Lições de Amor escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 2
Lição nº1: Percepção Alheia


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo na área! Espero que gostem!! Beijos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/111972/chapter/2

Capítulo 1- Lição nº 1: Percepção alheia.

O fim de semana havia chegado, e eu estava mais do que feliz de passar alguns dias longe de toda aquela atmosfera escolar.

Bem vindo a Forks! A placa nos cumprimentou.

Eu olhava a cidade, esperando encontrar alguma coisa nova. Um novo morador, uma nova fachada, uma nova loja. Mas nada mudava naquela cidade.

Tudo permanecia exatamente igual.

“Primeira parada!” Emmett anunciou, quando estacionou em frente a minha casa. Nós sempre fazíamos rodízio para voltarmos para casa.  Ajudava ao meio ambiente, e aos nossos bolsos.

Dessa vez, Emmett e Rosalie eram os motoristas.

“Valeu, Emm.” Agradeci, pegando minha bolsa que estava no banco de trás.

“Vai lá em casa mais tarde?” Edward perguntou, quando eu estava saindo do carro.

“Não sei, mas eu ligo para avisar.” Ele assentiu a minha resposta. “Tchau garotos.” Me despedi deles, e fui correndo para dentro de casa.

“Mãe! Pai! Cheguei!” Anunciei, quando entrei em casa.

“Bebê!” Minha mãe gritou do segundo andar, descendo as escadas rapidamente ao meu encontro.

“Mãe, eu já tenho dezoito anos.” Protestei, enquanto era envolta pelos braços de Renée.

“Para mim você sempre vai ser meu bebê.” Revirei os olhos diante de sua confissão.

“Cadê o papai?” Perguntei. Se o Chefe Swan estivesse ali, já estaria na sala há muito tempo.

“Com Harry, na reserva.” Meu pai e Harry Clearwater eram amigos inseparáveis, e nossas famílias se davam muito bem, exceto por Leah, a filha dele.

“Eu vou dormir um pouco.” Avisei. Eu tinha acordado cedo demais para estar ali, e só de pensar em esticar o meu corpo na minha cama macia, era confortante.

“Eu te chamo quando o almoço estiver pronto.” Assenti para minha mãe já subindo as escadas.

Abri a porta do meu quarto e joguei a mochila no chão. Tirei meu tênis, e me joguei na cama.

Eu precisava descansar, antes de passar meu fim de semana aprendendo sobre o amor.

***

Por onde começar? Eu me perguntava internamente, enquanto dedilhava por entre meus livros na estante.

O amor era tão mais fácil nos livros. Mesmo sendo impossível, tudo acabava bem no final.

Embora os livros fossem de grande ajuda, nenhum dos títulos me inspirava a nada.

Eu precisava de algo mais inspirador, mais visual. Eu precisava de um filme.

Corri para a única locadora que havia na cidade.

Os filmes de Hollywood são cheios desses amores enrustidos, que florescem belamente quando uma das partes resolve agir.

Eu só precisava achar um que se encaixasse na história.

Foi quando, por algum milagre, a foto do Will Smith capturou minha atenção.

Hitch.  Esse filme serviria imensamente aos meus propósitos.

Voltei para casa com o filme em mãos e fui correndo para meu quarto, não sem antes ouvir minha mãe me gritando que Edward e Alice haviam me ligado.

Peguei meu notebook, coloquei o DVD dentro dele, depois, peguei um caderno e fui anotando todas as dicas possíveis.

Seria tão mais fácil para a Alice fazer isso, pensei enquanto analisava tudo o que eu havia escrito.

Eu nunca pensei que exigia tanto esforço conquistar alguém.

Sempre fui daquelas que acreditavam que as coisas aconteciam naturalmente. Tudo começaria com um olhar, um sorriso, um gesto impensado, e quando você se desse conta, estaria vivendo o seu ‘felizes para sempre’.

Mas a vida não era assim. Por isso existiam essas regras, dicas e maneiras de como ser notada por alguém.

As pessoas deveriam ser notadas sem nenhum esforço, somente por serem quem elas são.

Sacudi minha cabeça, abandonando temporariamente minhas convicções. Se eu ia fazer isso, precisava acreditar no que eu ia ensinar. E quem sabe, até colocar em prática?

Dei mais uma olhada nas minhas anotações, antes de começar a planejar a aula da semana.

***

O refeitório já estava lotado, e ainda nem eram sete e meia da manhã. Eu nunca vou entender por que as pessoas gostavam de acordar cedo.

Eu ainda estaria na cama, se não fosse pela minha amável colega de quarto.

Peguei meu café, e me sentei a mesa onde todos já estavam, exceto Rosalie.

“Bella, você tá acabada.” Emmett comentou, enquanto me analisava.

“Eu não estaria assim, se alguém tivesse me deixado dormir durante a viagem.” Destilei todo o meu veneno.  Nós havíamos nos atrasado em Forks, e só fomos chegar a academia as duas da manhã. Resumindo, só tive cinco horas de sono.

“Eu precisava da música para ficar acordado.” Edward se defendeu. Ele e Jasper foram os motoristas da volta.

“E precisava ser AC/DC? Não tinha uma coisa menos barulhenta não?” Reclamei. Nada contra a banda, eu até gostava deles, exceto quando me impediam de dormir.

“Os caras arrasam.”

“Mas precisava repetir o CD umas cinqüenta vezes?” Perguntei, irritada.

“Ui. Cuidado Edward, a Bellinha está de TPM.” Emmett brincou. Se os meus olhos fossem armas, ele estaria morto pelo modo como eu olhava para ele.

“Eu vou te mostrar a TPM mais tarde.” Sibilei, fazendo Emmett rir ainda mais. Tinha vezes que eu achava ser impossível irritá-lo.

“Emmett David McCarty” O grito da Rosalie ecoou no refeitório, e todos olharam em sua direção. O Emmett estava ferrado!

“Sim, Rose?” Ele respondeu da maneira mais cínica possível.

“Quantas vezes eu já te falei para não largar a cueca no banheiro?” Rosalie estava uma fera.  Eu, Alice, Edward e Jasper nos entreolhamos. Nós sabíamos que aquela seria mais uma batalha da guerra Hale VS McCarthy. Eu nunca vi duas pessoas brigarem tanto quanto esses dois.

“Com essa, deve ser a décima sexta só nesse mês.” Ele respondeu, parecendo contabilizar mentalmente o número de vezes que ela havia falado.

“E você nunca escuta!” Ela gritou. Acho que todos no refeitório já haviam desistido de comer para  ver a briga. “Eu devia estar louca quando aceitei dividir o quarto com você.” Até hoje eu não havia entendido como eles conseguiram ficar no mesmo quarto, já que não eram permitidos dormitórios mistos na academia. Mas Rosalie Hale era Rosalie Hale, e ela faria tudo para não ter que dividir o quanto com Tanya Denalli.

“Confesse, você estava louca para me espiar tomando banho.” Ele disse com um sorriso maroto, e eu vi o rosto da Rosalie pegando fogo.

“Eu tenho coisas melhores para fazer com o meu tempo.” Ela se esquivou.

“Como o quê? Lendo revistas femininas? ” Ele perguntou, sarcástico.

“Pelo menos eu leio alguma coisa.” Rosalie respondeu, revirando os olhos.

“Dá para vocês pararem?” Alice pediu, antes que Emmett pudesse responder.

“Esperem pelo menos até o almoço para brigarem.” Jasper também reclamou.

Emmett e Rosalie ficaram calados, e o restante de nós resolveu adotar o mesmo código. Era melhor ficarmos calados e não dar nenhum motivo para que eles começassem a brigar de novo.

Terminamos o café e cada um foi para a sala. Eu tinha aula com o Jasper no meu primeiro horário, e por isso fomos juntos para a sala.

“Que horas eu tenho que passar lá?” Ele perguntou, enquanto caminhávamos para nossa aula de história. Por um momento eu havia esquecido completamente de toda essa loucura de lições sobre o amor.

“Por volta de umas cinco e meia, está bom?” Perguntei. Eu tinha que organizar bem os meus horários para que não coincidissem acidentalmente.

“Claro.” Ele concordou.

O dia, assim como as aulas, passaram rapidamente. No instante que o último sinal tocou, Edward já estava ao meu lado, me puxando pela mão em direção ao meu quarto.

Eu não podia evitar de sentir uma corrente passando por nós toda vez que no tocávamos. Parecia ser tão real, que eu me perguntava como ele não conseguia sentir isso? Talvez fosse tudo fruto da minha imaginação.

“Então...” Edward começou, quando se sentou no pequeno sofá que tinha ali no quarto. “O que você tem para ensinar, professorinha?”

“Como você sabe, minha vida amorosa é uma folha de papel em branco, então eu tive que recorrer a algumas coisas.” Comecei, deixando bem claro que tudo o que eu ensinaria não partiria de mim.

“Que coisas?” Ele perguntou.

“Livros e filmes.” Respondi, sem encará-lo. Era patético chegar aos dezoito anos e não ter nem uma sombra de um relacionamento.

“E então?” Ele disse, esperando que eu prosseguisse.

“Depois de ver Hitch umas cinco vezes no final de semana,”Ele sorriu, enquanto ouvia minha explicação. “ Eu pude dividir nossas aulas em algumas lições que você terá que aprender.”

“E quais seriam?” Ele perguntou, avidamente.

“Uma coisa de cada vez.” O repreendi. “Você só irá saber a próxima lição, quando tiver conseguido realizar a anterior. ”

“Tudo bem.” Ele concordou. “Então, qual é a primeira?”

“Estudo da percepção.” Respondi.

“Estudo da percepção?!” Ele perguntou confuso.

“Isso. Você precisa se observar e observar a Rosalie.” Comecei explicando.  “Sabe, conhecer os gostos dela, os interesses e as atitudes. E tentar procurar coisas em comum, mas sem deixar de ser você mesmo.”

“Isso não é muito difícil.” Ele analisou. “Eu conheço a Rose desde que nascemos.”

“E quantas vezes vocês realmente conversaram?” Perguntei, já prevendo a resposta.

“Poucas.” Ele admitiu.

“Exatamente. Você precisa conhecê-la.”

“E o que você sugere?”

“Observe-a. Tente conversar com ela sobre coisas banais e ver o que vocês têm em comum. ” Edward prestava bastante atenção ao que eu falava.  “Você precisa fazer com que a Rosalie realmente te enxergue.” Assim como eu te enxergo, completei nos meus pensamentos. Ok, eu não deveria ficar pensando essas coisas. Eu disse a mim mesma que seria profissional.

“É só isso o que eu preciso fazer?” Ele perguntava, menosprezando a dificuldade da lição.

“Essa é a sua primeira lição. Na sexta-feira nós podemos ver qual o seu progresso nessa lição.” Edward apenas assentiu, e se levantou do sofá.

“Ok, mas se eu precisar de ajuda, eu vou te ligar.” Ele avisou, não deixando que eu opinasse.

“Não deveria ser eu a oferecer isso?” Perguntei, arqueando uma sobrancelha diante de tamanho abuso.

“Só estou adiantando os fatos.” Ele respondeu, com o seu sorriso torto que me deixava completamente sem ar.  Isso seria pior do que eu imaginava.

“Certo.”

“Te vejo no jantar?” Ele perguntou.

“Claro.” Foi a última coisa que respondi.

Edward foi embora, e eu me joguei no sofá onde ele estava minutos atrás e peguei o livro que estava na mesinha ao lado.

Eu precisava me distrair um pouco antes que Jasper e Emmett aparecessem na minha porta.

Eu só esperava que o meu plano maluco desse certo, caso contrário, o estrago seria maior ainda.

Eu ainda estava lendo Romeu e Julieta quando Jasper apareceu na minha porta. Esses garotos eram pontuais demais para o meu gosto.

“Deixa eu ver se eu entendi, você está dizendo que eu não conheço a Rose?” Jasper concluiu depois de eu explicar a minha aula.

“Estou dizendo que você precisa conhecê-la mais. Como você pretende declarar seu amor a uma garota sem nem saber o que realmente ela gosta?” Jasper, assim como Edward, estava achando a lição fácil demais. Se era tão fácil por que esses garotos insistiam em pedir a minha ajuda.

“Mas eu sei do que ela gosta.” Ele insistiu.

“Ah, é? Então qual é a flor preferida dela?” Perguntei, desafiante.

“Rosas?” A resposta dele saiu mais como uma pergunta.

“Gérberas.” Corrigi-o.

“Você pode estar certa.” Ele admitiu. “Mas como eu vou fazer isso? Eu não sei como me aproximar dela.” Jasper parecia embaraçado em admitir uma coisa dessas.

“Você pode treinar comigo.” Sugeri.

“Treinar com você?” Ele perguntou, desconfiado.

“É Jasper. Tente me conhecer. Depois você pode partir para a Rose.” Claro que se meu plano desse certo, ele não teria que tentar nada com a Rose.

“Você tem certeza que isso vai dar certo?” Ele perguntava, ansioso por minha confirmação.

“Claro.” Respondi o mais confiante que podia.

“Então nos vemos mais tarde?” Ele perguntou.

“Claro, claro.”

Jasper foi embora, e eu sequer consegui ler dez páginas do meu livro, até Emmett aparecer na minha porta.

“Eu já habito o mesmo quarto que ela, o que mais eu tenho para conhecer?” Claro que Emmett não teria uma reação diferente dos demais. Quando que os garotos em geral iriam entender que eles precisavam realmente conhecer uma mulher para poder conquistá-la?

“Só por que você convive com uma pessoa não quer dizer que você realmente a conhece.” Emmett revirou os olhos, impaciente.

“Pode perguntar qualquer coisa da Rose, que eu respondo.” Ele disse, convencido.

“Cor favorita?” Perguntei.

“Vermelho.” Ele respondeu sem nem pensar.

“Flor favorita?” Repeti a pergunta feita a Jasper.

“Gérbera.” Ele respondeu com um sorriso vitorioso. Ok, ele conhecia ela, um pouco.

“Cor da calcinha que ela colocou essa manhã?” Disse a pergunta mais absurda que veio na minha mente.

“Branca com estrelinhas azuis.” Ele respondeu, e meu queixo quase chegou ao chão. “ Mas isso não sai desse quarto” Ele me alertou. Sorri de modo cúmplice para ele, concordando.

“Você conhece algumas coisas dela, mas você precisa achar coisas em comum.”

“E o que você sugere? Uma conversa longa e amigável?” Ele perguntou, sarcasticamente.  “Você sabe que isso é impossível.” Todos sabiam disso. Ele e Rosalie não conseguiam sentar e conversar por cinco minutos sem brigar.

“Eu sei, por isso que eu iria sugerir que você treinasse com a Alice.” Esperei apreensiva pela resposta dele.

“Treinar com a Alice?” Ele perguntou desconfiado.

“É. Assim você poderá aprender com seus erros, e fazer tudo certo quando for a Rose.” Expliquei, esperando que ele acreditasse na minha explicação.

“Você não acha que a Alice pode acabar, sei lá, se apaixonando por mim?” Se tudo der certo, é exatamente isso que vai acontecer, respondi nos meus pensamentos.

“Claro que não.” Neguei prontamente. “A Ali vê você como um irmão mais velho.”

“Acho que sua idéia pode dar certo.” Ele disse pensativo.

“Claro que sim.” Respondi, enquanto rezava internamente que minhas expressões não denunciassem minha mentira.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lições de Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.