So What escrita por Mahriana


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Ufa! Terminei! Aposta que pensaram que eu não postaria mais nada esse ano não é?! ALKSJAKSJAKJS SURPRESA! Ok! Agora...
Capítulo contém violência e cenas calientes, se você não curtir, então... Ok! Parei! Fechem os olhos quando essa partes chegarem!
~~ Aproveitem sem moderação ~~



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PDV Jason:

E lá estava Sahra indo em direção ao homem estirado ao chão e se arrastando. Quando ela chegou mais perto o cara se virou em sua direção e sacou uma arma, Sahra parou imediatamente. Fiquei parado perto dela, a tensão que se formou era tanta que talvez pudéssemos pegá-la com as mãos, a arma foi engatilhada e ele estava deitado no chão com a barriga para cima e o corpo inclinado para frente, retirou o capacete, mas acabei não prestando muita atenção no seu rosto, minha preocupação estava voltada para arma apontada em nossa direção.

O carro, que também havia dobrado a esquina, acelerou e foi embora, nesse momento o homem jogado no chão virou a cabeça em direção ao carro. Por esse breve segundo, que poderia não significar nada para alguém, para Sahra significou muita coisa. Ela correu e chutou a mão do homem que segurava a arma, bateu com o ferro, que havia pegado no chão, nas costelas dele e fez isso algumas vezes, chutu e acertou o rosto dele com tanta força que ele desmaiou. Escutei o barulho de um carro parando atrás de mim e quando me virei dei de cara com Akim, ele saiu rápido do carro e correu em direção a Sahra. Akim a segurou pela cintura, mas ela continuou se debatendo, Cherry foi até eles e eu também fui.

– ME LARGA! – Sahra gritava em plenos pulmões. – Eu preciso matar esse cara.

– Não enquanto você não se acalmar – Akim a prendia com força.

– Acho melhor darmos o fora daqui – Cherry sugeriu.

– Quando eu matar esse desgraçado vou embora – Sahra disse entredentes, o homem estava estirado no chão e nem ao menos parecia respirar.

– Vocês vão. Sahra e eu ficaremos aqui, eu chamei a polícia, levem ele até a minha casa – Akim indicou o corpo estirado no chão. Sahra deu um enorme sorriso psicótico, quando ouviu e rapidamente parou de se debater.

– Claro. – Cherry respondeu dando de ombros. – Endereço?

Akim anotou o endereço no celular de Cherry e então colocamos o corpo do homem dentro do porta-malas. Ele ainda estava vivo, desmaiado, mas ainda assim vivo. Respirava fracamente, estava com o rosto machucado, não tanto, pois Sahra parecia ter se concentrado mais em suas costelas, mesmo assim o amarramos. Cherry deu a partida e seguimos.

– Você não se sente desconfortável fazendo isso? – Perguntei sem me conter, enquanto seguíamos pelas ruas.

– Não. – Ela respondeu dando de ombros.

Balancei a cabeça e resolvi me concentrar na estrada. Aquela, com certeza, era a pior noite da minha vida, ver Sahra quase morrer e provavelmente matar uma pessoa, não era o tipo de coisa que eu gostaria ou estava planejando para aquela noite. Esfreguei meu rosto com força. Eu seria cumplice de tudo o que aconteceria, teria que ficar calado ou iriam me calar. Eu não gostaria que me calassem.

Paramos o carro, então eu realmente prestei a devida atenção ao local onde estávamos não havia notado nem ao menos quanto tempo ficamos no carro. Aquele não parecia ser o tipo de local que era considerado como primeira opção de moradia.

Era um bairro bem suburbano, não havia muitas casas, as poucas que tinham, eram afastadas umas da outras, com cercas de madeira, portas e janelas trancadas, algumas pareciam estar abandonadas com entulhos nas calçadas. A rua estava deserta, a casa onde havíamos parado era relativamente pequena, tinha uma varanda na frente, uma porta e uma janela também, a pintura parecia ser branca, mas manchas se faziam presente, o gramado da frente estava com vários pedaços faltando. Não era, nem de longe, uma bela casa.

– Se você não gostou dessa casa, imagina só se tivesse visto onde eu morei quando passei por Omaha. – Ela falou enquanto parecia se lembrar.

– Não é isso – tentei me justificar –, eu só não estou acostumado. Er... Omaha?

– Sim, em Nebraska. Bela cidade – ela falava com as mãos na cintura e olhando para o nada, de repente um sorriso apareceu no seu rosto. – Você não faz ideia de como a cidade é boa. – A olhei com os olhos crispado. – Agora me ajude a tirar o cara de dentro do porta-malas.

Abrimos o porta-malas e o sujeito ainda se encontrava desacordado. Não era maior que eu, mas daria trabalho coloca-lo sozinho para dentro de casa. Peguei por seus braços e o puxei, metade do seu corpo veio, me abaixei e o coloquei nas costas. Segurei seus braços e pernas os passando por cima dos ombros. Cherry fechou o carro e abriu a porta com uma chave que estava embaixo do tapete. Caminhei desajeitado por conta do peso excessivo. Cherry pegou uma cadeira e colocou no meio da sala. Sentei o sujeito da melhor forma que consegui.

– Ele é mais pesado do que parece – falei resfolegando.

– Ou você é mais fraco do que parece – Cherry falou dando um sorriso malicioso em minha direção. Bufei.

– Eu não quero ser muito inconveniente, mas Atlanta é bem longe daqui, como você veio parar aqui?

– Eu sou uma nômade. Viajei pelo país – ela falou enquanto amarrava as pernas do sujeito na cadeira.

– Uma nômade?! Puxa que original – rebati mal-humorado.

– Por favor, me dê um termo melhor para uma pessoa que viaja por vários lugares sem residência fixa – ela contra-atacou enquanto amarrava as mãos do sujeito nas costas.

– Por que você está amarrando desse jeito? Ele nem acordado está. Não seria melhor o deixar ir? – Não estava me sentindo muito a vontade com aquela situação. – Sahra vai castiga-lo.

– Você acha que eu o deixaria ir, depois de ver do que a Sahra é capaz de fazer? Pode me chamaram de doida, mas eu tenho amor à vida – ela falou sentando no sofá da sala em frente ao sujeito amarrado na cadeira.

– Poderíamos dizer que ele fugiu – sugeri sem graça.

– Jason, você ainda não entendeu a gravidade da situação não é? – Ela falou com um meio sorriso incrédulo. – Acabaram de destruir a moto dela, além de uma clara tentativa de homicídio.

– É por isso que nós temos que chamar a polícia e...

– Cala a boca! – Ela mandou, me interrompendo e bufando.

– Por que eu sou o errado?

– Olha isso – ela mandou, enquanto levantava do sofá e subia a camiseta até acima do umbigo.

Uma cicatriz mais ou menos do tamanho de um dedo se fazia notar, na horizontal. Mais ou menos no local onde fica o pulmão. Uma linha rosada. Do lado oposto e mais embaixo, um ponto. Uma cicatriz redonda e pequena, mais ou menos do tamanho de uma bolinha de gude. Essas chamavam atenção, no entanto outras cicatrizes, brancas e quase imperceptíveis se encontravam em alguns locais da sua barriga.

– O que foram essa? – Perguntei me referindo à cicatriz longa e a redonda.

– Essa comprida foi uma facada. – Ela falou dando de ombros enquanto um sorriso zombeteiro tomava conta do seu rosto. – Tentaram roubar meu carro, eu não deixei, é lógico. O bandido estava armado e bom, isso quase me resultou um transplante pulmonar. Essa outra – ela falou apontando para cicatriz em forma de círculo –, eu consegui da mesma maneira, nunca imaginei que um tiro doesse tanto. – Ela comentou pensativa. – Para pessoas como a Sahra, eu ou Akim, nossos veículos são nossas vidas. Eu não cheguei a matar as pessoas que tentaram roubar meu carro porque não às achei. Se estivesse no lugar da Sahra, eu estaria da mesma maneira. Então eu não vou me meter nesse assunto, eu tenho ideia do que ela está sentindo.

– Posso tentar entender o seu lado, mas estamos falando de tirar a vida de um ser hu...

– Um ser humano que não pensou duas vezes quando a perseguiu e tentou mata-la. Você tem muito que aprender.

– Sabe que eu acho totalmente o contrário? Nós vamos estar nos rebaixando ao nível dele se tentarmos mata-lo, é só uma moto. Ela pode conseguir outra.

– Você não faz ideia do que essa moto dela deve ter passado com ela. Por isso você não entende, provavelmente ganhou seu carro dos seus pais.

Depois disso ficamos calados. Ela sentou novamente no sofá e eu fiquei de pé perto da janela. Não sei ao certo quanto tempo ficamos naquele silêncio, então o carro do Akim parou em frente a casa e antes de desligar o motor Sahra saltou e quase correu para dentro da casa onde estávamos. A porta se abriu e ela olhou mortiferamente para o sujeito amarrado na cadeira.

– Obrigada por tudo Cherry – Sahra falou sem desviar os olhos do homem. – Agora a brincadeira vai começar.


Lá estávamos em volta do sujeito, que estava sendo acordado por Akim com pequenas borrifadas de água no rosto e um algodão com álcool próximo ao nariz. Ele então começou a mostrar reação, seus olhos se moveram e então ele os abriu e levantou a cabeça. Olhava em volta confuso. Eu estava o mais afastado possível, Akim veio para o meu lado e ficou observando. Cherry continuou no sofá. Sahra estava de frente para a cadeira do perseguidor.

– Olá! – Sahra falou. – Acorde querido. Vamos lá! Ânimo!

– Hm... – O cara gemeu. Sahra abriu um enorme sorriso. – Onde eu estou?

Mais rápido do que qualquer um poderia perceber, Sahra esmurrou o rosto do sujeito. O rosto dele virou e seus olhos reviraram provavelmente desmaiaria, mas Sahra simplesmente jogou água no seu rosto, aquilo o trouxe de volta.

– No seu pior pesadelo – Sahra falou com um enorme sorriso. – Não quero me prolongar nessa mesmice por muito tempo, então serei direta com você. Qual o seu nome e onde está o Natanael?

– O quê? – O sujeito perguntou aturdido.

– Resposta errada. – Sahra falou e socou as costelas dele, que soltou um urro de dor. – Isso que eu ouvi foi um estalo? Será que quebramos alguma coisa? Sinto-me tão satisfeita. Agora voltemos ao que interessa, já que você não entende mais de uma pergunta, vou fazer a mais simples: Qual o seu nome? – O garoto estava de cabeça baixa gemendo. – Por que você dificulta tanto? – Sahra já direcionava o punho em direção ao rosto do garoto.

– Sou Evan – ele disse ofegante. – Meu nome é Evan.

– Muito bem, vejo que progredimos não é? Agora temos um nome.

Sahra estampava um sorriso mais sarcástico que o normal, ela era fria e seu falso humor a deixava mais assustadora. Dei passo para frente, mas Akim simplesmente estirou o braço a minha frente.

– Vai por mim – Akim falou –, você não vai querer interrompe-la. – Fiquei parado.

– Evan, agora me diga onde está o Natanael?

– Eu não sei de quem você está falando – Evan falou a encarando com um olhar cheio de ódio.

Sahra pegou uma toalha de rosto a ensopou com água na pia da cozinha. Abriu um armário e tirou um balde pequeno, de mais ou menos 30 cm. Ela encheu o recipiente com água e parou em frente ao garoto.

– Vai me dar banho? – Ele perguntou sarcástico. Sahra sorriu.

– Claro. – Então colocou a balde no chão. Pegou a toalha e a enrolou no rosto de Evan, dando um nó na nuca ele começou a se debater. Pegou o balde, então começou a derramar água no rosto de Evan.

Ele sufocava e tentava gritar, mas a cada nova tentativa a água entrava em sua boca. Sahra segurava com força sua cabeça para trás enquanto derramava a água. Fechei os olhos e virei o rosto. Sabia que as pessoas eram cruéis, mas ver coisas desse tipo bem na minha frente não era algo acalentador, nem de longe era como nos filmes. O desconforto de ver alguém sendo torturado em um filme não era nada comparado ao que eu estava sentindo. Escutei a tosse do Evan sem ser abafada pela toalha. Olhei novamente em sua direção e ele estava quase desmaiado, enquanto tossia e seu corpo se projetava para frente.

– Agora – Sahra falou levantando sua cabeça. O garoto tremia e seus olhos rolavam nas órbitas –, onde está o Natanael?

– Eu não sei quem é esse. – Ele falou ofegante.

– Espero que você sobreviva até o amanhecer – Sahra disse séria quando soltou a cabeça do garoto sem delicadeza alguma.

– Eu não sei. Eu juro que não sei de quem você está falando – ele implorou. – Por favor, me deixa vivo.

– Para quem você trabalha? –Sahra perguntou com um olhar sério e concentrado em direcionado a Evan.

– Kevin – Evan soltou em um fôlego. – Ele quem me mandou atrás de você. Ele me ofereceu uma boa quantia.

– Quem é Kevin? – Perguntei a Akim que encarava Evan de maneira confusa. Sahra partilhava da mesma confusão.

– Kevin disse que eu teria que perseguir você e acabar com a sua moto. Se você saísse viva eu ganharia mais, caso contrário o valor diminuiria, mas não faria tanta diferença. Eu não imaginava que seria assim. – Ele lamentou.

– Acho que você não faz ideia de quem é Kevin não é? – Cherry perguntou a Sahra.

– Você me deu um bom prejuízo. Você sabe disso Evan. Sabe que uma das poucas coisas que se deve fazer é destruir o veículo de um corredor – Sahra colocou a mão nas costas. Tirou uma pistola prateada e apontou em direção à cabeça dele. Engoli em seco.

– Eu falo o que você quiser. Só, por favor, me deixa viver. Por favor, me deixa viver – Evan estava desesperado. Sahra ficou bem em frente ao rosto dele, os narizes quase se tocando, o semblante neutro.

– Qual a finalidade? – Então ela saiu de perto e colocou a pistola na cabeça de Evan novamente, engatilhou.

– Não, por favor. Não. NÃO!

Fechei meus olhos e virei o rosto. Um barulho alto, de algo estourando, preencheu a sala. Meus ouvidos zumbiram. Não parecia nem de perto com os filmes, o barulho era ensurdecedor. Continuava de olhos fechados e o silêncio preenchia o recinto.

– O que ele está fazendo? – Escutei Cherry perguntar.

– Não sei – Sahra falou.

– Você o assustou Sahra – Akim disse.

Lentamente abri os olhos, automaticamente olhei para Evan. Ele estava desacordado, mas nem uma marca se fazia presente em seu corpo, sua cabeça estava inteira. Olhei para o chão a procura de sangue, nada. Nada no chão, nem nas paredes, a não ser um buraco feito por uma bala. A bala havia entrado na parede e se fincado lá, em meio aos tijolos.

– Vo-vo-vo-cê não... – eu gaguejava.

– Eu não matei o garoto. – Sahra falou rolando os olhos. – Akim o desmaiou com uma pancada na nuca. Pelo menos eu acho que ele só está desmaiado. Não iria fazer falta alguma, em minha opinião.

– Por que você não... – eu não conseguia formar uma pergunta coerente.

– Porque se eu o matasse Akim ficaria triste. – Sahra disse dando de ombros. – Na verdade, ele disse que eu não podia – ela continuou enquanto apontava para Akim –, algo como ele ser um ser humano e apesar de tudo não merecia morrer. Ou eu perder o que tinha restado do meu caráter se fizesse isso.

– Tudo bem – Cherry encerrou o assunto. – Agora vamos voltar ao que realmente interessa. Quem é esse tal Kevin?

– Não faço ideia – Sahra falou com uma expressão pensativa. – Já conheci muitas pessoas, mas não me lembro de nenhum Kevin. Akim?

– Não me lembro de nenhum no momento. Preciso fazer algumas ligações – ele completou suspirando.

– Eu preciso de uma bebida e um lugar para passar a noite – Cherry disse.

– Você pode passar a noite aqui, tenho bebidas na geladeira. – Akim falou. – Sahra acho melhor você levar o Jason para casa, ele está um pouco zonzo.

– Preciso de um veículo – Sahra falou e Akim jogou uma chave para ela, que agarrou no ar. –Ótimo! Vamos princesa. Já passou da sua hora de dormir.

Não repliquei a provocação de Sahra. Eu ainda estava “zonzo” como Akim havia dito. A noite havia sido agitada. Sahra saiu e eu a segui. Entramos no carro de Akim e rumamos para casa. Suspirei. Minha cabeça havia começado a doer, por que eu tinha que me meter na vida de Sahra? Eu poderia ter ignorado Alexia e Daniel. Apesar de Daniel não estar mais interessado em Sahra. Alexia, no entanto me perturbava a todo instante e planejava humilha-la. Eu não estava ligando para o que Alexia faria com imagens da Sahra, a minha única preocupação era não me envolver diretamente. O que, nessa altura do campeonato, era impossível.

– Você não pode contar nada do que viu hoje a ninguém – Sahra interrompeu meus pensamentos.

– Por que eu faria isso? – Perguntei de forma petulante.

– Seria melhor para você ficar calado, ao invés de dar com a língua nos dentes – ela falou de forma despreocupada, mas com um que de ameaça, contido.

– Eu fico calado – falei, logo completei –, mas você vai ter que me contar o que está acontecendo.

– Eu até contaria, se eu soubesse o que está acontecendo – ela falou rolando os olhos. –Eu não faço ideia de quem esteja atrás de mim, ou mesmo o porquê de estarem.

– Não é só isso, mas sim tudo o que aconteceu. Desde quando você participa de rachas? Ou como você aprendeu a atirar? Ou o mais importante de tudo, você realmente ia matar aquele cara? – As perguntas saíram como uma enxurrada.

– São tantas perguntas – ela reclamou –, podemos deixar isso para outro dia. Prometo que respondo o máximo que puder, mas hoje eu estou cansada.

– Eu vou cobrar.

O assunto foi finalizado ali. O resto do caminho foi silencioso e nem um de nós estava disposto a quebra-lo. Fui atingido por uma onda enorme de alívio quando, finalmente, o carro foi estacionado na garagem de casa.

– Você poderia não contar nada ao Jonh? – Ela pediu. – Eu preciso conversar com ele sobre a moto, então vou inventar um longo álibi. Gostaria que você não falasse nada a respeito.

– Tudo bem – faria qualquer coisa para dormir logo.

Depois de dados os “boa noite”, entrei no meu quarto e me joguei na cama sem ao menos trocar de roupa. Precisava dormir e esquecer todos os problemas.


PDV Sahra:

Não sabia quanto tempo havia dormido, ou mesmo quando parei de beber e me machucar, só senti enormes dores por todo o corpo. Apoiei os braços na cama e levantei, meus olhos não queriam se abrir e eu parecia não ter forças para fazer tal movimento. Acabei me jogando na cama novamente. Provavelmente dormi de novo, pois quando tentei abrir os olhos já não senti tanta dificuldade. Sentei-me na cama e olhei ao redor. Jason saltou em meu colchão, pedindo carinho. Eu o havia abandonado, só o alimentava e o deixava dar algumas voltas pela propriedade, estava sendo ingrata com ele que sempre estava comigo em todos os momentos. Acariciei sua barriga e o aninhei em meus braços, ele ronronava, sorri em resposta.

– Me desculpe por deixa-lo tão só ultimamente, não vou fazer isso de novo – falei para o furão. – Agora temos que decidir coisas sobre o futuro.

Eu não poderia continuar naquela casa por muito tempo, principalmente depois do ocorrido na noite passada. Akim tinha que concordar comigo dessa vez. Mas talvez Jonh tivesse reconsiderado a opção de que eu teria que sair de casa. De todo o modo eu não poderia sair dali sem mais nem menos, no mínimo teria que conseguir uma boa desculpa para que Jonh não fosse atrás de mim. Como eu faria aquilo era a grande questão.

Se uma pessoa s mostra responsável, então o livre arbítrio era dado automaticamente certo? As pessoas não são julgadas por seus pensamentos, mas sim por suas ações. Eu poderia cumprimentar meu vizinho todos os dias, então as pessoas pensariam “Ela é educada e simpática”. No entanto meus pensamentos eram imundos e pejorativos, porém ninguém saberia, não estavam em minha mente. A mente humana é um mundo complexo, cheio de curvas fechadas e desvios estranhos.

Balancei a cabeça. Eu precisava parar de filosofar a respeito das coisas, eu ainda ficaria louca fazendo isso.

Uma ideia clareou minha mente. Se eu fosse mais dedicada, como eu havia pensado, Jonh deixaria que eu fosse embora. Pelo menos não me impediria de cursar uma faculdade fora dos EUA. Eu me tornaria mais próxima de Clair, Mellany e da mulher de Jonh. Forcei minha mente para lembrar o nome da mulher dele, mas não consegui, eu era péssima com nomes, principalmente com aqueles que não eram de meu interesse. Se eu me enturmasse, Jonh iria gostar me deixaria em paz, e eu poderia ir para onde bem entendesse sem que ele estivesse me vigiando.

Olhei o relógio e passavam das três da tarde. Resolvi levantar, precisava conversar com Jonh a respeito da moto, já tinha inventado uma longa estória para a polícia quando chegaram ao local, agora eu precisava repassa-la para ele.

O dia estava abafado, então tomei um longo banho, a água gelada parecia lavar até minha alma. Enrolei-me em uma toalha e peguei outra para secar o cabelo, esfreguei e enrolei a toalha nos cabelos. Olhei atrás da minha orelha esquerda e contemplei minha, mais recém-adquirida, tatuagem. Uma pequena borboleta feita de símbolos tribais. Akim não concordou que eu fizesse mais uma, disse que era uma provocação a Jonh, mas acabou me deixando em paz.

Depois de vestida desci as escadas para falar com Jonh. Esse era o primeiro item da minha lista de coisas para fazer. Jonh estava sentado no sofá assistindo a um jogo de hagiby. Pigarreei para atrair sua atenção, ele me olhou atento.

– Algum problema? – Perguntou.

– Preciso falar com você.

– Prossiga.

– Prefiro que seja em um lugar mais reservado – assim que terminei de falar, ele desligou a televisão e saiu da sala, indicando que eu o seguisse.

Entramos em um corredor ao lado da escada, ele parou em frente uma porta dupla de madeira, abriu-a e indicou que eu entrasse. Eu tinha formado a imagem de um escritório em minha mente. Seria um lugar escuro, com estantes abarrotadas de livros, uma mesa pesada de madeira, cadeiras também de madeira e um piso acarpetado marrom. No entanto, fiquei surpresa ao me deparar com uma sala ampla e de decoração moderna.

Uma mesa de vidro ficava em frente a uma grande janela, um divã preto ficava ao lado oposto, cadeiras de metal, com estofado preto, a estante abarrotada de livros estava lá, o chão era acarpetado preto, mas as paredes eram brancas o que dava um belo contraste, por fim, algumas pinturas abstratas estavam colocadas nas paredes. Jonh sentou na cadeira atrás da mesa e indicou que eu sentasse em uma de frente a mesa. Sentei e ficamos nos encarando.

– Você pode falar agora – Jonh incentivou.

– Preciso que você tenha uma mente aberta e que não faça nada. Nada de chamar a polícia ou mandar matar alguém – pedi. Ele franziu o cenho.

– Tudo bem.

– Na noite passada sai para uma festa. Eu sei que você sabe – Comecei a narrar à estória, esperava ser convincente. – Bom, me diverti muito e deixei minha moto estacionada em frente à casa do dono da festa. Quando estava saindo da festa para casa, alguém pegou minha moto antes de mim e saiu com ela, ou seja, fui roubada. Akim estava comigo e nós fomos atrás do ladrão – Jonh me encarava seriamente e não fazia menção de me interromper. – Alguns conhecidos meus também foram junto e... Bom eu estava na moto de outra pessoa e em um acidente acabamos por deixar as motos... Hã... Como eu posso explicar... Er... Explodirem, isso, as motos explodiram.

Jonh me olhava perplexo, sua boca se abriu em um O, mas nem um som saia. Esperava uma reação mais drástica, gritos e xingamentos, ameaças ou algo do tipo, porem nada se seguiu por alguns instantes.

– Você está bem? – Ele perguntou o que me deixou surpresa.

– Sim, quer dizer, não muito bem afinal eu não tenho mais moto e o ladrão não morreu, então estou um pouco chateada – confessei.

– Você foi à delegacia fazer um B.O? Chamou a polícia?

– A polícia apareceu no lugar alguns instantes depois, o seguro vai me indenizar... Todavia não vai ser nem de perto o valor que eu gastei com ela.

– Se precisar de dinheiro posso dá-lo ou emprestá-lo a você. O que achar melhor – Ele estava com os cotovelos apoiados na mesa e o queixo repousava nas mãos, com as costas viradas para cima.

– Certo. Onde estão as câmeras? – Perguntei olhado ao redor. – Por que você não está nenhum pouco zangado? Claro que eu não me sinto culpada, não mandei roubarem minha moto, mas eu fui a uma festa sem o seu consentimento.

– Contrariando a sua linha de raciocínio, você não me deu trabalho algum. No começo quando foi presa, confesso que fiquei assustado com as coisas que viriam a seguir, contudo você não saiu, começou a trabalhar, estuda e não faltou nem um dia no trabalho comunitário – ele se inclinou sobre a mesa em minha direção. – Você não me desobedeceu, não impus nenhuma regra a você.

– Mas...

– Nem meio “mas” Sahra. Está tudo bem, não precisa se preocupar, se você já resolveu todo o assunto com a polícia, o seguro e além de tudo não se feriu, não preciso me preocupar. – Ele me olhava ternamente. – As coisas com você funcionaram tão bem que quando discutimos, acho uma coisa normal. Essas discussões fazem parte.

– Pensei que conhecia, sabia e até entendia as pessoas, mas vejo que cada vez que tento, acabo me distanciando de respostas coerentes e conclusivas – confessei suspirando.

Não era somente Jonh que eu não entendia. Eu depositava confiança nas pessoas, mas elas acabavam me traindo, essas mudanças de comportamento, ou mesmo essas “descobertas” inesperadas, me deixavam cada vez mais frustrada. Eu tinha uma opinião formada a respeito de Jonh, mas ele acabou sendo diferente do que eu havia imaginado. Apesar de não querer aprender eu deveria não formar opiniões a cerca dos seres humanos. Imprevisível era a única palavra que se aplicava corretamente.

– Todos tentam entender as pessoas, mas eu acho isso impossível. Não se preocupe Sahra, você não vai ficar de castigo nem nada do tipo. Se tiver mais alguma coisa que queira me contar. – Ele indicou que eu falasse.

Levantei da cadeira e sai, deixando Jonh na sala. Não havia mais nada a ser dito, fui direto para o meu quarto. Jonh é estranho, eu sou estranha, talvez nós tenhamos mais em comum do que eu imaginava. Ele achava que eu não tinha feito mais do que o esperado.

Que fosse ao túmulo o que eu havia feito na noite passada!

De todo o modo, eu ainda tinha que participar de forma mais ativa da família. Pensando nisso peguei meu violão, Jason e sai do quarto. Bati na porta do quarto de Clair e esperei até ela atender, o que não demorou muito tempo. Lá estava ela, com uma camiseta larga e um short jeans, cabelo desgrenhado e o rosto amassado, ela me olhou com desinteresse e confusão estampados no rosto.

– O que você quer?

– Que alegria ao me receber – ironizei. Ela estava em frente à porta. Empurrei-a um pouco para o lado e entrei no quarto.

– Claro que eu deixo você entrar – ela falou sarcasticamente.

– Você foi sarcástica. Tem que parar com isso, não é nada legal.

– Você é o tempo todo.

– Mais um motivo para você não ser – sorri em direção a ela. – Seu quarto é mais bagunçado que o meu.

– Você veio arrumá-lo? Porque eu me sinto bem à vontade nele.

– Clair, você foi tão mais simpática comigo quando pediu para que eu ficasse aqui. Para onde foi toda essa simpatia?

– Desculpe – ela falou baixando a cabeça, um rubor tomou seu rosto.

– Claro. Agora vamos ao que interessa – falei sentando em sua cama e deixando Jason andar pelo quarto.

– O que você veio fazer?

– Você tem um violão e eu tive a impressão de que você não sabe tocar, então eu resolvi vir aqui e ensina-la.

– E quem disse que eu quero aprender? – Ela foi rude.

– Ok! Só pensei que você queria, afinal tem um violão não é?

– Era da minha mãe – ela falou sem jeito.

– Certo. Sua mãe er... Ela morreu? – Perguntei hesitante.

– Sim. – Uma reposta monossilábica. Ela não falou mais nada, tive que quebrar o silêncio.

– Sei que é indelicado e acredite quando digo que sei o quanto dói, mas, como ela morreu? – Perguntei curiosa. Clair deu um longo suspiro.

– Quando eu nasci, teve complicações no meu parto.

– Você não a conheceu – afirmei pensativa. – Então é por isso que é tão apegada a coisas materiais que pertenciam a ela, como o violão. – Ela ficou calada.

As atitudes dela lembravam as minhas, eu não queria me desfazer das coisas da minha mãe.

– Eu não a conheci, acho que a única maneira de ficar mais próxima dela ou mesmo lembrar é preservando os seus objetos – Clair confessou.

– Se você quer saber, eu pensava da mesma forma. Apeguei-me com unhas e dentes aos pertences da minha mãe. Quando estava frequentando a orientação da escola, o psicólogo me falou que não era porque eu tinha uma roupa ou mesmo uma foto que me faria lembrar mais dela, ou mostrar que para os outros que eu gostava mais dela. Foi a primeira vez que eu realmente escutei o conselho de um psicólogo.

– Mas a situação é diferente. Você conheceu a sua mãe – Clair acusou.

– Isso não tornou as coisas menos dolorosas. Pelo contrário, eu sabia o quão maravilhosa ela era, então dizer adeus foi algo complicado – era primeira vez que eu falava sobre a minha vida para alguém “desconhecido” de forma tão aberta.

– Eu gostaria de saber se minha mãe foi maravilhosa – ela falou triste e sentou na cama ao meu lado. – O pior de tudo é que foi por minha culpa – algumas lágrimas escorreram de seus olhos. Aquilo me deixou desconfortável, resolvi ignorá-las.

– A culpa não foi sua e se alguém disser isso vai estar mentindo.

– Mas foi por minha causa. Se eu não tivesse nascido ela ainda estaria aqui.

– Clair, você é nova demais para sentir culpa – falei e sem saber ao certo o que fazer, acariciei seu cabelo. – Se você não tivesse nascido eu não estaria aqui, seu pai não teria de quem se orgulhar e a Mellany não teria ninguém para irritar. Além disso, todos gostam de você.

– Eu queria tê-la conhecido – Clair falou com um suspiro.

– Eu também queria ter ficado mais tempo com a minha mãe. O que eu sei é que você tem um ótimo violão e aposto que sua mãe adoraria vê-la tocar algumas músicas nele. – A incentivei, no intuito de desviar do assunto melancólico.

– Certo – ela deu um pequeno sorriso e foi até o canto do quarto pegar seu violão. – Com quem você aprendeu a tocar?

– Com a minha mãe. Ela me colocou para fazer aulas de piano, mas como não tínhamos um e nossas condições financeiras não permitiam que ela continuasse pagando pelas aulas – falei me lembrando –, desisti. Ela tinha um violão e começou a me ensinar. Hoje eu pensei em como você tinha um belo violão, então resolvi vir aqui. – Dei um sorriso de canto.

– Acho que devemos começar logo não é? – Ela parecia empolgada.

– Claro.

Passei o resto da tarde ensinando Clair as notas musicais, tons e o modo correto de posicionar o violão. Ela era esforçada e concentrada, o que fazia com que eu tivesse menos trabalho. Clair só precisava de atenção, ainda era uma criança e já agia como uma adulta e era tratada assim. No tempo em que passamos juntas ela parecia uma garota normal que tirava uma ou duas médias ruins e não uma garota com mente genial. Clair seria uma das pessoas que eu sentiria falta quando fosse embora.

– Amanhã eu apareço aqui – falei me preparando para sair do quarto. Encerrei a aula com dores no pulso, havíamos treinado a tarde inteira.

– Certo – Clair estava radiante por pelo menos saber as notas musicais.

– Antes de ir embora, eu gostaria que você fizesse uma coisa por mim – ela me olhou com expectativa. – Você não precisa ter todas as coisas da sua mãe e fazer essa espécie de santuário. Ela já está aqui – falei apontando para o seu coração – automaticamente ela está aqui – apontei para sua cabeça –, você não precisa provar para ninguém o quanto a ama mesmo sem tê-la conhecido. Não peço que se desfaça das coisas, só quero que se dedique menos a cultivar essas “memórias”.

– Interessante – ela falou.

– O quê?

– Você é interessante.

– Está me analisando Clair?

– Sim. Na verdade estou tentando decifrar você.

– Quer um conselho? Não tente. Até mais – sai do quarto com Jason no meu pescoço e segurando o violão, assim que fechei a porta Daniel estava no corredor. O encarei indiferente, ele estava com uma expressão dura no rosto.

– Posso falar um minuto com você? – Daniel perguntou.

– Eu estava indo guardar umas coisas no quarto e ia sair – falei dando de ombros. Daniel era uma das últimas pessoas com quem eu queria conversar.

– Eu preciso falar um instante com você – ele deixou claro que o convite anterior fora mera formalidade.

O encarei por mais um instante e andei até o banheiro do corredor. Abri a porta e entramos. Apesar de tudo, eu me encontrava bem relaxada. Fiquei frente a frente com ele e esperei que quebrasse o silêncio.

– Acho melhor você não envolver pessoas da família nos seus negócios ilícitos – ele soltou me olhando friamente.

– Como?

– Foi isso mesmo que você entendeu. Eu sei que você já me reconheceu, então não venha dar uma de sonsa para cima de mim – ele parecia nervoso. Eu não estava entendendo.

– Daniel... Você é um babaca – falei rolando os olhos. – Claro que eu levei Jason para correr comigo. Porque você sabe como eu amo estar aqui com essa família e amo mais ainda envolve-los na minha vida. – Destilei sarcasmo. – Você o mandou me seguir, se você não explicou direito pra ele como fazer o serviço não venha reclamar comigo.

– Eu não o mandei segui-la. Você acha que eu perderia meu tempo fa...

–Você eu não sei, mas o seu amigo Natanael é outra história. Ou vai negar que ele está atrás de mim?

– Não mandei Jason segui-la – ele não negou o fato sobre Natanael. – Talvez você devesse encobrir melhor as coisas que faz.

– Ou ao invés de você estar aqui me dando um aviso, você devesse estar passando esse aviso a ele – rebati. Daniel não era tão controlado como Natanael, principalmente se a vida pessoal estava envolvida nisso.

– Fique longe do Jason e não envolva a minha família na sua vida.

– Eles são sua família Daniel? Pois pegue ela e enfie onde bem entender – provoquei. – Fale para o Natanael que se ao menos sonhar onde ele está eu juro que o mato.

– Sahra – ele se aproximou, seu rosto estava a centímetros do meu. – Natanael está confinado em sua casa, na França. Acho que a única pessoa que deveria se preocupar com a vida é você. Gostaria de dar mais um aviso a você – ele se afastou e foi em direção à porta. – Particularmente não tenho nada contra você e sei que as filhas do Jonh e até mesmo Drew gostam de você, então se eu fosse você ficaria longe da pessoa que tentou mata-la.

– O que você ganha me avisando?

– Tranquilidade – ele deu de ombros. – Pelo menos por enquanto.

Daniel saiu e eu fiquei parada sem saber o que fazer. Aquele havia sido um longo dia. Sai do banheiro em seguida fui para o meu quarto.

Não havia entendido as verdadeiras intenções de Daniel quando resolveu ter aquela conversa, mas eu sabia que não deveria confiar nele. Provavelmente mentiu a respeito do Natanael, se ele estivesse mesmo confinado na França, então estaria mandando informações por outros meios. Eu só tinha que descobrir como.

Gemi de frustração, o fardo que eu carregava era grande demais. Passei as mãos fortemente no rosto, olhei para a minha mochila, duas coisas me relaxam: cortar-me, ou sexo. A segunda opção não era válida, fechei os olhos com força e fiquei observando a parede. Abri a gaveta da mesinha de cabeceira e tirei um isqueiro e um maço de cigarros mentolados com pouco tabaco.

Olhei para os cigarros. Não me agradava a ideia de fumar, eu não gostava, a fumaça entrava no meu corpo e saia, mas era só isso, no entanto em momentos difíceis até me relaxava. Eu tinha que achar outro vício, não me envolvia com coisas saudáveis e eu me odiava por isso. Fumar ou me cortar, grandes opções eu tinha. Fui até a varanda, coloquei o cigarro entre os lábios e o acendi, puxei a fumaça, prendi e soltei.

Não entedia porque Natanael ainda estava me torturando daquela forma, isso não estava certo.


Flash Back:

– Ótimo! Estamos quites agora – Natanael estava ofegante com a perna presa debaixo de ferragens. – Agora me ajuda a sair daqui.

– Você pediu por isso – estava tão ofegante quanto ele. Estávamos em uma fábrica abandonada. – Eu mandei me deixar em paz.

– Eu deixei – ele disse entre dentes. – Agora não seja uma vadia ressentida e me tire daqui.

– Você acha mesmo que eu iria ter todo o trabalho de trazer você até aqui e simplesmente deixa-lo ir embora? – Ri sem humor.

– O que vai fazer? – Ele perguntou debochado. –Me torturar? Poxa! Sahra. Achei que a essa altura do campeonato você tivesse aprendido a lição.

– Eu aprendi. Não vou tortura-lo.

– Ah não?

– Não. Só estou garantindo que você fique preso tempo o suficiente até a polícia chegar – meu sorriso se alargou ao vê-lo arregalar.

– Não! Você não pode fazer isso! – Ele começou a tentar tirar as ferragens de cima da perna, chutou, empurrou, mas era inútil. – Por favor, me tira daqui. Sahra, por favor, eu prometo deixa-la em paz. Na verdade eu já a deixei em paz, não fiz mais nada contra você, eu juro. Agora me tira daqui.

– Natanael a diferença entre nós dois era que eu, apesar de tudo, ainda era humana o contrário de você – falei enquanto me distanciava dele, as sirenes já podiam ser ouvidas ao longe. – Mas aprendi a não me importar e sabe com quem eu aprendi? Com o melhor. Você. – Dei as costas e sai.

– Parabéns Sahra! Você é demais... Demais burra! Não enxerga o que está acontecendo, o que vai acontecer se você me prender. Sua vida vai virar um inferno! – Ele falava e batia nas ferragens, parecia estar tentando se soltar, não virei para olhar. – Estamos quites. Você conseguiu se igualar e me dar o que eu merecia. Eu me importo com você. Estamos quites – ele repetiu. – Não preciso mais provocar você.

– Adeus Natanael.

Flash Back off~

Ele parecia não ter me esquecido.

– Onde quer que esteja. Você está me provocando Natanael.


PDV Jason:

Eu já estava a mais ou menos trinta minutos olhando para o teto. Meu corpo estava dolorido e parecia pesar uma tonelada, o cansaço era tanto mental quanto físico. Meus olhos abriam e fechavam com uma lentidão exacerbada, eu não estava com a mínima vontade de levantar. Meu celular começou a tocar, muito lentamente estiquei o braço e o peguei na mesinha de cabeceira, nem ao menos olhei o visor.

– Alo? – Minha voz saiu rouca.

De ressaca? Nem ao menos me chamou para a festa, que coisa feia! – Daniel falou. Rolei os olhos, aquela com certeza não era o tipo de festa que eu gostaria de repetir.

– Foi uma festa inesperada não po...

Você transou com a Alexia? – Ele gritou.

– Não. Não foi isso. Ela não vai fazer isso enquanto eu não aparecer com um pedido formal de namoro – eu estava aéreo. – Preciso conversar com você. Acabei descobrindo coisas sobre a Sahra.

O que você descobriu? – Ele perguntou hesitante.

– Que tal você vir aqui para conversarmos? – Sugeri.

Claro. Chego aí em alguns minutos.

Desliguei e finalmente levantei. Tomei um longo banho, para relaxar meus músculos. Eu iria contar tudo o que havia acontecido na noite passada para Daniel, Sahra falou em Natanael e Daniel era o único que poderia responder as minhas dúvidas. Queria saber o que havia acontecido entre os dois para que uma relação daquele tipo tivesse se estabelecido entre os dois.

Assim que terminei de me vestir fiquei sentado na cama esperando Daniel, não iria descer. Só queria minhas explicações nada mais importa. Eu já estava envolvido na vida de Sahra até os dentes, não tinha outra opção a não ser descobrir mais a respeito dela. Ouvi batidas na porta, Daniel entrou logo em seguida.

– Então? – Perguntou. – Quais são as novidades?

– Você sabia que a Sahra participa de rachas? – Questionei.

– Na verdade sim. Foi por isso que acabei me desinteressando em descobrir coisa a respeito dela, você sabe como é esse tipo de coisa. – Ele deu de ombros. – Foi isso que você descobriu?

–Eu vi tantas coisas na noite passada que você não imagina – ele me olhava confuso. – Você sabia que ela conhece o Natanael? – Ele concordou com um aceno de cabeça. – Mais alguma coisa que se esqueceu de mencionar para mim?

– Jason, eu só não contei nada porque não achei relevante. Pensei que você desistiria do plano de pesquisar sobre.

– Não sei por que não desisti. Deveria ter feito isso, quer dizer, não deveria nem ter começado. – Dei um longo suspiro cansado indiquei que ele sentasse em uma cadeira. – Segundo o que vi na noite passada, Natanael tentou matar Sahra.

– Natanael o quê?

– Ele fez um cara persegui-la e foi um grande estrago. Sahra se chocou com o outro cara de moto e as duas motos explodiram.

– Sahra está viva? – De repente ele parecia ter ficado mais interessado.

– Sim. Ela saltou da moto antes do “acidente”, se é que podemos chama-lo disso.

– E o dono da outra moto?

– Ele também sobreviveu. Sahra o interrogou, quase o matou...

– Você estava com ela? Quer dizer, esse cara, que ela interrogou, viu você?

– Acho que sim – eu não havia ligado para se o sujeito tinha me visto ou não.

– Você não deveria ter participado disso. Como você se meteu nessa? Isso é perigoso Jason – ele me olhava com as sobrancelhas franzidas.

– Eu fiquei curioso a respeito dela, só fui conferir o que ela iria fazer. Como fui sem carro, acabei pegando uma carona com uma garota, presenciei tudo por mero acaso – dei de ombros.

Acabei detalhando tudo o que havia acontecido para Daniel. Ele parecia preocupado e mais interessado nos danos que Sahra havia sofrido do que qualquer outra coisa.

– Acho que você não deveria se envolver com a Sahra – Daniel sugeriu, enquanto se levantava para ir embora.

– Não é como se eu tivesse opção. Eu já estou envolvido até os dentes.

– De qualquer modo, continuo achando que você deve parar com isso. Você está muito tenso com esse assunto Jason – ele deu um sorriso despreocupado em minha direção. – Relaxa. As coisas vão melhorar.

Dito isso, ele foi embora.

Daniel tinha razão. Eu precisava relaxar, mas apesar disso, eu não sabia como. Alexia não colaborava nenhum pouco, o que me deixava sem muitas opções. Suas amigas estavam com a mesma ideia idiota na cabeça: Peça-me em namoro.

Namoro estava virando uma coisa supervalorizada, não era algo tão bom assim. Passar todos os dias com uma pessoa, não poder conhecer outras pessoas de forma mais íntima, dedicar tempo para uma única pessoa.

Eu poderia estar sendo insensível, mas analisando bem, não se tinha tantas vantagens em um namoro. A garota perfeita seria uma que não se importasse com que eu ficaria e ainda assim eu pudesse transar quando quisesse, precisava achar alguma desse tipo.

Estava tão perdido em pensamentos que não percebi a hora passar. Já eram onze da noite e eu não havia saído do quarto nem ao menos para comer, como para dar ênfase para o que havia pensado, minha barriga roncou.

Desci as escadas lentamente, a casa era ilumina por pequenos abajures espalhados pelos corredores e nos cantos dos cômodos, não adiantava de muita coisa já que as lâmpadas não deveriam ter tamanho maior do que o meu polegar.

Cheguei à cozinha e puxei a porta da geladeira.

– Ai! – A porta prendeu e escutei alguém xingando baixinho. Olhei atrás da porta e vi Sahra me olhando com os olhos crispados.

– Desculpe – pedi e comecei a procurar por algo para comer, uma lasanha congelada. Peguei-a e coloquei no micro-ondas. – O que você está fazendo? – Perguntei, enquanto olhava para o prato de lasanha rodar.

– Nada do seu interesse – ela rebateu. Só então prestei atenção no que ela estava fazendo.

Sahra estava sentada no chão com um pote de sorvete ao seu lado direito e um maço de cigarros do outro lado.

– Não sabia que fumava – falei apontando para os cigarros.

– Há muitas coisas sobre mim que você não sabe – ela disse com um sorriso zombeteiro no rosto, logo em seguida colocou uma colher com sorvete na boca.

– Acho que já está mais do que na hora de eu saber – peguei uma colher na gaveta de talheres e sentei ao seu lado. – Por que o Natanael está perseguindo você?

– Programa de perguntas e respostas agora? – ela perguntou sarcasticamente. Continuei a olhando firme enquanto colocava sorvete na boca. – Ok! Achei que Daniel tinha deixado você inteirado no assunto – ela gesticulava com a colher. – Natanael é meu ex-namorado, terminamos com assuntos mal resolvidos, então devido a alguns fatos e história passados ele provavelmente mandou aquele cara atrás de mim.

– Mas o garoto... Evan não é? Ele não falou em um Kevin, porque você acha que foi seu namorado, Natanael, quem o mandou? – Não estava tão surpreso com o fato de Natanael ter namorado Sahra. De certo modo eu esperava por isso, ela demonstrava interesse demais nele.

Ex–namorado! – Ela deu ênfase para o “ex”. – Natanael é a única pessoa que faria algo dessa magnitude comigo.

– Desculpe, ele é seu ex. É que o Akim é tão desinteressado, de certo modo, em você que é fácil confundi-lo como sendo somente seu amigo – dei de ombros ao falar a mais pura verdade. Akim com certeza não parecia ser um namorado.

– Akim não é meu namorado – ela falou despreocupada enquanto colocava mais uma colherada de sorvete na boca. O aviso de que a lasanha estava pronta soou.

Rapidamente levantei, tirei-a do micro-ondas, peguei talheres e voltei a sentar ao lado de Sahra.

– Como assim ele não é seu namorado? – coloquei uma fatia de lasanha na boca. Sahra olhou para a lasanha e enfiou sua colher no prato e enfiou na boca.

– Ele era só uma desculpa – ela estava com a boca cheia, mastigou e quando engoliu voltou a falar: – Eu precisava sair de casa e justificar o porquê de ele vir aqui tantas vezes, eu poderia falar que éramos amigos, mas namorados me soou mais convincente. Também queria provocar Jonh.

– Você tem sérios problemas – acusei enquanto comia. – E não enfie a colher desse jeito na lasanha – a adverti. – Então você ganha dinheiro em corridas ilegais?

– Basicamente – ela respondeu tranquilamente. – Mas eu trabalhava em Londres também. Não posso viver disso, uma hora vou ter que parar, pelo menos eu quero.

– Você quer? Achei que isso era sua primeira opção de emprego.

– Não. – Ela falou fazendo uma careta. – Ninguém, que tenha um pouco de juízo, quer viver disso. Apostar, ganhar peças e até mesmo veículos para depois revender. O dinheiro é bom, mas não tão honesto, além de ser cansativo.

– Parece ser honesto, afinal você ganhou com o seu esforço – procurei olhar por um lado positivo. Eu já havia ganhado dinheiro dessa forma.

– Eu sei que você participou de um ou dois rachas e deve ter ganhado uma boa grana. Mas entenda que participar uma ou duas vezes é uma coisa, agora participar de todos – ela balançou a cabeça. – Os métodos para ganhar acabam não sendo muito honestos. Pessoas juntando-se com outras para tirar você da pista e no final dividir o prêmio, armas, esse tipo de coisa acontece muito. Principalmente se você está na estrada por bastante tempo e tem uma reputação.

– Como você.

– Sim. Essa vida é um inferno se quer saber. Claro que ainda vou precisar fazer isso por um bom tempo, porque assim como o dinheiro vem ele vai.

– Parece estressante – falei colocando o prato de lasanha, já vazio, ao meu lado.

– Não imagina o quanto. Eu gostaria de ter paz, eu só queria esquecer os problemas e não pensar em nada – em todo o tempo em que ela falava, seu olhar era direcionado para o vazio a sua frente. – Era isso o que eu estava tentando fazer até você aparecer.

– Er... Desculpe – cocei a nuca, envergonhado. – Eu também gostaria de esquecer os problemas, claro que os meus são menores que os seus, mas ainda assim me estressam.

– A Alexia deve estar acabando com você hein? – Ela cutucou minhas costelas e um sorriso malicioso apareceu em seu rosto.

– Bem que eu gostaria – falei pensativamente. Sahra me olhou espantada.

– Então quer dizer que vocês dois não? – Ela rodava a colher no ar me lançava olhares sugestivos.

– Não. – Respondi frustrado.

– Fala sério?! O que vocês estão esperando? A benção de um padre?

– Eu não estou esperando nada. Alexia um pedido de namoro.

– Isso é tão... Garotinha do papai. Fala sério. Se eu quero transar não preciso de um pedido de namoro. Na verdade, namorar é uma das ultimas coisas que eu quero no momento. Relacionamentos são complicados. – Ela respondeu colocando mais sorvete na boca.

Ludacris feat. Trey Songz - Sex Room


– Não que eu esteja sem sexo por todo o tempo que eu estive aqui, as “amigas” da Alexia são boas.

– Você transa com as amigas dela? – Ela me perguntou com a boca se abrindo em um o.

– Eu sou homem – tentei me justificar. – Não tenho culpa se elas se oferecem, apesar de ultimamente todas tentarem fazer com que eu as peça em namoro.

– Sorte a sua. A única chance que tive, de fazer alguma coisa, foi em uma festa assim que cheguei – lembrei-me da festa que ela estava falando –, mas fiquei tão bêbada que não consegui fazer nada. Sexo me relaxa. – A colher foi levada novamente a boca e, como uma espécie de provocação, um filete de sorvete escorreu por seus lábios. Ela o limpou e lambeu os lábios. Engoli em seco. – Além de tudo, sexo faz bem para a saúde.

– É.

– Sabe do que eu preciso? – Ela perguntou me olhando com um sorriso torto.

– Não. – Minha voz saiu rouca.

– Transar.

Sem me aguentar por mais tempo, acabei agarrando a nuca de Sahra e devorando seus lábios.


PDV Sahra:

Jason me agarrou. Afastei-me dele e o encarei franzindo as sobrancelhas.

– Sei que se eu continuar beijando você, vamos acabar no seu ou no meu quarto, então quero estabelecer algumas condições.

– Condições?

– Isso mesmo. Vamos transar, mas eu não quero nada mais do que sexo. Preciso relaxar você também.

– Ótimo. É disso que eu preciso – Jason falou enquanto devorava meu corpo com os olhos. – Podemos ser amigo, já sei a seu respeito e você me conhece. O que acha?

– Pode ser. Nada do que fizermos deve ser dito para outras pessoas.

– Tudo bem, nada vai ser dito. Podemos voltar ao que estávamos fazendo? – Levantei um dedo.

– Limpe a bagunça que você fez. Aí poderemos voltar ao que estávamos fazendo. – Ele rolou os olhos.

Jason levantou e então o olhei, estava de camiseta e uma calça de moletom. Mordi os lábios, ele era uma delícia.


PDV Jason:

Joguei o prato fora e Sahra estava guardando o sorvete na geladeira. Ela estava com um short curto de moletom e uma regata, lambi meus lábios. Como ela era gostosa.

Ela fechou a geladeira e nos encaramos por um minuto, ambos respirávamos pesadamente. Andamos rapidamente um em direção ao outro. Ela deu um pequeno pulo e eu a agarrei a levantando pelas nádegas, nossas bocas se grudaram, nossas línguas se moviam de forma luxuriante.

A imprensei na parede, perto da porta por onde sairíamos da cozinha e deixei nossos corpos colados roçando nossas intimidades. Uma de suas pernas desceu e começamos a andar para fora dali, sem desgrudar nossas bocas. Bati meu pé no primeiro degrau da escada.

– Merda! – xinguei . Ela me olhou com uma sobrancelha erguida. – Que é? Foi o meu dedinho. – Protestei massageando meu dedo. Ela caminhou até mim sorrindo, tirou minhas mãos do meu pé, segurou-as e pisou fortemente em cima do meu dedo.

– Se você não terminar o que começou – ela me amaçou –, eu mato você!

Peguei por suas pernas e a joguei por sobre os ombros. Ela riu. Coloquei-a no chão, a beijando e andando em direção ao seu quarto, não estava muito preocupado com quem iria nos ver, Sahra parou abruptamente no meio do corredor e foi em direção ao meu quarto, puxei sua mão e ficamos nos encarando por um tempo.

– Estamos em um impasse – declarei.

Levantei o punho e coloquei entre nós dois, com um convite silencioso ela fez o mesmo. Balançamos a mão três vezes. Fiz uma tesoura com os dedos e ela deixou o punho fechado, pedra. A filha da mãe tinha ganhado. Com um sorriso malicioso ela me empurrou para o meu quarto.

Virei de costas para destrancar a porta e Sahra pulou em mim. Suas pernas envolveram minha cintura e os braços o meu pescoço, beijos quentes e molhados eram distribuídos por minha nuca, eu estava ofegante, ela mordeu o lóbulo da minha orelha bem no momento em que destranquei a porta, joguei meu corpo para dentro e fiz Sahra descer das minhas costas. Fechei a porta enquanto a imprensava na parede.


PDV Sahra:

Caminhamos sem nos largarmos por um instante até a cama de Jason. Eu deitei com ele sobre mim, estava mais ofegante do que nunca. Jason beijou minha mandíbula e desceu os beijos até meu busto. Com minha ajuda minha camiseta voou longe e seus beijos desceram por minha barriga, meu short levou o mesmo destino que minha camiseta. Não podia negar que Jason era bom no que fazia, sua língua fazia com que enlouquecesse, eu gemia seu nome e ele sorria a cada novo gemido, sua boca refez o caminho até meu pescoço. Inverti a situação. Sentei sobre Jason e retirei sua blusa.


PDV Jason:

Sahra começou beijando minha orelha e desceu para o meu peito, ela passava as unhas levemente, eu estava ficando louco. Sahra poderia ser boa dirigindo, fazendo cálculos, mas, inegavelmente, ela era melhor ainda fazendo sexo. Sua boca passava pelo meu corpo me dando um prazer tão grande que gemia seu nome, ela parecia satisfeita e refez o caminho até chegar novamente em meus lábios.

Virei, ficando por cima do seu corpo. Naquela posição eu me sentia imenso, Sahra era pequena e eu nunca havia percebido isso. Ataquei sua boca novamente, bem no momento em que nossos corpos se uniram.

A dança sensual foi começada e o objetivo principal estava sendo alcançado. Nada vinha em minha mente a não ser o prazer dos movimentos, nossos corpos se chocando e os gemidos abafados. Movimentos longos e luxuriantes que perduraram até a chegada do ápice em ambos os corpos.

Joguei-me na cama ao lado de Sahra. Estava ofegante e suado, sentia os cabelos da minha nuca grudados de suor.


PDV Sahra:

Eu estava ofegando e meu corpo ainda estava se recuperando. Jason parecia estar da mesma forma ao meu lado. Eu estava relaxada e naquele momento não precisava de cigarro ou uma navalha.

– Isso foi... – Jason começou e deteve-se parecia não saber que palavras usar.

– Interessante? –Arrisquei.

– Sim, interessante – ele concordou o olhei de soslaio e ele estava sorrindo. – O que vamos fazer?

– Eu aceito uma segunda rodada – falei dando de ombros.

– Não é disso que eu estou falando. O que vamos fazer?

– O que combinamos antes. Ninguém vai saber, somos apenas duas pessoas com desejos sexuais saciados.

– Posso ficar com necessidade de ser saciado novamente. O que eu faço? – Ele virou para me olhar e deu um sorriso torto.

– Meu quarto fica do outro lado do corredor – dei um sorriso malicioso em sua direção. – Façamos um acordo então, vamos ser amigos, mas vamos transar de vez em quando.

– Gosto da ideia.

– Nada de compromissos, sem cobranças. Você pode sair com quem quiser e eu também, e ninguém precisa saber. O que você acha? – Perguntei com expectativa. Eu só precisava ter alguém para transar de vez em quando e minha vida ficaria melhor.

– Aceito o acordo – Jason estendeu a mão para que eu a pegasse.

– Ótimo! – Peguei sua mão. – Não prometo fidelidade a você em nenhum aspecto, não espero que você prometa isso a mim também.

– Teremos uma boa amizade Sahra. Acho que finalmente nos acertamos.



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Notas finais do capítulo

Oi! Gente o clima de final de ano afetando geral né?! Menos eu. Acho que eu só entro em clima de final de ano quando to de férias da escola. Como esse ano eu não fiquei de férias, não estou no clima! ¬¬'
O capítulo tava pronto desde a semana passada, mas por contas de problemas pessoais graves não postei. Os problemas aconteceram, mas mesmo assim tentei escrever, no entanto o capítulo saiu uma merda, aí quando fui reler vi que tava uma merda, eu praticamente reescrevi ele por inteiro!
Agora espero que tenham gostado do resultado.
Cara, eu recebi outra recomendação! OBRIGADA Ana Carolina! Minha primeira Beta forever! *------*
Sabem no que eu pasmei?! Nós ficamos com 99 reviews, Man! Por um não chegamos a 100 KKKKKKKKKK~~ Eu ri quando vi isso!
A propósito a minha internet tá uma merda. Um dia tem, outro não e eu deveria ter postado ontem, mas ontem eu fiquei sem. ¬¬'
Como é que vocês estão? Minha leitoras lindas e maravilhosas. Só gente linda lê essa estória! *-*
Obrigada pelos reviews!
Gente quero agradecer por tudo, pela paciência e pelos reviews deixados aqui. Esse ano foi muito especial para mim, amadureci muito e vi que as coisas não são nem de perto como pensamos. Amei a companhia de vocês, cada review com uma risada que me gerava três. Vocês não sabem a felicidade que dá escrever isso aqui e ver que pessoas leem. Cara, pessoas de verdade! Pelo menos eu acho, alguém é um android ou algum ser extraterrestre. Opa, tenho uma leitora alienígena sim, Adrya sua ET Imoral!
Quero que vocês se divirtam, cresçam, mas só um pouco porque se você crescer demais as coisas se tornam chatas, façam birra, gritem, xinguem, batam em alguém, sejam rebeldes e aproveitem cada minuto do ano que vem vindo aí!
Vejam a beleza nas pequenas coisas da vida, valorizem seus amigos! Eles são a sua família, eles te xingam, te batem, mas no fundo só querem dizer que te amam!
"Adeus ano velho!
Feliz Ano novo!
Que tudo se realize!
No ano que vai nascer!
Muito dinheiro no Bolso!
Saúde pra dar e vender!" (8)
Suas Lindas! Amo vocês e realmente muito obrigada por me aturarem!
*----*
Até o próximo capítulo! E estou rindo quando digo: Até o ano que vem! [/Cara, já é na outra semana/] kkkk
B'jus *3* o
@LoydeSilva