mau gosto!"

"Sim senhora." Ele bateu continência, antes de beijar meu rosto, me deixando completamente vermelha.

Eu abri a porta e acabei encarando a última pessoa que eu esperava ver ali.

"Que susto!" Eu gritei, recebendo um olhar de reprovação da bibliotecária. Queria ver se ela não iria gritar caso abrisse a porta e desse de cara com o Emmett.

"O que você tá fazendo aqui?" Edward perguntou num misto de surpresa e confusão.

"Ué, eu não posso vir na biblioteca não?" Ele disse indignado.

"Calma! Eu só perguntei." Edward se defendeu.

"Bella, eu posso falar com você?" Ele perguntou. Emmett parecia estar impaciente com alguma coisa.

"Claro." Respondi. "Edward, depois a gente se fala, tá?"

"Claro. Tchau." Ele saiu, e eu puxei Emmett para dentro da sala.

"Vocês tão se pegando? Já ouvi dizer que os nerds têm um fetiche por bibliotecas." O Emmett não deveria colocar certas imagens na minha cabeça. Muito menos imagens que faziam um certo rubor aparecer no meu rosto.

"Qual o motivo da sua ilustre visita?" Perguntei, tentado tirar aqueles quadros mentais da cabeça.

"Eu acho que deixei a Alice chateada." Ele respondeu sem-graça.

"Você o quê?" Eu gritei. Será que aqueles garotos não faziam nada certo?

"Eu fui visitá-la, como eu disse que ia. E ficamos conversando por um bom tempo, e coloquei em prática suas dicas e fiz perguntas para conhecê-la melhor." Ele começou a contar. "Tudo estava indo bem até que eu resolvi descontrair o ambiente e contei uma piada."

"Que piada?" Perguntei, desconfiada.

"Do anão que vai comprar aspirina na farmácia."

"Piada de anão, Emmett!"

"Qual o problema?"

"Você vive chamando a Alice de anã de jardim, e você conta uma piada que a faz lembrar do apelido dela." Emmett era tão obtuso às vezes.

"Mas eu achei que ela tinha gostado, por que na hora ela riu. Mas depois ela ficou meio azeda, e eu vim embora." Ele explicou.

"A sua tentativa foi boa, mas você usou a piada errada. Você é um cara engraçado, e deve explorar o esse lado, mas tome cuidado para não ofender as pessoas." Aconselhei.

"Daqui a pouco você vai dizer que não posso mais contar piadas de loiras na frente da Rose." Ele começou a rir, mas parou no instante que viu minha expressão séria.

"Com certeza! Como você quer ganhar uma garota se você a menospreza usando piadas?"

"Mas ela faz o mesmo comigo." Ele se defendeu.

"E é por isso que vocês estão do jeito que estão. Se você quer conquistá-la você precisa fazer algo a respeito." Eu sabia que não deveria ajudá-lo com a Rose, mas pelo menos eu podia fazer aqueles dois conviverem pacificamente.

"Tipo?"

"Usar o seu humor do jeito certo."

"Sem piadas maldosas?" Ele perguntou.

"E sem piadas de duplo sentido."

"Aí você tá querendo demais." Ele me olhou com uma expressão engraçada, me fazendo rir. "O que eu faço com a Alice?"

"Peça desculpas."

"Você acha que eu devo levar flores?" Ele perguntou, receoso.

"Você sabe que flor ela gosta?" Perguntei, apenas para testá-lo.

"Rosas amarelas." Ele respondeu automaticamente.

"Acho que ela vai gostar." Sorri.

"Qual é a próxima lição?" Ele perguntou curioso.

"Logo, logo você vai saber."

"Swan, o que está se passando nessa sua cabecinha de vento?"

"Você vai ter que esperar até a próxima semana." Respondi. Era tão bom torturar o Emmett.

"Está bem." Ele disse conformado. "Mas dá ao menos uma pista."

"Vamos falar de uma coisa que às vezes sobe demais." Respondi, tentando ser o mais evasiva possível.

"Pervertida!" Ele me acusou.

Espera! Ele não estava achando que eu falei sobre o...Oh! Era o Emmett, com certeza ele tinha pensado isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lições de Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.