So What escrita por Mahriana


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

A última parte do capítulo! [/NãoPenseiQueTinhaEscritoTanto:(/]
~ Apreciem sem moderação ~



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Fiquei a encarando esperando que ela me mandasse ir embora ou algo assim. Não pude deixar de me surpreender quando ela olhou para os dois lados, deu de ombros e veio em direção ao carro, abriu a porta e entrou. Fiquei a encarando meio incrédulo enquanto ela se acomodava no banco e passava o cinto.

– Vai ficar me olhando de novo? –ela perguntou de repente. Rapidamente me endireitei no banco e liguei o carro. –Aonde nós vamos?

– Eu estava indo pra casa –respondi meio incerto.

– Ótimo. Eu também estava indo.

– Não parecia já que você estava indo na direção contrária –respondi sem olhá-la.

– Tente andar em uma cidade que você nunca nem ao menos sonhou que existia –respondeu entediada.

– Não deveria sair andando sozinha por aí.

– Minha mãe sempre me falava isso –ela respondeu suspirando. Depois voltou ao tom entediado novamente. –O seu irmão disse que viria me buscar, mas não apareceu e já faz algum tempo que eu ligo pra ele.

– Drew? –perguntei. Ela só acenou com a cabeça e depois se encostou à porta. –As vezes ele é um pouco... Como posso dizer...

– Basta falar irresponsável –ela falou como se estivesse farta da conversa.

– Acho que essa palavra cairia bem –falei e o silencio reinou no carro. Ela não parecia ser do tipo que falava muito. –Então... Você tá gostando da cidade?

– Você quer uma resposta sincera ou uma mentira?

– Que tal a sincera?

– Tudo bem foi você quem pediu –ela falou e se acomodou no banco virando em minha direção e aqueles olhos violeta ficaram me encarando. Agradeci mentalmente quando o sinal abriu e tive que olhar para frente me desviando daqueles olhos. –A cidade é uma porcaria –ela falou me encarando. –Não conheço nada aqui então isso ajuda no meu julgamento. Odeio a sua namorada. Odeio o Jonh e essa sua mania de tentar ser um pai. Odeio ter que ficar dando uma de babá para Clair quando nem o próprio pai liga pra ela... Odeio isso aqui e meu maior desejo é voltar pra minha casa em Londres.

Ela falou aquilo com uma calma tão grande que me deixou assustado. Apesar do sotaque sexy aquilo me deixou assustado. Não sabia o que estava havendo comigo, mas eu achava aquela garota muito gata, sempre fui atraído por coisas excêntricas. Acho que era isso, o cabelo verde e os olhos violeta, aquilo era estranho e me atraia. Fomos em silencio até chegarmos em casa, guardei o carro na garagem e saímos lado a lado até entrarmos em casa.

– Espero que você não goste tanto do seu irmão, pois eu acho que vou matá-lo.

– Tudo bem, se precisar de ajuda disponha –falei tentando brincar um pouco. Ela sorriu.

– Talvez eu precise afinal ele é bem grande. –ri e ela me acompanhou.

Chegamos à sala e demos de cara com uma Clair rindo feito uma hiena e o Drew com a boca aberta. Fiquei olhando a cena enquanto Sahra caminhava em direção a Drew. Assim que chegou perto o suficiente deu um belo tapa na nuca dele, um belo estalo foi ouvido.

– Ai! Tá doida garota? –Drew perguntou esfregando o local.

– Talvez. Mas da próxima vez em que se dispor a me dar carona não se esqueça de mim –ela falou em um tom ameaçador.

– Nossa! Bom, é que eu fui ao shopping e como você tava demorando resolvi vir pra casa fazer um lanche...

– Você não atendeu aos meus telefonemas –ela acusou.

– Eu não sei onde tá meu celular. Jason me ajuda –Drew me pediu olhando suplicante para mim. Só levantei as mãos em sinal de rendimento.

– Eu poderia te matar de forma lenta e torturante, mas vou poupar a sua vida por ser um tremendo idiota –Sahra falou com um sorriso sarcástico no rosto.

– Tudo bem. Agora que tal uma explicação para o ataque de risos da pirralha e a sua cara de palerma –Drew me lançou uma cara assassina. –Não que você não tenha a cara de palerma o tempo inteiro, mas essa estava pior –completei rindo.

– Hey! Dá pra parar? –ele perguntou irritado. –Esse monstro –Drew apontou para algo atrás do sofá. Me inclinei um pouco e vi o bicho com o meu nome comendo um sanduiche. –Ele pegou o meu lanche, eu demorei tanto pra preparar.

– Bem feito! –Sahra falou. –É isso aí Jason vingue a sua mãe. Se você tivesse atendido ao telefone nada disso teria acontecido, pois eu estaria aqui para defender o seu sanduiche –Clair desatou a rir novamente.

O clima estava bom, todos ali interagindo de forma pacífica. Talvez assim fosse mais fácil me aproximar da inglesa sexy. De repente a porta foi aberta com brutalidade e a passos duros Mellany passou.

– Volte aqui –Jonh falou um pouco acima do tom normal, ele sempre fora controlado.

–Olha só eu não to a fim! Agora me deixa em paz –Mellany respondeu e saiu em direção as escadas.

– Acho melhor você nem pensar em sair de casa hoje.

– Argh! Me deixa em paz! Eu só quero viver a minha vida.

Então Mellany saiu correndo escada acima. Nunca pensei que fosse ver Jonh brigando com outra pessoa que não fosse Sahra.

– Pois é amigo, acredite existem outras pessoas que fazem coisas erradas –Sahra disse e deu algumas batidinhas nas minhas costas. Eu nem ao menos havia percebido que falara alto demais os meus pensamentos.

– Eu não quis dizer que...

– Tsc –ela fez um estalo com a língua me interrompendo. –Não precisa se preocupar. Agora eu vou subir –ela falou despreocupadamente. Todos ainda estavam boquiabertos encarando a cena, Clair parecia a mais chocada. –Clair que tal você trazer o Jason pra mim e contar o que vocês fizeram? –entendi o que ela queria fazer. Estava tirando Clair de ouvir uma possível discussão, pelo jeito Jonh não deixaria Mellany sair daquele jeito. Clair assentiu e ficou encarando o pai. –Então vamos, vamos logo pegue o Jason e venha. Também quero contar como foi o meu dia.

Ela falava enquanto Clair pegava o furão. Sahra foi empurrando levemente as costas de Clair para que ela se movesse então as duas subiram. Olhei Jonh e vi que estava um pouco vermelho.

– Não que seja da minha conta... Mas o que aconteceu? –perguntei me aproximando.

– Acontece que eu consigo olhar nos olhos de um narcotraficante e dizer que ele é culpado, mas não tenho controle sobre a minha filha –ele disse bufando.

– Não sou ninguém pra dar um conselho, mas eu sei como ela está se sentindo então... Dê um pouco mais de espaço a ela –dei uns tapinhas em suas costas e subi as escadas chamando Drew para vir comigo.

Depois de subir e tomar um bom banho desci para o jantar e dei de cara com Sahra, Clair e Drew sentados a mesa de jantar. Sahra sentava na cadeira se apoiando somente nas duas pernas de trás enquanto olhava para o teto. Drew e Clair estavam brincando com o furão em cima da mesa.

– Cadê o jantar? –perguntei. E puxei uma cadeira ao lado de Sahra e sentei. Ela nem ao menos desviou o olhar do teto.

– Ninguém veio jantar... Quer dizer nós viemos e parece que a mamãe dispensou a cozinheira, mas ela ficou presa no trabalho, ou seja, estamos sem comida –Drew me respondeu.

– Onde está o Jonh? –perguntei.

– O papai saiu para um jantar de negócios. Ele pensava que a sua mãe viria fazer o jantar –Clair respondeu.

– Então que tal pedirmos o jantar? –sugeri o óbvio.

– Bem pensado –Drew respondeu e eu só rolei os olhos.

– Onde está a Mellany? –perguntei.

– Ela não saiu do quarto desde que chegou. Eu fui lá conversar com ela e depois a chamei para jantar, mas ela disse que estava sem fome –Clair me respondeu. Sahra continuava a se balançar na cadeira.

– E você? –perguntei a ela que até então ainda estava fitando o teto.

– Eu o quê? –ela devolveu com uma pergunta, ainda sem desviar o olhar.

– Você... Er... Esquece. Bom que tipo de comida vamos pedir? –perguntei enquanto retirava o celular do bolso da calça.

– Eu faço o jantar –Sahra falou ainda na mesma posição.

– Você? –perguntei cético. –Voltando à pergunta, o que nós vamos pedir? –perguntei aos outros. Escutei um leve baque na cadeira ao meu lado e depois o barulho dela sendo arrastada.

– Vocês se opõem a eu fazer o jantar? –Sahra perguntou de pé olhando para todos.

– Por mim tudo bem –Clair falou.

– Também não me oponho, vou adorar ver do que você é capaz –Drew falou com um sorriso malicioso.

– Acredite garoto, cozinhar não mostra nem um terço do que sou capaz –Sahra rebateu também com um sorriso malicioso.

Isso fez com minha mente viajasse e entrasse em uma linha de raciocínio bem diferente. Do que será que ela, aquele sorriso malicioso e o sotaque britânico sexy dela seriam capazes de fazer? As pequenas mãos passeando pelo meu corpo, as minhas mãos passeando por aquele corpo.

– Jason. Jason. JASON! –Drew gritou no meu ouvido.

– O que é? –perguntei enquanto passava mão na orelha.

– Falta você dizer se quer que a Sahra cozinhe ou não –Drew falou me olhando como se eu fosse um retardado.

– Tanto faz –dei de ombros.

Sahra saiu em direção à cozinha e nós ficamos na sala de jantar. Os dois ficaram conversando a minha frente e eu fiquei sobrando. Já haviam se passado quinze minutos. Por fim resolvi levantar e ver como estavam as coisas. Cheguei à cozinha e vi que ela estava fazendo algo no fogão, o cheiro estava ótimo.

– Quer ajuda? –perguntei de repente e me aproximando. O que eu sempre achava incrível era como nunca conseguia assustá-la. Nunca a pegava de guarda baixa. Acho que a única vez em que isso aconteceu foi quando a ataquei no corredor.

– Não –respondeu ainda de costas e concentrada no que estava fazendo.

– Posso ficar olhando? –perguntei meio sem jeito.

– Você quem sabe.

– O que você tá fazendo? –perguntei. Abri a geladeira e peguei uma latinha de cerveja que estava lá dentro.

– Salmão no forno com manjericão. Espero que gostem de peixe –ela se virou e me encarou com uma sobrancelha erguida.

– Não tenho nada contra eles –respondi levantando as mãos ela só rolou os olhos e deu um sorriso.

– Isso tá estranho sabia? –ela perguntou de repente.

– Isso quê? –perguntei sem entender sobre o que ela estava falando.

– Abre o forno, por favor? –fiz o que ela pediu. –Você falando comigo e tentando se aproximar. Isso tá estranho. Eu vim de outro país, mas não quer dizer que eu não saiba das coisas. Eu bati na sua namora, humilhei e você aqui falando comigo como se nada tivesse acontecido. Eu não nasci ontem. O que você quer Jason?

– Não posso vir conversar com você? Não sabia que isso era proibido.

– Acho que você realmente não entendeu. Vou falar bem devagar tudo bem? –ela falava como se eu tivesse problemas mentais.

PDV Sahra:

– O que você quer? –perguntei como se ele fosse um retardado.

– Eu não quero nada –falou se defendendo. –Por que você acha que eu quero alguma coisa?

– Eu acho? –falei com ironia. –Desculpe Jason. Não queria ofendê-lo, você é um garoto tão legal e bonito.

– Você não pode conversar sem usar ironia, sarcasmo ou dar respostas vazias? –ele perguntou rolando os olhos.

– Já dizia Victor Hugo querido “É pela ironia que começa a liberdade.” –falei e pisquei.

– Nossa você conhece Victor Hugo? –ele perguntou com ironia. –Isso é realmente surpreendente. Mas você sabe ler? Aposto que ouviu isso em algum programa de televisão acertei?

– Claro Jason. E você? Conseguiu se formar com louvor na classe de idiotas? Aposto que sim, nossa você é bom –falei o provocando.

– Ah sim Sahra, me formei em primeiro lugar. Mas e você? Como foi que saiu do manicômio? Fugiu? Porque eles realmente não deixam que você saia sem estar recuperado e como você foi tida como caso perdido...

– Você entende bem como funcionam as coisas lá não é? Era assim no seu tempo?

– Era sim, mas como eu fui internado por engano sai. Já você... Bom você é você não é mesmo? Não é preciso dizer muita coisa.

– É acho que finalmente encontrei um adversário a altura –falei estreitando os olhos e dando um sorriso de lado. Estendi a mão em direção a ele. –Prazer. Sahra Backers –ele apertou a minha mão e sorriu também.

– Jason Sulivan.

Fiquei o encarando por um tempo. Mas logo depois desviei o olhar para o fogão, já havia se passado um tempo. Resolvi preparar purê de batatas. Peguei algumas na geladeira e comecei a amassá-las, sentia o olhar dele em minhas costas, mas resolvi ignorar.

– Você não tem nada pra fazer não? –perguntei de costas enquanto colocava o leite para ferver.

– Pra ser sincero não! Prefiro ficar aqui enchendo a sua paciência.

– Você é bom em fazer isso. Acredite, acho que apesar de ser limitado mentalmente você presta para alguma coisa. Apesar de não ser civilizado –falei retirando o recipiente de leite o colocando junto com as batatas amassadas.

– Se você pode cozinhar, por que eu não posso ser bom em alguma coisa –ele rebateu. É o garoto realmente era bom.

– Sabe Jason, se você não fosse um idiota completo, namorasse aquela loira sebosa e tivesse me atacado como um maníaco sexual logo que cheguei aqui... Eu até poderia ser simpática com você –falei e dei um sorriso sarcástico pra ele, que só balançou a cabeça.

Terminei de misturar as batatas, o arroz havia ficado pronto e o salmão também. Cozinhar era uma das coisas que me fazia bem, sempre me desligava, apesar de isso não ter sido possível hoje. Achei algumas travessas e coloquei o purê e o arroz.

– Leva o arroz e o purê –falei enquanto pegava o salmão.

– Por que eu levo duas coisas e você só leva uma?

– Porque eu cozinhei e você só ficou me azucrinando, então isso não é mais que o seu dever –falei com um sorriso vitorioso no rosto. Ele só bufou.

Levava a travessa com o salmão para a mesa de jantar então percebi que havia mais uma pessoa a mesa. Mellany. Coloquei sobre a mesa e depois voltei à cozinha para pegar pratos. Coloquei tudo a mesa e depois sentei.

– Espero que vocês não se oponham a comer peixe –falei.

– Com a fome que eu to comeria até o seu sapato. Manda isso pra cá garota –Drew falou e eu rolei os olhos.

– Então o que aconteceu mais cedo Mellany? –Jason perguntou.

– Nada que interesse a você –Mellany respondeu de forma hostil.

– É melhor comermos não acha Jason? –perguntei sugestivamente para ele que só assentiu com um aceno de cabeça.

– Nossa! Isso está maravilhoso –Clair falou de boca cheia.

– Você não devia falar de boca cheia e um “Cara isso tá legal” já bastava –falei. Ela só deu de ombros.

– A propósito ninguém está implicando comigo na escola –Clair falou. A olhei com uma sobrancelha erguida.

– Sério? E como você conseguiu isso? –perguntei curiosa.

– Bom... Depois de ter deslocado a cartilagem nasal de um garoto com um soco, as pessoas da escola ficaram com certo receio de se aproximar. Fora que todos sabem que eu estou andando com você e até no nosso prédio o seu vídeo está correndo por entre os alunos. Esse foi mais um motivo para não me incomodarem mais, chegaram a dizer que foi você quem me ensinou a brigar –ela falou com um sorriso. Ainda me perguntava o porquê de uma garotinha de 12 anos falar tão corretamente, nem eu falava tão certo assim.

– Por que você fala tão corretamente? –foi a única coisa que eu consegui falar.

– Eu falei, deixando suficientemente claro que você é uma má influência para mim e para todos, que você coloca medo em todo mundo e a única coisa que você consegue fazer é perguntar sobre a minha maneira de falar? –ela perguntou com indignação. –Você é estranha –dei de ombros.

O resto do jantar foi um evento silencioso, pelo menos da minha parte. Jason era um garoto engraçado, mas eu sabia que apesar de estar parecendo isso havia algo por trás disso. Mas não poderia afirmar nada, era por esse motivo e outros que a Sayuri e o Adam me chamavam de paranóica, apesar disso não abaixaria a minha guarda, afinal ele era namorado da loira sebosa. Eles poderiam estar tramando alguma coisa.

– Bom. Todos nós já acabamos –Clair se manifestou. –Você não fez sobremesa fez?

– Não –respondi. –Mas vi um pote de sorvete na geladeira.

– Acho que eu ouvi alguém me chamando na cozinha –Jason disse levantando.

– Eu também ouvi Jason –Clair falou. –Vamos Jason –ela completou falando com o furão. Aquilo era confuso. Os dois saíram correndo da sala de jantar.

– Jason eu não ouvi nada –Drew falou confuso. –Mas eu quero sorvete –completou e saiu correndo.

Rolei os olhos. Por fim ficamos só Mellany, olhando para o prato vazio a sua frente e eu. Ela havia participado de algumas conversas, mas parecia pensativa. Resolvi recolher a louça do jantar, ela não queria falar e não seria eu quem a forçaria. Comecei a colocar os pratos um sobre o outro cuidadosamente, ao que parecia eles deveriam valer mais que a minha casa em Londres.

– Você quer ajuda? –escutei Mellany perguntar, não me surpreendeu, aliás, eu nunca me surpreendia. Uma coisa que eu havia aprendido foi a ficar alerta ao ambiente ao meu redor. Quando era pega de surpresa, tentava ao máximo não demonstrar.

– Só se você realmente quiser ajudar. Se não quiser não precisa –falei sem desviar a minha atenção da tarefa dos pratos. Ela levantou e começou a recolher os talheres. De repente os desajustados voltaram da cozinha.

– Estamos subindo Sahra –Clair falou. –Acho que você vai querer o Jason não é?  -A olhei com as sobrancelhas erguidas não entendendo o que ela estava falando, de repente o meu furão saltou da cabeça dela e foi parar em cima da mesa. Só aí foi que entendi, acho que ter um Jason animal e um Jason pessoa é meio confuso.

– Er... Tudo bem, boa noite pra vocês –falei.

– A propósito não precisa tirar a mesa do jantar, amanhã a governanta faz isso –fiquei a encarando. Era por esse motivo que não gostava de pessoas ricas, sempre colocavam o trabalho nas costas de outra pessoa.

Então ela subiu e os outros a seguiram só murmurando um “boa noite”. Levei a louça para a cozinha com a ajuda de Mellany e depois comecei a lavá-la. A garota continuava na cozinha e eu tinha certeza que ela estava me olhando.

– Sabia que eu sempre quis dar uma surra na Alexia? –ela falou de repente.

– E porque não deu? Se eu tivesse que aguentar aquela loira sebosa por anos acredite eu já teria a matado –falei como se estivesse lendo algo desinteressante.

– Acho que por falta de coragem. E além do mais acho que o meu pai me mataria. Você até que é legal, acho que é por isso que a Clair gosta de você.

– Hum –murmurei.

– Você não gosta muito de falar certo?

– Depende... Mas em geral não –respondi lavando os pratos. –Você não deveria estar no seu quarto agora? –perguntei.

– Não tenho doze anos pra ter horário de dormir sabia? –ela respondeu áspera.

– Não foi isso que eu quis dizer, só que todos já foram dormir e eu provavelmente vou fazer isso agora, já que não tem nada de interessante pra fazer.

– Você disse que não tem nada de interessante pra fazer? Posso dar um jeito nisso –ela disse e me olhou com um sorriso malicioso.

– Sabe Mellany... Eu não curto muito... –parei e aponte de mim para ela sugestivamente. –Nada contra os homossexuais, sério mesmo, eu até conheci um que era uma ótima pessoa, ele cuidava do meu cabelo, ele era extremamente divertido. Mas eu gosto de homem sabe?

– Eu também garota. Não é disso que eu to falando –ela falou e rolou os olhos.

– Ainda bem –falei dando um longo suspiro.

– Bom. Vai acontecer uma festa na casa de um garoto da escola e bom... A discussão que eu tive com o meu pai mais cedo foi por isso. Ele me viu conversando com um garoto e escutou ele me chamando pra festa. Ele me proibiu e tirou meu carro, eu não iria sozinha pra lá, também to sem meu celular não posso ligar e pedir uma carona. Então que o que você acha se fossemos escondidas? Eu tenho grana pro táxi – ela disse eufórica e eu a olhei entediada.

Uma festa. Tudo aqui estava uma porcaria, a minha última festa terminou comigo na prisão, Jonh havia me posto de castigo, mas como eu nunca havia ficado “tecnicamente” eu não sabia as regras. Não havia como eu me ferrar mais do que eu já estava. Por que não aceitar? Olhei para Mellany que me olhava esperançosa.

– Ok! Mas não vamos de táxi –falei. –Vamos na minha moto –ela me olhou entusiasmada.

– Tudo bem, então me encontre na garagem em quinze minutos. Vou trocar de roupa e se você quiser troque também –ela disse e já ia saindo do cômodo.

– Ei –chamei e ela se virou. –Er... Que tipo de festa? Eu preciso saber a roupa que devo usar, tem algum estilo? –perguntei incerta.

– Sei lá, tenta um “sensual e provocante” –terminou com um sorriso e saiu.

Iria para uma festa normal sem corridas ilegais, sem venda de drogas ou comércio ilegal de várias coisas. Deveria ser um saco, não que eu comprasse alguma coisa, mas sem o perigo não era legal, mas teria bebida, pelo menos eu acho. Espero que isso não termine mal. Mas como dizem por aí: “Devemos viver sem medo de arriscar.”. E lá se vai a minha noite de sono.

– O que você acha Jason? –perguntei ao meu furão. –Vai ser uma longa noite.


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Notas finais do capítulo

Tá aí... O incrível é que nos outros sites ele deixaram eu postar o cap. completo!
E me desculpem por não ter postado ontem, mas como eu disse era o aniversário da minha avó, mal tive tempo de ajeitar e tal's...
Tô postando a tarde porque me acordei e logo me levaram para o sítio, não iria desperdiçar a oportunidade pois as minhas férias estão no fim :(...
Agora tá aí o capítulo enorme pra vocês...
Breve tem o próximo!
B'jinho! Até o próximo! Que tal deixar um comentário'zinho hein?! o/
*3* o//
@LoydeSilva



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