18. RESTAURANTE ITALIANO

 12h00min

Taylor estava andando pelo corredor, quando me avistou abriu um largo sorriso, que fez o meu coração se apertar de um jeito estranho.

- Vamos? – Ele disse ao parar a minha frente.

- Yeh! Vamos...

- Está melhor?

Levantei os meus olhos – que neste momento estavam observando o chão para eu não tropeçar – em direção a ele. Ao encontrar com os seus lindos olhos verdes o meu coração apertou novamente. Desviei os meus olhos rapidamente para o chão.

- Yeh... Estou melhor.

Saímos do grande prédio e começamos a andar pela calçada.

- Gosta de comida italiana?

- Adoro! – Falei com os olhos brilhando.

Viramos uma esquina e entramos em um restaurante. Taylor escolheu uma mesa um pouco mais reservada, afastou a cadeira para eu me sentar... Taylor me ofereceu um dos menus.

Estudei o menu e escolhi o que eu queria. Logo o garçom veio anotar os pedidos.

- O que desejam?

- Carpaccito.

- E a moça?

- Bruschetta. – Respondi levemente.

- Algum vinho ou outra bebida para acompanhar?

- Aprecia algum vinho? – Taylor me perguntou.

- Ultimamente tenho... Principalmente os feitos com uva Chardonnay...

- Uma garrafa de Louis Jadot então?

- Seria ótimo!

O garçom terminou de anotar os pedidos e se retirou.

- Fez uma ótima escolha.

- Obrigada.

Olhei para a janela do restaurante mais perto de mim, observando a movimentação do lado de fora do restaurante.

- Ele é o seu namorado?

Olhei para ele um pouco assustada.

- Não, não... Somos amigos, quase irmãos... Argh! Minha vida está uma confusão!

- O que houve?

- É uma longa história...

- Estou a todos ouvidos.

- Bom... Se lembra daquele dia no hospital em que eu acordei? – Ele fez que sim com a cabeça – Então, sabe aquele homem e aquela mulher? Eles não são os meus pais...

- Hãn?

- Aquela burra, a Rachel ela era namorada do Edward... – Falei o nome dele meio contra gosto. – E o Edward, ele era o meu tutor...

- ...

- Eu me mandei no meu aniversário de dezoito anos. Eu tive uma briga com ele... Na verdade nem chegou ser uma briga... – Eu comecei a falar tudo de uma vez só, apenas parei de falar quando o garçom veio com a comida e o vinho, e entre uma garfada ou outra ou então entre um gole ou outro.

Taylor era uma ótima companhia. Acabei falando tudo para ele como se eu tivesse contando para... Como se eu tivesse escrevendo em um diário, onde eu tinha certeza que ninguém iria descobrir. Acabei por descobrir que confio em Taylor mesmo não o conhecendo tão bem.

Ele falou o que achava da minha situação de um modo tão simples que me achei uma boba de achar que a minha vida era completamente uma loucura. Ele não gostou muito da parte que eu contei sobre o racha... Mas fazer o que? Cada um tem a sua opiniões e razões para tudo não?

Pensei que eu não conseguiria que eu iria acabar fugindo pela porta de trás do restaurante e pedindo a transferência de Alex para outro hospital (sei que seria uma loucura, afinal ele estava em estado grave e iria fazer uma cirurgia hoje). Mas a conversa fluiu tão normalmente, era como se eu o conhecesse há anos.

Descobri que ele mora sozinho em um apartamento a duas quadras da minha casa, que ele tem um ótimo senso de humor, que ele é um ótimo cantor.

O perguntei o porquê que ele não seguiu a carreira de cantor. E ele me disse que foi por causa do seu pai; que a família dele é rica, mas que o dinheiro não concertou a capacidade de enxergar o mundo direito dos seus pais, que para eles a carreira de cantor seria uma vergonha. Taylor me disse que eles praticamente só se importam com o status deles na sociedade.

Naquele momento vi como a minha vida foi boa, que na verdade, a minha vida não chegou a nem um terço de problemas que ele teve. Mas uma hora não iria durar para sempre, até porque é só uma hora. Taylor tinha que começar a se preparar para a cirurgia.

- Deve ser um pouco estressante né? Essa vida corrida dentro do hospital...

- Um pouco...

- Você gosta? – Falei parando em frente à entrada do grande prédio.

- Talvez um pouco, mas não tão quanto ficar conversando com você.

Naquele momento eu fiquei sem fala, e minhas bochechas ardiam em chamas.

- Vamos? – Ele falou quebrando o gelo

- yeh... Vamos. – Sussurrei.

A cirurgia começou as 16h00min.

 01h39min

- Bella? Bella? – Ouvi alguém me chamando ao longe. – Bella? Bella? – A pessoa insistia, e cada vez mais a voz ficava mais perto. – Bella? Bella?

Abro os olhos e vejo Taylor a minha frente.

- Taylor? A cirurgia já acabou?

- Já...

- Ah, que ótimo... A onde Alex está?

- Ele está em observação, neste momento.

Suspirei pesadamente.

- Quando ele acordar, eu sei qual é a primeira coisa que ele vai perguntar: “E Alemão? O território é nosso?”. Odeio mentir para ele, mas vou ter que o fazer, bom, pelo menos enquanto ele e recupera. De eu jeito ou de outro ele iria descobrir mesmo...

Taylor riu.

- Não estou brincando é verdade! Eu conheço ele... Vai pirar quando souber que eu deixei a corrida.

- Você salvou a vida dele...

- Tá, vai botar isso na cabeça dele que eu quero ver....

- Não se preocupe, vai ficar tudo bem...

- Você é tão ingênuo... Você tem que conhecer o Alex....

- Durma, amanhã conversamos.

- Ok, estou com sono.

- Boa noite.

- Boa noite... – Consegui sussurrar antes de apagar naquela cadeira de ferro desconfortável.