Voltou minutos depois, com dois drinks nas mãos. Sombrinhas roxas adornavam os copos, com um líquido amarelo efervescente dentro. Ele olhou para o baixista, sorrindo como quem o chamava. Kiro logo entendeu o recado, quando viu Strify se virando e entrando novamente. Verificou que todos os companheiros de banda estavam ali fora.

Lá dentro, ele viu Strify entrar por outra porta, que dava em quarto totalmente escuro, vendo-se apenas a luz natural da lua em sua varanda, enorme. Ali, sentado, estava o cantor, com os dois drinks nas mãos, oferecendo um à Kiro.

- Para mim?- Kiro sentou-se, recebendo o drink. Ele sorria, assim como Strify. Este colocou seu copo de lado, e deitou-se, admirando o céu. Ele parecia perfeito para o baixista, com seus cabelos lisos espalhados pelo chão, e seus olhos brilhando, refletindo a bela lua cheia que os observava soberana.

- É linda, não é? Digo, apesar de não ser perfeita, aqui, para nós, seres humanos, ela é maravilhosa. Digna de admiração e adoração. – Disse o cantor, se referindo à bela lua.

- Sim, maravilhosa. – Kiro nem ao menos olhava para a lua. Ele preferia olhar para seu sol particular, sempre brilhante e perfeito, e às vezes, extremamente inalcançável.

- Kiro, você é a minha lua. Perfeita e soberana, admirada, brilhante como a própria prata, mas sempre fria e escondida. – Strify disse, virando seu rosto para observar a face rubra do seu pequeno baixista, que se apoiara em seus braços.

Kiro nada disse, apenas sorrindo em direção à Strify. Ele sabia que, para o cantor, poderia não significar nada. Mas aquele sorriso significava tudo. Significava as palavras que ele ainda não tinha coragem de dizer, mas que estavam presas em sua garganta, esperando para saírem.

Ele olhou fixa e profundamente para o cantor loiro deitado em sua frente, e sentia que o carinho poderia ser sentido por qualquer um que adentrasse o ambiente. Strify sentiu suas bochechas corarem, e ele voltou a olhar para a lua.

‘’ Porque você foi falar isso? Você nem sabe se ele sente o mesmo. Foi só um toque e, além do mais . . . ‘’ Strify foi arrancando de seus pensamentos pela mão fria e macia do menor, que se deitara ao lado dele, e olhava-o com um brilho no olhar que o vocalista não conseguia identificar.

- Então brilhe, querido sol, sempre imponente, e mate essa lua fria e gélida de inveja. – Kiro disse, olhando diretamente para Strify. Este sentiu o sangue subir por sua face, e este ficar concentrado em suas bochechas.

A mão de Strify deslizou até o peito do baixista, e descansou ali. Kiro fez menção com a cabeça para que o mais novo se deitasse onde sua mão descansava, e o pedido foi prontamente atendido. O dono dos belos cabelos mestiços sentia os batimentos cardíacos do menor, que eram fortes e ritmados. Ambos olhavam o céu, estrelado, belo.

Kiro acariciava lentamente os cabelos mestiços e sedosos do vocalista, que suspirava. O barulho originado pela música não os incomodava. Para eles, haviam apenas os dois no mundo, porque ali, ele havia parado. Eram apenas eles agora.