DR. TAYLOR

Eu não agüentava mais esperar, eu estava muito aflita, o estado de Alex não é nada bom até onde eu sei...

Quantos dias terei de passar aqui? Não estou suportando mais, esse cheiro, esse ambiente, pessoas chorando, perdendo seus parentes, pessoas chegando na maca, pessoas chegando já sem chances de vida, pessoas sendo internadas... Suicidas, empresários, adolescentes, jogadores... 

Minha cabeça ia explodir se eu não recebesse uma notícia de Alex agora... Eu não estou mais agüentando. Mais choro, mais perdas. Dessa vez uma menina, ela tinha câncer, apenas doze anos, começando a vida. A mãe passa por mim inconsolável.

Que horas são? Já estou perdendo a noção do tempo... Quantos cafezinhos já tomei? Qual é a taxa de açúcar no meu sangue? Minha pressão está baixa? Está tudo muito confuso.

De repente sinto uma sombra em cima de mim.

Alguém me observa.

Abro os olhos e vejo um sapato preto, olho para o dono do sapato e vejo um homem de jaleco branco, cujo crachá dizia: Dr. Taylor.

Uma estranha lembrança me vem à mente...

   Abri os olhos lentamente, recobrando a consciência. A primeira coisa que enxerguei foi o rosto de nojo da Rachele à minha frente. Ao lado dela, espantado, o rosto de Edward. Alguém murmura:

- Como se sente Bella?

Tentei virar a cabeça a voz me impede:

- não se mexa, você está fraca.

   A voz se aproxima, agora enxergo bem. Um homem novo, vestido de branco, parecendo um médico.

Tive o impulso de falar: “Eu tenho a leve impressão de que te conheço” Mas me segurei para não o dizer. O médico, er... Dr. Taylor me olha com o a expressão de espanto.

- Isabella! Como veio parar aqui?

- Bella – Respondi por impulso – Você se lembra de mim...? Quer dizer, faz uns anos e...

- Aquele foi o dia do meu aniversário, como não poderia esquecer? Está recebendo alta? Tentou se sucidar de novo ou...

- Ah, Meu Deus! Não, não... É o Alex... Ele... Eu não sei... desde que ele chegou neste hospital eu não tenho notícias dele... Estou quase enlouquecendo!

- Hãn... Senhorita Swan... Sim? Você deu sorte por um lado, pelo outro... Estou aqui para lhe informar que ele terá que passar quatro dias na UTI.

- O QUE?

- Ele sofreu traumatismo craniano, teremos que fazer uma pequena cirurgia nele, e depois ele terá de passar quatro dias na UTI.  Provavelmente ele terá 100% de recuperação... Deu sorte!

- Eu não acredito nisso...

- Ele vai ficar bem...

- O que você quis dizer com: “Deu sorte”?

- A maioria dos pacientes que entram pela porta de emergência desse hospital com traumatismo craniano não tem 100% de recuperação. Ele deu sorte, as chances dele se recuperar após a cirurgia são ótimas...

- Meu Deus... – Sussurrei baixinho.

- Tem certeza que ele chegou em casa sangrando? Não aconteceu mais nada?

- Se eu te contar, jura que não vai contar para ninguém?

- Está bem...

- Ta, mais não pode ser aqui...

- O almoço é daqui a algumas horas, hoje o hospital não está tão cheio, dá para dar um pulinho em algum restaurante...

- Ok.

- Nos vemos daqui a pouco.

Meu Deus! Será que eu estou ficando loca? Como assim eu vou contar para um estranho o que realmente aconteceu?

DR. TAYLOR: