Uma História Marota escrita por MarinaND


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Leia mais, saiba mais,sinta mais em http://umahistoriamarota.blogspot.com/

A capa desse Capítulo não pode ser postada no Nyah! por problemas técnicos. Veja a capa aqui http://bit.ly/aucLzE

Estamos postando nosso 2° capítulo! Está ENORME e espero que vocês não se importem com isso não é mesmo? Afinal está muito bom!
Como puderam perceber, a cor da capa da fic está azul, cor que representa o Shipper Emily/Remo. Cada vez que o foco do capítulo trocar de romance, mudaremos a cor do blog e da capa para a cor que representa o casal. Antes era vermelho porque Sirius e Evelyn são MUITO quentes, o da Lily e do James será verde por causa dos olhos da Lillian, e o da Alice e do Frank será Roxo porque lembra nobreza.
Espero que tenham gostado da capa desse capítulo também. Eu particularmente gostei ainda mais dessa que da outra porque nessa tem a cara do Remo FURIOSA arremessando o Richard e ficou champs! A música que eu escolhi para o fundo foi "Flourescent Adolescent" do Arctic Monkeys, porque achei a letra tudo a ver com a situação tensa que a Emily passa nesse capítulo.
Espero que gostem do capítulo, divirtam-se e mandem sugestões comentando ou no blog!

Abraços, Marotas.



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Já era de manha e a luz forte do dia entrava pela janela de um dos dormitórios dos garotos do sétimo ano da Grifinória. Dos quatro garotos que residiam no quarto, apenas um dormia com o cortinado da cama completamente fechado.

Remo, terminando de se vestir, calçava as botas em silêncio. James estava deitado de barriga para cima na cama, a varinha em sua mão produzia bolinhas de sabão. Apesar do silêncio no quarto, podiam-se ouvir dois ruídos: o da respiração pesada de Sirius, que ainda dormia, e o barulho do chuveiro, aonde Peter tomava banho.

James, impaciente, soltou um suspiro e se levantou, estourando todas as bolinhas que orbitavam ao seu redor. Olhou para Remo e comentou:

- O Almofadinhas ainda não acordou.

- É... Ele chegou tarde ontem. – Falou Remo, fazendo pouco caso do assunto.

- Ah... Deve ter aproveitado a noite ontem com a Priuet. – Disse, com um sorriso irritantemente malicioso.

Com o comentário de James, Remo olhou para a cama de Sirius, que estava envolta com o cortinado vermelho, como se analisasse algo. Depois falou:

- Acho que não. Ele tá roncando. Quando ele se dá bem, ele não ronca. Pensando bem... Ele nunca roncou.

- Huum... Que estranho. - James olhava para o cortinado vermelho também. – Que merda! Eu odeio mistério! – Resmungou o maroto, indo em direção à cama de Sirius.

Nesse momento a porta do banheiro se abriu e Peter surgiu em meio ao vapor que se saia do banheiro, viu a pequena movimentação no quarto. Conhecia aquele olhar que estava no rosto dos seus dois amigos. Perguntou quase automaticamente:

- O que está acontecendo?

- Aparentemente Sirius não conseguiu nada com a Priuet, noite passada. Eu e Aluado queremos saber o que está acontecendo. – Respondeu James, que já estava em pé, em frente à cama de Sirius. Remo andava na mesma direção, com a varinha na mão.

No segundo seguinte o cortinado de cama de Sirius voava pelos ares, puxado bruscamente por James; Remo lançou um levicorpus em seu amigo dorminhoco, o deixando de cabeça para baixo; Peter atento ao que os amigos faziam, retirou o feitiço de Sirius assim que o maroto ficou de cabeça para baixo, o fazendo cair bruscamente em cima da cama, que soltou um estalo fortíssimo.

- MAS QUE PORRA É ESSA? – Gritou Sirius quando caiu na cama, sentindo uma dor aguda nas costas. Sentou-se na cama assustado, procurando a varinha na cabeceira ao lado, mas estacou quando reconheceu as risadas que o rodeavam. Eram os desgraçados dos seus amigos. Malditos sejam eles, depois de noite horrível que tivera, aquilo era tudo que ele menos precisava. Sentiu alguém sentando ao seu lado na cama; era James.

- E aí, Almofadinhas? Como foi à noite com a Priuet? – Perguntou James, fingindo inocência. Sirius ainda estava atordoado e ficou confuso diante da pergunta; Seus amigos teriam lhe acordado daquela forma apenas para perguntar isso? Aquilo era no mínimo estranho; a não ser que eles já tivessem sabendo do acontecido. O maroto conhecia seus amigos e sabia que as zoações iriam surgir assim que eles soubessem do toco que tinha levado na noite passada. Sirius ficou um tempo olhando para seus amigos, com várias expressões passando pelo seu rosto, como se muitas coisas estivessem perturbando sua mente. Então ele respondeu:

- Vocês me acordaram para perguntar isso, seus bichas? – Falou Sirius, com a voz falsamente calma, porém definitiva, como se quisesse puxar briga. Ele queria ganhar tempo, se fingir de desentendido, até criar uma história que convencesse seus amigos inconvenientes. Mas o restante dos marotos continuou em volta de sua cama, olhando para ele, esperando a resposta da pergunta de James, que estava sentado na beira esquerda da cama; Remo se mantinha em pé, na frente do amigo, com um ar de riso do rosto e Peter em pé do seu lado direito, ainda com a toalha em volta da cintura e com os cabelos loiros escuros pingando e com uma expressão de sincera curiosidade. Sirius olhou de um a um, perplexo por ser intimado logo de manhã por seus amigos. Sirius resmungou algo ininteligível e se levantou da cama, indo na direção do banheiro. Andando, de costas para os amigos, Sirius quebrou o silêncio que o enlouquecia:

- Não fiquem me perturbando com isso, idiotas. Eu vou tomar um banho agora e depois eu conto da noite maravilhosa que eu tive ontem; e parem de me encher o saco! – Finalizou ele, já na porta do banheiro.

- Noite maravilhosa? Então o que perturbava o sono ao ponto de roncar tão sonoramente? – Quem falou foi Remo, fazendo o amigo parar na soleira da porta. Foi naquele momento que Sirius descobriu que os amigos sabiam. O seu ronco não deixava dúvidas; duas semanas sem sexo era igual a noites com roncos. O que ele faria agora? Só lhe restava admitir.

Sirius se virou, ficando de frente para os amigos, e estourou:

- Sabe o que aconteceu ontem à noite? NADA! Isso mesmo, N-A-D-A. E sabe por quê? Por causa da louca da Priuet! Aquela garota não sabe com quem está se metendo, como ela pode dizer não para mim? – Sirius estava indignado, e se indignou ainda mais quando seus amigos começaram a rir. – DÁ PARA VOCÊS PARAREM DE RIR? – Mas eles não pararam e Sirius estava a ponto de ficar louco. Aquilo era um complô, um complô para fazê-lo surtar. – Já que isso é tão engraçado, a noite de ontem foi uma merda, e, pelo que parece, essa manhã TAMBÉM VAI SER! – Gritou ele, se virando e batendo a porta do banheiro, deixando seus amigos às gargalhadas no quarto.

Aquilo tudo não fazia sentido para o maroto; quem costumava ser zoado dessa forma era James, ou Peter, mas não ele, nunca ele! Sirius era uma canalha, e se orgulhava disso; tudo nele atraia o sexo feminino, sua pele morena, seu cabelo castanho no comprimento e arrumação certa, seu corpo definido, suas costas largas, seu sorriso brincalhão e sedutor, seus olhos azuis escuros e maliciosos, seu jeito de andar largado e sexy; ele podia fazer qualquer menina descer aos seus pés, ele podia conseguir o que queria quando se tratava de conquista. James era bom em pregar peças, Remo era bom nos estudos, Peter era bom em ajudar sempre que pudesse, e Sirius era bom com mulheres. Então o que tinha acontecido ontem à noite? Ele falou e fez as coisas certas, então o que tinha dado errado? Só poderia ter sido a Priuet, era a garota que tinhas problemas, e não ele.

Ele começou o seu interesse por ela no começo do ano letivo, quando ela entrou para o time de quadribol da Grifinória, sendo parceira do Sirius na posição de batedora; ele já tinha ouvido falar dela e a visto diversas vezes, mas apenas quando ela jogou ao lado dele no dia da seleção do time, que ele realmente a enxergou e percebeu que tinha que transar com ela; seu interesse aumentou quando ouviu uma conversa da menina com Emily Macdonald - amiga dela que também jogava no time como artilheira - na qual Sirius descobriu que Evelyn ainda era virgem. Além de todas as virtudes e a evidente beleza que a menina tinha, aproximar-se dela não iria trazer benefícios apenas para ele, ajudaria também seus amigos; tanto James quanto Remo tinham paixões inexplicáveis por amigas de Evelyn: Lilian Evans e a já mencionada Emily. Assim como também não seria nenhum sacrifício aturar os amigos da garota, já que nesse grupo estava Frank Longbottom, um grande amigo dos marotos, que também jogava no time como uns dos parceiros de Emily na artilharia. Parecia o destino conspirando para ele transar com ela; bem... Era bom demais para ser verdade.

O maroto saiu do banho - que tinha deixado o banheiro com muito vapor – colocou a toalha em volta a cintura e abriu a porta em direção ao quarto; ele estava absorto em pensamentos e se surpreendeu quando encontrou os seus amigos ainda no quarto, conversando concentrados sobre o rebaixamento do time da Holanda na ultima Copa Mundial de Quadribol. Sirius ignorou os amigos e foi se vestir, aquele seria um dia cheio e ele não iria deixar nada derrubá-lo.

O garoto já estava terminando de se arrumar quando James falou com ele, como se ele estivesse na conversa desde o começo:

- Almofadinhas, eu estava pensando de você usar uma nova técnica para rebater os balaços, em uma jogada junto com os artilheiros, para confundir o outro time. – Quadribol, aquela era a bandeira branca que significava "estamos falando sério agora, as zoações foram esquecida por enquanto". Sirius terminou de colocar o sapato e respondeu:

- Está bem, você me mostra esse troço no treino. Mas acho que já tenho uma idéia do que é; só não sei se vou conseguir rebater bem com a minha direita, aquela merda que vocês fizeram pra me acordar machucou meu braço, porra. – reclamou ele, sendo sincero, sem intenção de puxar briga.

- Reclama não, seu bichinha. – Brincou James.

- Até onde eu sei, o veado aqui é você, Pontas. – Falou Peter, entrando na brincadeira, fazendo Sirius rir.

- É cervo, caralho. E não defende o cachorrinho não!

- Puta que Pariu, começou a pegação dos gays. – Disse Remo, se dirigindo a porta que dava para o corredor do dormitório.

Aquela era a deixa de que deveriam descer, quando um deles fazia menção de sair. E foram em direção ao salão principal para tomar café da manhã.

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- Pelo menos, tudo isso tem um lado bom: o James, nem o Sirius, virão aqui para perturbar nosso café da manhã. Já não agüentava mais eles toda manhã aqui, perturbando todo mundo. Se o Remo ou o Peter quiserem vir, tudo bem; mas aqueles dois... - Quem falava era Lilian, que tinha escutado a história de Evelyn e achou bom a amiga ter colocado um ponto final na história com Sirius. – Não que eu concorde com o que você fez. Você quase passou dos limites com o Black, Evelyn! Mas se você não tivesse acabado esse troço que tinha com ele, não quero imaginar aonde isso iria parar. – Terminou ela, totalmente atordoada.

Elas estavam no mesa da Grifinória, no Salão Principal, tomando café, e Evelyn tinha contado as novidades da noite passada para as amigas assim que elas acordaram; mas o assunto ainda perdurava.

O bufê do café da manhã estava maravilhoso, como sempre, e a comprida mesa separava o grupo de amigos; Lilian estava sentada ao lado de Evelyn e ambas estavam, respectivamente, de frente para Emily e Frank; Ao lado de Emily estava Richard, seu namorado, e ao lado de Frank estava Alice.

- Concordo com a Lily, o Black é um verdadeiro cafajeste, não é o tipo de homem no qual devemos nos relacionar. Avançou a sua vida ao se desligar de tal gente, que não adicionará nada a sua existência. – Falou Alice, pomposa e corretamente, sem causar espanto nas amigas, que estavam acostumadas com o jeito da menina.

- É isso mesmo, amiga! O Sirius é gato, mas não é legal. Ele pode muito bem espalhar coisas que não sejam verdade sobre você. Não sei se foi certo você chegar naquele ponto com alguém que não é confiável. Ele pode ficar com raiva e dizer que fez coisas horríveis com você; Bem... Eu não sei, só sei que, qualquer coisa, nós o matamos. – Disse Emily, passando geléia em uma torrada e dando na boca do namorado, que estava alheio a conversa dos outros.

Frank, que sabia da história e estava participando da conversa, apesar das duras reclamações de Evelyn, comentou , se metendo totalmente no papo das meninas:

- Quer saber? Não acho que o Sirius vá espalhar mentiras desse tipo, até porque isso seria ir contra seu orgulho. Mas acho melhor você se cuidar, Evelyn; porque, do que eu conheço do Black, ele não deve estar nada feliz com essa história. Sabe... É a primeira vez que uma menina faz isso, com ele. - Concluiu ele, terminando com uma feição de tristeza, como se o que Evelyn tinha feito tivesse ferido até o seu orgulho.

A menina estava calada todo esse tempo, apenas escutando suas amigas e Frank argumentando sobre o assunto. Mas a conversa chegou ao ponto que queria com o comentário do amigo; Evelyn riu com gosto diante da ultima observação de Frank e declarou, com os olhos brilhando:

- Exatamente. Nunca fizeram isso com ele antes; estava na hora de alguém acabar com a festa de Black. Meninas, eu sei muito bem com quem eu estou mexendo; não se preocupem, eu estou com a situação nas minhas mãos. Não vou fazer nenhuma loucura, nada que eu já não tenha feito antes; mas, desta vez, vai ser especial.

Evelyn dava medo quando falava assim. Como se fosse uma sonserina tramando seu próximo plano das trevas. Um silêncio permaneceu na mesa, cada pessoa estava processando as palavras pertubadoras de Evelyn, e entendendo-as como queriam; elas, que conheciam a menina, sabiam que aquilo só significava uma coisa: problemas. Mas Evelyn era grandinha e já fazia tempo que suas amigas tinham desistido de colocar juizo em sua cabeça, então prefiriram apenas ficar caladas. Exceto por Lilian, que ficou resmungando sozinha, para seu prato, coisas como: "Essa menina não tem juizo mesmo" ou " Alguém precisa apagar o fogo da Evelyn" .

Nesse exato momento o barulho de asas veio de longe e várias manchas invadiram o céu leitoso da manhã, indicando que o correio de corujas estaria invadindo o Salão Principal dali a alguns segundos. E também naquele momento, quatro meninos entraram pelo Salão, causando um grande murmurinho por parte das meninas. Eram os marotos. Eles atravessaram as mesas e sentaram ao lado das garotas, no mesmo tempo que as corujas pousaram nas mesas e entregando suas encomendas. Peter sentou ao lado de Alice, James ficou ao lado de Lilian; já Sirius sentou ao lado de Remo que estava ao lado de Evelyn.

Por um momento todos ficaram calados; os marotos apenas se acomodaram e começaram a tomar seu café da manhã como sempre faziam desde do primeiro mês de aula, apesar das esperanças de Lilian. Porém todos estavam se perguntando o que exatamente o Sirius estaria fazendo ali, será que ele não tinha orgulho? Mas o garoto não parecia muito satisfeito com a situação que estava; perto demais da pessoa que ele mais odiava naquele momento. Mas ele não ia deixar transparecer tão facilmente seu afetamento, ele tinha um imagem a zelar.

Assim que todos se conformaram com a situação, até mesmo Emily e Lilian que pareciam as mais estarrecidas, notaram as corujas, que já piavam de insistencia, e começaram a pegar suas correspondencia. Evelyn recebeu o Profeta Diário, pagou a coruja, e abriu o jornal para lê-lo junto com Lilian; Emily recebeu uma bela caixa com um pequeno cartão em cima, de sua familia falando que estava com saudades e desejando que ela estivesse bem; Alice recebeu uma carta de seu pai, que ela guardou para ler mais tarde e estava vendo a caixa que Frank tinha recebido da mãe, que era um enorme cachecol colorido juntamente de uma furiosa carta dizendo que o menino morreria se esqueçesse de colocar o cachecol; Remo também recebeu o Profeta Diario e ao seu lado Sirius deixava de lado diversas cartas coloridas que frequentemente recebia de suas admiradoras secretas; James mexia nas várias coisas que tinha recebido, ao mesmo tempo que alimentava a sua coruja marrom avermelhada chamada Lorna. A ambiente ficou calmo enquanto eles viam suas correpondências e terminavam de tomar o café.

Richard teminou de comer, avisou a Emily que tinha de resolver algumas coisas com um amigo, levantou-se e se despediu de todos. Evelyn estava entretida em colocar mel em seu chá e acabou deixando Lilian lendo sozinha o Profeta Diário. O jornal mostrava uma grande fotografia de um lugar devastado por um novo ataque de Comensais da Morte; James, ao lado da menina, se aproximou para ler o artigo, deixando sua cabeça bem proxima de Lily, seus ombros se encostaram e a mão do maroto encostou na perna da menina, com a intenção de procurar um apoio melhor pra ler o jornal. Lilian retesou com a aproximação de James e ficou vermelha ao perceber o quanto proximos os seus rostos estavam; James estava concentrado nas noticias da guerra, o cenho levemente contraido. Ele fica bonito quando está sério, o pensamento passou rapidamente pela cabeça da menina, mas ela o afastou e fechou o Profeta Diário, assustando o maroto.

- Mas o que raios você está fazendo, Potter? - Perguntou Lilian, totalmente vermelha e afetada.

- Estou lendo as noticias, Lily. – Respondeu James, como se isso fosse a coisa mais mais óbvia do mundo; deixando Lilian ainda mais irritada.

- Não! Você não está, você está me irritando, isso sim! Na verdade, eu nem sei o que você está fazendo aqui. Nenhum de vocês deviam estar aqui; será que o que a Evelyn fez não foi o suficiente? Vocês não tem bom-senso não? Dá para vocês pararem de nos importunar? Pois bem, vou esclarecer de uma forma bem fácil de entender: Black, a Evelyn não vai transar com você.

Todos pararam de respirar; agora, o silêncio na mesa era denso e palpavel.

- Realmente, não é apenas Priuet que é louca, todas vocês são.- Era Sirius que falava; ele estava irritado de verdade. – Eu sento nessa parte da mesa a tanto tempo quanto vocês, logo aqui também me pertençe; não pensem que tudo gira em redor de vocês, estou aqui para tomar café e pouco me importa o fato de estarem presentes. E quanto a Priuet... Realmente não aconteceu nada, porque ela é uma criança que foge quando as coisas ficam mais sérias e depois conta mentiras para suas amigas, é apenas mais uma exibida falando fofocas sobre Sirius Black.

Sua voz estava baixa, mas era soturna, bem afetada, como se veneno pudesse escorrer por ela.

Evelyn se levantou. Não parecia muito chateada com o que Sirius havia falado e apenas o brilho nos olhos denunciava que um turbilhão passava por ela no momento. Ela andou até o Sirius, ficando de frente para as costas dele, em sua mão estava o jarrinho de mel. Ela derramou todo o mel na cabeça do menino. Algumas risadas contidas e exclamações surpresas foram ouvidas pelo Salão Principal. Evelyn se aproximou do rosto do maroto, deu uma lambidinha no mel que escorria pela buchecha dele e foi embora, como se nada tivesse acontecido.

Black estava estarrecido, aquilo não fazia o menor sentido. Sua cabeça doia, ele podia sentir suas orelhas ardendo. Derrepente todos os copos que estavam ao seu redor estouraram, causando um grande susto na maior parte das pessoas e muitas reclamações. Mas o menino não podia fazer nada para conter o ódio que sentia. Ele respirou fundo uma vez e se levantou.

- Isso é humilhação demais para um dia. – Falou Sirius, mais para si mesmo do que para os outros e se virou, indo embora.

O Salão Principal ainda estava em silêncio quando Sirius Black saiu pela porta que dava para o Sagão de Hogwarts. Depois murmurios nervosos encheram o enorme cômodo. Não precisava ser um gênio para saber que todos falavam do pequeno acontecimento que tinha acabado de se desenrolar. Até mesmo os amigos de Sirius e Evelyn comentavam o fato.

- Ok ... Alguem pode me dizer o que foi isso gente? Porque eu estou tonta até agora. E, sinceramente, acho que a Evy e o Black enlouqueceram. – Falou Emily, com tom de zombaria, fazendo os outros rirem.

- Francamente, esses dois simplismente não tem noção de bom senso. Se querem matar um ao outro, que façam isso, mas não estraguem nosso café da manha. – Falou Alice, totalmente transtornarda, fazendo feitiços reconstituitores que faziam os copos voltarem e feitiços de limpeza para limpar a mesa.

- Alice, café da manha nós temos todo dia; isso que acabamos de ver é RARO. – Rebateu Frank, que tinha ficado ensopado de suco de abobora e parecia achar aquilo tudo o máximo.

- Acho que a Priuet merece algum prêmio de condecoração ou algo assim, porque eu nunca vi o Sirius tão irritado desse jeito. E eu juro que tento. – Disse Remo, ajudando Alice a limpar a mesa e foi seguido Lilian que se juntou aos dois.

James e Peter tinham terminado de fazer sua refeição e estavam se levantando.

- Querem saber? Eu não entendi nada do que aconteceu aqui. Porque tudo aquilo com o mel? E, Lily, precisava ser tão dura daquele jeito? Você meninas são traiçoeiras. Depois falam que sou EU que fico humilhando as pessoas por ai. – James dizia, como se estivesse refletindo sobre o assunto. – Bem... Eu só sei que tem treino de quadribol amanha, 11 horas. Não se esqueçam.

Ele disse, já se despedindo de todos com um sorriso. Atrás dele foi Peter que, antes de ir rapidamente atrás de James, comentou: "Vamos nos preparar para mais roncos hoje."; o que fez Remo rir.

Toda a situação tinha sido bem irreal, o que deixou todos um poucos perplexos e um pouco bobos, com o riso solto. Mas as pessoas já estavam indo cuidar de suas coisas e, dentre os nove que tomavam café da manha juntos, sobrou apenas Lilian, Emily, Remo, Alice e Frank.

Os restos da refeição matinal sumiram da mesa, anunciando que as 10 horas da manhã tinham chegado junto com a fim do café e aquela mesa só voltaria a se encher nas 2 horas da tarde, na hora do almoço. Lilian deu um suspiro e se levantou, o jornal jazia em sua mão.

- Eu tenho que resolver algumas coisas com a Macgonagol. Beijos, amores. A gente se vê mais tarde. – Anunciou ela, indo embora.

- Eu também tenho coisas a fazer, amores. Um compromisso com o teste de História da Magia, tenho que estudar. Uma merda. – Emily que falava; seus ombros se abaixaram por um momento e abaixou a cabeça, imaginando a chatice que aquilo seria, mas ela levantou os olhos derrepente, eles estavam derretendo em expectativa.- Alguém quer ir junto comigo?

Era dificil resistir a ela, com aqueles olhos muito azuis e suplicantes que fuzilavam Alice, Frank e Remo. Frank fez uma careta, se estremeceu todo e depois falou, todo desconfiado:

- Não adianta Emy, você não vai me convecer. História na Magia? Não, não. Eu preciso ficar acordado essa tarde.

- Sinto muito Emy, também não poderei lhe acompanhar. Mas você gostaria das minhas anotações? Nós podemos estudar amanha ou esta noite. Sinto mesmo, você irá ficar muito chateada?

- Relaxa Alice, tudo bem. – Disse Emily, soltando um suspiro e já se levantando.- Então eu acho que vou sozinha mesmo.

Nesse momento Remo se levantou.

- Eu posso ir com você. – Disse ele, já se adiantando para o lado dela. – Eu ainda não estudei para o teste.

- Ok. Vamos então.

E eles se foram, com uma Emily ainda meio surpresa com a subita companhia de Remo. Sobraram na mesa apenas Alice e Frank ; o garoto parecia extremamente a vontade, seus dedos tamborilavam levemente na mesa já vazia e ele pensava no que iria fazer naquele momento, poderia ir procurar o grupo de feitiços avançados de Hogwarts para se divertir com os novos feitiços meio inuteis que eles andavam treinando, ou talvez ir para a casa da Lufa-Lufa e escutar algumas piadas legais, ou poderia simplismente andar pela escola.

Já Alice parecia apreensiva, evitava olhar para o amigo ao seu lado, passava a mão a todo momento em sua saia perfeitamente arrumada ou mexia nos suaves cachos que caiam pro cima de seus ombros. Mas a menina sempre fora assim: perfeita. Com as roupas sempre de acordo com a atual moda, sem nunca ser vulgar ou extravagante; discreta e sofisticada, Alice poderia parecer arrogante, mas possuia uma humildade e eficiência que poderiam impressionar qualquer um. Sempre vestida com roupas essencialmente bruxas, usava muitos vestidos e saias que marcavam a cintura bem definida de um corpo muito acostumado ao hipismo e um quadril que custumavam saltar aos olhos masculinos. O cabelo era castanho e cacheado e batia nos ombros, os olhos amendoados e marcantes. Era de uma familia da nobreza francesa que vinha ganhando nome na aristricracia bruxa na Inglaterra, portanto era uma menina muito polida, que falava de uma forma tão correta que chegava a irritar, com gestos sempre sutis.

Frank olhou para a amiga e percebeu que ela olhava para o outro lado, mantendo seus olhos longe dos dele; aquilo era estranho, já que eles era melhores amigos há muitos anos. Alice custumava sempre puxar um assunto que ela tirava das profundezas de sua mente e começava a dicertar sobre o assunto de uma forma que sempre fazia Frank rir. E hoje ela estava calada; tinha alguma coisa errada.

- Ei, Alice, quer jogar SnapExplosivo junto comigo, lá no Salão Comunal ? – O menino quebrou o silêncio e chamou atenção da menina, que pareceu pensar no assunto.

- Acho que podemos fazer isso. – Respondeu ela, dando um sorriso rápido. – Mas me deixe ir ao toilette antes.

- É claro. Então eu já vou indo e te encontro no Salão, ok ? – Frank disse, recebendo em troca um aceno de cabeça de concordância.

O menino se levantou e foi em direção a torre da Grifinória, deixando Alice sozinha.

Ela suspirou e saiu do Salão Principal logo em seguida; começou a caminhar pelo castelo a procura de um banheiro, andando devagar, absorta em seus pensamentos. Entrou em banheiro no primeiro andar. Ela foi direto para as pias bem desenhadas que começaram a jorrar água assim que ela se aproximou , ela molhou as mãos no liquido gelado e fechou os olhos por um momento, como se quisesse clarear a mente. Havia um espelho em cima da pia, refletindo seu olhos castanhos; tudo estava confuso em sua mente, e carta de seu pai pesava em seu bolso interno, como se fosse carma. Pensar que Frank a esperava fazia sua cabeça doer, da mesma forma que doia quando ela pensava que teria que decepcioná-lo, e não apenas em um joguinho idiota de SnapExplosivo, mas daqui para frente seria quase imposivel para ela manter aquela relação.

Eles sempre foram melhores amigos, desde do começo do primeiro ano Frank divertia Alice com sua palhaçadas e ele sempre esteve disposto a ajudar quando ela precisava. E a menina o adorava; quando estava com ele sabia que podia ser ela mesma. Mas os tempos eram outros e existiam outras preocupações, maiores do que a escola e os melhores amigos.

- É assim que tem que ser ? – Perguntou ela, para si mesma; como se estivesse falando para o proprio reflexo. Ele ficou parado, cruel, apenas refletindo a tristeza de Alice.

Seus olhos começaram a ficar embaçados, o espelho e a menina chorosa que estavam na sua frente viraram um borrão. Ela piscou e sentiu suas lágrimas escorrendo. È ... É assim quem tem que ser e nada vai mudar isso, ela pensou e mais lágrimas encheram seus olhos.

Ela se apoiou na pia, a água ainda corria pela torneira. Uma menina entrou no banheiro e notou Alice, se aproximou e perguntou se ela estava bem. Era uma aluna da Corvinal e fazia uma aula junto dela. Antes de responder, Alice fechou a torneira, respirou e deu um meio sorriso.

- Está tudo bem. Eu só preciso tomar um ar. Obrigada por se preocupar.

Ela saiu do banheiro sem vontade alguma de ir para o Salão Comunal e ver Frank. Ela queria apenas refrescar sua mente, ela iria tomar um ar.

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Era 12:00 e o tempo começava a mudar; a nuvens ralas e brancas que enchiam o céu da manha estavam escurecendo e o vento estava movimentando as árvores peladas do outono. A ventania não era muito forte e apenas balançou o cabelo ruivo de Lilian quando ela saiu da sala de Macgonagol.

O corredor não estava vazio, era ocupado por grupos de amigos que passavam conversando e andando calmamente, indo para o campus da parte de trás de Hogwarts. A menina comprimentou alguns conhecidos que passaram e seguiram seu curso. Ela parou um momento, depois continuou pelo corredor, virou a direita e se deparou com um dos corredores mais bonitos do castelo; ele era panorâmico, continha várias janelas enormes onde era possivel ver a Floresta Proibida, na parte Oeste de Hogwarts. Ela parou em uma das janelas, dando um tempo antes de ir procurar as amigas. Aquilo lhe provocou um deja vú, lembrou da noite passada, quando ela encontrou Remo nesse mesmo corredor; estava pensando nisso quando Frank surgiu ao seu lado derrepente, junto de James.

- Lily! Viu a Alice ? – Perguntou Frank, parecendo meio preocupado.

- Não vi. Mas ela estava com você agora a pouco, o que aconteceu?

- Eu não sei. Ela devia me encontrar no Salão Comunal, mas não apareceu. Bem, em vou procurá-la perto das estufas. Se a vir, avisa que eu estou procurando. – Ele disse, já se adiantando pelo corredor.

Lilian estranhou a pressa de Frank. Aquilo não era tipico dele e isso a deixou preocupada quanto ao paradeiro de Alice. Foi quando notou James, que não tinha ido junto com Frank e estava ao seu lado. Ele sorriu para ela, como se a estivesse vendo pela primeira vez naquele dia.

- O Frank se preocupa demais. Ela só deve estar esparecendo um pouco. – James falou, meio risonho, apoiando-se na janela, ao lado de Lilian.

- Eu não entendi nada. Afinal , o que aconteceu ?

- Eu não sei realmente. Eu estava com o Sirius e o Peter quando o Frank apareceu e nos perguntou se tinhamos visto a Alice, nenhum de nós tinha visto; então nós ficamos um tempo lá e depois ele falou que iria continuar a procurar por ela e eu fui junto com ele porque tinha que encontrar as pessoas do time para avisar do treino amanhã. Bem... O Frank só ficou preocupado de verdade quando encontramos Halley Simmons, da Corvinal, ela disse que tinha visto Alice no banheiro, logo depois do café, e ela não parecia estar bem.

Lilian também não gostou do que ouviu; Alice não tinha se queixado de nada com as amigas e, aparentemente, ela não parecia estar com algum tipo de mal estar.

- Vocês passaram na enfermaria? – Perguntou a menina, já alerta e com os olhos ligeiramente arregalados.

- Sim! Passamos, mas a enfermeira disse que a Alice não tinha ido lá. - James passou a mão pelo cabelo, bagunçando-os. Lilian continuava encarando, o rosto demonstava preocupação; O maroto riu da cara da amiga.

- Evans, fique calma, ok? O Frank só está preocupado demais, a Boulecartter só deve estar andando por ai, ou no dormitório, trocando de roupa. Não foi ela que reclamou que tinha sujado as vestes quando os copos estouraram hoje no café? Vai ver que ela só quis sumir... Ela é meio chatinha, não gosta muito de gente, não é?

- Não fale assim da minha amiga, você não a conheçe! Alice não é do tipo que some sem avisar. E ela não é chatinha.

Lilian cruzou os braços e se concentrou na vista da janela, ignorando o menino que ainda estava ao seu lado olhando para ela; parecia que James falava as coisas só para irritar Lily, e a menina odiava quando mexiam com suas amigas. James mexeu novamente no cabelo e deu um suspiro. Ele se apoiou na janela ao lado dela, mas a menina não pareceu notar.

- Me desculpe. Eu não queria que você ficasse magoada com o que eu disse. Eu também não gosto quando falam dos meus amigos. Mas... Você sabe que eu não me dou muito bem com Alice, eu sinto que ela não gosta muito de mim. – Falou James, fazendo Lilian olhar para ele e dar uma risadinha na ultima frase.

- Ela te acha um adolescente-pop-bad-boy. Mas não gosta mesmo é do Sirius. A você ela só... Ignora.

O maroto riu daquilo.

- Então vocês fazem um grupinho de ódio a James Potter? – Ele falou, soando com uma falsa surpresa.

Lilian agora estava rindo.

- Mais ou menos isso. – Respondeu ela, e soltou uma gargalhada, fazendo James rir junto com ela.

Aquilo era diferente, os dois se dando bem. Mas depois que passaram a se aproximar por causa do envolvimento de Sirius e Evelyn, Lilian percebeu que o maroto era mais legal do que ela podia imaginar. Mas ainda tinha restrições quanto a ele.

- O que você vai fazer hoje? – Perguntou James, fazendo a menina franzir a testa, pensando.

- Eu não sei, não tenho nada para fazer. Provavelmente eu vou procurar a Evelyn, depois a Alice e a Emily. Daqui a pouco vai ser o almoço e eu nem sei onde elas estão.

- Então porque você não almoça comigo? – James perguntou repentinamente, sua voz estava esperançosa. Lilian ficou calada por um momento, só encarando o James animado a sua frente.

- Você não tem nenhuma detenção para cumprir hoje, não Potter? – Perguntou ela, com um tom malicioso na voz. A animação nos olhos de James esvairam, por um momento ele achou que eles estavam se dando bem.

- Não, Evans. Sem detenções esse mês; não sei se percebeu, mas eu não tenho mais burlado as queridas e idiotas regras que você tanto ama.

- E você realmente espera que eu acredite nisso? – O tom da Lilian era cortante. Ela revirou os olhos. – Sei... Santo Potter!

- Quer saber? Eu não sei por que eu aturo essas coisas de você, Evans. Eu sempre falo com você de bom humor, sempre querendo agradar, tentando ser seu amigo; e você me trata dessa forma! O que eu te fiz pra te irritar tanto, garota?

- NASCEU, POTTER, FOI ISSO QUE VOCÊ FEZ. – Gritou a menina, não conseguindo conter sua irritação. Ela respirou fundo e continuou a falar. – Olha, garoto, eu sei muito bem que você não quer ser meu amigo. E essa sua fingida preocupação em me agradar não me convence. Eu sei o tipo de garoto que você é, Potter. Você e Sirius! Os senhores de Hogwarts, protetores das belas damas e inimigos dos malvados sonserinos! – Dizia ela, com tom de deboche. – Ah, faça-me o favor!

- Para uma garota que preza os bons costumes, você até que julga demais os outros, Evans. – Respondeu James, calmo, sem se deixar abalar pelo que a menina tinha dito.

- Não fale como se me conhecesse, Potter.

- Então não fale como se me conhecesse, Evans.

Eles ficaram apenas se encarando. Os olhos incrivelmente verdes de Lilian denotavam a irritação que a menina sentia borbulhando por dentro, e ela estava ofengante, com o peito subindo e descendo, como se tivesse acabado de sair de uma corrida. James também mantinha seu olhar firme, mas em seus olhos castanhos não continham irritação, continham a mágoa de um orgulho ferido. Era dificil gostar de uma menina que desprezava todo o interesse dele por ela. E ser sempre recusado fazia os neurônios de James travarem uma guerra dentro de sua cabeça.

Lily era vários centimetros mais baixa que James, fazendo a cena ficar engraçada. Eles ainda ficaram se encarando por um tempo, até se esqueçerem o porquê de estarem ali e começarem a se perder no olhar um do outro. Passaram-se alguns minutos, até que James suspirou e disse:

- Afinal, você vai ou não almoçar comigo? – Fazendo Lily acordar de um transe. Ela piscou e desviou o rosto. Se encostou ao parapeito da janela, olhando a paisagem. Sem fixar seus olhos no menino, disse:

- É. Mas não pense que isso é um encontro.

- Eu não tive a intenção de um encontro, boba. O Sirius e o Peter também vão estar lá. – Falou com um leve sorrisinho.

- Ok ok, mas agora eu tenho que procurar minhas amigas. – A ruiva saiu de perto da janela, já se adiantando pelo corredor.

- Tudo bem, eu vou com você. – O maroto seguiu Lily.

A menina, ao perceber que estava sendo seguida, aumentou o ritmo dos passos, tentando fugir do rapaz. Até que dali a alguns minutos estavam em uma corrida onde James tentava alcançar Lilian.

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Remo e Emily estavam sentados em uma das mesas da biblioteca, o menino explicava a ela sobre quando os duendes e magos da categoria Finélius resolveram protestar pela pobreza, na primeira guerra bruxa. O lugar não estava muito arejado e as poucas pessoas que se encontravam ali pareciam estar sentindo calor e começavam a abrir mais as janelas. Com isso, um clarão entrou pelas frestas e por um momento, tudo pareceu ficar mais limpo e tranqüilo. Emily, que havia fixado o olhar no maroto para tentar prestar atenção no que parecia ser uma desinteressante matéria, respirou fundo pela primeira vez e se ajeitou na cadeira. Com a luz que inundou a sala, a garota se desconcentrou por um instante - o que já era bastante para desviar completamente a atenção dela - passando a observar o movimento das nuvens e se perguntando que horas seriam.

Remo percebeu que a menina já não estava concentrada e, sutilmente, deu um leve pigarrear, fazendo Emily se assustar.

- Eu sei que essa matéria é chata, mas é importante saber isso para entender as movimentações dos duendes na época depois da guerra. – Ele comentou, abrindo um livro ao seu lado. – Olha, nesse livro está bem explicado. Leia do primeiro ao terceiro parágrafo.

Ele colocou o livro a frente dela e apontou aonde devia começar a ler. Emily se ajeitou na cadeira e puxou o livro para mais perto, os olhos muitos concentrados da leitura. Distraída, ela levantou as mangas da blusa, deixando a pele branca do ombro à mostra. Remo sentiu vontade de tocá-la. A pele era tão alva e macia que os dedos do maroto doíam apenas à imaginação do toque.

A biblioteca estava abafada, mas o dia ventava gelado e nuvens corriam rápidas no céu e o sol aparecia em intervalos curtos. Assim que abriram as janelas o vento entrou, fazendo voar as folhas em cima das mesas. Era a ventania gelada típica do outono. Emily estremeceu levemente e Remo afagou seu ombro, abaixando a manga de sua veste. Ela se surpreendeu ao toque e levantou o rosto, para perceber que eles estavam próximos demais, a mão dele segurou seu queixo e suas bocas estavam quase tocando.

- Remo, eu tenho namorado. – Emily disse, sem se afastar. O garoto fechou os olhos e ainda permaneceu próximo dela por um segundo, então se ajeitou em sua cadeira, o mais longe possível dela. Seu queixo estava trincado e ele suspirou. Emily passou as mãos pelo cabelo, ainda meio atordoada.

- Bem... Já ta na hora do almoço, eu acho que nós devíamos ir para o Salão Principal.

Ela começou a ajeitar os livros e empilha-lhos, Remo se levantou e os pegou, começou a colocá-los nas prateleiras ao lado deles. O silencio dele era incomodo. Ele terminou e voltou para a mesa, Emily já estava em pé esperando-o.

- Me desculpe pelo o que aconteceu... – Ele começou a falar, mas ela o interrompeu.

- Olha, esquece isso, Ok? Não tem necessidade de fazer drama por causa disso.

- Não, deixe-me explicar. Eu não tive a intenção de lhe desrespeitar, nem desconsiderar o seu namoro com o Liteyd.

- O que? Desconsiderar... Remo, você está bem? Já disse pra não se preocupar. Não precisa dessas desculpas absurdas.

- Eu não realmente não quero que você me entenda mal. – Ele disse ainda mais sério.

- Realmente eu não estou entendendo. Já disse que não estou chateada, Lupin. Chega de desculpas absurdas.

E para a surpresa de Emily, Remo abriu um sorriso e deu uma risada, como se a cara dela fosse uma coisa muito engraçada. A raiva borbulhou dentro da garota.

- Do que você está rindo, hein?

A voz saiu alguns decibéis mais alto do que ela esperava e a bibliotecária reclamou da algazarra que eles estavam fazendo. Remo pegou Emily pelo braço e começou a sair da biblioteca rebocando a menina, que parecia muito indignada.

- Você não está entendendo nada. – Ele falou quando já estavam lá fora e ele já a tinha liberado.

- Você é que não está sendo coerente! Primeiro da umas desculpas totalmente absurdas e falsas, e depois ainda ri da minha cara como se eu fosse idiota. Isso tudo depois de ter tentado me beijar, é claro!

- Você não sabe realmente se a minha intenção era te beijar. – O tom de Remo pareceu debochado demais para Emily.

- Vai tomar no cu, Lupin! Você está tentando me fazer de palhaça? Você tentou me beijar, e não tente negar!

A garota gritava, mas estava apenas atordoada com o comportamento confuso de Remo. Na verdade, Remo atordoava Emily de um jeito que ela não entendia; Na biblioteca, por um momento, ela quis que ele a beijasse.

Lupin suspirou, se acalmando, e sua voz saiu comedida, como se estivesse pisando em um campo de bombas de bosta.

- Eu não estou fazendo você de palhaça. As desculpas antes foram sinceras; você é uma bruxa linda, Emily, por um momento eu esqueci que deveria respeitá-la. E você fica engraçada quando está irritada, mas eu prometo tentar te levar a serio, porque você é assustadora quando está gritando. E eu acho que nós devíamos parar com essa briga sem sentido, afinal está na hora do almoço e como você disse antes, nós não precisamos fazer disso um drama.

A racionalidade de Remo deixou a garota mais calma. Ela gostava disso: maturidade. Ela sempre foi a mais madura das amigas, a mais 'sem dramas'; apenas não gostava quando tentavam fazê-la de idiota. A aparência de Emily enganava, ela parecia uma boneca de porcelana, pequena, frágil e quebradiça. Mal sabiam que ela era muito mais que isso.

- Então vamos. – Ela disse, sorrindo.

Começou a andar na para a direita do corredor, que dava para uma escada que a fazia descer ao pátio central de Hogwarts.

- Não, não. Você vai por um caminho diferente hoje.

A voz de Remo parou e ela se virou, olhando curiosa para ele. O garoto apontava para a direção contrária, como se a convidasse a passar primeiro. Ela foi rapidamente para o lado dele e eles começaram a andar.

- Nós vamos por um daqueles caminhos secretos do castelo? – Ela perguntou animada, fazendo Remo sorrir. O sorriso dele era muito bonito e faziam um belo conjunto com os olhos cor de topázios.

- Não é exatamente secreto, nós só vamos ir pelas masmorras e passar em frente à cozinha, depois é só subir a primeira escada e estaremos dentro do Salão Principal, sairemos bem do lado da mesa dos professores.

- Eu nunca fui na cozinha.

- Então você vai gostar de lá. Mas um dia desses eu te levo por um caminho secreto de verdade.

Emily analisou Remo para saber se ele falava a verdade, mas ele apenas parecia tranqüilo, como se estivesse numa conversa casual. Se fosse outra pessoa ela acharia que ele estava apenas se gabando, mas Remo não era do tipo que se gabava.

Eles já tinham virado duas vezes em corredores e agora estavam descendo uma escada enorme que Emily não se lembrava de ter visto antes.

- Como você pode saber dessas coisas? – Ela perguntou, depois de um tempo.

Remo sorriu novamente, mas era um sorriso menor, de canto de boca. Ele colocou as mãos no bolso da calça e olhou para cima, o sorriso brincando nos lábios. Depois ele olhou direto nos olhos de Emily.

- Segredo.

A forma como ele falou aquilo a fez achar que Remo parecia um lobo.

- Você faz parte dos Marotos, Remo?

Aquilo não o pegou de surpresa. Ninguém sabia ao mesmo tempo em que todos desconfiavam de quem eram os Marotos; o grupo de baderneiros que faziam as maiores brincadeiras de Hogwarts e sempre deixavam a sua marca: "Os Marotos estiveram aqui".

- Eu sou Monitor-Chefe, você acha que eu seria um Maroto?

- Eu acho que é o álibi perfeito. – Emily respondeu como se fosse a coisa mais óbvia.

- Se eu fosse um Maroto, eu te chamaria para ser uma Marota.

Emily sorriu e eles viraram mais uma esquina, dando em um imenso corredor meio escuro.

- Obrigada, se isso for um elogio.

- É um elogio.

Remo olhou para frente e depois para o relógio.

- Bem, aqui é sempre escuro. Nós só vamos até um pouco mais à frente onde tem um corredor menor para a direita. Depois é só subir a escada na primeira estátua e estaremos no corredor da cozinha. Acho que vai dar para passar lá, estamos com tempo.

Emily concordou com a cabeça e analisou o corredor. Para a sua surpresa ela viu um casal se beijando um pouco antes de onde ela deveria entrar. Eles estavam muito enroscados e não tinham percebido que tinham companhia. Emily se apressou e passou direto pelo casal, virando rapidamente no corredor. Ela já tinha identificado a estátua e iria começar a subir a escada iluminada por tochas quando percebeu que Remo não estava mais ao seu lado.

Ela voltou e espiou o corredor maior para ver onde ele estava. O garoto estava parado, olhando vidrado para o casal que se beijava. Mas não era um menino e uma menina, eram dois garotos tão juntos que parecia um corpo só. Então Emily reconheceu um deles.

- Richard Liteyd?

A voz de Remo soou muito alta no corredor supostamente vazio. Os garotos se desgrudaram rapidamente.

- Lupin? Merlin! Não conte nada para Emily, por favor! – Disse o namorado de Emily assim que reconheceu quem era. Ele tinha ficado de costas para ela e não tinha visto que ela também era uma espectadora da cena.

Antes que qualquer um pudesse respirar, Remo socou a cara de Richard e o jogou no chão.

Emily sufocou um grito de surpresa e então seus olhos encontraram com os de Lupin. Ela parou de espiar e voltou a ficar invisível no corredor da direita. Nenhum dos dois garotos a notou. Ela encostou-se à parede, ao lado da estátua, e fechou os olhos. Um turbilhão passava por ela no momento. A voz de Remo invadiu o silencio novamente.

- É bom você contar para ela, senão eu vou contar. E isso não vai ser nada bom para você.

E sem se despedir, ele abandonou o casal e se apressou em direção do corredor.


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Notas finais do capítulo

N/A : É isso ai , gente !
Espero que tenham gostado e comentem :)

E um aviso importante : Uma História Marota é um projeto que não é só meu, e que toma tempo, suor e muita paixão de outras 3 garotas maravilhosas: Shah Aguiar , Evelyn Beserra e Rafaella Barbosa. Para saberem mais sobre a história , sobre as autoras, sobre os personagens , para acompanharem mais de perto tudo o que vem junto com a Fic UHM , isso inclui ver as capas dos capitulos e outras coisinhas fofas : visitem e acompanhem o nosso Blog . www.umahistoriamarota.blogspot.com

Beijos , Marina Domingues .



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