Era uma típica noite de outono, muito iluminada pela lua crescente e com um vento extremamente gelado que agitava as árvores da Floresta Proibida, fazendo com que suas folhas marrons por causa da estação voassem pela imensidão do céu estrelado e caíssem sobre os jardins de Hogwarts, e se juntassem às milhares de outras folhas que estavam sobre o gramado. Remo achava aquilo um belo espetáculo para se ver, adorava o movimento das árvores, se mexendo pra lá e pra cá, parecendo um mar com vários tons de castanho, cobre e marrom.

Ele estava apoiado em umas das enormes janelas de Hogwarts observando a Floresta, o vento batia em seu rosto e agitava seus cabelos castanhos claros e opacos, vestia uma capa quente para se proteger do frio, tinha um queixo saliente, ajudando a dar ao rosto de Remo um semblante duro e misterioso, com olhos de um castanho claro amarelado cativante, fazendo conjunto com um nariz fino e uma boca larga. O garoto não era alto nem tinha o corpo definido por belos músculos, mesmo assim possuía uma estranha beleza em suas roupas remendadas e seu jeito meio desleixado, era um garoto comum, mas possuía um charme incomum.

Perguntava-se há quanto tempo estava ali quando ouviu um barulho de passos em meio ao silencio, olhou para o lado e viu no começo do corredor um grupo de cinco pessoas que andavam apressadas e riam. Logo ele reconheceu algumas de suas amigas, mas torceu intimamente que elas passassem sem notá-lo, pois naquele grupo estava o namorado de Emily, a ultima criatura no qual ele queria falar. Mas isso seria impossível, já que eles estavam se aproximando e diminuíam o passo.

- Remo! – Ele ouviu Lilian cumprimentar. 

- Olá. – Desanimado Remo falou, acenando rapidamente com a mão.

- Nossa! O que você faz aqui tão tarde? – O garoto suspirou diante da pergunta de Alice, estava cansado demais para explicações, mas não podia culpá-la, era sua amiga.

- Eu ia perguntar a mesma coisa. – Comentou ele, dando um sorriso rápido. – Bom, vocês sabem que eu sou monitor, fiquei com a ultima ronda da noite; estava aqui só dando um tempo antes de ir pra sala comunal.

\t\t - Nós tínhamos reservado o final da tarde e a noite para estudarmos, mas acabamos perdendo a hora por causa das meninas. Elas falam demais!     

Frank logo foi atacado por Lily e Alice que ficaram ofendidas com seu comentário e se defendiam dizendo “olha só quem fala!” e que a culpa não era só delas. Logo que Remo percebeu que não era mais o centro das atenções, se permitiu olhar diretamente para Emily. Na opinião dele ela era a garota mais linda de todos os tempos, tinha longos cabelos castanhos que iam até a cintura, olhos grandes e azuis claros reluzentes, boca e nariz pequeno, uma menina baixa e delicada. No ombro dela estava apoiado o braço de seu namorado, Richard Liteyd.

Emily percebeu que Remo olhava pra ela e o encarou nos olhos, o garoto pareceu desconcertado e interrompeu o contato visual, olhando para a janela. Ela se desvencilhou do namorado e se aproximou de Remo, olhando pra a mesma direção dele. \t       - Bela vista – Comentou a garota, puxando assunto.

  - Concordo – Remo cruzou os braços e lançou um olhar sedutor e maroto para Emily, que sorriu.

\t\t  Nesse momento Lily agarrou o braço de Remo, puxando-o em direção a torre da Grifinória.

  - Eu estou perdida com esses meus amigos! Agora a Alice e o Frank estão falando que a culpa é toda minha, vê se pode, logo eu que não faço nada! – O garoto gargalhou diante da indignação da ruiva. Logo as outras pessoas do grupo os alcançaram e a pequena discussão de antes foi esquecida. Enquanto todos conversavam animados, Remo percebeu que a mão de Richard, agora estava na cintura de Emily. O maroto sentiu uma pontada de ciúme dentro de si, mas preferiu ignora-la desviando o olhar do casal.

O calor do salão comunal da Grifinória vinha da lareira que ardia em chamas naquele momento. As pessoas que ali estavam não podiam ouvir o crepitar das brasas, pois o barulho das vozes que enchiam o salão não permitia.

James preferiu ficar um pouco mais afastado da lareira. Não o agradava o calor que sentia quando sentava perto demais do fogo. Ele ouvia uma história engraçada que Peter contava.

- Então o sonserino, saiu guinchando que nem um porco. Eu juro que ele voou uns dois metros com o chute que ele levou na bunda! Eu via a hora dele começar a chorar “mamãe, mamãe, eu levei um chute na bunda, ai mamãe, eu to todo assadinho”. Foi ridículo!- Completou o maroto mais gordinho, rindo de se dobrar, da surra que um sonserino levou de uma corvinal após ele te-la destratado. James também riu com gosto, ele queria poder ter visto a cena ao vivo, era naqueles momentos que amaldiçoava o fato de ser o capitão do time de quadribol; depois iria contar aquilo a Sirius, já imaginava a risada canina do amigo.

- Eu queria ter visto essa! Mas treinar tem sido muito importante, a temporada de quadribol já está chegando e esse ano a Grifinória vence ou eu não me chamo James Potter! – O menino falava de uma forma pomposa e um tanto brincalhona e Peter não pode deixar de rir do ego inflamado do amigo. – Em falar nisso, eu queria pedir sua opinião, a do Aluado e Sirius para algumas técnicas que eu bolei para os jogos, apesar de você e o Remo não participarem do time. Mas eu tenho certeza que vocês vão gostar, afinal eu sou incrível!

- Incrível é a quantidade de porcaria que você consegue falar em uma frase, Potter. – James sorriu abertamente quando seu olhar cruzou com quem tinha dado o comentário maldoso, Lílian Evans. Todos em Hogwarts estavam cientes da paixão platônica que James Potter sentia por Lílian Evans, paixão essa não correspondida, pois a menina odiava o maroto com todas as forças de seu ser.

- Não precisa demonstrar seu amor por mim tão abertamente, ruiva! Basta dar um beijinho aqui. – Disse James, apontando para sua boca, em troca recebeu um tapa na cabeça.

Logo Lily, Frank, Alice, Emily e Remo (o namorado de Emily, que era da casa da Corvinal, já tinha ido embora) se acomodaram devidamente junto de James e Peter. Não fazia muito tempo que os marotos haviam se aproximado das garotas, mas faziam um belo grupo de amigos ; Até mesmo Lily passou a odiar menos o maroto apaixonado por ela, depois de conhecê-lo melhor. 

Conforme o tempo foi passando, o sono foi chegando e todos foram para as suas camas dormirem.

\t    

Não se podia dizer que o armário de vassouras de Hogwarts era um lugar confortável, mas Evelyn se esqueceu de reclamar assim que sentiu as caricias que a língua de Sirius fazia em seu pescoço.  Estava tarde da noite e os dois estavam dando amassos clandestinos pelo colégio.  Eles estavam ficando a algum tempo e os beijos estavam cada vez mais sérios e evoluíam para algo a mais que apenas beijos. Naquele momento o calor que emanava que seus corpos estava tão forte que ambos estavam sem suas blusas.

Sirius parou de fazer marcas na nuca de Evelyn e assaltou sua boca com um beijo sufocante, os olhos estavam fechados e os dois se guiavam pelo instinto. Ele levantou a perna da menina e a colocou em sua cintura, levantou a saia para a cintura fina de Evelyn e seus dedos começaram a fazer uma trilha de fogo em sua perna e nádegas. Ela arranhou forte às costas e agarrou o cabelo de Sirius enquanto mordia os lábios dele.

    O maroto estava gostando daquilo e sabia o que viria a seguir, ele sabia como fazer as meninas se entregarem e ele iria se dar bem essa noite. Rapidamente ele fez a calça cair pelas suas pernas, começou a passar as mãos por dentro das pernas de Evelyn, os dedos subindo pela sua virilha, até sentir a renda de sua calçinha.

- Sirius, não. – A menina sussurrou, se afastando do maroto.  Sirius a segurou e a beijou com a mão grande em sua nuca. Ele começou a encostá-la na parede e seus dedos começando a puxar a alça da calcinha de Evelyn.

- Sirius! Eu já disse que NÃO! – Dessa vez ela foi mais forte e falou mais alto, se desvencilhou rapidamente do menino e se afastou. – Eu vou embora, chega por hoje. – Ela pegou sua blusa e varinha que estavam jogadas no chão.

Ela estava começando a colocar a blusa e Sirius a abraçou por trás, fazendo carinho em sua barriga.

- Querida, está tudo bem. Não precisa ficar nervosa, nem sentir medo. Você está comigo. – Ele falava ao pé do ouvido e sua voz era tão sedutora que Evelyn tinha vontade de fechar os olhos. Ele foi para frente dela e, olhando-a nos olhos , continuou. – Com você, Evelyn, eu sito algo especial. Eu... Eu gosto de você de verdade, é uma coisa que eu nunca senti por nenhuma das outras.

As palavras dele poderiam ser verdade, se Evelyn não soubesse que ele falava o mesmo para todas as garotas.

- Não me venha com palavras bonitas, Black. Eu não caio nesse joguinho e não acredito em uma sentença do que você diz.  – Ela falou fria, mantendo seus olhos no dele.

Ele a puxou para mais perto, encerrando a distancia entre eles.

- Você não pode simplesmente me deixar aqui e achar que eu vou aceitar. Eu não sou do tipo que gosta de deixar as coisas pela metade, querida.  Eu quero e eu sei que você quer também.

Sirius sentiu algo pressionando no meio de suas pernas, era a varinha de Evelyn.

- Black, tire suas mãos de mim, ou perde as suas bolas.

Rapidamente ele se afastou dela, como se a menina possuísse uma doença contagiosa.

- Merlin, você é louca! – Ele exclamou, olhando incrédulo para a menina que colocava a sua blusa e ajeitava a saia. Ela terminou de se ajeitar, pegou sua capa que estava jogada perto da saída e se dirigiu a porta, abrindo-a pela metade.

- Você precisa entender que eu não sou uma dessas suas menininhas que fazem o que você manda, Black. São os meninos idiotas que fazem o que eu mando. – Ela olhou Sirius de cima a baixo; ele estava apenas de samba canção, o cabelo bagunçado, os lábios inchados e marcas pelo corpo, suas feições pareciam um pouco arrasadas. – E outra coisa: se eu fosse você, tomaria um banho gelado , você está péssimo. 

E ela colocou sua capa e saiu, deixando Sirius sozinho.