So What escrita por Mahriana


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Oi! Sim estou postando um capítulo novo e cara são mais ou menos 15:00 hrs e aqui na minha cidade não rola horário de verão!
Nem lembro se já postei a tarde alguma vez!
Olha eu queria dedicar o capítulo a Kobato! Minha leitora amiga por ter feito uma recomendação eu amei. Eu fico extremamente idiota lendo recomendações e reviews.
Mais um aviso antes de começar o capítulo:
Esse capítulo tem algumas cenas fortes, insinuação de sexo e algumas palavras de baixo calão! No mais...
~ Apreciem sem moderação ~



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PDV Sahra:

Eu ainda estava com vontade de matar o Akim por me envolver na porcaria do jogo, só estava esperando o momento em que ele saísse do banheiro. Eu não tinha paciência para jogos idiotas e principalmente se eles envolvessem perguntas idiotas, feitas por pessoas idiotas.

– Você vai ter que sair daí em algum momento. – Demandei para ele que segurava a maçaneta da porta para que eu não entrasse, a essa altura do campeonato eu já havia desistido de tentar abri-la.

– Talvez não. – Ele respondeu bem humorado. – Vamos lá Sahra. Vai ser divertido, nós embebedamos o seu amiguinho e descobrimos tudo o que quisermos.

– Isso não muda o fato de eu querer matar você. – Soltei junto com um suspiro.

De repente a porta se abriu aos poucos.

– Onde está o seu espirito esportivo?

– Vamos acabar com isso o mais rápido possível. – Falei rolando os olhos.

– Ok! Temos que levar algumas bebidas, eu falava sério quando disse que embebedaria seu amigo. – Falou sem nem um traço de humor no rosto. – Se o tal Daniel vir podemos fazer o mesmo com ele.

– Isso seria bom, – disse pensativa – o que você acha de absinto?

– Levando em consideração as pessoas que vão beber, com exceção de você, eu e possivelmente Daniel, eles vão ficar muito doidões.

– Isso é verdade. Poderíamos colocas ecstasy na bebida do Daniel, seria mais fácil.

– Com certeza ele não vai cair nessa. Ele é jovem, mas aprendeu muito bem com Burnier. – Akim falou colocando uma mão no queixo e olhando para cima. – Chá de cogumelo?

– Nem pensar. Não chego perto daquilo nunca mais! ­– Falei balançando a cabeça negativamente.

– Você não iria beber...

– Esquece. Vamos empurrar bebida neles e fazê-los ficar bem bêbados, depois disso... Puff! – Juntei as duas mãos e logo em seguida as afastei empurrando os dedos, uma tentativa de imitar uma explosão.

Pitty - 8 ou 80

Lá estava eu. Sentada no chão do quarto de Drew, Akim do meu lado direito e Drew do esquerdo, depois de Akim vinham: Jason, Mallany, Daniel, Laila, Marjorie que havia ficado ao lado de Drew.

– Temos que estabelecer algumas regras aqui. – Jason falou.

– Quais seriam? – Perguntei entediada.

– Gargalo responde e fundo pergunta. Se você não responder a pergunta e nem topar o desafio vai ter que tirar uma peça de roupa e tomar uma dose da bebida que nossa amiga Sahra trouxe. – Jason completou com um sorriso sacana.

– Alguém sempre acaba bêbado e pelado não é mesmo? – Perguntei retoricamente. Logo estiquei meu braço e rodei a garrafa. O fundo da garrafa parou virado para Drew e o gargalo para Laila.

– Verdade ou consequência? – Drew perguntou cruzando os braços e a encarando com os olhos serrados.

– Verdade. – Laila respondeu.

– Muito bem... O que você foi fazer com aquele garoto atrás da escola?

– Você quer mesmo saber o que eu estava fazendo lá? Tipo... Com detalhes? Porque nós fizemos muitas coisas se é que você me entende. – Laila falou como se estivesse contando algo banal.

– Não quero saber. – Drew respondeu levantando as mãos para que ela parasse. Rodei novamente a garrafa, gargalo virado para Mellany e fundo para o Akim.

– Não vou responder e nem fazer nada. – Mellany falou tirando sua jaqueta. Enchi um copinho com uma dose de Absinto e ela tomou. O sorriso que havia se iniciado no rosto do Akim se desfez em no mesmo instante. Rodei novamente a garrafa. O gargalo parou em mim e o fundo virado para Daniel.

– Me recuso a responder qualquer pergunta. – Falei dando de ombros. – Pode pedir, eu faço o que quiser.

– Drew?! – Ele chamou. – Que tal uma daquelas cenas do filme que assistimos ontem? Claro que não vamos fazer sexo explicito aqui.

– Por mim tudo bem e por você Sahra? – Dei de ombros.

Levantei. Drew fez a mesma coisa logo em seguida. Caminhei em sua direção, sem encará-lo rocei meu corpo ao seu, passei a beijar sua mandíbula. Suas mãos foram para a minha cintura e as minhas passeavam por sua nuca e ombros. Apesar de não saber qual o filme que eles haviam assistido, seria divertido. Beijei-lhe a boca com vontade. Sedenta. Fiquei quase nas pontas dos pés para ficar na mesma altura que ele. Drew puxou minha perna a enroscando em sua cintura. Tratei de apoiar e enroscar a outra. Puxei seu cabelo fazendo sua cabeça ir para o lado e beijei seu pescoço.

Senti que ele estava se movimentando. Sem tardar minhas costas encontraram o colchão macio. Drew agarrava minha cintura com força e minhas mãos puxavam seus cabelos e apertavam seus ombros. Empurrei seu peito, ficando por cima dele e sentei sobre seu quadril. Passei minhas unhas levemente grandes por seu abdômen, logo em seguida o beijei novamente. Rocei nossos quadris e mordi sua mandíbula. Ele passou as mãos por minhas costas, por dentro da blusa. Drew estava excitado, era visivelmente perceptível. Estávamos fazendo sexo vestidos. Lambi o lóbulo de sua orelha e o senti estremecer.

Levantei.

Andei e sentei novamente no chão formando a roda, em uma ordem diferente, mas não estava ligando para os lugares. Peguei um pequeno copo e bebi uma dose de vodka. Não beberia absinto, pelo menos não agora.

– Rodem a garrafa. – Mandei.

Todos me olhavam incrédulos menos Akim que rodou a garrafa. O gargalo parou virado para Mellany e o fundo virado para mim. Pensei que ela iria simplesmente tirar mais alguma peça de roupa e recusar qualquer coisa, no entanto ela simplesmente esperou.

– Verdade ou consequência? – Perguntei planejando alguma pergunta ou desafio.

– Verdade. – Mellany respondeu convicta.

Preferia que ela tivesse escolhido desafio. Pensei por um instante e perguntei uma das primeiras coisas que veio em minha mente. Mellany não me despertava interesse algum.

– Melhor sexo da sua vida? Até agora é claro.

Todos estavam olhando para ela, esperando uma resposta. Drew já tinha se recomposto e estava de volta ao círculo. Mellany atingiu a tonalidade máxima de vermelho e não respondeu.

– Você é virgem? – Akim perguntou incrédulo. Mellany acenou positivamente com a cabeça.

O silencio se fez presente no quarto. Dentro de segundos todos estavam rindo. Eu ria e socava chão repetidas vezes. Ela tinha cara de virgem, até cheguei a essa hipótese, mas ela confirmando era algo totalmente diferente.

– Qual o problema? – Ela perguntou envergonhada e chateada. – Não sou a única virgem aqui.

– Você não estava brincando quando disse que era virgem? – Daniel perguntou incrédulo.

– Não. Mas aposto que não sou a única virgem aqui não é mesmo meninas? – Todas nós ficamos em silêncio. – Jô? Laila?

– Er... Eu não sou mais faz algum tempo – Marjorie falou –, desculpa.

– Eu não sou virgem. – Laila falou como se fosse óbvio.

– Like a virgin. Touched for the very first time... – Daniel cantarolou a música da Madonna.

– Eu sou virgem. – Falei séria. O silêncio se fez presente até Akim explodir em gargalhadas.

– Se a Sahra... For... Virgem... – Ele falava entre risos. – A Inglaterra... Vai se tornar uma república...

– Tudo bem. Queria não te deixar deslocada, mas não deu certo. – Falei olhando para Mellany. – Rodem a garrafa.

Daniel perguntava Marjorie respondia.

– Verdade ou consequência? – Daniel perguntou.

– Verdade. – Marjorie respondeu estranhamente empolgada.

– Certo. Qual o lugar mais estranho que você já transou? – Ele perguntou com um sorriso malicioso.

– Me deixa pensar... Acho que no banheiro público de um parque de diversões.

– Que tipo de pessoa você encontra em um parque de diversões? – Perguntei cética.

– O cara era bonito e eu já o conhecia fazia um tempo... Olha deixa isso pra lá e roda essa garrafa.

A garrafa girou e girou. Quando parou foi a vez de Jason perguntar para Mellany.

– Verdade ou desafio?

– Acho que desafio. – Ela falou meio incerta.

– Que tal você dar as “boas vindas” ao nosso amigo Akim? – Jason falou aquilo mandando um olhar significativo para mim. Eu fiquei sem entender o olhar que ele me lançou, resolvi ignorar.

– Como assim? – Mellany perguntou meio assustada.

– Que tal você fazer a mesma coisa que a Sahra fez com o Drew?! Foi isso que eu quis dizer com dar as “boas vindas”.

– Eu não posso fazer isso com ele. – Mellany respondeu envergonhada e nervosa.

– Por que não? – Jason perguntou.

– Ele é namorado da Sahra.

Então eu entendi o olhar que Jason havia me lançado. Akim era meu “namorado”, eu deveria estar com ciúme ou algo do tipo como um casal de namorados normais.

– Se você der as boas vindas ao Akim. Faço a mesma coisa com o Jason. – Falei com as sobrancelhas erguidas em direção à Mellany. Todos viraram em minha direção.

– Você só pode estar de brincadeira! – Drew exclamou meio atordoado, mas com um sorriso malicioso.

– Por que estaria? Vou mostrar como as coisas funcionam na Inglaterra. Você topa Mellany? – Perguntei a olhando com convicção.

Eu estava fazendo uma enorme loucura, dando uma ovelha ao lobo. Mas eu queria ajudar Mellany, então acho que o primeiro passo seria ela deixando esse seu lado medroso de lado. A garota tinha problemas, e acima de tudo não aproveitava a vida nem um pouco. Aquilo era realmente triste. Ela precisava de um incentivo. Por mais que parecesse, ficar com Jason não parecia ser tão ruim assim. Afinal ele era muito gostoso.

– Eu acho melhor tirar uma peça de roupa. – Mellany respondeu incerta. Dei um longo suspiro.

Levantei do meu lugar puxei Jason pela gola de sua camisa e o beijei antes mesmo de ele se por de pé normalmente. Ele buscou apoio no meu corpo. Minhas mãos passearam por sua nuca e desceram por seus ombros, enquanto minha boca estava colada na dele. As mãos de Jason pareciam ter ganhado vida, passaram por minhas costas e desceram pela cintura, apertando, minhas coxas e minhas nádegas também foram apalpadas. Estávamos ofegantes.

Jason desgrudou nossos lábios e atacou meu pescoço, distribuindo beijo e pequenas mordidas que iam até o lóbulo da minha orelha, aquele era meu ponto fraco, um arrepio se apossou do meu corpo. Resolvi inverter as coisas, enquanto beijava o empurrei até a parede mais próxima e beijei seu pescoço, maxilar e o lóbulo da orelha. Jason estava tão ofegante quanto eu. Minhas mãos estavam descontroladas passeando pelo corpo dele, as dele faziam a mesma coisa comigo. Antes que fosse tarde demais, me separei.

Meu cabelo provavelmente estava arruinado. Minha boca deveria estar inchada e assim como eu havia deixado uma marca no pescoço do Jason, ele provavelmente tinha feito isso em mim. Passei a sentir uma leve pressão no meu pescoço, onde ele havia mordido ou chupado, não sei. Ainda estava meio ofegante, sentei ao lado de Mellany e a olhei bem nos olhos, pelo menos tentei. Apesar de não ter brincado tanto com Jason como fiz com Drew, aquilo tinha sido mais intenso. Talvez por eu achar Jason mais atraente que Drew. Balancei a cabeça espantando os pensamentos.

– O que você vai fazer agora? – Perguntei insinuando que ela beijasse Akim de uma vez.

Mellany deu um longo suspiro e levantou. Suspirei aliviada. Akim levantou com um sorriso malicioso nos lábios e ficou de frente com ela.

– Relaxe – Akim falou passando as mãos nos ombros dela.

Mellany só acenou positivamente com a cabeça.

Akim a beijou. Aquilo teria sido algo para se comemorar, para ambas as partes. Akim havia conseguido o que tanto ansiava a garotinha virgem e gostosa, segundo ele, que estava caída aos seus pés.

Mallany conseguiu o seu tão ansiado beijo do “príncipe encantado”. Eu até havia conseguido enxergar Akim como ela, na visão limitada do mundo em que Mellany vive, Akim seria um cara legal, culto e educado. Além de ser bonito, ele tinha um emprego e um diploma também. Era rebelde, tinha um bom visual e totalmente despreocupado.

Mellany achava que Akim era seu sonho de consumo. Akim achava que Mellany era uma boa pessoa para transar.

Duas cabeças bem diferentes. Apesar de ver Akim a beijando e Mellany correspondendo, aquilo não me parecia muito certo. Eu temia pela cabeça do meu amigo. Se ele fizesse algo contra Mellany às coisas iriam exigir o envolvimento de Jonh, aquilo o tiraria da minha vida por um tempo. Estava sendo egoísta, mas aquela era a simples verdade. Se Akim fosse embora minha vida se tornaria um verdadeiro caos.

Os dois se beijavam. Akim exalava luxúria. Mellany exalava, por incrível que pareça, pureza, vergonha e incerteza.

Akim com suas ávidas mãos percorriam o corpo de Mellany, no entanto ela estava com as mãos paradas em volta do pescoço dele. Naquele momento agradeci por não ter sido criada por Jonh, do contrário eu seria uma idiota ingênua.

Aquilo ali na minha frente estava sendo um fracasso.  Eu tentei ajudar, mas se nem ela se ajudava o que mais eu poderia fazer. Ela não tinha o desejo de beijá-lo, não com o desejo cheio de malicia. Mellany realmente pensava que beijos cândidos ainda eram válidos em pleno séc. XXI. Akim parecia estar impaciente, então simplesmente encerrou o beijo, deu um pequeno sorriso e caminhou até sentar ao meu lado. Mellany estava meio aturdida e bobamente feliz.

– Você tinha razão – Akim sussurrou no meu ouvido –, eu não vou querer me envolver com essa garota.

– Eu avisei – sussurrei de volta –, você não quis escutar. Você pode me agradecer depois, por eu ter conseguido que vocês dois se beijassem.

– Certamente. – Ele concordou com um aceno positivo.

E ficamos nisso. A garrafa rodava e eles respondiam perguntas ou faziam desafios, quando não faziam nem um dos dois, tiravam uma peça de roupa e tomavam um gole de bebida. Eu não respondia nada, fazia todos os desafios que me eram propostos e bebia quando queria. Tirando Akim e eu, todos já estavam bêbados. Eu já tinha beijado todos até mesmo Daniel, simulado como se faz sexo oral, em uma garrafa e roubado uma gravata do quarto do Jonh, com ele dormindo dentro. As garotas já estavam de sutiã e de jeans, os sapatos meias e até mesmo os acessórios foram tirados evitando ao máximo que todas as peças de roupa fossem retiradas.

A garrafa completava mais uma volta eu já não fazia ideia do que eles aprontariam, mas depois de tantas coisas absurdas acabei por não me surpreender com nada. Gargalo virado para Jason e fundo virado para Drew.

– Vamos lá Jason o que você vai querer? Verdade sobre a festa de Natal do ano passado, ou um desafio? – Drew provocou bem animado, ele estava sem camisa por preferencia própria. Fiquei curiosa para saber o que tinha acontecido no Natal deles, algo dizia que tinha sido divertido.

– Desafio. Nada pode ser pior do que aquilo – Jason falou apertando os olhos.

– Te desafio a comprar bebida naquela loja de conveniência que fica na rua de trás...

– Desafio aceito – Jason o interrompeu Drew –, isso vai ser fácil.

– Você deveria ter esperado que eu terminasse – Drew o reprovou – você vai ter que comprar as bebidas de roupa íntima e vamos vesti-lo com acessórios idiotas.

– Mas é claro que eu vou tirar uma peça de roupa. – Jason negou veemente.

– Se você me der $100,00 dólares eu faço o desafio – interrompi olhando para Drew.

– Você tinha que fazer de graça. – Drew acusou.

– Só se o desafio fosse meu. Eu estou pegando o desafio do Jason, na verdade estou propondo isso a você.

– Por que você quer cem dólares?

– Algum idiota amassou a descarga da minha moto, preciso mandar concertar, mas não tenho grana – expliquei dando de ombros. – Meu salário foi usado para pagar minhas contas telefônicas. Ligações internacionais são bem caras.

– Mas e o Jason? – Mellany que já estava bem bêbada perguntou.

– Ele amarelou – Laila falou. – Os Deuses gregos ficariam envergonhados de você. – Então ela gargalhou. Laila também estava chapada.

– Se o Jason é um fracote não vamos discutir agora. O importante é que me deem o dinheiro.

– Eu não amarelei e quer saber? Eu vou realizar a porra do desafio. – Jason falou zangado.

– É isso!  Eu sabia que você não ia me decepcionar – Daniel falou dando tapas no ombro de Jason. – Mas o que vamos fazer com a Sahra? Eu tenho o dinheiro aqui se você ainda quiser.

E lá estávamos Jason e eu abrindo o portão principal da casa vagarosamente, depois de desativarem o alarme. Nós estávamos cada um com uma saia de palha, no estilo havaiano, verde. Colares de flores e descalços. Jason tinha boias de braço com desenhos de ursinha em cada um dos braços, eu estava com uma boia de patinho na minha cintura. Travessas com anteninhas enfeitavam nossas cabeças.

Jason dava largas passadas, com a cabeça baixa sem olhar muito ao redor. Aquilo era idiotice, ninguém que ele conhecesse passaria ali.

– Jason! – Chamei. Ele me ignorou e continuou andando rápido, rolei os olhos, não estava com vontade de correr e muito menos com pressa. – Jason! – Chamei mais alto, enquanto tirava a boia de patinho da minha cintura. Ele parou e olhou em minha direção.

– O que você quer? – Ele perguntou emburrado, também tirando as boias dos braços e jogando em um lixeiro próximo, joguei a minha lá também.

– Relaxa. Cara, você acha que alguém vai ver você assim? – Perguntei enquanto caminhava até ficar na sua frente. – E você está de cueca, isso deve ajudar alguma coisa.

– Do mesmo modo que você está de lingerie – ele falou.

– Do que você está se escondendo? – Perguntei enquanto retomei a uma caminhada lenta, que ele logo acompanhou.

– Você pode não ter, mas eu tenho uma reputação pra zelar e... Ai! – Ele tropeçou em uma pedra na calçada.

– Você liga demais pra essa coisas – falei enquanto rolava os olhos –, se você se preocupasse um pouco menos com isso, talvez você fosse um cara mais suportável.

– Eu sou legal e as pessoas me querem por perto. – Ele falava com a voz arrastada, estava bêbado, mas não queria demonstrar aquilo.

– Te querem por perto porque você tem dinheiro e é gostoso – falei dando de ombros.

– Você me acha gostoso? – Ele perguntou com as sobrancelhas se enrugando.

– Acho. Isso é óbvio. Você com esse corpo, rosto, cabelo... Você tem uma combinação perfeita e é bem harmonioso. Tenho que confessar que gostei de beijar você.

– Wou! – Ele parou sinalizando que eu parasse enquanto parecia tentar formular alguma coisa coerente. – Quer dizer que você, Sahra Backers, a garota que ignora todo mundo, que provavelmente já mandou todos à merda, que já matou diversas pessoas mentalmente gostou de me beijar? – Ele perguntou retoricamente. – Posso usar isso a meu favor em algum momento futuro.

– Claro! – Falei dando de ombros e continuando a andar. – Se você lembrar dessa conversa amanhã.

– Você acha que eu estou bêbado? – Ele perguntou enquanto bufava. – Estou com álcool no sangue, mas completamente normal... Opa!

Ele havia tropeçado nos próprios pés. Ri levemente dele.

– Você devia se preocupar menos com o que os outros pensam ao seu respeito – falei –, agindo desse jeito só mostra o quão sem personalidade você é.

– Você deveria passar a se importar mais com a sua reputação, se você tiver contatos e uma boa imagem as coisas ficam mais fáceis.

– Mas não ficam originais e não precisamos nos esforçar nada pra conseguir.

– E isso seria algo ruim? – Ele perguntou confuso.

– Depende. Quando as coisas vêm fáceis é legal, ficamos contentes, mas quando conseguimos com o nosso esforço parece que ficam melhor ainda.

– Talvez... – Ele disse enquanto parecia estar pensando. – Você trabalhava bastante antes de vir pra cá não é? E antes que eu esqueça, porque você precisa fazer trabalho comunitário?

– Eu tinha que me sustentar. E faço o trabalho comunitário por conta de alguns contratempos. – Jason era do tipo: Bêbado tagarela. Era irritante, mas do jeito que as coisas iam acho que eu poderia me sair bem.

– De onde você conhece o Natanael? – Ele perguntou. Parei abruptamente e o encarei com os olhos bem abertos.

– Natanael? – Perguntei, querendo confirmar.

– Isso mesmo, Natanael Burnier. Você sabe... Aquele cara esquisito, o francês.

– Você conhece o Natanael?

– Sim. Você também conhece não é? Tem uma foto de vocês dois no seu quarto – ele falou e de repente saiu correndo. – A gente chegou! – Ele disse levantando os braços e caminhou até a loja.

Segui Jason um pouco confusa, se ele estava dentro do meu closet provavelmente teria visto alguma coisa. Eu teria que dar um jeito de descobrir mais coisas.

– Como a gente vai comprar as bebidas se não somos maiores de idade? – Jason perguntou.

– Não se preocupe com isso. Fica calado e perto de mim que as coisas vão terminar bem.

Entramos na loja e aquilo me trouxe uma sensação de nostalgia. Era uma pequena loja de conveniência com no máximo três corredores, paredes brancas e encardidas. Atrás de um balcão onde se encontrava o caixa, um garoto que me fez lembrar eu mesma. Ele tinha uma aparência jovem e estava com fones nos ouvidos, assim que entramos ele tirou e ficou nos observando.

Jason e eu fomos até uma prateleira onde se encontravam diversas bebidas. Peguei um litro de Vodca, uma de conhaque e um Uísque barato. Nada de marcas, peguei as mais baratas que havia ali. Pela experiência que tinha, bebidas baratas geralmente eram mais fortes.

Caminhei em direção ao caixa e o garoto pareceu ficar meio nervoso, talvez pelo fato de estar olhando para uma garota somente de lingerie com uma saia de palha na sua frente. Coloquei as bebidas no balcão, passei a língua nos lábios e dei um sorriso. O garoto engoliu em seco. Aquilo seria fácil.

– Preciso da sua identidade – ele disse com a voz um pouco trêmula.

– Você tem certeza? – Perguntei arqueando uma sobrancelha e me apoiando no balcão, no intuito de chegar mais perto dele.

– Si-Sim! – Ele gaguejou.

Sorri de lado e subi minhas mãos até meu busto ele olhava todos os meus movimentos atentamente e suava em bicas. Puxei um pouco o lado direito do meu sutiã e entre o tecido e o meu busto se encontrava uma identidade falsa.

– Aqui está – falei lhe entregando a identidade. – Não precisa se preocupar, não sou menor.

– Você não aparenta ter 21 anos... Eu pensei...

– Eu sei o que você pensou – o interrompi –, você tem quantos anos? – A conversa servia para desviar sua atenção da identidade.

– Tenho 18. – Ele falou. Fiquei um pouco surpresa, ele era mais velho que eu.

– Pena que você só tem 18. Se fosse mais velho poderíamos marcar alguma coisa... – Falei sugestivamente. Aquele era o golpe final, ele gaguejou, suou e tremeu enquanto calculava o valor da nossa compra. – Até mais querido.

– Até mais.

Sai da loja com Jason em meu encalço. Ele tinha ficado calado enquanto eu comprava as bebidas. Caminhamos um pouco, então eu parei em frente uma casa enorme com uma cerca viva. Jason me olhava com um olhar que dizia: Não faça isso.

A cerca não tinha mais que três metros de altura. Dei as garrafas para Jason e me preparei para subir e pular para dentro da casa de uma pessoa que eu não fazia ideia de quem era.

– Você não pode fazer isso – ele falou segurando o meu pulso com uma mão enquanto a outra segurava a sacola que estavam às bebidas.

– Jura? Por que não? – Perguntei soltando meu pulso e me agarrando as plantas que cobriam o que eu descobri ser um muro.

– Se te pegarem podem prender você por invasão de propriedade privada. – Ele falou como se fosse óbvio.

– Então vamos torcer para que não peguem não é mesmo? – Falei divertida. – Assim que eu der o sinal você joga as bebidas por cima do muro uma a uma.

Escalei o muro. Quando pulei para o outro lado me desequilibrei e cai deitada na grama fofinha e verde. Minha intenção não era beber sozinha dentro da casa de um desconhecido. Eu queria que Jason me seguisse e eu tinha quase certeza absoluta que ele me seguiria. Assim que vi a sacola com garrafas pendurada do lado de dentro sendo segurada por uma mão não contive o sorriso de satisfação por estar certa. Jason apareceu por completo sentado no muro e depois desceu também se desequilibrando e caindo ao meu lado, as garrafas saíram da sacola e rolaram na grama.

– Você veio então? – O provoquei. Levantei do chão e apanhei as bebidas.

Andei calmamente pela propriedade, que era enorme, atrás da casa uma enorme piscina se encontrava desprotegida e parecia implorar para que alguém mergulhasse nela, um grande esplendor de água com lajotas azuis. Apesar de bonita a piscina era amedrontadora para uma pessoa que não sabia nadar, como eu.

Sentei em uma espreguiçadeira na beira da piscina e Jason me seguiu sentando ao meu lado, na mesma espreguiçadeira. Abri a garrafa de Uísque e tomei um gole, a bebida desceu queimando em minha garganta. Passei a garrafa para Jason que parecia estar um pouco mais sóbrio.

– Então você conhece o Natanael? São amigos? – Perguntei como se não me importasse muito.

– Não somos exatamente amigos. Ele é um grande amigo do Daniel, não meu – ele tomou um longo gole da bebida e fez uma careta. Depois bebeu mais um pouco. Se ele continuasse assim, seria ótimo.

– Mas você o conhece, então...

– Isso não quer dizer nada – ele me interrompeu. – Acho que você não deveria ser amiga dele.

– Por que não? – Perguntei intrigada.

– O Nate não é o tipo de pessoal com a qual devemos nos envolver, ele não é quem ele aparenta ser.

Eu que o diga. Completei em pensamento. Jason bebeu mais Uísque.

– O que você quer dizer com isso?

– Quero dizer que ele fazia coisas erradas e apesar de você ser uma garota durona e malvada, se me permite dizer, ele fazia coisas piores – Jason falou bebendo mais.

– Sério? Como o quê?

– Bom, para começar ele participava de corridas ilegais, você sabe o que são não é?

– Não acho isso algo tão grave – falei dando de ombros.

– Eu também não, levando em conta que já participei de algumas dessa corrida. – Ele disse com um sorriso acompanhado de um olhar distante. Aquilo era interessante, Jason participava de “rachas”.

– Estou meio perdida na sua explicação...

– O Natanael não se contentou somente com as corridas e acabou se envolvendo com drogas. Não sei se você sabe, mas recentemente ele foi preso, claro que ele já está livre – ele completou sorrindo e balançando a cabeça.

– Por que o “claro”? Porte de drogas não é algo inafiançável? – Perguntei confusa.

Eu não sabia o que Jonh havia feito ao meu respeito, mas agradeci por não ficar presa por anos.

– Você não conhece o pai dele. Ele consegue tudo o que quer – Jason falou para logo em seguida completar –, com o dinheiro a influência que tem...

– Quem é o pai dele? – Natanael nunca falava sobre a família.

As únicas informações que tinha era que o pai era um bêbado e ele não tinha mãe. Fugiu de casa e vivia melhor sozinho do que com o pai.

– Noel Burnier. Ele é um acionista, o cara praticamente toma banho em dinheiro. Meu pai é dono de uma empresa de produtos alimentícios na França e o pai do Nate é dono de algumas ações dela, o pai do Daniel também é um dos donos.

– O pai dele é rico? – Eu estava chocada, ali, sentada ao lado de um bêbado dentro de alguns minutos, eu havia descoberto mais da vida do Natanael do que durante um ano e meio de convivência.

– Rico seria eufemismo. Ele tem ações em várias empresas e conheço o Natanael por causa da aliança dos nossos pais. Daniel se tornou mais amigo dele do que eu, mas não o invejo. Nate aparenta ser um cara tranquilo a primeira vista, mas ele não é. Ele sofria vivendo com o pai, claro que ele não sofria maus tratos, isso nunca – ele de uma pausa para beber mais um pouco. – A mãe dele foi embora quando ele ainda era uma criança, abandonou o pai e ele, isso o deixou meio amargurado. Depois de alguns anos o pai dele resolve casar novamente, a nova esposa é uma completa perua, liga mais para uma cirurgia plástica e compras do que para os filhos.

– Filhos?! – Eu estava cada vez mais surpresa.

– Sim. Filhos. – Ele disse e bebeu mais um pouco. – Logo depois que o pai dele se casou de novo, a mulher engravidou, acho que isso foi para que eles não se separassem. Eles tiveram uma garotinha, o nome dela é Charlotte. Nate cuidou da garota. Eles eram grudados, Natanael gostava dela demais e creio que ele não fugiu mais cedo de casa por causa da garota. – Ele bebeu mais um pouco. – Claro que ela deveria considerar Natanael como um filho, isso seria o certo, apesar de não existir ligação sanguínea entre eles.

– Ele fugiu de uma bela vida para virar um andarilho? Não consigo entender o porquê de ele abandonar um futuro promissor por algo tão... – Fiquei sem palavras para descrever.

– Logo você não entendeu?! – Ele falava incrédulo. – Sahra, ele era sempre um zero a esquerda. Natanael não passava de um troféu que era exposto ao lado do pai famoso. Ele não recebia carinho, nem atenção. Somente quando fazia algo muito errado, a irmã dele a mesma coisa, então ele passou a cuidar dela, a ficar sempre do lado dela.

– Parece que ele não ficou sempre do lado dela – falei acusadoramente.

– Você pode até dizer que não, mas quando ele fugiu de casa ficou de olho na pequena Lotte. Daniel e eu levamos diversos recados dele para ela. A garota é muito esperta e é um amor de pessoa, não merece ser ignorada.

– Pelo que eu entendi o pai dele é poderoso, como não conseguiu achá-lo?

– Eu não sei – ele disse dando de ombros. – A minha teoria é que ele sabia de todos os movimentos do Nate, no entanto, não quis intervir em nada. Acho que ele tentou dar uma espécie de lição de moral nele. Acho que o pai dele só estava esperando o momento em que ele caísse e precisasse da sua ajuda, o momento chegou.

– Tudo bem que ele fugiu de casa, mas não entendo como e por que ele se envolveu com drogas.

– Isso ninguém sabe. Quer dizer... Eu acho que o Daniel sabe, eles eram realmente muito unidos, mas o Dan não comentava os assuntos que tinha com ele comigo, a menos que eu perguntasse. Achei mais inteligente da minha parte, se continuasse inconspícuo nessa história.

– Você poderia contar essa história pra mim? – perguntei o encarando.

 – Provavelmente não, mas quem se importa. Você o conhece mesmo, não cometi nenhum crime. – Ele falou dando de ombros.

– Onde ele está agora? O Natanael – perguntei um pouco insegura.

– Na França com o pai – Ele respondeu dando de ombros novamente.

– Acho melhor levarmos as bebidas – falei me levantando. Precisava pensar e contar para o Akim tudo o que tinha descoberto.

– Tem certeza? Eu tenho outra ideia – ele disse sorrindo.

Então ele levantou e me empurrou para a piscina entrando logo em seguida.

Meus olhos se arregalaram de medo, meu corpo afundou, me debatia e imagens passavam por minha mente.

Flash Back:

– Me larguem! – Gritava em plenos pulmões, mas parecia que ninguém me ouvia. Que droga de escola era aquela que ninguém socorria um aluno.

– Olha aqui garotinha esquisita – um garoto magricela e alto falou –, eu não sei o que você fez pra vir parar aqui, mas acredite quando eu digo que um reformatório não é para criancinhas.

Assim que ele terminou de falar isso me atirou na piscina da área de esportes. Meu corpo afundou e eu me debatia. Não sabia nadar. Eu morreria com certeza e não estava ligando muito para isso, afinal a minha mãe não iria me consolar se eu voltasse viva para casa. Ela não me pegaria no colo e diria: Vai ficar tudo bem, vou dar um jeito nesses moleques que mexeram com você.

Ela não me daria um beijo e me deixaria dormir na mesma cama que ela enquanto me fazia um cafuné. Não me diria boa noite e o abraço quente e caloroso já não existia mais. O que havia sobrado da minha vida era a parte amarga, cheia de feridas, estradas tortuosas, sofrimento e desespero. Os pássaros não cantavam mais para mim, o sol não tinha mais o mesmo brilho e não entendia o porquê de as pessoas terem ficado piores.

Meu peito doía pela falta de ar e a pressão da água não me ajudava muito, morrer afogada era incômodo, mas ninguém sentiria a minha falta mesmo, não adiantaria lutar.

Olhei para frente e vi um corpo vindo em minha direção. O que era aquilo? Eu não faço ideia.

Então fui puxada e colocada na superfície fria e dura da borda da piscina. Tossi e água saiu dos meus pulmões, nem havia percebido que tinha engolido e ainda mais a quantidade que eu expeli.

– Você é louca? – Um garoto com algumas espinhas no rosto e uma barba que denunciava sua puberdade perguntou para mim. Provavelmente o mesmo que me salvou. Ele aparentava ser mais velho, talvez do último ano. – Por que você pulou na piscina se não sabia nadar?

– Eu não pulei – falei mal humorada, enquanto me sentava –, me jogaram.

– Nossa! – Ele falou de joelhos e colocando as mãos na cintura. – Você deve ser muito querida. – Bufei e rolei os olhos. – Péssima hora para se fazer uma piada. Meu nome é Akim. Akim Afonso. Qual o seu?

Flash Back off~

Continuava me debatendo, outro momento surgiu em minha mente, no entanto esse foi mais desagradável.

Flash Back:

Meu pé escorregou e eu sabia que a queda era impossível de ser evitada, não havia nem um local em que eu pudesse me agarrar. O Maldito rio Tamisa iria me engolir, a merda do rio parecia sorrir enquanto eu tentava me segurar falhando cruelmente na tentativa.

– Sahra! – Escutei o grito potente de Natanael ressoar atrás de mim. Ele havia conseguido o que queria.

Mergulhei na água escura que me rodeava por todos os lados, ela era fria, parecia que ia me dilacerar a correnteza me arrastava e eu me perguntei o porquê da minha segunda quase morte ser afogada novamente, a primeira havia sido uma quase morte, mas essa eu tinha certeza que seria uma morte. Natanael estaria sorrindo enquanto me via agonizar em baixo d’água, claro que isso era uma suposição eu não conseguia vê-lo e não queria.

Provavelmente estaria sendo prazeroso assistir a minha morte de camarote e ser o responsável. Aquilo era uma merda, mas eu não podia fazer mais nada. Minha mãe sempre quis me colocar em aulas de natação. Eu sempre fugia então ela desistiu de tentar me fazer ir.

Eu já tinha desistido de tentar lutar. Eu não conseguiria sair dali mesmo, só gostaria de trazer Natanael comigo. Sim. Eu era vingativa. De repente meu braço foi puxado.

Flash Back off~

The Killers - Somebody Told Me

Meu braço foi puxado e de repente meu corpo emergiu. Agarrei-me ao que tinha me tirado da água, meus braços e pernas estavam agarrando Jason com força, enquanto tossia loucamente. Eu provavelmente o estava sufocando, mas se eu soltasse afundaria. Ele ria do meu desespero, se eu não fosse morrer o enforcaria, provavelmente estaria fazendo isso agora.

– Acho melhor você parar de rir – falei entre dentes –, quando sairmos daqui vou matar você.

– Não, não vai. Se não eu jogo você na piscina de novo – ele falou risonho.

– O que você acha de sairmos daqui? Prometo não matar você. – Falei. Só então fui perceber o quão perto nós estávamos.

Minhas pernas em volta da sua cintura, agarradas com tremenda força, meus braços ao redor do seu pescoço. Meu corpo estava colado ao seu e parecia que não existia espaço entre  os nossos corpos, a falta de roupa deixava as coisas mais embaraçosas, minha bochecha estava encostada no seu pescoço.

– Não acho legal – ele falou passando as mãos do meu joelho até o meu pescoço. Aquilo não era nada bom para uma pessoa que estava em abstinência sexual, claro que eu provavelmente teria feito algo durante a festa, mas eu não lembrava então aquilo não contava.

– Acho melhor você parar com isso – falei tensa.

– Por quê?

– Não comece algo que você não pode terminar – falei engolindo em seco. Jason poderia ser um babaca completo, mas ele era bonito e provavelmente bom de cama.

– Quem disse que não posso terminar? – Ele perguntou mordendo o lóbulo da minha orelha.

Então mais do que depressa minhas costas encontraram a parede fria da piscina. Jason me beijou. Nós atacávamos a boca um do outro. Aquilo estava sendo melhor do que eu imaginava. Minha saiu do seu pescoço alisou seu abdômen ele estremeceu e me prensou mais ainda na parede. Ofeguei e mordi seu lábio inferior recebi um gemido em troca, nossas respirações estavam ofegantes. Jason beijou minha bochecha e foi até meu pescoço alternando entre beijos e mordidas, eu agarrei seu cabelo dando leves puxões, levantei minha cabeça a fazendo encostar-se à borda da piscina. Ele beijava o meu pescoço e ia em direção aos meus seios. Um gemido saiu dos meus lábios. Puxei seu cabelo com mais força e trouxe seu rosto para o meu o beijando sedenta.

Eu estava completamente louca, me envolver com Jason era perigoso. Daniel poderia tirar algum proveito disso, mas a sensação de estar com ele e ver a expressão de raiva da loira sebosa da sua namorada me dava um prazer triplicado. Alexia me mataria se me visse do jeito que estava com o seu namorado, eu amaria vê-la tentando me matar, seria apenas uma desculpa para bater nela.

Ele juntava nossos corpos e pressionava seu quadril junto ao meu. Ele já estava excitado, eu também. As coisas seriam boas. O clima de tensão que girava ao nosso redor ajudava ainda mais.

Jason colocou a mão na parte interna da minha coxa e eu implorava por um toque mais intimo, eu já estava beirando a loucura. A aura de tensão e excitação que nos envolvia era algo totalmente surreal misturada com a adrenalina, deixando as coisas mais interessantes.

A mão de Jason descia cada vez mais, de forma lenta e sensual. Gemi.

De repente luzes foram acessas. Jason me olhou alarmado, então agiu mais rápido do que eu, escorregando nossos corpos para dentro da piscina.

Ele prendia meu corpo com o seu. As luzes bruxuleavam na água e nós continuávamos lá. Aquilo estava me causando desconforto, a água parecia que iria entrar por minha boca a qualquer momento, as paredes da piscina pareciam se fechar sobre mim. Meu peito começou a subir e descer com a ânsia de vômito que passou a me assolar. Jason me segurava e me olhava tentando passar tranquilidade. Ele segurou meu rosto e me olhar para ele que tentava passar segurança com os olhos. Aquilo não estava funcionando. Poucas pessoas tinham minha confiança e ele não era uma delas.

Flash Back:

– Pula! – Natanael gritou lá debaixo.

Eu estava em cima do final da Tower Bridge. A altura era consideravelmente alta. Eu me machucaria e já ouvia toda a confusão de sirenes e carros acelerando, ou eu pulava agora, ou ia dar um passeio na cadeia.

– Vamos Sahra! Confia em mim! Pula!

Fechei os olhos e pulei a queda não era tão grande e pareceu acontecer em dois segundos. Meu corpo bateu em outro e rolamos, meus olhos estavam fechados com força.

– Você pode abrir os olhos agora – a voz rouca do Natanael preencheu meus ouvidos. Lentamente abri meus olhos e ele olhava para mim. – Eu disse que você poderia confiar em mim. – Seus lábios encostaram-se aos meus.

O barulho de sirenes ficou alto e então corremos para debaixo da ponte e ficamos lá esperando que fossem embora. Dava pequenos pulinhos por conta do frio da noite, mas a polícia ainda estava procurando por pessoas envolvidas no racha. Meus ombros foram cobertos por uma jaqueta preta de motoqueiro. Natanael me olhava sorrindo.

– Obrigada. – Respondi com um sorriso idiota no rosto.

Flash Back off~

Eu balançava a minha cabeça de um lado para o outro e sacudia meus braços tentando me soltar do aperto de Jason ele tentava segurar meus braços, mas eu não facilitava o seu trabalho. De repente as luzes se apagaram e Jason me levou para fora da piscina.

Respirei profundamente e coloquei a mão na boca para que a tosse não nos denunciasse. Jason pegou as bebidas e depois me ajudou a levantar, caminhamos até o muro e ele parou para que eu pudesse respirar melhor.

Acenei positivamente com a cabeça e ele fez um apoio com a mão para que eu subisse com mais facilidade. Passei e quando sentei no muro Jason tratou de subir. Sentou ao meu lado e desceu cuidadosamente me ajudando a descer também. Parei ao seu lado e ele me olhava tentando aparentar sobriedade.

– Você está bem? – Ele perguntou me analisando.

– Eu pareço bem? – Perguntei o olhando incredulamente.

– Pra mim você parece muito bem. – Ele falou me olhando dos pés a cabeça.

Só então parei para analisar a minha atual situação. A saia de palha estava colada em minhas pernas e não escondia nada da minha roupa íntima. Dei um longo suspiro, eu havia ficado cansada da aventura. Só queria dormir e esquecer a noite que tinha tido.

– Vamos embora antes que eu acabe batendo em você – falei bufando.

– Não bote a culpa em mim, foi você quem quis invadir uma propriedade.

– Sim. Essa foi a minha ideia, mas a ideia de me jogar na piscina não foi minha. Nós poderíamos ter saído de lá quando eu falei, mas como você é super esperto... – Falei irritada. – Por que você ainda estuda? Você é tão inteligente que não precisa disso.

– Eu não tenho culpa se você não sabe nadar. Porque, fala sério?! Que tipo de pessoa com mais de 15 anos não sabe nadar? – Ele falou levantando os braços enquanto me acompanhava na minha caminhada a passos largos e decididos. – E por que diabos você me encheu de bebida? Eu ainda estou bêbado, mais que o normal. Não faço ideia de como consegui pular a porra do muro e ainda estar intacto.

– Já acabou? – Perguntei o olhando desdenhosamente.

– Não. Quer saber? Eu não acabei. – Ele disse exasperado. – Você chega de outro país, outro continente e simplesmente acaba com tudo. Se você quer saber todo mundo naquela casa faz o possível pra que você se sinta bem e o seu pai tenta de tudo para que você possa gostar dele. O que você faz em troca? Nada.

– Eu não queria estar aqui – falei bufando –, não preciso mostrar uma felicidade que eu não tenho. Se alguém estiver incomodado com algo... Que me mandem de volta para a Inglaterra, não vou me importar.

– Você pode não se importar, mas o se pai se importa. Você não faz ideia do quanto ele falava de você, o quanto fala na verdade. Ele praticamente te põe em um pedestal e você o despreza desse jeito?

– Primeiramente não o considere como meu pai. Ele nunca agiu dessa maneira – falei parando de caminhar e ficando de frente para ele. – Eu já estou bem grandinha para ter minha mente moldada por ele ou simplesmente esquecer que ele não tenha me procurado por sete anos, por causa de um medo estúpido de não saber me cuidar ou por qualquer outra coisa. Se ele me ama dessa maneira que você falou, então provavelmente não estaríamos tendo essa discussão. – Virei de costas para ele e continuei andando.

– Você não pode julgar alguém por estar com medo. – Ele falou, novamente caminhando atrás de mim. – Eu não julguei você por não saber nadar ou por ter com medo de ficar alguns segundos debaixo d’água...

– Acho que a diferença é gritante. – O interrompi. – Eu não saber nadar e ter uma pequena hidrofobia por conta de quase ter morrido afogada duas vezes na minha vida, agora três, é totalmente diferente de não querer cuidar de uma garotinha de dez anos, sem nem um parente próximo, e sozinha no mundo. Você acha que as proporções são as mesmas?

– Não. Tudo bem, você tem razão, mas as pessoas devem perdoar os erros dos outros.

– Fale por você. Você deve saber algo sobre mim Jason, eu não perdoo. Talvez eu já tenha dado algumas exceções. Mas se você fizer algo que eu considere grave, as proporções do seu erro vão voltar para você com a força redobrada. – Falei o encarando enquanto abria o portão da casa. Entrei passando pelo jardim da frente e indo para dentro da casa.

Cheguei ao quarto com Jason em meu encalço. Fiquei surpresa ao encontrar Drew e Daniel jogados no chão e dormindo. Akim estava na varanda com um copo na mão, parecia alheio ao que aconteceu ali, ou a nossa presença. Pigarrei, ele virou em nossa direção.

– Vocês parecem ter se divertido – ele falou nos olhando dos pés a cabeça.

– Onde estão as garotas? – Jason perguntou olhando ao redor do quarto.

– Levei Mellany pro quarto dela e coloquei as outras duas em um táxi. Como Daniel é quase da família o deixei onde caiu. – Ele explicou dando de ombros. – Agora eu tenho que ir.

– Preciso falar com você – falei o olhando seriamente. Ele me analisou e concordou. – Tenha uma boa noite Jason. – Falei e sai rumo ao meu quarto, Akim me seguiu.

– O que você tem de tão importante que não pode esperar até amanhã? – Ele perguntou bocejando.

– Vamos precisar de uma garrafa bem grande de Uísque, ou seja, lá o que for. Descobri coisas sobre o Natanael que você não conseguiria imaginar.

Akim me olhava curioso esperando que eu começasse. Aquela seria uma longa noite.


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Notas finais do capítulo

O capítulo não foi betado, mas foi exclusivamente minha culpa, e da companhia de energia também ¬¬'...
O que aconteceu foi o seguinte, entrei em uma disputa com a minha amiga, lancei o desafio de acabar o capítulo até ontem (segunda-feira 25/10) só que como foi o fim de semana do ENEM minha vida se complicou, não eu não fiz! Mas meu irmão vai fazer vestibular mais uma vez esse ano e acaba vindo toda aquela "coisa" não sei se alguém passa ou passou por isso. Queria não passar por isso esse ano, mas o retardado desistiu do curso no ano passado pra fazer esse ano de novo! ¬¬' Eu amo meu irmão tá?! Ele é lindo e me chama de doida também! *---*
Então escrevi muito no sábado e a noite faltou energia, isso fez eu perder uma parte que havia escrito, e me deixar com raiva, muita raiva mesmo, eu chorei de tanta raiva. >:(
Então quando a energia finalmente voltou meu irmão chegou e me barrou do PC' é vida dura a minha... ¬¬' Domingo foi basicamente igual ao dia anterior... E na manhã de segunda enquanto eu dava uma leve revisada de tirar coisas e acrescentar coisas pra poder mandar pra Beta a energia falta novamente e fica a manhã inteira sem, a tarde fui pra escola e cheguei anoite. No entanto eu falei com a minha Beta e ela teve que viajar hoje e eu mandei o capítulo tarde da noite, tipo coisa impossível de fazer, ela Betar ele. Então ela só volta no sábado e eu resolvi postar logo, quando ela voltar e corrigir ele eu posto novamente sem os erros que deem ter por aí...
Depois de toda a história ali em cima espero que tenham gostado do capítulo!
Agora eu queria dar alguns esclarecimentos a respeito da minha pessoa:
Cara eu falo muito, mas muito palavrão mesmo. Não coloca na fic, mas eu sou extremamente boca suja. Falo palavrão do nada, mando tomar naquele lugar enquanto to rindo com os meus amigos... Isso é feio e não repitam em casa, mas eu sou assim! :B
Eu sou pervertida, sim sou sim, não me julguem, mas todo mundo tem aquele lado pervertido e tal's, no entanto eu não vou colocar cenas de sexo explícito na fic. Acho que deve haver sensualidade e excitação, mas não quero colocar coisas assim explícitas porque acho um pouco... Sei lá, eu não acho que se encaixa no meu perfil de "escritora".
Eu gosto, amo mesmo conversar com vocês, seja por comentários, twitter e recentemente peguei o n° da minha Beta!
Cara eu gosto de conversar mesmo, sou extrovertida conversando, falo besteira pode puxar assunto comigo que eu converso. Você não entendem o quanto eu fico feliz de conhecer pessoas novas, converso muito via twitter com a Isatokita, minha tangerina Diva, e agora converso mais com a minha Beta Biand-chan! Peguei número de celular das duas e agora vou atentar elas pra sempre via sms... :B Se quiserem me perseguir no twitter persigam e me adc no facebook também, eu até tenho orkut! Qualquer coisa é só pedir.
Eu amo isso aqui, sinto que eu to fazendo amigas pra vida inteira, vou lembrar dessa experiencia pra sempre, me divirto muito escrevendo e vendo a reação de vocês é ótimo. Sensação indescritível de felicidade ver vocês elogiando. Não tem como esquecer que são vocês que me estimulam a continuar. Confesso que fico com preguiça e sem vontade de escrever, fico pensando... Vou parar por uns tempos, mas depois eu vejo os reviews e penso, não posso fazer isso elas gostam do que eu faço e então eu continuo. Escrever é cansativo às vezes e você tem que pensar e estruturar as coisas, mas também é prazeroso e divertido amo fazer isso!
*----------------*
Confesso que fiquei pensando no escrever nas notas finais, acabei mandando tudo a merda e escrevendo algo totalmente diferente do que havia pensando, -.-' Sempre faço isso, acho que vou parar de pensar no que escrever aqui. ¬¬'
Ah! Cara eu fiquei tão feliz por saber que você leem as notas finais! Pensei que ninguém parava aqui!
Mais um aviso mega importantíssimo. Provavelmente não vai rolar um capítulo da fic até dezembro. Minha prova da segunda fase do vestibular tá chegando e cara eu realmente tenho que estudar de verdade. Mas se eu conseguir fazer mais um capítulo eu posto, mas não prometo, eu realmente tenho que conseguir tirar uma boa média nessa prova, caso contrário eu me ferro e ano que vem vão ser seis provas!
Me desculpem mesmo. Espero que entendam... =/
Eu adoro vocês e desculpa quem não gostou do capítulo imoral :b (66~
Geeeeeente até o próximo viu e quem não gostou, cara dá uma relaxada esses lances pervertidos vão entrar na sua cabeça um dia e você vai ver como é legal! auhsuahsauhs parei gente ... kkkkkk~
Vi uma coisa de 16 anos pior do que isso aqui! :B asuaushauhsa... Então não me sinto culpada! :B
Parei de novo e agora que vou embora... Até o próximo e espero que vocês estejam bem. Vocês estão? *---*
B'jos! o/